(1901-1923): Partido pequeno-burguês que surgiu na Rússia nos fins de 1901 e princípios de 1902, em resultado da fusão de vários grupos e círculos populistas.
Os socialistas-revolucionários não viam as diferenças de classe entre o proletariado e o campesinato, obscureciam a diferenciação de classe e as contradições dentro do campesinato, rejeitavam o papel dirigente do proletariado na Revolução. O programa agrário dos socialistas-revolucionários previa a abolição da propriedade privada da terra e a passagem desta para comunidades, na base do usofruto igualitário da terra, e também o desenvolvimento de todo o tipo de cooperativas. Neste programa, que os socialistas-revolucionários tentavam apresentar como um programa de «socialização da terra», não havia nada de socialista, visto que a abolição da propriedade privada apenas da terra, como Lénine mostrou, não pode pôr fim ao dominío do capital e à miséria das massas. O conteúdo real e historicamente progressista do programa agrário dos socialistas-revolucionários era a luta pela liquidação da propriedade latifundiária da terra; esta exigência exprimia objectivamente os interesses e aspirações do campesinato no período da revolução democrática burguesa.
O partido dos bolcheviques desmascarava as tentativas dos socialistas-revolucionários de se fazerem passar por socialistas, travava uma luta tenaz com os socialistas-revolucionários pela influência sobre o campesinato, mostrava o prejuízo que a sua táctica do terror individual acarretava para o movimento operário. Ao mesmo tempo, os bolcheviques aceitavam, em certas condições, acordos temporários com os socialistas-revolucionários na luta contra o tsarismo.
Nos anos da primeira revolução russa (1905-1907) separou-se do partido dos socialistas-revolucionários a ala direita, que formou o Partido Socialista Popular do Trabalho, partido legal que, pelas suas concepções, estava próximo dos democratas-constitucionalistas, e a ala esquerda, que formou a união semianarquista dos maximalistas. Durante o período da reacção de Stolípine (1907-1910), o partido dos socialistas-revolucionários atingiu uma desagregação completa no campo da ideologia e da organização. Nos anos da primeira guerra mundial a maioria dos sociaíistas-revolucionános ocuparam as posições do social-chauvinismo.
Depois da vitória da revolução democrática burguesa de Fevereiro de 1917, os socialistas-revolucionários, em conjunto com os mencheviques e os democratas-constitucionalistas, foram o apoio principal do governo provisório contra-revolucionário da burguesia e dos latifundiários, e os seus dirigentes (Kérenski, Avéntiev, Tchernov) faziam parte dele.
O partido dos socialistas-revolucionários negou-se a apoiar as exigências do campesinato de liquidação da propriedade latifundiária da terra, pronunciando-se a favor da sua conservação. Os ministros socialistas-revolucionários do governo provisório mandavam destacamentos punitivos contra os camponeses que se apoderavam das terras dos latifundiários.
Durante os anos da intervenção militar estrangeira e da guerra civil os socialistas-revolucionános apoiaram activamente os intervencionistas e os guardas brancos, participaram nas conspirações contra-revolucionárias, organizaram actos terroristas contra personalidades do Estado soviético e do Partido Comunista.
Imagem: Logotipo do partido.