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O desenvolvimento econômico da Inglaterra de após guerra processa-se em meio a profundas perturbações. Estas se aguçaram sobretudo no segundo ano depois da guerra.
Em princípios de 1947 desenvolveu-se no Inglaterra uma crise de carvão que provocou uma grande baixa na produção industrial. Em agosto, quando os efeitos dessa crise ainda não haviam sido detidos, o país sofreu nova crise monetária. No inverno a situação da produção inglesa piorou sensivelmente tendo sido necessário racionar novos produtos de uso diário, até as batatas. 0 resultado da inflação evidenciou-se na diminuição do salário real do operário inglês.
Ao fim da segunda guerra mundial as condições de vida das amplas massas inglesas tornaram-se muito difíceis e a situação da classe operária piorou consideravelmente.
Quais as razões das crises profundas que se manifestaram na economia inglesa de após guerra?
A imprensa inglesa apresenta essas crises como consequências da situação econômica resultante da guerra.
De fato, a Inglaterra gastou cerca de 23,5 bilhões de libras com a guerra (durante a primeira guerra gastara 8,7 bilhões de libras). Portanto seria errado acreditar que os infortúnios da Inglaterra provêm da guerra. A imprensa inglesa exagera os estragos causados no país pela guerra porque isto convém muito aos verdadeiros objetivos da burguesia inglesa. Não se deve esquecer que boa parte das despesas da guerra foram cobertas gratuitamente pelo empréstimo e arrendamento dos Estados Unidos e das colonias.
Todas as crises da economia inglesa têm em comum o fato de expressarem o aprofundamento da crise geral do sistema capitalista na Inglaterra resultante da guerra, e sobretudo da política reacionária e imperialista dos chefes do partido trabalhista. O aparecimento e o desenvolvimento da crise da economia capitalista inglesa estão ligados às particularidades de seu desenvolvimento anterior e à época do imperialismo e da crise geral do capitalismo. A crise do sistema capitalista na Inglaterra faz parte integrante da crise geral do capitalismo cujo início coincide com a origem da crise do imperialismo inglês. A segunda guerra mundial ampliou e aprofundou incontestavelmente essa crise. A respeito escreveu Lenin:
"... desde os meados do. século passado, existiam na Inglaterra dois traços distintos, essenciais, do imperialismo: inúmeras possessões coloniais e a situação monopolista do mercado mundial".(1)
Por volta de 1890, cerca de 15% de toda a riqueza nacional do Reino Unido consistia de capitais colocados no estrangeiro. Os dividendos que a Inglaterra recebia de seus investimentos no estrangeiro eram muito superiores às rendas do comércio externo. Este fato, como acentuava Lenin, demonstrava bem a natureza do imperialismo, do imperialismo parasitário da Inglaterra, "o pais mais mercantil do mundo,".
O que há de mais importante na política econômica da Inglaterra, dizia Lenin, consiste no fato de que ela é:
"... um império que domina a maior parte do mundo, um dos mais ricos e que criou essas riquezas, menos pelo trabalho de seus operários do que pela exploração de suas numerosas colonias, pela força formidável dos bancos ingleses que conseguiram se pôr à frente de todos os outros bancos com o auxílio de alguns grupos de bancos gigantes — três ou quatro grupos — e que dispõem de centenas de bilhões de rublos, numa tal proporção que se poderia dizer sem exagero que não há uma pequena parte de terra em todo o globo terrestre onde esse capital não tenha deitado sua pesada mão; não há um pedaço de terra que não esteja envolvido nas malhas do capital inglês"(2).
É por isso que se desenvolveram na Inglaterra, antes de se terem manifestado nos outros países, os traços do parasitismo e da decomposição imperialista e que as tendências para a estagnação em certos ramos da agricultura se fazem sentir nitidamente. Os sinais do parasitismo e da decomposição marcam todo o desenvolvimento da economia inglesa.
O aumento da exportação do capital fez com que, durante um longo período, as aplicações de fundos na indústria e a extração de matérias primas na própria Inglaterra fossem muito limitadas.
O nível técnico da indústria e dos transportes na Inglaterra tornou-se mais baixo do que o dos outros países industrialmente desenvolvidos. Em consequência, as possibilidades da agricultura diminuíram. A burguesia inglesa preferia utilizar suas terras para fins esportivos e recreativos e importar o pão e os produtos de consumo. O desenvolvimento agrícola baseava-se na importação de toda sorte de matérias primas e de víveres.
Nessas condições as rendas parasitárias provenientes da aplicação de fundos no estrangeiro e da exploração dos povos coloniais e semicoloniais eram de importância capital para a economia inglesa.
O parasitismo influiu consideravelmente sobre a composição da população inglesa. A população ocupada na indústria diminuiu de década para década em relação à população total do país. Em compensação o número de pessoas ocupadas no domínio da indústria de transformação e no serviço privado aumenta cada vez mais.
O parasitismo manifestou-se igualmente nas relações entre as classes e nas relações políticas. A burguesia inglesa, querendo consolidar suas posições,; corrompeu as camadas superiores da classe operária com super-lucros resultantes da pilhagem e da exploração das colonias.
