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Fonte: A Carta Chinesa, 1ª edição, dezembro de 2003, Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo (NEMLM), coleção “Marxismo contra revisionismo”.
Tradução: O NEMLM, responsável pela edição desta obra, traduziu-a da versão em espanhol publicada por Edições do Povo, Pequim.
A questão da coexistência pacífica é a que tem dado mais que falar ao camarada Kruchov e outros camaradas desde o XX Congresso do PCUS.
Os dirigentes do PCUS vêm repetindo que têm sido fiéis à política de coexistência pacífica de Lênin e que a tem desenvolvido de maneira criadora. Creditam à sua própria política de “coexistência pacífica” todas as vitórias alcançadas pelos povos do mundo através de longas lutas revolucionárias.
Apregoam ao som de trombeta que o imperialismo, sobretudo o imperialismo norte-americano, está a favor da coexistência pacífica; caluniam desenfreadamente o Partido Comunista da China e todos os partidos marxista-leninistas, vociferando que estes se opõem à coexistência pacífica. A carta aberta do CC do PCUS chegou até a alegar o disparate de que a China, em relação ao imperialismo, se pronuncia por “uma competição destinada a desencadear a guerra”.
Descrevem suas palavras e atos de traição ao marxismo-leninismo, à revolução mundial do proletariado e à causa revolucionária dos povos e nações oprimidos do mundo inteiro como algo de acordo com a política de coexistência pacífica de Lênin.
Porém, pode o termo “coexistência pacífica” servir verdadeiramente de talismã para os dirigentes do PCUS em sua traição ao marxismo-leninismo? Não, em absoluto.
Estamos diante de duas políticas de coexistência pacífica diametralmente opostas.
Uma é a política de coexistência pacífica de Lênin e Stálin, pela qual se pronunciam todos os marxista-leninistas incluídos os comunistas chineses.
A outra é a política anti-leninista de coexistência pacífica, ou seja, a chamada linha geral de coexistência pacífica propiciada por Kruchov e outros.
Examinemos agora qual é a política de coexistência pacífica de Lênin e Stálin, e de que espécie é a chamada linha geral de coexistência pacífica de Kruchov e outros.
Foi Lênin quem formulou a idéia de que o Estado socialista devia aplicar a política de coexistência pacífica para com os países de sistema social diferente. Esta acertada política foi a que aplicaram durante longo tempo o Partido da União Soviética e o Governo da URSS sob a direção de Lênin e Stálin.
Antes da Revolução de Outubro, não havia no mundo nenhum país socialista, e naturalmente tampouco existia a questão da coexistência pacífica entre países socialistas e capitalistas. Entretanto, já em 1915 e 1916, baseado em sua análise científica sobre o imperialismo, Lênin previu:
“O socialismo não pode triunfar simultaneamente em todos os países. Começará triunfando em um ou em vários países, e os demais seguirão sendo, durante algum tempo, países burgueses ou pré-burgueses.”(1)
Isto é, durante certo período de tempo, existiria no mundo um estado de convivência entre países socialistas e países capitalistas ou pré-capitalistas. A própria natureza do sistema socialista determina que os países socialistas só possam aplicar uma política externa de paz. Lênin disse: “Só a classe operária, quando tenha conquistado o Poder, pode levar a cabo uma política de paz, não de palavra, e sim de fato.”(2)
Pode-se dizer que semelhantes pontos de vista de Lênin são a base ideológica da política de coexistência pacífica.
Depois da vitória da Revolução de Outubro, Lênin proclamou repetidas vezes perante o mundo inteiro a política externa de paz do Estado soviético. Porém os imperialistas se empenharam em estrangular no berço a República Socialista recém nascida. Lançaram uma intervenção armada contra o Estado soviético. Nessas circunstâncias, Lênin afirmou: “não teríamos podido existir sem a defesa armada da República Socialista”. (3)
Em 1920, o grande povo soviético derrotou a intervenção armada do imperialismo. Surgiu certo equilíbrio relativo entre o Estado soviético e os países imperialistas. Depois de vários anos em que mediram suas forças, o Estado soviético conseguiu manter-se de pé. Começou a passar da guerra à construção pacífica. Foi nessas circunstâncias que Lênin formulou a idéia da política de coexistência pacífica. De fato, foi também desde aquele tempo, que o imperialismo se viu obrigado a aceitar a “convivência” com o Estado soviético.
Quando Lênin vivia, este equilíbrio foi sempre muito instável. A República Socialista Soviética se encontrava gravemente cercada pelo capitalismo. Lênin indicou repetidas vezes que, em virtude da natureza agressiva do imperialismo, era impossível garantir se a situação da convivência pacífica do socialismo com o capitalismo duraria muito tempo.
Nas condições históricas daquela época, Lênin não podia ainda determinar com detalhes o conteúdo da política de coexistência pacífica entre países com diferentes sistemas sociais. Entretanto, o grande Lênin naquele tempo já elaborou a acertada política externa para o primeiro Estado de ditadura do proletariado e formulou as idéias básicas da política de coexistência pacífica.
Em que consistem as idéias básicas de Lênin sobre a política de coexistência pacífica?
Primeiro, Lênin afirmou que a existência de um país socialista está totalmente contra a vontade dos imperialistas. Ainda que o país socialista siga com firmeza um política externa de paz, o imperialismo nunca quererá viver em paz com ele e sempre pretenderá aproveitar todas as possibilidades e oportunidades para opor-se ao país socialista até liquidá-lo.
Lênin disse:
“O imperialismo internacional ... não podia ... coexistir ao lado da República Soviética, tanto por sua situação objetiva, como pelos interesses econômicos da classe capitalista que tomava corpo nele; ...”(4)
Acrescentou:
“É inconcebível que a República Soviética coexista com os Estados imperialistas por longo tempo. Triunfará, em última instância, um ou outro. Até que chegue este fim, será inevitável uma série de choques terríveis entre a República Soviética e os Estados burgueses”(5).
Por isso Lênin destacou uma e outra vez que o país socialista devia manter guarda constante frente ao imperialismo.
Disse:
“A lição que todos os operários e camponeses devem aprender é estar alerta e ter presente que estamos cercados por pessoas, classes e governos que expressam de maneira aberta seu extremo ódio por nós. É necessário ter presente que estamos sempre em perigo de sermos vítimas de todo o tipo de invasões.”(6)
Segundo, Lênin afirmou que o Estado soviético só podia conviver em paz com os países imperialistas mediante a luta. Isto foi o resultado de repetidas provas de força entre os países imperialistas e o Estado soviético, que adotava uma acertada política, contava com o apoio do proletariado e das nações oprimidas do mundo e utilizava as contradições entre os imperialistas.
Em novembro de 1919, Lênin disse:
“Acontece muito freqüentemente que quando tu assestas golpes ao inimigo, ele começa a falar da paz. Dissemos mais de uma vez aos senhores imperialistas europeus que estamos de acordo com a paz, porém eles sonhavam em escravizar a Rússia. Agora, compreendem que seu sonho não se realizará nunca.”(7)
Afirmou em 1921:
“... as potências imperialistas, com todo seu ódio contra a Rússia Soviética e seu desejo de cair sobre ela, renunciaram a semelhante idéia porque a decomposição do mundo capitalista se torna cada vez mais séria, sua unidade se vê cada vez mais debilitada e a pressão das forças dos povos coloniais oprimidos com mais de um bilhão de habitantes, se torna cada ano, cada mês e até cada semana mais forte.”(8)
Terceiro, quando realizava a política de coexistência pacífica, Lênin dava tratamentos diferentes em relação a diferentes tipos países do mundo capitalista.
Lênin deu particular importância ao estabelecimento de relações amistosas com os países, vítimas da afronta e opressão do imperialismo. Apontou que “os interesses fundamentais de todos os povos que sofrem a opressão imperialista coincidem” e que “a política mundial do imperialismo promove a aproximação, a aliança e a amizade de todos os povos oprimidos”. Disse que a política de paz do Estado soviético “tornará mais e mais estreitos os vínculos da República Socialista Federativa Soviética da Rússia com um crescente número de países vizinhos ao seu redor.”(9)
Lênin disse ademais:
“Nos propomos agora a tarefa principal de triunfar sobre os exploradores e atrair para o nosso lado os elementos vacilantes. Esta é uma tarefa mundial. São vacilantes toda uma série de Estados burgueses, que como Estados burgueses, nos odeiam, porém como oprimidos, preferem viver em paz conosco.”(10)
Em relação aos países imperialistas, tais como os Estados Unidos, disse que a base de uma paz com os Estados Unidos consiste em “que os capitalistas dos Estados Unidos não nos toquem”. E acrescentou que obstáculo a tal paz “não existe de nossa parte. O obstáculo é o imperialismo dos capitalistas dos Estados Unidos (assim como dos demais países)”.(11)
Quarto, a política de coexistência pacífica formulada por Lênin é a política do proletariado no Poder em suas relações com os países de sistema social diferente. Lênin nunca a definiu como a totalidade da política externa do país socialista. Destacou com nitidez em várias ocasiões que o princípio fundamental desta política externa era o internacionalismo proletário.
