A extraordinária transformação da vida das mulheres

Elena Ódena

Dezembro de 1969


Fonte: Vanguardia Obrera, órgão central do PCE (ML), n.º 47, ano 5, dezembro de 1969.

Tradução e HTML: Thales Caramante.


Desde os primeiros momentos de sua criação, o novo Estado socialista, sob a direção do Partido do Trabalho da Albânia (PTA), dirigido corajosamente pelo camarada Enver Hoxha, considerou a emancipação das mulheres como parte integrante da revolução albanesa e da construção do socialismo. As mulheres albanesas, contudo, não aguardaram passivamente que essa emancipação lhes fosse concedida. Ao longo da árdua luta pela independência nacional e liberdade do povo albanês, as mulheres albanesas demonstraram esforço conjunto na defesa de sua terra natal contra toda forma de tirania.

Na luta específica contra o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial, o exército guerrilheiro de Libertação Nacional, composto por aproximadamente 70.000 combatentes, incluía mais de 4.000 mulheres e garotas. Além disso, dezenas de milhares de mulheres trabalhavam clandestinamente nas regiões ocupadas pelo inimigo e nas áreas liberadas pelos guerrilheiros. Nessas funções, desempenhavam diversos trabalhos essenciais para os combatentes, como abastecimento, serviços médicos, comunicações, entre outros.

Portanto, durante o 1º Congresso da União das Mulheres Antifascistas Albanesas, o camarada Enver Hoxha, o destacado dirigente do povo albanês, afirmou que “com o seu sangue, a mulher albanesa conquistou os seus direitos, que foram assegurados pelo poder popular estabelecido em colaboração com seus camaradas homens, pelos quais ela não hesitou em sacrificar tudo, inclusive sua própria vida, em muitos casos”.

Este é um exemplo notável para as mulheres na Espanha e em todo o mundo de como apenas a revolução proletária, que aniquila as bases da sociedade capitalista e elimina a exploração do homem pelo homem, pode erradicar o antagonismo e a desigualdade entre homens e mulheres originados pela formação da sociedade de classes. Contudo, a magnitude das grandes conquistas das mulheres albanesas sob o novo governo só pode ser adequadamente apreciada ao comparar sua situação atual com a do passado. Nesse contexto, durante seu discurso no 4º Congresso da União das Mulheres da Albânia (UGSH), em 1951, o camarada Enver Hoxha recordou:

“Todas as pessoas sofreram forte exploração e opressão, mas as mulheres sofreram muito mais. As leis da burguesia feudal pesavam sobre elas e as tornavam verdadeiras escravas. Os cânones da sharia muçulmana e da Igreja, intimamente ligados às leis da burguesia, fizeram da mulher uma mercadoria, um objeto a ser comprado e vendido, um ser atrozmente explorado que não ousava abrir a boca para expressar sua opinião... que tinha apenas o direito de dar à luz e trabalhar dia e noite como uma escrava. Assim como a burguesia transformou o trabalhador em seu proletário, as antigas leis bárbaras da sharia, a Igreja, o feudalismo e a burguesia transformaram a mulher no proletário do homem”.

Assim, apenas um país socialista, guiado por um partido autenticamente marxista-leninista, como o PTA, conseguiu transformar radicalmente a terrível condição das mulheres na Albânia em apenas 25 anos. Este é um exemplo que deve ser considerado por centenas de milhares de mulheres, em particular na Espanha, que, sob a ditadura de Franco, são vítimas de várias formas de humilhações e sofrimentos.

Atualmente, sob o regime socialista na Albânia, as mulheres desempenham papéis ativos em todas as esferas da vida política e social. Quarenta mulheres foram eleitas para a Assembleia Popular, 1.168 atuam como juízas e assistentes, 30.088 ocupam cargos nos órgãos dirigentes de organizações de massa, e mais de 8.200 são membras ativas do partido. Além disso, mais de 300.000 mulheres fazem parte da União das Mulheres da Albânia (UGSH), uma organização que mobiliza as amplas massas das mulheres do país para a construção do socialismo, promovendo o constante avanço da consciência política e ideológica das mulheres e a luta contra tradições e costumes retrógrados herdados da antiga sociedade burguesa.

Os esforços para integrar as mulheres na produção na Albânia representam elementos decisivos para a emancipação efetiva e total das mulheres albanesas. Atualmente, 34% da força de trabalho em todo o país é composta por mulheres, e 95.000 delas já ocupam posições como quadros técnicos de nível superior. Esses dados sucintos por si só refletem as extraordinárias conquistas alcançadas pelo Poder Popular na emancipação das mulheres.

A plena emancipação das mulheres é uma questão à qual a direção do PTA sempre dedicou especial atenção. O significativo informe do camarada Ramiz Alia sobre os fundamentos da luta pela plena emancipação das mulheres e sua maior participação na sociedade, assim como o excelente discurso do camarada Enver Hoxha na 2ª Plenária do Comitê Central do PTA (15 de junho de 1967) sobre Alguns Aspectos da Mulher Albanesa, são duas obras cruciais e instrutivas, não apenas em relação às mulheres albanesas, mas também para o problema geral da emancipação das mulheres em todo o mundo.

Neste 25º aniversário da libertação da Albânia, o povo albanês pode agradecer seus esforços tenazes e criativos na construção da sociedade socialista sob a bandeira do marxismo-leninismo pela emancipação total de todo o povo albanês e, em particular, pela libertação das mulheres albanesas de sua antiga condição de subjugação e escravidão. A conquista da emancipação pelas mulheres destaca as notáveis transformações realizadas nos últimos 25 anos em todos os campos da Albânia socialista.

Os camaradas albaneses, sempre fiéis ao marxismo-leninismo, mantiveram constantemente em mente as perspicazes palavras do grande Karl Marx, que afirmou: “O desenvolvimento de uma determinada época histórica sempre pode ser medida pelo grau de progresso das mulheres em direção à liberdade. O nível de emancipação das mulheres representa a medida natural da emancipação geral”.