A estrutura econômica inglesa formada dessa maneira pressupunha relações econômicas muito amplas com o exterior. Ao mesmo tempo a economia inglesa estava num estado de grande dependência do estrangeiro. Durante a última década, em nenhum outro país capitalista a divisão do trabalho era tão estreitamente ligada à divisão do trabalho mundial como na Inglaterra.
Às vésperas da segunda guerra mundial, a parte da produção industrial inglesa era de 9,3% da produção mundial e sua importação de 16,9%(3). A parte da Inglaterra na exportação mundial, embora tenha diminuído na época entre as duas guerras, atingia entretanto em 1938, 10,1%.
É certo que a conservação da estrutura parasitária da economia inglesa era devida ao fato da Inglaterra conservar o monopólio dos capitais, das matérias primas e do escoamento das mercadorias no mercado mundial. A situação privilegiada da Inglaterra dependia, portanto, a princípio, de sua economia e do grau de desenvolvimento técnico de sua indústria. Mas, entrementes, já no fim do XIX século, a Inglaterra perdeu sua situação industrial privilegiada no mercado mundial. Se em 1860 ela ocupava o primeiro lugar na produção industrial mundial, em 1880 já não ocupava senão c segundo lugar, e em 1900 o terceiro, cedendo o primeiro lugar aos Estados Unidos da América e à Alemanha.
Desde o início da fase imperialista do desenvolvimento do capitalismo nas condições de uma acentuação extrema do desenvolvimento desigual, e por saltos, dos países capitalistas, as posições da Inglaterra sofreram modificações fundamentais. O desenvolvimento da indústria inglesa até à primeira guerra mundial não teve como consequência um desenvolvimento sensível de seu nível técnico e a elevação da capacidade de concorrência das mercadorias britânicas nos mercados estrangeiros. Os ramos fundamentais, indispensáveis ao desenvolvimento econômico — a produção da hulha, a metalurgia, os têxteis, os transportes e uma série de outros ramos — conservaram um aparelhamento antiquado e gasto sem que neles fossem investidos os capitais necessários. O nível atrasado do desenvolvimento da economia inglesa engendrou necessariamente o enfraquecimento de suas posições imperialistas em] relação aos seus concorrentes no mercado mundial.
O início da crise geral do capitalismo provocou igualmente o desenvolvimento do capitalismo inglês numa virada radical. O início da crise gerai do capitalismo significava antes de tudo, como nos ensina o camarada Stálin:
"... que a guerra imperialista e suas consequências acentuaram a putrefação do capitalismo e comprometeram seu equilíbrio; que vivemos agora numa época de guerras e de revoluções; que o capitalismo não constitui mais o sistema único e universal da economia mundial; que co lado do sistema capitalista da economia, existe o sistema socialista que cresce, que prospera, que se levanta diante do sistema capitalista e que, pelo simples fato de sua existência, demonstra a podridão do capitalismo cujos fundamentos ele abala"(4).
O início da crise mundial do capitalismo significava, ao mesmo tempo que o falta de ferramentas da indústria e o enorme e constante desemprego que se seguiram à primeira guerra mundial, o enfraquecimento agudo da posição da Inglaterra como metrópole, como Estado parasitário. A Inglaterra perdera mais de 25% de seus investimentos no estrangeiro. Seu comércio externo durante a guerra diminuiu de mais de metade considerando-se preços iguais. A proporção da tonelagem comercial mundial da Inglaterra diminuiu. A posição do imperialismo inglês foi abalada nas colonias e nos países dependentes, e o movimento nacional libertador fortaleceu-se consideravelmente no império britânico. Todos sabem que a primeira guerra mundial teve como efeito abalar a autoridade do imperialismo britânico nas colonias e estimular o crescimento da concorrência do jovem capitalismo das colônias britânicas com a metrópole.
A crise geral do capitalismo significava ao mesmo tempo uma crise do sistema político do imperialismo britânico. Nas colonias britânicas ampliou-se o luta nacional libertadora contra o jugo político e a político econômica de pilhagem do capitalismo inglês.
A ofensiva da burguesia inglesa contra o nível de vida dos trabalhadores ingleses, o aumento da exploração da classe Operária aprofundaram ainda mais as contradições de classes dentro do pais.
Assim, o início da crise geral do capitalismo foi ao mesmo tempo o começo da crise do sistema econômico e político do imperialismo inglês, o começo da crise do sistema capitalista na Inglaterra.
Depois da primeira guerra mundial a exportação dos capitais ingleses diminuiu consideravelmente e em consequência aumentaram os investimentos dentro do país.
"Se em 1913 a aplicação dos capitais no interior elevou-se a 50,7 milhões -de libras, enquanto a exportação de capitais elevava-se a 197,4 milhões de libras esterlinas, em 1929 as quantias respectivas elevavam-se a 145,4 milhões e 111,4 milhões de libras esterlinas"(5).