Disse: “A Rússia Soviética considera como o maior orgulho ajudar os operários do mundo inteiro em sua árdua luta pela derrubada do capitalismo.”(12)
No Decreto sobre a Paz promulgado depois da Revolução de Outubro, Lênin propôs a todos os países beligerantes que se realizasse imediatamente uma paz sem anexações e sem indenização, e ao mesmo tempo chamou aos operários politicamente conscientes dos países capitalistas a que, “com sua atividade múltipla, resoluta, abnegada e enérgica, nos ajudem a levar a um feliz termo a causa da paz e, com ela, a causa da libertação das massas trabalhadoras e exploradas de toda escravidão e de toda exploração.”(13)
No projeto de Programa do Partido elaborado por Lênin no VII Congresso do Partido Comunista da Rússia, se precisou que “o apoio ao movimento revolucionário do proletariado socialista dos países avançados” e “o apoio ao movimento democrático e revolucionário de todos os países em geral e das colônias e países dependentes em particular” constituíam importantes conteúdos da política internacional do Partido. (14)
Quinto, Lênin considerava impossível a coexistência pacífica entre as classes oprimidas e opressoras e entre as nações oprimidas e opressoras.
Em sua “Tese sobre as tarefas fundamentais do II Congresso da Internacional Comunista”, Lênin destacou que “até a burguesia mais instruída e democrática já não se detém frente a nenhum artifício ou crime, nem perante a matança de milhões de operários e camponeses para a salvação da propriedade privada sobre os meios de produção”. Lênin tirou a conclusão:
“Toda idéia acerca da submissão pacífica dos capitalistas à vontade da maioria dos explorados, toda idéia acerca da transição pacífica, reformista, ao socialismo, não só constitui uma extrema estupidez pequeno-burguesa, como também significa enganar de maneira direta os operários, pintar de cor-de-rosa a escravidão assalariada capitalista e encobrir a verdade.”(15)
Lênin destacou reiteradamente a hipocrisia da igualdade das nações pregada pelo imperialismo. Disse:
“A Sociedade de Nações, assim como toda a política de pós-guerra da Entente, demonstram, com maior evidência e de um modo mais taxativo ainda esta verdade, incrementando em todas as partes a luta revolucionária, tanto do proletariado dos países avançados como de todas as massas trabalhadoras dos países coloniais e dependentes, e acelerando o desmoronamento das ilusões nacionais pequeno-burguesas sobre a possibilidade da convivência pacífica e da igualdade das nações sob o capitalismo.”(16)
Todo o exposto são as idéias básicas de Lênin sobre a política de coexistência pacífica.
Stálin se atinha com firmeza à política de coexistência pacífica de Lênin. Durante os 30 anos em que desempenhou o cargo de dirigente da URSS, Stálin aplicou invariavelmente esta política de coexistência pacífica. Só nos momentos em que os imperialistas e reacionários desencadearam guerras agressivas ou provocações armadas contra a União Soviética, esta se viu obrigada a realizar a Grande Guerra Pátria e os contra-ataques em defesa própria.
Stálin afirmou:
“A base de nossas relações com os países capitalistas consiste em admitir a coexistência dos dois sistemas opostos” e “a manutenção de relações pacíficas com os países capitalistas é para nós uma tarefa obrigatória.”(17)
Afirmou ademais:
“A coexistência pacífica entre o sistema capitalista e o sistema comunista é inteiramente possível se ambas as partes têm o desejo de cooperar, estão dispostas a cumprir a obrigação a que se tenham comprometido, e observam o princípio de igualdade e de não ingerência nos assuntos internos de outros Estados.”(18)
Enquanto persistia na política de coexistência pacífica de Lênin, Stálin se opunha resolutamente a que se renunciasse a apoiar as revoluções dos povos dos diversos países para congraçar-se com o imperialismo. Indicava com agudeza que existiam duas linhas contrárias na política externa. Disse: “De duas uma.”
Ou: “Seguimos adiante com a política revolucionária, agrupando em torno da classe operária da URSS os proletários e oprimidos de todos os países, e então o capital internacional porá todo tipo de obstáculos a nosso avanço.”
Ou: “Renunciamos a nossa política revolucionária, fazemos várias concessões de princípio ao capital internacional, e então este talvez não se mostre contrário a ‘ajudar-nos’ para que nosso país socialista degenere numa ‘boa’ república burguesa.”
Stálin citou um exemplo:
“A América do Norte nos exige que renunciemos em princípio à política de apoiar o movimento de libertação da classe operária de outros países, afirmando que tudo iria bem se fizéssemos essa concessão... valerá a pena fazer essa concessão?”
Respondeu em seguida que não, “não podemos fazer estas concessões, nem outras semelhantes, sem renunciar a ser o que somos.”(19)
Até hoje, estas palavras de Stálin têm ainda grande significação prática. Efetivamente existem duas políticas exteriores diametralmente opostas, duas políticas de coexistência pacífica diametralmente opostas. É tarefa importante de todos os marxista-leninistas saber distinguir entre estas duas políticas diferentes, persistir na política de Lênin e Stálin, opor-se com resolução à política de traição, de capitulação e de não apoio à revolução, política – censurada por Stálin – que faz os países socialistas degenerar em “boas” repúblicas burguesas.
A carta aberta do CC do PCUS afirma que o Partido Comunista da China “desconfia da possibilidade da coexistência pacífica” e lhe acusa caluniosamente de opor-se à política de coexistência pacífica de Lênin.
Isto é verdade? Não, claro que não.
Todo aquele que respeite os fatos vê com clareza que o Partido Comunista da China e o Governo da República Popular da China aplicaram consequentemente a política de coexistência pacífica de Lênin e alcançaram grandes êxitos.
Depois da Segunda Guerra Mundial, se registrou uma mudança radical na correlação das forças de classe internacionais. O socialismo triunfou numa série de países e se formou um campo socialista. O movimento de libertação nacional se desenvolveu mais que nunca e apareceram uma série de países nacionalistas que conquistaram recentemente a independência política. Se debilitou grandemente a força do campo imperialista e se agudizam dia a dia as contradições entre os países imperialistas. Semelhante situação proporcionou condições mais favoráveis para que os países socialistas pratiquem a política de coexistência pacífica com países de sistema social diferente.
Nestas novas condições históricas, o Partido Comunista e o Governo da China enriqueceram o conteúdo da política de coexistência pacífica de Lênin no transcurso de sua aplicação.
Já nas vésperas do nascimento da República Popular da China, o camarada Mao Tsetung disse:
“Proclamamos perante o mundo inteiro que combatemos só o sistema imperialista e seus complôs contra o povo chinês. Estamos dispostos a negociar com todo governo estrangeiro o estabelecimento de relações diplomáticas sobre a base dos princípios de igualdade, benefício recíproco e respeito mútuo à integridade territorial e à soberania, sempre que este governo se disponha a romper suas relações com os reacionários chineses, deixe de conspirar com eles ou de ajudá-los e adote uma atitude de verdadeira, e não hipócrita, amizade para com a China Popular. O povo chinês deseja manter uma cooperação amistosa com todos os povos do mundo, deseja renovar e ampliar o comércio internacional, a fim de desenvolver a produção e fomentar a prosperidade econômica.”(20)
Segundo esta orientação planteada pelo camarada Mao Tsetung, estipulamos explicitamente a política externa de paz no Programa Comum aprovado no Conselho Consultivo Político do Povo Chinês em setembro de 1949 e depois na Constituição da República Popular da China aprovada em setembro de 1954 pela Assembléia Popular Nacional.
O Governo chinês iniciou em 1954 os célebres Cinco Princípios de coexistência pacífica, que são: respeito mútuo à integridade territorial e à soberania, não agressão mútua, não interferência nos assuntos internos de um país por parte de outro, igualdade e benefício recíproco, e coexistência pacífica. Na Conferência de Bandung de 1955, nosso país e os países asiáticos e africanos formulamos os Dez Princípios sobre a base dos Cinco Princípios.
Em 1956, o camarada Mao Tsetung resumiu as experiências práticas de nosso país nos assuntos internacionais e fez uma exposição mais ampla sobre o princípio geral de nossa política externa. Disse:
“Para alcançar uma paz duradoura em todo o mundo, devemos continuar desenvolvendo nossa amizade e colaboração com os países irmãos do campo socialista e reforçar nossa união com todos os países amantes da paz. Temos que conseguir a base do respeito mútuo à integridade territorial e à soberania, da igualdade de direitos e do proveito mútuo, o estabelecimento de relações diplomáticas normais com todos os países que desejem viver conosco em paz. Temos que prestar ativo apoio ao movimento pela libertação e pela independência nacional do países da Ásia, África e América Latina e ao movimento pela paz e às lutas justas de todos os países do mundo.”(21)
Em 1957, o camarada Mao Tsetung disse ademais:
“Reforçar nossa unidade com a União Soviética e com todos os países socialistas: tal é nossa política fundamental, nisso estão nossos interesses fundamentais.”
“Devemos também consolidar e estender a unidade com os países da Ásia e África, assim como com todos os países e povos amantes da paz.”
“No que diz respeito aos países imperialistas, devemos também unir-nos a seus povos e tratar de conseguir a coexistência pacífica com estes países, fazer negócios com eles e conjurar toda guerra possível. Entretanto, em relação a estes países não devemos de nenhum modo nos atermos a pontos de vista que não correspondam à realidade.”(22)
Em nossos assuntos internacionais, durante os quatorze anos transcorridos, aplicamos a política de tratamento diferenciado em relação aos distintos tipos de países, e variamos nossas orientações segundo as diferentes condições dos países de um mesmo tipo.
Distinguimos os países socialistas dos países capitalistas. Em relação aos países socialistas, perseveramos no princípio internacionalista proletário de ajuda mútua. Tomamos como orientação fundamental de nossa política externa a manutenção e reforçamento da unidade de todos os países do campo socialista.
Fazemos distinção entre os países nacionalistas, que conquistaram recentemente a independência política, e os países imperialistas.
