O Plano Marshall à Luz dos Fatos

A. Lêontiev


XIII — Resistência das Forças Democráticas


O MECANISMO do plano Marshall é brutal e hipócrita. O aparelho de esmagamento dos países da Europa Ocidental e do seu rebaixamento ao nível econômico e político das colônias, aparelho criado na América, espezinha, sem piedade, não só a independência, como também a segurança, a liberdade, a honra dos povos europeus. Vota estes povos ao papel de dóceis piões no jogo de azar, no jogo de ventura que os imperialistas do dólar empreenderam.

Estas simples verdades não poderiam ser escondidas com a ajuda de miseráveis artifícios a que recorrem os campeões do plano Marshall, ou pelos tambores de uma propaganda falsa que visa encobrir os fins verdadeiros do plano.

Por esta razão a política que constitui o programa do plano Marshall entra em choque indiscutível com uma resistência crescente dos dois lados do Atlântico. Nos Estados Unidos, todos os elementos progressistas compreendem perfeitamente o caráter funesto desta política do ponto de vista dos interesses fundamentais do povo americano. Henry Wallace, candidato do terceiro partido à presidência da República, apreciou da seguinte maneira, num dos seus discursos, o plano Marshall:

«O programa de reerguimento da Europa não será um programa de luta contra a fome. Apenas fará com que esta se perpetue. O programa de reerguimento da Europa não contribuirá para o reerguimento, mas ao contrário adiará esse reerguimento por tempo indefinido. O programa de reerguimento da Europa faz baixar o nível de vida europeu em comparação com o nível anterior à guerra; visa, por outro lado, reerguer a Alemanha, como grande centro industrial do bloco militar da Europa e restabelecer o poder dos monopolistas e dos latifundiários europeus sobre os povos deste continente. O programa de reerguimento da Europa colocará a Europa Ocidental sob o controle de Wall Street. Deturpa a Organização das Nações Unidas e causará sua destruição. Acentuará, em vez de atenuar, as divergências internacionais. E, visto que acarreta tudo isto, o programa de reerguimento da Europa é uma grave ameaça à esperança e às necessidades do povo americano».

A medida que o caráter real do plano Marshall se destaca, a realização deste plano esbarra com a resistência cada vez maior dos povos da Europa Ocidental. As massas trabalhadoras do Oeste europeu não podem deixar de compreender que a realização deste programa faz perigar sua liberdade, sua independência e sua existência nacional. Ao mesmo tempo vêem que a União Soviética e com sua ajuda, os países de democracia popular, elevam com êxito sua economia nacional, vencem as dificuldades do após guerra. A marcha vitoriosa da grande potência soviética no caminho do progresso econômico real mostra a todos os povos que podem e devem adotar uma forma de agir diferente da sujeição dócil ao imperialismo americano.

Ao examinarmos de perto o plano Marshall, nota-se que é uma nova edição dos insensatos planos hitleristas de dominação mundial. Os povos aos quais a luta contra os opressores nazistas custou sacrifícios incalculáveis não têm a intenção de se curvar ao jugo dos novos senhores do outro lado do Atlântico. Sabem que as forças da democracia são imensas e que depende de sua coesão, de sua atividade e de sua vigilância a derrocada dos planos da reação imperialista, inimigos da humanidade.


«Devemos estar preparados para enfrentar a mais forte das resistências e lutar contra todos os inimigos internos e externos. Contudo, se formos capazes de dominar a ciência do marxismo-leninismo, de ter fé nas massas, de estar intimamente ligados às massas e conduzi-las para a frente, poderemos superar qualquer dificuldade e nessa forca será invencível.»

Mao Tse-Tung

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Inclusão 28/03/2008