Programa de Transição da IV Internacional

Leon Trotsky


Nota dos Editores


Dando continuidade às obras comemorativas dos 100 anos da Revolução Russa, a Editora Sundermann apresenta o Programa de Transição, traduzido diretamente do russo. O texto, escrito por Leon Trotsky em 1938, é o documento fundacional da IV Internacional, aprovado em seu primeiro congresso.

E por que a importância de publicarmos esta obra?

Longe de negar o Manifesto Comunista, o primeiro programa para a revolução socialista, o Programa de Transição reafirma as tarefas do proletariado mundial colocadas por Marx no Manifesto e o complementa sob a perspectiva do capitalismo em sua fase imperialista. O revolucionário russo o faz a partir de identificar a falência da III Internacional, a Internacional Comunista, que se converteu de partido mundial da revolução no maior aparato contrarrevolucionário da História.

A IV Internacional nada mais é do que a continuidade do verdadeiro marxismo e a retomada da tradição bolchevique antes de ser destruída na URSS pela burocracia dirigida por Stalin. Para fundar a nova organização, Trotsky considera os quatro primeiros congressos da III Internacional. O que veio a acontecer depois desse período, sobretudo após a morte de Lenin, foi uma sequência de perseguições e de traições à classe operária mundial que infringiram derrotas de proporções gigantescas. Por mais que Stalin tenha tido seu papel de indivíduo da História, essa tragédia histórica foi fruto de uma estratégia formulada por ele mesmo, a do socialismo num só país. E assim se deteriorou o partido mundial da revolução, a III Internacional.

O trotskismo, que defendia por meio da Oposição de Esquerda a revolução permanente e mundial, passou a ser perseguido. Os apoiadores de Trotsky, acusados de agentes do imperialismo, foram executados num dos maiores crimes da humanidade, os Processos de Moscou. O próprio Trotsky foi condenado à morte, feito que Stalin finalmente obteve em 1940, com o assassinato do revolucionário no exílio, México. Mas o trotskismo não morreu, e o Programa de Transição é um de seus legados.

Para Trotsky, “a situação política mundial como um todo caracteriza-se, antes de mais nada, pela crise histórica da direção do proletariado”. Daí a importância que deu a essa tarefa, segundo ele, a maior de sua vida. “Continuo pensando que o trabalho no qual estou empenhado, apesar de seu caráter extremamente insuficiente e fragmentário, é o mais importante da minha vida, mais que 1917, a guerra civil ou qualquer outro”, registra em seu Diário do Exílio.

Antes de ser assassinado, Trotsky, o último fio de continuidade vivo da Revolução de Outubro, nos deixou um legado enorme e uma tarefa maior ainda. O Programa de Transição é a sistematização das tarefas que devemos empreender para retomar o caminho da revolução socialista mundial. Com base nisso, a tarefa primeira e maior de cada revolucionário é a reconstrução da IV Internacional, do partido mundial da revolução. Tarefa que se faz cada vez mais necessária e urgente em tempos de crise do capitalismo, guerras e revoluções.


A Sundermann é a editora que mais tem publicado as obras de Leon Trotsky. O objetivo é manter viva a obra do revolucionário russo, que nada mais é do que o próprio testemunho da verdadeira Revolução de Outubro e os ensinamentos para a construção da sociedade socialista que está por vir.

Este ano, a Sundermann já publicou Minha Vida, A Revolução Traída em árabe e 1917: Revolução Russa em Quadrinhos. Além do Programa de Transição que ora apresentamos, pretendemos reeditar em breve História da Revolução Russa e A Revolução Traída.

Os editores