Os países nacionalistas, ainda que difiram fundamentalmente dos países socialistas no sistema social e político, estão em profunda contradição com o imperialismo e têm interesses comuns com os países socialistas quanto à oposição ao imperialismo, à manutenção da independência nacional e à defesa da paz mundial. Isto dá uma ampla e prática possibilidade aos países socialistas para estabelecer relações de coexistência pacífica e colaboração amistosa com os países nacionalistas. O estabelecimento destas relações tem grande significação para o reforço da unidade das forças antiimperialistas e o incremento da luta comum dos povos contra o imperialismo.
Invariavelmente nos ativemos à política de consolidar e fomentar a coexistência pacífica e colaboração amistosa com os países da Ásia, África e América Latina. Ao mesmo tempo, temos travado uma luta necessária e apropriada contra países como a Índia, que infringe e vulnera os Cinco Princípios.
Distinguimos os países capitalistas em geral dos países imperialistas. Também damos tratamento diferenciado aos distintos países imperialistas.
Como a correlação das forças de classe internacionais se torna cada vez mais favorável para o socialismo, se debilitam cada dia mais as forças imperialistas e as contradições entre eles se tornam cada dia mais agudas, é possível que os países socialistas, apoiando-se no fortalecimento de sua própria força, no desenvolvimento das forças revolucionárias dos povos, na unidade com os países nacionalistas e na luta de todos os povos amantes da paz, e valendo-se das contradições internas do imperialismo, obriguem a este ou aquele país imperialista a estabelecer em certo grau relações de coexistência pacífica.
Enquanto persistimos na coexistência pacífica com países de sistema social diferente, cumprimos perseverantemente o dever internacionalista proletário. Apoiamos ativamente o movimento de libertação nacional dos países da Ásia, África e América Latina, ao movimento operário dos países da Europa Ocidental, América do Norte e Oceania, à luta revolucionária dos povos e sua luta contra a política imperialista de agressão e de guerra e em defesa da paz mundial.
Tudo isto tem um só objetivo: com o campo socialista e o proletariado internacional como núcleo, unir a todas as forças suscetíveis de serem unidas, e formar uma ampla frente única contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios.
Nos últimos dez anos e tanto, sobre a base dos Cinco Princípios de coexistência pacífica, o Governo chinês estabeleceu relações amistosas e desenvolveu intercâmbios econômicos e culturais com muitos países de sistema social diferente. A China assinou tratados de amizade, tratados de paz e amizade ou tratados de amizade, ajuda recíproca e não agressão mútua com Yemen, Birmânia, Nepal, Afeganistão, Guiné, Camboja, Indonésia e Gana, e tem resolvido com êxito os problemas fronteiriços legados pela história com a Birmânia, o Nepal, o Paquistão, o Afeganistão, etc.
Ninguém pode negar os grandes êxitos conseguidos pelo Partido Comunista e o Governo da China ao persistir na política de coexistência pacífica de Lênin.
Os dirigentes do PCUS perseguem fins ocultos ao fabricar rumores a respeito de que a China se opõe à coexistência pacífica. Seus fins, para dizê-lo com franqueza, consistem em disfarçar a feia cara de sua traição ao internacionalismo proletário e de sua confabulação com o imperialismo.
Não somos nós, e sim os dirigentes do PCUS que violam verdadeiramente a política de coexistência pacífica de Lênin.
Os dirigentes do PCUS exaltaram em termos superlativos sua coexistência pacífica. Quais são seus principais pontos de vista sobre o problema da coexistência pacífica?
Eles consideram que, para a solução dos problemas sociais de nossos dias, a coexistência pacífica é o princípio supremo que está acima de tudo. Dizem que a coexistência pacífica é o “imperativo categórico dos tempos presentes” e a “exigência imperativa da época”.(23) Acrescentam que a “coexistência pacífica é o melhor e único caminho admissível para resolver os problemas de importância vital que a sociedade tem diante de si”(24) e que o princípio de coexistência pacífica deve passar a ser “a lei fundamental da vida de toda a sociedade contemporânea”(25)
Sustentam que os imperialistas já estão dispostos a aceitar a coexistência pacífica e deixaram de ser um obstáculo para ela. Dizem que “não poucos governos e homens de Estado dos países ocidentais estão também pela paz e a coexistência pacífica”(26) e “compreendem com crescente clareza a necessidade da coexistência pacífica”(27). Preconizam especialmente que o Presidente norte-americano “reconhece o caráter razoável e a realidade da coexistência pacífica entre Estados com sistemas sociais diferentes.”(28)
Pronunciam-se pela “cooperação geral” com os países imperialistas, sobretudo com os EUA. Dizem que a União Soviética e os EUA “podem encontrar a base para ações e esforços acordados pelo bem de toda a humanidade”(29) e “podem marchar ombro a ombro em nome da consolidação da paz e do estabelecimento da verdadeira cooperação internacional de todos os Estados”(30).
Estimam que a coexistência pacífica é a “linha geral da política externa da União Soviética e de todos os países do campo socialista.”(31)
Também estimam que “o princípio de coexistência pacífica determina a linha geral da política externa do PCUS e dos demais partidos marxista-leninistas”(32), e é a “base da estratégia do comunismo” dos dias presentes e que todos os comunistas do mundo têm que “considerar a luta pela coexistência pacífica como o princípio geral de sua política”.(33)
Consideram a coexistência pacífica como condição prévia para a vitória da luta revolucionária dos povos dos diversos países. Sustentam que uma série de triunfos dos povos foram alcançados “nas condições de coexistência pacífica de Estados com sistemas sociais diferentes”(34). Dizem que “precisamente nas condições de coexistência pacífica de Estados com sistemas sociais diferentes, se realizou a revolução socialista em Cuba, se conquistou a independência nacional do povo argelino, mais de 40 países conquistaram a independência nacional, os partidos irmãos se fortaleceram e cresceram, a influência do movimento comunista mundial aumentou.”(35)
Opinam que a coexistência pacífica é “a melhor forma de ajudar o movimento operário revolucionário internacional a lograr seus fins principais de classe”.(36) Afirmam que nas condições de coexistência pacífica, aumentou a possibilidade da transição pacífica dos países capitalistas ao socialismo. Ademais, crêem que o triunfo do socialismo na concorrência econômica “significará um golpe demolidor a todo o sistema de relações capitalistas”.(37) “Quando o povo soviético desfrute dos bens do comunismo, outras centenas de milhões de pessoas da Terra dirão: ‘Somos pelo comunismo!’ ”(38) então inclusive os capitalistas também “passarão ao Partido Comunista”.
Vejam vocês, o quê estes pontos de vista dos dirigentes do PCUS têm em comum com a política de coexistência pacífica de Lênin?
A política de coexistência pacífica de Lênin é uma política seguida pelos países socialistas para abordar suas relações com países de sistema social diferente; em troca, Kruchov descreve a coexistência pacífica como o princípio supremo da vida da sociedade contemporânea.
A política da coexistência pacífica de Lênin é um aspecto da política internacional do proletariado que está no Poder, porém Kruchov estende a coexistência pacífica até convertê-la na linha geral da política externa dos países socialistas, e na linha geral de todos os Partidos Comunistas do mundo.
A política de coexistência pacífica de Lênin está dirigida contra a política imperialista de agressão e de guerra, enquanto a “coexistência pacífica” de Kruchov se adapta às necessidades do imperialismo e ajuda a política imperialista de agressão e de guerra.
A política de coexistência pacífica de Lênin está baseada no ponto de vista da luta internacional de classes, enquanto que a “coexistência pacífica” de Kruchov trata de substituir na arena internacional a luta de classes pela colaboração de classes.
A política de coexistência pacífica de Lênin parte da missão histórica do proletariado internacional, e por isso, ao aplicar esta política, os países socialistas devem apoiar com firmeza as lutas revolucionárias de todos os povos e nações oprimidos, em troca, a “coexistência pacífica” de Kruchov trata de substituir a revolução mundial do proletariado pelo pacifismo, e trai o internacionalismo proletário.
Kruchov converteu a política de coexistência pacífica numa política de capitulação de classe. Sob o pretexto da coexistência pacífica, traiu os princípios revolucionários das Declarações de 1957 e de 1960, castrou o marxismo-leninismo de sua alma revolucionária, o alterou lastimavelmente e o mutilou até deixá-lo irreconhecível.
Esta é uma traição flagrante ao marxismo-leninismo!
Na questão da coexistência pacífica, as divergências dos dirigentes do PCUS conosco, e com todos os partidos e indivíduos marxista-leninistas, não consistem em se os países socialistas devem ou não aplicar a política de coexistência pacífica. As que temos são divergências de princípio a respeito de qual é a atitude correta em direção à política de coexistência pacífica de Lênin, e se manifestam principalmente nos três problemas seguintes:
Primeiro problema: É necessário ou não lutar contra o imperialismo e os reacionários burgueses para realizar a coexistência pacífica? A realização da coexistência pacífica pode eliminar o antagonismo e a luta entre o socialismo e o imperialismo?
Os marxista-leninistas sempre sustentaram que, da parte dos países socialistas, não há nenhum obstáculo para praticar a coexistência pacífica entre os países com sistemas sociais diferentes. Os obstáculos sempre provêm do imperialismo e da reação burguesa.
Os Cinco Princípios de coexistência pacífica foram formulados para combater a política imperialista de agressão e de guerra. Segundo estes Cinco Princípios, nas relações internacionais não se permite violar o território e a soberania de outro país, intervir em seus assuntos internos, prejudicar seus interesses e sua posição de igualdade nem desencadear uma guerra agressiva. Mas, agredir e escravizar a outros países e nações é a natureza do imperialismo. Enquanto subsista o imperialismo, jamais mudará sua natureza. Portanto, levado por ela, o imperialismo não quer em absoluto aceitar os Cinco Princípios de coexistência pacífica. Sempre que lhe é possível, trata de minar e até de liquidar os países socialistas, e agredir e escravizar outros países e nações.
