Primeira publicação: “Proletári” (“O Proletário”), n.° 7. 18 de agosto de 1917. Editorial.
Fonte: J. V. Stálin, Obras. Editorial Vitória, Rio de Janeiro, 1953, págs. 237-241.
Tradução: Editorial Vitória, da edição italiana G. V. Stálin - "Opere Complete", vol. 3 - Edizione Rinascita, Roma, 1951.
HTML: Fernando Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Hoje realizam-se as eleições para a Duma de Petrogrado. Seu êxito depende de vós, camaradas operários e camaradas soldados. As votações são gerais e iguais. O voto de cada soldado, de cada operário, de cada operária será igual ao voto do capitalista, do proprietário de imóveis, do professor, do funcionário. Camaradas, se não souberdes valer-vos desse direito, a culpa recairá sobre vós e somente sobre vós.
Soubestes bater-vos nas ruas contra os “tiras” do tzar, sabei agora lutar pelos vossos interesses, dando vosso voto ao nosso Partido.
Soubestes defender vossos direitos contra a contrarrevolução, sabei agora recusar-lhe vossa confiança nas eleições de hoje!
Soubestes desmascarar os traidores da revolução, sabei agora gritar-lhes: “Abaixo as mãos!”.
Eis antes de mais nada o partido de Miliukov, o partido da liberdade do povo. Esse partido defende os interesses dos latifundiários e dos capitalistas. Esse partido é contra os operários, os camponeses e os soldados, porque é contra o controle operário sobre a indústria, contra a entrega das terras dos latifundiários aos camponeses e é pela pena de morte contra os soldados na frente. Ele, o partido cadete, reclamava desde princípios de junho o início imediato da ofensiva na frente que custou ao país centenas de milhares de vidas. Ele, o partido cadete, procurou obter e obteve por fim a vitória da contrarrevolução e as medidas punitivas contra os operários, os soldados e os marinheiros. Votar no partido de Miliukov significa trair a si mesmo, à sua mulher e aos seus filhos, aos próprios irmãos no interior e na frente.
Camaradas! Nenhum voto para o partido da liberdade do povo!
Temos em seguida os defensistas, os partidos menchevique e social-revolucionário. Esses partidos defendem os interesses dos pequenos proprietários abastados da cidade e do campo. Por isso, toda a vez que a luta de classes assume um caráter decisivo, eles se encontram no mesmo campo dos latifundiários e dos capitalistas contra os operários, os camponeses e os soldados. Assim aconteceu nas jornadas de julho, quando os partidos menchevique e social-revolucionário, aliados à burguesia, desarmavam e golpeavam os operários e soldados. Assim aconteceu durante a Conferência de Moscou, quando esses partidos, aliados à burguesia, apoiaram as repressões e a pena de morte contra os operários e os soldados na frente.
Se a contrarrevolução venceu, é também porque os partidos social-revolucionário e menchevique ajudaram-na a reprimir a revolução, contraindo um pacto com os latifundiários os capitalistas.
Se agora a contrarrevolução se reforça, é também porque os partidos social-revolucionário e menchevique servem-lhe de escudo contra a cólera do povo, e executam-lhe as ordens sob a divisa da revolução.
Votar nesses partidos significa votar pela aliança com a contrarrevolução, contra os operários e os camponeses pobres. Votar nesses partidos significa votar pela multiplicação das prisões no interior e pela pena de morte na frente.
Camaradas! Nenhum voto para os defensistas, mencheviques e social-revolucionários!
E eis enfim o grupo da Nóvaia Jizn com a chapa n.° 12. Esse grupo exprime as tendências dos intelectuais privados de uma base estável, desligados da vida e do movimento. Por isso esse grupo hesita eternamente entre a revolução e a contrarrevolução, entre a guerra e a paz, entre os operários e os capitalistas, entre os latifundiários e os camponeses.
Por um lado esse grupo é pelos operários, pelo outro não deseja romper tampouco com os capitalistas, por isso renega tão vergonhosamente a demonstração de julho dos operários e dos soldados.
Por um lado esse grupo é pelos camponeses, por outro não rompe tampouco com os latifundiários, por isso é contra a passagem imediata das terras dos latifundiários para os camponeses e propõe que se espere pela Assembleia Constituinte, cuja convocação foi adiada e talvez para sempre.
O grupo da Nóvaia Jizn em palavras é pela paz e nos fatos é contra a paz, porque convida a apoiar o “empréstimo da liberdade” lançado com o objetivo de continuar a guerra imperialista.
Mas, quem apoia o “empréstimo da liberdade” favorece a continuação da guerra, ajuda os imperialistas, luta de fato contra o internacionalismo.
O grupo da Nóvaia Jizn em palavras é contra as repressões e as prisões, de fato é pelas repressões e pelas prisões, porque contraiu aliança com os defensistas, que apoiam as repressões e as prisões.
Mas, quem se alia aos defensistas ajuda a contrarrevolução, luta de fato contra a revolução!
Camaradas! Aprendei a conhecer os homens pelos fatos e não pelas palavras!
Aprendei a julgar os partidos e os grupos pelas ações e não pelas promessas,
Se o grupo da Nóvaia Jizn , que propõe a luta pela paz, convida ao mesmo tempo a apoiar o “empréstimo da liberdade”, sabei que ele leva água para o moinho dos imperialistas.
Se o grupo da Nóvaia Jizn , que às vezes namora os bolcheviques, apoia ao mesmo tempo os defensistas, sabei que ele leva água ao moinho da contrarrevolução.
Votar nesse grupo de duas caras, votar na chapa n.° 12 significa pôr-se ao serviço dos defensistas, que por sua vez servem a contrarrevolução.
Camaradas! Nenhum voto para o grupo da Nóvaia Jizn!
Nosso Partido é o Partido dos operários da cidade e do campo, o Partido dos camponeses pobres, o Partido dos oprimidos e dos explorados.
Todos os partidos burgueses, todos os jornais burgueses, todos os grupos amorfos e hesitantes odeiam e caluniam nosso Partido.
Por quê?
Porque:
Eis por que os burgueses e os latifundiários odeiam tanto o nosso Partido.
Eis por que hoje deveis votar em nosso Partido. Operários, soldados, operárias!
Votai em nosso Partido, votai na chapa número 6!