A história demonstra que só por diferentes causas objetivas desfavoráveis para o imperialismo, ele não se atreveu a iniciar a guerra contra os países socialistas ou se viu obrigado a estar de acordo com o armistício e aceitar em certo grau a coexistência pacífica.
A história também demonstra que entre os países imperialistas e os socialistas tem existido, consequentemente, uma luta aguda e complicada, que culminou às vezes em choques militares diretos e guerras. Desde o término da Segunda Guerra Mundial, ainda quando não exista guerra quente, os imperialistas realizam incessantemente a guerra fria e os países imperialistas e os socialistas se acham, de fato, em um estado de coexistência de guerra fria. Ao mesmo tempo que levam a cabo febrilmente a expansão armamentista e os preparativos de guerra, os países imperialistas utilizam todos os meios para opor-se aos países socialistas no político, econômico e ideológico, e inclusive lançam provocações militares e ameaças bélicas. O imperialismo faz a guerra fria contra os países socialistas e estes lutam contra ela, o que é a expressão da luta de classes no campo internacional.
Os imperialistas aplicam seus planos de agressão e de guerra não só contra os países socialistas, mas também no mundo inteiro e reprimem os movimentos revolucionários dos povos e nações oprimidos.
Nestas circunstâncias, os países socialistas, junto com os povos do mundo, têm que opor-se resolutamente à política imperialista de agressão e de guerra, e lutar contra o imperialismo, respondendo a cada ataque com uma certeira contramedida. Esta luta de classes que às vezes se intensifica e às vezes se alivia é inevitável.
Entretanto, Kruchov, a despeito destes fatos irrefutáveis propaga obstinadamente que os imperialistas já admitem a necessidade da coexistência pacífica e considera que a luta antiimperialista dos países socialistas e dos povos do mundo é incompatível com a política de coexistência pacífica.
Na opinião de Kruchov, um país socialista não tem mais remédio que fazer uma concessão após outra e ceder mais e mais frente aos imperialistas e aos reacionários burgueses, ainda quando estes o submetem a ameaças militares e ataques armados, ou lhe apresentam humilhantes demandas que violam sua soberania e sua dignidade.
Precisamente seguindo esta lógica, Kruchov qualifica como uma “vitória da coexistência pacífica” seus incessantes retrocessos, seu tráfico com os princípios e sua dócil aceitação das humilhantes demandas do imperialismo norte-americano durante a crise do Caribe.
Com esta mesma lógica, Kruchov descreve como “rompimento da coexistência pacífica” a adesão da China aos princípios corretos no problema fronteiriço sino-hindu e o contra-ataque à ofensiva armada dos reacionários hindus que a China efetuou em defesa própria quando a situação passou dos limites da tolerância.
Às vezes, Kruchov fala também da luta entre os dois sistemas sociais distintos. Porém, como enfoca esta luta?
Diz; “É necessário esforçar-se para que a luta inevitável entre os dois sistemas tome exclusivamente a forma de luta entre duas ideologias.”(39)
Aqui, a luta política desapareceu!
Diz ademais:
“O princípio leninista de coexistência pacífica entre Estados com formação socio-econômica e política diferente não significa simplesmente a ausência de guerras, nem um estado de armistício temporário e instável. Pressupõe a manutenção de relações amistosas econômicas e políticas entre estes Estados, e prevê o estabelecimento e desenvolvimento de diversas formas de cooperação internacional pacífica.”(40)
Aqui, todas as lutas desapareceram!
Kruchov, como mágico que faz um truque após outro, transforma os assuntos grandes em pequenos e logo os reduz a nada. Nega o antagonismo fundamental entre o sistema socialista e o capitalista, a contradição fundamental entre o campo socialista e o imperialista, e a luta de classes na arena internacional, e converte a coexistência pacífica entre os dois sistemas e entre os dois campos na “cooperação geral”.
Segundo problema: Pode-se tomar a coexistência pacífica como a linha geral da política externa dos países socialistas?
Sustentamos que a linha geral da política externa dos países socialistas deve encarnar o princípio fundamental da política externa dos países socialistas e incluir seu conteúdo fundamental.
Qual é o princípio fundamental desta política externa? É o princípio do internacionalismo proletário.
Lênin disse: “Aliança com os revolucionários dos países adiantados e como todos os povos oprimidos, contra todos os imperialistas – tal é a política externa do proletariado.”(41) Este princípio do internacionalismo proletário planteado por Lênin deve ser a linha orientadora da política externa dos países socialistas.
Com a formação do campo socialista, cada país socialista deve abordar três tipos de relações em sua política externa, que são, as relações com os demais países socialistas, com países de sistema social diferente e com os povos e nações oprimidos.
Portanto, a linha geral da política externa dos países socialistas deve ter, a nosso ver, o seguinte conteúdo: desenvolver as relações de amizade, ajuda mútua e cooperação entre os países do campo socialista de acordo com o princípio do internacionalismo proletário; esforçar-se por realizar a coexistência pacífica com países de sistema social diferente sobre a base dos Cinco Princípios, e opor-se à política imperialista de agressão e de guerra; apoiar a luta revolucionária de todos os povos e nações oprimidos. Estes três aspectos estão relacionados entre si e nenhum deles pode ser omitido.
Os dirigentes do PCUS definem com critério unilateral a linha geral da política externa dos países socialistas como coexistência pacífica. Quiséramos perguntar: Como se devem abordar as relações entre os países socialistas? Acaso entre eles não existem mais que relações de coexistência pacífica?
Desde já os países socialistas também devem observar os Cinco Princípios em suas relações mútuas. Não é permitido a nenhum destes países minar a integridade territorial de outro país irmão, atentar contra sua independência e soberania, intervir em seus assuntos internos, realizar atividades subversivas em seu seio, nem violar o princípio de igualdade em benefício mútuo em suas relações com ele. Porém a simples aplicação destes princípios está longe de ser suficiente. A Declaração de 1957 destaca:
“Estes importantes princípios não encerram, entretanto, toda a essência das relações entre os países socialistas. Parte inalienável destas relações é a ajuda mútua fraterna. Esta ajuda mútua entre os países socialistas é uma efetiva manifestação do princípio do internacionalismo socialista.”
Os dirigentes do PCUS fazem da coexistência pacífica a linha geral de sua política externa. Isto significa, na realidade, liquidar as relações de ajuda mútua e de cooperação do internacionalismo proletário entre os países socialistas e colocar num mesmo plano os países socialistas irmãos e os países capitalistas, e, portanto, significa liquidar o campo socialista.
Os dirigentes do PCUS definem com critério unilateral a linha geral da política externa dos países socialistas como coexistência pacífica. Quiséramos perguntar: Como os países socialistas devem abordar suas relações com os povos e nações oprimidos? Acaso o proletariado no Poder só deve ter relações de coexistência pacífica com seus irmãos de classe não emancipados e com todos os povos e nações oprimidos, em lugar de apoio mútuo?
Depois da Revolução de Outubro, Lênin afirmou mais de uma vez que o país socialista que havia implantado a ditadura do proletariado era a base para impulsionar a revolução proletária mundial. Stálin também disse: “A revolução do país vitorioso não deve considerar-se como uma entidade autônoma, e sim como um apoio, como meio para acelerar o triunfo do proletariado em todos os países.”(42) E acrescentou que “ela é ... uma base potente para seu desenvolvimento sucessivo [da revolução mundial]”(43).
Por isso, em sua política externa, os países socialistas de nenhum modo devem limitar-se só a abordar suas relações com países de sistema social diferente, mas também devem enfocar corretamente suas relações entre si e com povos e nações oprimidos, e considerar a ajuda à luta revolucionária destes como seu próprio dever internacionalista e como um importante conteúdo de sua política externa.
Em contraste com Lênin e Stálin, Kruchov apresenta a coexistência pacífica como uma linha geral da política externa dos países socialistas, excluindo assim de sua política externa a tarefa internacionalista proletária de apoiar os povos e nações oprimidos em sua luta revolucionária. Isto não é de maneira alguma um “desenvolvimento criador” da política de coexistência pacífica; é uma traição ao internacionalismo proletário sob pretexto da “coexistência pacífica”.
Terceiro problema: Pode considerar-se a política de coexistência pacífica dos países socialistas como a linha geral de todos os Partidos Comunistas do mundo e do movimento comunista internacional? Pode ela substituir a revolução dos povos dos diversos países?
Sustentamos que a coexistência pacífica se refere às relações entre os países com sistemas sociais diferentes, às relações entre os Estados soberanos independentes. Só depois de lograr a vitória da revolução, o proletariado pode e necessita seguir a política de coexistência pacífica. Quanto aos povos e nações oprimidos, sua tarefa consiste em derrubar a dominação do imperialismo e seus lacaios e lutar por sua própria libertação. Eles não devem nem podem praticar a coexistência pacífica com os imperialistas e seus lacaios.
Por isso, é errado estender a coexistência pacífica às relações entre as classes oprimidas e opressoras e entre as nações oprimidas e opressoras; considerar, por extensão, a política de coexistência pacífica dos países socialistas como a política dos Partidos Comunistas e dos povos revolucionários do mundo capitalista, ou submeter a luta revolucionária dos povos e nações oprimidos à política de coexistência pacífica dos países socialistas.
Sempre sustentamos que a acertada aplicação da política de coexistência pacífica de Lênin pelos países socialistas, contribui a desenvolver o poderio dos países socialistas, a desmascarar a política imperialista de agressão e de guerra, a unir todos os povos e países antiimperialistas, e por isso favorece a luta dos povos contra o imperialismo e seus lacaios. E ao mesmo tempo, esta luta revolucionária, que golpeia diretamente e debilita as forças de agressão, guerra e reação, ajuda à causa da paz mundial e do progresso da humanidade e, em conseqüência, à luta dos países socialistas pela realização da coexistência pacífica com países de sistema social diferente. Por esta razão, a acertada aplicação da política de coexistência pacífica de Lênin pelos países socialistas, coincide com os interesses da luta revolucionária dos povos de todos os países.
Entretanto, a luta dos países socialistas pela coexistência pacífica com países de sistema social diferente, e a revolução dos povos, são duas coisas totalmente distintas.
A carta de resposta do CC do PCCh de 14 de junho ao CC do PCUS afirma:
“Uma coisa é a coexistência pacífica entre países com distintos sistemas sociais, na qual nenhum dos países coexistentes pode nem lhe é permitido, tocar nem sequer um só fio de cabelo do sistema social dos outros, e outra coisa é a luta de classes, a luta de libertação nacional e a transição do capitalismo ao socialismo nos diversos países, que são lutas revolucionárias, inflamadas, de morte, destinadas a mudar o sistema social. A coexistência pacífica não pode, de nenhuma maneira, fazer substituir a luta revolucionária dos povos. A transição do capitalismo ao socialismo em qualquer país só pode realizar-se mediante a revolução proletária e a ditadura do proletariado nesse mesmo país.”
Na sociedade de classes, considerar a coexistência pacífica como “o melhor e único caminho admissível para resolver os problemas de importância vital que a sociedade tem diante de si” e como “a lei fundamental da vida de toda a sociedade contemporânea” é inteiramente errado, constitui o pacifismo social, que nega a luta de classes, e uma traição descarada ao marxismo-leninismo.
Já em 1946, o camarada Mao Tsetung fez distinção entre estes dois problemas diferentes e afirmou claramente que o compromisso logrado pela União Soviética com os EUA, Inglaterra e França em certos problemas “não exige aos povos do mundo capitalista contrair, por sua vez, compromissos dentre de seus respectivos países. Os povos desses países continuarão travando distintas lutas de acordo com suas diferentes condições.”(44)
Esta é uma acertada política marxista-leninista. Guiado por esta acertada política do camarada Mao Tsetung, o povo chinês, com toda resolução, levou até o fim a revolução e conquistou a grande vitória da revolução chinesa.
Contrário a essa política marxista-leninista, os dirigentes do PCUS confundem a política que o proletariado deve aplicar no Poder em suas relações com os países de sistema social distinto, com a linha geral de todos os Partidos Comunistas do mundo, trata de substituir a última pela primeira, e exige que todos os Partidos Comunistas e povos revolucionários, sem exceção, se subordinem à chamada linha geral de coexistência pacífica dos dirigentes do PCUS. Eles não fazem a revolução e querem que os demais tampouco a façam. Eles não se opõem ao imperialismo e querem que os outros façam o mesmo.
A carta aberta do CC do PCUS e os recentes discursos de Kruchov fazem o possível para negar isso. Dizem que acusar aos dirigentes do PCUS de estender o princípio de coexistência pacífica às relações entre as classes oprimidas e opressoras e entre as nações oprimidas e opressoras é uma “calúnia monstruosa”. Inclusive declaram de uma maneira afetada que a coexistência pacífica “não se pode estender à luta de classes contra o capital dentro dos países capitalistas, nem ao movimento de libertação nacional”.
Porém é em vão que se retratem.
Quiséramos perguntar aos dirigentes do PCUS: Já que a política de coexistência pacífica constitui só um aspecto da política externa dos países socialistas, por que até estes últimos tempos vocês têm afirmado que a política de coexistência pacífica é “a linha estratégica para todo o período de transição do capitalismo ao socialismo na arena mundial”(45)? Vocês querem que todos os Partidos Comunistas dos países capitalistas e das nações oprimidas façam da coexistência pacífica sua própria linha geral, acaso isto não significa que se propõem substituir a linha revolucionária dos Partidos Comunistas dos diversos países pela sua política de “coexistência pacífica” e estender a sua maneira a política de coexistência pacífica às relações entre as classes oprimidas e opressoras e entre as nações oprimidas e opressoras?
Quiséramos perguntar aos dirigentes do PCUS: Posto que os povos logram as vitórias de sua revolução apoiando-se principalmente em sua própria luta, como pode dizer-se que estas vitórias se atribuem à coexistência pacífica ou são resultado dela? Acaso a afirmação de vocês não tem por objetivo subordinar a luta revolucionária dos povos a sua chamada política de coexistência pacífica?
Quiséramos perguntar ademais aos dirigentes do PCUS: Os êxitos econômicos dos países socialistas e os triunfos que alcancem na concorrência econômica poderão jogar, sem dúvida, um papel exemplar e alentador para os povos e nações oprimidos, mas, como se pode dizer que o socialismo poderá triunfar em todo o mundo mediante a coexistência pacífica e a competição pacífica, e não mediante a luta revolucionária dos povos?
Os dirigentes do PCUS apregoam que, apoiando-se na coexistência pacífica e na competição pacífica, se pode assestar um “golpe demolidor em todo o sistema de relações capitalistas” e tornar realidade a transição pacífica ao socialismo em todo o mundo. Isto equivale a dizer que os povos e nações oprimidos não necessitam de modo algum lutar nem fazer a revolução, nem derrubar a dominação reacionária do imperialismo, colonialismo e seus lacaios, e sim que têm de esperar tranqüilos, esperar que a União Soviética ultrapasse no nível de produção e no nível de vida os países capitalistas mais desenvolvidos; então todos os escravos oprimidos e explorados do universo poderão entrar no comunismo junto com os opressores e exploradores. Não é que os dirigentes do PCUS pretendem substituir a luta revolucionária dos povos pela “coexistência pacífica” e liquidar sua luta revolucionária?
A análise dos três problemas acima mencionados demonstra com nitidez que nossas divergências com os dirigentes do PCUS, são de princípio e de grande importância. A essência delas consiste em que nossa política de coexistência pacífica é leninista, está baseada no princípio do internacionalismo proletário, contribui para a causa da luta contra o imperialismo e em defesa da paz mundial e está de acordo com os interesses da luta revolucionária de todos os povos e nações oprimidos do mundo, enquanto a chamada linha geral de coexistência pacífica dos dirigentes do PCUS é anti-leninista, renuncia ao princípio do internacionalismo proletário, prejudica a causa da luta contra o imperialismo e em defesa da paz mundial, e vai contra os interesses da luta revolucionária de todos os povos e nações oprimidos do mundo.
Todos os partidos marxista-leninistas e os povos revolucionários rechaçam com firmeza a linha geral de “coexistência pacífica” dos dirigentes do PCUS, porém o imperialismo a elogia entusiasmado.
Os porta-vozes da burguesia monopolista do Ocidente expressaram sem disfarces seu apreço por esta chamada linha geral dos dirigentes do PCUS. Vêm em Kruchov o “melhor amigo do Ocidente em Moscou”(46) e afirmam que “o Primeiro Ministro soviético Nikita Kruchov atua como um político norte-americano”(47). Dizem que “quanto ao que se refere ao mundo livre, o camarada Kruchov é considerado como o melhor primeiro ministro que os russos têm”, e que “ele acredita verdadeiramente na coexistência pacífica”(48). Eles expressam em público que a “possibilidade de melhorar as relações soviético-norte-americanas conduziu, nos círculos do Departamento de Estado, à sensação de que os EUA devem, dentro de certos limites, facilitar a tarefa de Kruchov”(49)
Os imperialistas sempre tiveram ódio à política de coexistência pacífica dos países socialistas, e declararam que “a própria palavra ‘coexistência’ é por igual horripilante e presunçosa.” Acrescentam: “Joguemos no lixo o conceito de uma coexistência transitória e incômoda”(50). Por que se mostram agora tão interessados na linha geral de “coexistência pacífica” de Kruchov? Porque os imperialistas estão conscientes de que lhes é útil.
Movidos por seu objetivo estratégico de eliminar a revolução dos diversos povos, acabar com o campo socialista e dominar o mundo, os imperialistas norte-americanos sempre recorreram à dupla tática de guerra e paz. Como a situação internacional se torna cada vez mais desfavorável para eles, têm maior necessidade de armar armadilhas com a paz junto com seus contínuos esforços pela expansão armamentista e a preparação de guerra.
Depois de subir ao Poder, Kennedy seguiu e desenvolveu esta “estratégia pacífica” de Dulles e falou extensamente sobre a “coexistência pacífica”. Disse: “... necessitamos uma arma muito melhor que a bomba-H, ... e essa arma é a cooperação pacífica”(52).
Isto quer dizer que os imperialistas norte-americanos aceitaram de bom grado a coexistência pacífica ou, como dizem os dirigentes do PCUS, admitiram “o caráter razoável e a realidade da coexistência pacífica”? É evidente que não.
Por pouco que se estude seriamente o assunto, se vê com facilidade o verdadeiro sentido da “coexistência pacífica” de que falam os imperialistas norte-americanos.
Qual é este sentido e objetivo?
Primeiro, os imperialistas norte-americanos tratam de manietar a União Soviética e aos demais países socialistas mediante a “coexistência pacífica” e impedir-lhes de apoiar as lutas revolucionárias dos povos do mundo capitalista.
Dulles disse:
“O Governo soviético poderia pôr fim à ‘guerra fria’, no que diz respeito a ele, se se livrasse da orientação que guia o comunismo internacional e procurasse primeiro o bem estar da nação e do povo da Rússia. A ‘guerra fria’ também terminaria se o comunismo internacional abandonasse seus fins mundiais...”(53)
Kennedy declarou que para que as relações norte-americano-soviéticas melhorassem, a União Soviética teria que abandonar o plano de “comunizar todo o mundo” e “cuidar só de seus interesses nacionais e de proporcionar uma vida melhor a seu povo em condições de paz.”(54).
Rusk o expressou com menos dissimulação ainda. Disse: “Não pode haver uma paz garantida e duradoura até que os líderes comunistas abandonem sua finalidade de uma revolução mundial.” Disse ademais que se observam “sintomas de inquietação” entre os dirigentes soviéticos “frente aos gastos e riscos de seus compromissos com o movimento comunista internacional”. Inclusive pediu de forma pública que os dirigentes soviéticos “continuem a partir daí marchando adiante e ponham de lado a ilusão de um triunfo comunista mundial”(55).
O significado destas palavras é mais que claro. Os imperialistas norte-americanos descrevem as lutas revolucionárias dos povos e nações oprimidos do mundo capitalista por sua libertação como resultado das tentativas dos países socialistas para “comunizar todo o mundo”. Dizem aos dirigentes soviéticos: Vocês desejam viver em paz com os EUA? Muito bem! Só na condição de que vocês não apoiem em absoluto as lutas revolucionárias dos povos e nações oprimidos do mundo capitalista e tomem para si a responsabilidade de que estes povos não se alcem em revolução. Segundo os cálculos que os imperialistas norte-americanos fazem baseados em seus desejos, isto lhes permitirá aplastar livremente os movimentos revolucionários no mundo capitalista e escravizar e dominar seus habitantes que constituem dois terços da população mundial.
Segundo, a título desta “coexistência pacífica”, os imperialistas norte-americanos aplicam a política de “evolução pacífica” frente à União Soviética e aos demais países socialistas e tratam de restaurar nestes países o sistema capitalista.
Dulles disse que “a renúncia à força... não implica na manutenção do status quo, e sim a mudança pacífica”(56), e que “não é suficiente estar na defensiva. A liberdade deve ser uma força positiva que penetrará” (57) Expressou.: “Esperamos estimular uma evolução no seio do mundo soviético.”(58)
Eisenhower disse que tudo quanto os Estados Unidos puderam fazer por “meios pacíficos” seria feito, “para que esses povos que se encontram escravizados por uma ditadura tirânica, possam lograr finalmente o direito a determinar seus próprios destinos por seus próprios votos livres”(59).
Kennedy disse:
“Essa tarefa consiste em esforçar-nos ao máximo para que as mudanças que se produzem ... no império soviético, em todos os continentes, conduzam a uma maior liberdade para mais homens e à paz mundial.”(60)
Declarou que a respeito dos países socialistas da Europa oriental, “seguiria uma política de estimular pacientemente a liberdade e pressionar com cuidado a tirania” com o objetivo de proporcionar aos povos destes países a “livre escolha”(61).
Estas palavras também têm um sentido muito claro. Os imperialistas norte-americanos caluniam o sistema socialista, qualificando-o de “ditadura” e “tirania”, e descrevem a restauração do capitalismo como “livre escolha”. Dizem aos dirigentes soviéticos: Vocês desejam viver em paz com os EUA? Bem isso não significará de modo algum que os EUA reconheçam o status quo dos países socialistas; pelo contrário, o sistema capitalista deve restabelecer-se nestes países. Isto quer dizer que os imperialistas norte-americanos não se resignarão nunca ao fato de que um terço da população mundial tenha empreendido o caminho socialista, e que pretendem constante e inutilmente eliminar todos os países socialistas.
Enfim, a “coexistência pacífica” pregada pelo imperialismo norte-americano significa que os povos subjugados e dominados pelo imperialismo não devem lutar por sua libertação, que os povos libertados devem voltar a viver sob a escravidão e dominação imperialistas, e que todo o mundo deve ser unificado sob a “comunidade mundial de nações livres” dos EUA.
Não é difícil ver que a linha geral de “coexistência pacífica” dos dirigentes do PCUS se acomoda precisamente ao gosto dos imperialistas norte-americanos.
Sob o pretexto da “coexistência pacífica”, os dirigentes do PCUS não poupam esforços para congraçar-se com os imperialistas norte-americanos proclamando constantemente que os representantes do imperialismo norte-americano “se preocupam com a paz”, o que justamente serve às necessidades da enganosa política de paz do imperialista norte-americano.
Sob o pretexto da “coexistência pacífica”, os dirigentes do PCUS aplicam o princípio de coexistência pacífica às relações entre as classes oprimidas e opressoras e entre as nações oprimidas e opressoras, e se opõem à revolução e tratam de liquidá-la, tudo o que obedece justamente à demanda do imperialismo norte-americano de que os países socialistas não apoiem as revoluções dos povos do mundo capitalista.
Sob o pretexto da “coexistência pacífica”, os dirigentes do PCUS tratam de substituir a luta de classes pela cooperação de classes no marco internacional e pregam a “cooperação geral” entre o socialismo e o imperialismo, facilitando grandemente a penetração imperialista nos países socialistas, o que se ajusta às necessidades da política de “evolução pacífica” do imperialismo norte-americano.
Os imperialistas sempre foram os melhores mestres no sentido negativo. Reproduzamos aqui duas passagens de um discurso pronunciado por Dulles por razão do XX Congresso do PCUS.
Dulles disse:
“... existiam evidências que na União Soviética havia forças inclinadas a um maior liberalismo”. “... se estas forças seguem adiante e continuam ganhando ímpeto na União Soviética, então podemos crer, esperar com razão – disse que dentro de uma década ou talvez uma geração – que teríamos alcançado o que é a grande finalidade de nossa política, isto é, uma Rússia que esteja governada por pessoas sensíveis aos desejos do povo russo, que tenha abandonado suas ambições de rapina de dominar todo o mundo e que se conforme com os princípios das nações civilizadas, com princípios tais como os encarnados na Carta das Nações Unidas.”(62)
E acrescentou:
“... a perspectiva de longo alcance – na realidade, queria dizer a certeza de longo alcance – é que haverá uma evolução na política atual dos governantes soviéticos, de modo que se tornem mais nacionalistas e menos internacionalistas.”(63)
Parece que, obcecados pelo espectro de Dulles, os renegados do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário estão tão envaidecidos com sua linha geral de “coexistência pacífica”, que não se detêm para pensar até que ponto sua atuação se ajusta aos desejos dos imperialistas norte-americanos.
De fato, enquanto aferram-se à “coexistência pacífica”, os dirigentes do PCUS, nos últimos anos não só violaram, em sua atitude para com a China e alguns outros países socialistas, os princípios do internacionalismo proletário, como que dificilmente se conformaram com os Cinco Princípios de Coexistência pacífica. Para dizer com franqueza, a constante proclamação que fazem da coexistência pacífica como linha geral de sua política externa, equivale a exigir que todos os países socialistas e partidos comunistas se subordinem a seu sonho longamente acariciado de cooperação soviético-norte-americana.
Cooperação entre a União Soviética e os EUA para dominar o mundo. Esta é a alma da linha geral de “coexistência pacífica” dos dirigentes do PCUS.
Basta dar uma olhada às extraordinárias declarações que tem feito:
“As duas maiores potências contemporâneas, a União Soviética e os Estados Unidos, deixaram muito atrás qualquer outro país do mundo.”(64)
“Cada um destes dois Estados encabeça um grande grupo de países – a União Soviética encabeça o sistema socialista mundial e os Estados Unidos, o campo capitalista.”(65)
“Nós (os EUA e a URSS) somos os países mais poderosos do mundo; se nos unimos em nome da paz, não haverá nenhuma guerra. Então, se algum louco quer a guerra, bastará que a ameacemos com os dedos para que se sossegue.”
“... se se conclui um acordo entre Nikita S. Kruchov, chefe do Governo soviético, e John Kennedy, Presidente dos Estados Unidos, os problemas internacionais dos quais depende o destino da humanidade, se solucionarão.”(66)
Quiséramos interrogar os dirigentes do PCUS: Sendo o imperialismo norte-americano o inimigo jurado dos povos do mundo e a força principal de agressão e guerra, como o manifestam com toda clareza as Declarações de 1957 e 1960, como podem vocês “unir-se” com o inimigo principal da paz mundial para “assegurar a paz”?
Quiséramos perguntar-lhes: Acaso mais de cem países e mais de três bilhões de habitantes do mundo não têm direito a decidir seu próprio destino, mas sim devem submeter-se à manipulação dos dois “gigantes”, das duas “maiores potências”, a União Soviética e os EUA? Não é essa declaração absurda e arrogante uma manifestação de verdadeiro chovinismo de grande potência e de pura política de força?
Quiséramos fazer-lhes outra pergunta: Crêem vocês realmente que apenas com um acordo entre a União Soviética e os EUA, um acordo entre os dois “grandes homens”, se determinará o destino de toda a humanidade e se solucionarão todos os problemas internacionais? Vocês estão equivocados, e muito equivocados! Desde tempos imemoriais, não se vêm tais coisas, nem muito menos podem produzir-se na década de sessenta do século XX. Hoje, o mundo está cheio de complexas contradições: a contradição entre o campo socialista e o campo imperialista, a contradição entre o proletariado e a burguesia nos países capitalistas, a contradição entre as nações oprimidas e o imperialismo, a contradição entre os países imperialistas e a contradição entre os grupos do capital monopolista imperialista. Acaso um acordo entre a União Soviética e os EUA fará desaparecer todas estas contradições?
O único país que os dirigentes do PCUS consideram são os EUA Em busca da cooperação soviético-norte-americana, os dirigentes do PCUS não vacilam em trair os verdadeiros aliados do povo soviético e abandonar seus irmãos de classe que se encontram ainda sob o jugo imperialista e capitalista e a todos os povos e nações oprimidos.
Os dirigentes do PCUS fazem todo o possível para minar o campo socialista. Recorrem a toda classe de mentiras e calúnias para atacar o Partido Comunista da China e têm exercido pressão política e econômica sobre a China. Não se sentirão satisfeitos até levar a Albânia socialista à guilhotina. Junto com o imperialismo norte-americano, exerceram pressões sobre a Cuba revolucionária, para que sacrificasse sua soberania e dignidade.
Os dirigentes do PCUS fazem quanto podem para sabotar as lutas revolucionárias dos povos contra o imperialismo e seus lacaios. Desempenham o papel de pregadores do social-reformismo, e tratam de destruir a vontade combativa revolucionária do proletariado e de seu partido em diversos países. Satisfazendo as necessidades do imperialismo, sabotam o movimento de libertação nacional e atuam mais e mais descaradamente como apologistas do neocolonialismo norte-americano.
Que obtiveram os dirigentes do PCUS do imperialismo norte-americano, em troca de tantos esforços e sacrifícios como têm feito para conseguir a cooperação soviético-norte-americana?
A partir de 1959, Kruchov tem estado obcecado com reuniões de cúpula entre a URSS e os EUA. A este respeito, quantos maravilhosos sonhos tem tido e quantas ilusões tem difundido! Exaltou Eisenhower como um “grande homem” que “compreende a grande política”(67) e a Kennedy como uma pessoa que “compreende a grande responsabilidade que incumbe aos governos destes dois Estados tão poderosos”(68). Os dirigentes do PCUS fizeram um grande alvoroço acerca do “espírito de Camp David” e apregoaram ruidosamente a reunião de Viena como um “acontecimento de significação histórica”. A imprensa soviética apregoou que, uma vez que os chefes de Estado da URSS e dos EUA se sentavam a uma mesa, a história da humanidade chegaria a um “novo ponto de viragem”, e que com um aperto de mão destes dois grandes homens, uma “nova era” nas relações internacionais teria nascido.
Porém como os dirigentes do PCUS tratam os imperialistas norte-americanos? Pouco mais de um mês depois das conversações de Camp David, Eisenhower declarou publicamente: “Eu não me inteirei de nenhum espírito de Camp David.” Transcorridos setes meses e tanto das conversações, enviou um avião espião U-2 a incursionar sobre a União Soviética, torpedeando assim a conferência de cúpula de chefes de governo das quatro potências. Pouco depois da reunião de Viena, Kennedy apresentou aberta e arrogantemente as seguintes condições para manter a paz por vinte anos entre a URSS e os EUA: que a União Soviética não apoie a luta revolucionária dos povos e que se restaure o sistema capitalista nos países socialistas da Europa oriental. Após ano e tanto da reunião de Viena, Kennedy ordenou seu cruel bloqueio militar contra Cuba, criando a crise do Caribe.
Por mais que se explorem todos os rincões do Universo, onde pode alguém encontrar “o espírito de Camp David”, “o ponto de viragem da história humana”, “a nova era nas relações internacionais”, etc., etc., dos quais tanto se tem falado?
Depois de assinado o tratado tripartite de proibição parcial das provas nucleares, os dirigentes do PCUS proclamaram ruidosamente o “espírito de Moscou”. Falaram da necessidade de “malhar o ferro enquanto está quente” e asseguraram que “estavam dadas todas as possibilidades favoráveis” para alcançar novos acordos entre a URSS e os EUA, de modo que não se devia adotar uma atitude de “não apressar-se” e de “não ser urgente”(69).
Qual é o “espírito de Moscou”? É recomendável ver os fatos produzidos recentemente:
Com o fim de dar um passo mais na criação da atmosfera de “cooperação soviético-norte-americana”, os dirigentes do PCUS organizaram em Moscou um ato para festejar o XXX aniversário das relações diplomáticas entre a URSS e os EUA, e enviaram ao mesmo tempo uma delegação cultural aos EUA para as atividades comemorativas de lá. E que lograram os dirigentes do PCUS em troca deste “entusiasmo”? Todo o pessoal da Embaixada norte-americana na União Soviética se negou a assistir à celebração de Moscou; o Departamento de Estado dos EUA publicou um memorando especial, chamando o público norte-americano a boicotar a delegação cultural soviética e acusando seus membros de ser “pessoas sumamente perigosas e suspeitas”.
Enquanto os dirigentes do PCUS advogavam pela “cooperação soviético-norte-americana”, os EUA enviaram o espião Barghoorn para atuar na União Soviética. O Governo soviético o deteve como correspondia. Porém depois de que Kennedy vociferou que o êxito do acordo bizarro entre os EUA e a URSS “depende de uma atmosfera razoável em ambos os países” a qual “tornou-se grandemente prejudicada pela detenção de Barghoorn”, o Governo soviético pôs apressadamente em liberdade este espião norte-americano sem nenhum processo devido à “preocupação de altos funcionários dos EUA pela sorte de Barghoorn”, espião a quem “se confirmou no interrogatório que se dedicou a atividades de inteligência contra a URSS”.
Tudo isso é o “espírito de Moscou”? Se o é, realmente é demasiado penoso.
Moscou, brilhante capital do primeiro país socialista e glorioso nome que desde a grande Revolução de Outubro milhões de homens do mundo inteiro admiram, este nome o usam agora os dirigentes do PCUS para encobrir seus sujos negócios de confabulação com os imperialistas norte-americanos. Que vergonha e humilhação sem precedentes!
Quantas vezes a direção do PCUS dedicou palavras doces aos imperialistas norte-americanos; quantas vezes lhes implorou favores; quão freqüentemente se pôs de mau humor com os países e partidos irmãos e exerceu pressões sobre eles; quão freqüentes são os truques e enganos que tem feito aos diversos povos revolucionários. Tudo para esmolar a “amizade” e a “confiança” do imperialismo norte-americano. Porém enquanto a flor cai amorosa, o arroio corre indiferente O que a direção do PCUS tem obtido dos imperialistas norte-americanos, é humilhação e nada mais que humilhação.
Durante os amargos dias da resistência à intervenção armada imperialista e em meio do furioso fogo da Guerra Pátria, quando o grande povo soviético, sob a direção de Lênin e Stálin, baixou a cabeça frente às dificuldades, e quando se ajoelhou perante o inimigo? Hoje, a situação mundial é extremamente favorável para a revolução, o socialismo é mais poderoso que nunca, enquanto o imperialismo jamais se viu em tantas dificuldades. Entretanto, de que maneira os imperialistas norte-americanos têm escarnecido do primeiro país socialista, fundado por Lênin, e de que maneira os dirigentes do PCUS têm ultrajado a honra do campo socialista. Como nós assim como qualquer marxista-leninista ou qualquer povo revolucionário, não vamos sentir uma profunda dor?
Gostaríamos de dar alguns sinceros conselhos aos dirigentes do PCUS.
EUA é o país imperialista mais feroz, cujo vão propósito estratégico é conquistar o mundo. Reprime com furor as lutas revolucionárias dos povos e nações oprimidos e declarou abertamente sua intenção de fazer que a Europa oriental volte à chamada comunidade mundial de nações livres. Como podem vocês imaginar que de acordo com os agressivos planos de conquista do mundo do imperialismo norte-americano, o golpe mais duro se descarregará sobre outros e não sobre a União Soviética?
EUA é um país imperialista e a URSS um país socialista. Como podem vocês conceber que é possível uma “cooperação geral” entre estes dois países com sistemas sociais diametralmente opostos?
Inclusive há rivalidades e deslealdades mútuas entre os EUA e as outras potências imperialistas, e os EUA não ficarão satisfeitos até aplastá-las. Como podem vocês supor que EUA como país imperialista possa viver em harmonia com a URSS, país socialista?
Camaradas dirigentes do PCUS! Pensem vocês serenamente este assunto: pode-se ter confiança nos imperialistas norte-americanos uma vez que se produza uma tempestade no mundo? Não. O imperialismo norte-americano é indigno de confiança, tal como todos os imperialistas e reacionários. Os únicos aliados dignos de confiança da União Soviética são os países irmãos do campo socialista, os partidos irmãos marxista-leninistas e todos os povos e nações oprimidos.
As leis do desenvolvimento histórico da humanidade operam independentemente da vontade dos indivíduos. Ninguém poderá destruir o campo socialista e o movimento revolucionário dos povos e nações oprimidos ou impedir seu desenvolvimento. Indubitavelmente, quem traia os povos do campo socialista e do mundo inteiro e sonhe em dominar o mundo mediante a colaboração com os imperialistas norte-americanos, terá mau fim. É extremamente errado e perigoso que os dirigentes do PCUS procedam assim.
Ainda não é demasiado tarde para deter o galope à beira do precipício. Para os dirigentes do PCUS, é hora de abandonar essa chamada linha geral de coexistência pacífica e de voltar ao caminho da política de coexistência pacífica de Lênin e ao caminho do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário.
Notas de rodapé:
(1) Lênin, “O programa militar da revolução proletária”, Obras Completas, t. XXIII. (retornar ao texto)
(2) Lênin, “Projeto da resolução sobre a situação política atual”, Obras Completas, t. XXV. (retornar ao texto)
(3) Lênin, “Informe do CC perante o VIII Congresso do PC (b) da Rússia”, Obras Completas, t. XXIX. (retornar ao texto)
(4) Lênin “Informe sobre a guerra e a paz”, feito perante o VII Congresso do PC (b) da Rússia, Obras Completas, t. XXVII. (retornar ao texto)
(5) Lênin, “Informe do CC perante o VIII Congresso do PC (b) da Rússia”, Obras Completas, t. XXIX (retornar ao texto)
(6) Lênin, “Sobre a política interna e externa da República’, informe perante o IX Congresso dos Sovietes de toda a Rússia, Obras Completas, t. XXXIII. (retornar ao texto)
(7) Lênin, “Discurso perante a primeira Conferência de toda a Rússia sobre o trabalho do Partido no campo”, Obras Completas, t. XXX. (retornar ao texto)
(8) Lênin, “Discurso pronunciado no encerramento da X Conferência do PC (b) da Rússia”, Obras Completas, t. XXXII. (retornar ao texto)
(9) Lênin, “Informe sobre o trabalho do Soviete dos Comissários do Povo”, pronunciado perante o VIII Congresso dos Sovietes de toda a Rússia, Obras Completas, t. XXXI. (retornar ao texto)
(10) Lênin, “Informe sobre o trabalho do Comitê Executivo Central de toda a Rússia e do Conselho de Comissários do Povo”, Obras Completas, t. XXX. (retornar ao texto)
(11) Lênin, “Resposta às perguntas do correspondente do New York Evening Journal”, Obras Completas, t. XXX. (retornar ao texto)
(12) Lênin, “Ao IV Congresso Mundial do Comintern, e ao Soviete de deputados operários e do Exército Vermelho de Petrogrado”, Obras Completas, t. XXXIII. (retornar ao texto)
(13) Lênin, “Informe sobre a paz”, feito perante o II Congresso dos Sovietes de deputados operários e soldados de toda a Rússia, Obras Completas, t. XXVI. (retornar ao texto)
(14) Lênin, “Esboço do projeto do Programa”, feito no VII Congresso do PC (b) da Rússia, Obras Completas,
t. XXVII. (retornar ao texto)
(15) Lênin, ‘Teses sobre as tarefas fundamentais do II Congresso da Internacional Comunista”, Obras Completas, t. XXXI. (retornar ao texto)
(16) Lênin, “Esboço inicial da tese sobre o problema nacional e colonial”, Obras Completas, t. XXXI. (retornar ao texto)
(17) Stálin, “Informe político do Comitê Central”, feito perante o XV Congresso do PC (b) da URSS, Obras,
t. X. (retornar ao texto)
(18) Stálin, “Respostas às perguntas de editores norte-americanos”, Pravda, 2 de abril de 1952. (retornar ao texto)
(19) Stálin, “Sobre os trabalhos do Pleno conjunto de abril do CC e da CCC”, Obras, t. XI. (retornar ao texto)
(20) Mao Tsetung, “Discurso pronunciado no comitê preparatório da Nova Consultiva Política”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 422, versão espanhola. (retornar ao texto)
(21) Mao Tsetung, “Discurso de abertura do VIII Congresso Nacional do Partido Comunista da China”. (retornar ao texto)
(22) Mao Tsetung, “Sobre a Maneira Correta de Resolver as Contradições no Seio do Povo”. (retornar ao texto)
(23) B.N. Ponomariov, “A bandeira triunfante dos comunistas do mundo”, Pravda 18 de novembro de 1962. (retornar ao texto)
(24) A. Rumianchev, “Nossa arma ideológica comum”, Problemas da Paz e do Socialismo, n.º 1, 1962. (retornar ao texto)
(25) Kruchov, Intervenção no debate geral da Assembléia Geral da ONU, 23 de setembro de 1960. (retornar ao texto)
(26) Kruchov, Discurso na Universidade Nacional da Indonésia, 21 de fevereiro de 1960. (retornar ao texto)
(27) Kruchov, Informe perante a Sessão do Soviete Supremo da URSS, janeiro de 1960. (retornar ao texto)
(28) “Sobre a entrevista concedida pelo Presidente dos EUA Kennedy”, artigo da Redação de Izvestia, 4 de dezembro de 1961. (retornar ao texto)
(29) Kruchov e Brejnev, Telegrama a Kennedy, 30 de dezembro de 1961. (retornar ao texto)
(30) Kruchov, Intervenção no debate geral da Assembléia Geral da ONU, 23 de setembro de 1960. (retornar ao texto)
(31) Kruchov, Discurso na recepção oferecida na Embaixada da República Popular Democrática da Coréia na URSS, 5 de julho de 1961. (retornar ao texto)
(32) B. N. Ponomariov, “Alguns problemas do movimento revolucionário”, Problemas da Paz e do Socialismo, n.º 12, 1962. (retornar ao texto)
(33) “A coexistência pacífica e a revolução”, Kommunist (URSS), n.º 2, 1962. (retornar ao texto)
(34) B. N. Ponomariov, “A nova etapa da crise geral do capitalismo” Pravda, 8 de fevereiro de 1961. (retornar ao texto)
(35) Carta do CC do PCUS ao CC do PCCh, 30 de março de 1963. (retornar ao texto)
(36) “Carta aberta do Comitê Central do PCUS às organizações do Partido, a todos os comunistas da União Soviética, 14 de julho de 1963. (retornar ao texto)
(37) B. N. Ponomariov, “Alguns problemas do movimento revolucionário”, Problemas da Paz e do Socialismo. N.º 12, 1962. (retornar ao texto)
(38) “Programa do Partido Comunista da União Soviética”, aprovado no XXII Congresso do PCUS. (retornar ao texto)
(39) Kruchov, Informe perante a Sessão do Soviete Supremo da URSS, janeiro de 1960. (retornar ao texto)
(40) Kruchov, Respostas às perguntas do professor austríaco Hans Thirring, Pravda, 3 de janeiro de 1962. (retornar ao texto)
(41) Lênin, “A política externa da revolução russa”, Obras Completas, t. XXV. (retornar ao texto)
(42) Stálin, “A Revolução de Outubro e a tática dos comunistas russos”, Obras, t. VI. (retornar ao texto)
(43) Ibid. (retornar ao texto)
(44) Mao Tsetung, “Algumas apreciações acerca da atual situação internacional”, Obras Escolhidas de Mao Tsetung, t. IV, pág. 85, versão espanhola. (retornar ao texto)
(45) “Pela unidade e coesão do movimento comunista internacional”, artigo da Redação do Pravda, 6 de dezembro de 1963. (retornar ao texto)
(46) “Quão amáveis devemos ser com Nikita?”, Time (EUA), 9 de março de 1962. (retornar ao texto)
(47) Harriman, Apresentação de televisão, 18 de agosto de 1963. (retornar ao texto)
(48) “Kennedy ajuda Kruchov”, Time and Tide (Inglaterra), 18-24 de abril de 1963. (retornar ao texto)
(49) Telegrama da AFP de Washington, em 14 de julho de 1963, com o comentário dos funcionários do Governo norte-americano sobre a carta aberta do CC do PCUS. (retornar ao texto)
(50) Discurso do ex-subsecretário de Estado dos EUA Douglas Dillon sobre a política externa dos EUA, 20 de abril de 1960. (retornar ao texto)
(51) Dulles, Discurso perante a Câmara de Comércio do Estado da Califórnia, 4 de dezembro de 1958. (retornar ao texto)
(52) Kennedy, Discurso perante a Assembléia Geral da ONU, 20 de setembro de 1963. (retornar ao texto)
(53) Dulles, Intervenção na Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos EUA, 28 de janeiro de 1959. (retornar ao texto)
(54) Entrevista de Kennedy com Adzhubel, chefe de Redação de Izvestia, 25 de novembro de 1961. (retornar ao texto)
(55) Rusk, Discurso na Convenção Nacional da Legião Americana, 10 de setembro de 1963. (retornar ao texto)
(56) Dulles, Discurso durante o jantar de distribuição de prêmios do Colégio de Advogados do Estado de Nova York, 31 de janeiro de 1959. (retornar ao texto)
(57) Dulles, Discurso perante a Câmara de Comércio do Estado da Califórnia, 4 de dezembro de 1958. (retornar ao texto)
(58) Dulles Testemunho em uma audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos EUA, 28 de janeiro de 1959. (retornar ao texto)
(59) Eisenhower, Discurso no Congresso dos poloneses norte-americanos celebrado em Chicago, 30 de setembro de 1960. (retornar ao texto)
(60) Kennedy, A Estratégia de Paz (retornar ao texto)
(61) Kennedy, Discurso no Congresso dos poloneses norte-americanos, 1.º de outubro de 1960. (retornar ao texto)
(62) Dulles, Conferência de imprensa, 15 de maio de 1956. (retornar ao texto)
(63) Dulles, Conferência de imprensa, 28 de outubro de 1958. (retornar ao texto)
(64) N. N. Yakovliev, Passados 30 Anos ... , escrito por motivo do XXX aniversário das relações diplomáticas soviético-norte-americanas. (retornar ao texto)
(65) Ibid. (retornar ao texto)
(66) A. A. Gromyko, Discurso perante a Sessão do Soviete Supremo da URSS, 13 de dezembro de 1962. (retornar ao texto)
(67) Kruchov, Discurso no almoço oferecido pelo prefeito de Nova York em homenagem ao Conselho de Ministros da URSS, 17 de setembro de 1959. (retornar ao texto)
(68) Kruchov, Discurso por rádio e televisão, 15 de junho de 1961. (retornar ao texto)
(69) “O tempo não tem paciência”, artigo de observador de Izvestia, 21 de agosto de 1963. (retornar ao texto)