Mas o desenvolvimento econômico processava-se de maneira desigual e Unilateral. Assim os ramos de construções de automóveis, de motores, da indústria química, isto é, sobretudo as indústrias novas e de importância nova, desenvolviam-se muito, enquanto os outros ramos estavam completamente parados.
As mesmas constatações podem ser feitas no domínio da exportação.
Assim, o índice de exportação em 1937 (1924 = 100) é de 214,2 paro os meios de transporte — 136,4 para os produtos químicos — 126,7 para as indústrias eletroquímicas. Enquanto o índice das exportações no mesmo período era de 64,3 para o carvão — 62,3 para a lã e os tecidos de lã e 61 para as roupas(6).
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Depois da primeira grande guerra mundial, a concentração da indústria inglesa aumentou visivelmente. Acelerou-se a formação das associações monopolistas, sobretudo nos ramos que ocupavam posições importantes, no domínio das novas indústrias e das indústrias de guerra.
Portanto, não foi realizada uma verdadeira modernização da indústria inglesa entre a primeira e a segunda guerra mundial, e a tendência para a estagnação e a decomposição em uma série de ramos importantes, como a indústria do carvão, têxtil, etc... foi ainda mais acentuada.
Apesar do aumento de aplicação de capitais no interior, o índice de acumulação (relação entre o fundo de acumulação e o produto nacional total) baixou de 12,2% em 1907 para 6,7% em 1937.(7) Acrescente-se a isto que, durante os anos anteriores à guerra, os investimentos internos destinavam- se sobretudo à indústria de guerra que foi sensivelmente ampliada em comparação com as demais indústrias.
Às vésperas da segunda guerra mundial o nível das principais indústrias inglesas continuava nitidamente a baixar em comparação com o nível das indústrias correspondentes dos Estados Unidos. Durante os anos entre as duas guerras o desemprego em massa, crônico, não fez senão aumentar, ao passo que foi reduzida a atividade do aparelho de produção da indústria inglesa. Isto se refletia sobre o nível geral da produção, conforme demonstrou Molotov, ao assinalar:
"Durante o período que separa as duas guerras mundiais, o nível da produção industrial de 1913 só foi ultrapassado na Grã-Bretanha em alguns anos excepcionais; na maior parte do tempo, a produção permanecia claramente, abaixo daquele nível"(8).
Na produção industrial mundial a parte da Inglaterra baixou de 12,1.% em 1913 para 9,3% em 1937.
A Inglaterra não podia restabelecer, e ainda menos ampliar, suas posições de antes da guerra no mercado mundial de mercadorias e capitais. Durante os anos da crise econômica mundial, de 1929 a 1933, a política do comércio externo inglês sofreu uma virada decisiva, passou do comércio livre para o protecionismo e o regime preferencial de Ottawa com os países do Império Britânico.
Ao mesmo tempo formou-se o bloco esterlino e foram tomadas outras medidas para fortalecer as posições financeiras internacionais da Inglaterra.
Portanto as novas manobras imperialistas da burguesia inglesa não foram e não podiam ser bem sucedidas. Nas condições do aprofundamento da crise geral do capitalismo, a situação da Grã-Bretanha no mercado mundial piorou sensivelmente. Os rendimentos de seus investimentos no estrangeiro diminuíram de 250 milhões de libras em 1929 para 205 milhões em 1938. A parte da Inglaterra no comércio mundial diminuiu de 15,2% em 1913 para 12,8% em 1938, e isto sobretudo devido à diminuição de suas exportações. Eis o que sobre isso escreveu Mac Dongall:
"A exportação aumentava constantemente, embora em ritmo decrescente até 1913; depois baixou rapidamente até o começo da última guerra... Entre 1913 e 1938 o volume das importações aumentou enquanto a exportação diminuiu de dois quintos"(9).
Tudo isso agravava consideravelmente o equilíbrio comercial e financeiro da Inglaterra. Em 1913, o déficit inglês era de 158 milhões de libras e os lucros das exportações "invisíveis" (investimentos no exterior, lucros da marinha mercante e de operações bancárias) elevavam-se a 339 milhões de libras. Assim, depois de ter coberto o passivo de seu movimento externo, a Inglaterra ainda tinha um saldo em sua balança de pagamentos de 181 milhões de libras.
Entre 1930 e 1937 todas as formas de exportações, de mercadorias e de "invisíveis" não puderam cobrir senão 97% do valor das importações e em 1938 ainda menos — 92,%. O déficit financeiro inglês em 1938 elevava-se a 70 milhões de libras(10). Antes mesmo da segunda guerra mundial, a Inglaterra começara a lançar mão de seu capital aplicado no estrangeiro devido ao déficit de sua balança financeira.
Embora as posições financeiras da Inglaterra, em seu caráter de país usurário e metrópole imperialista, hajam enfraquecido durante o período entre as duas guerras, simultaneamente o parasitismo e a decomposição de economia inglesa ainda se tornaram mais acentuados.
A proporção dos rendimentos provenientes dos juros da renda nacional do país aumentou, bem como aumentou o número de pessoas empregadas nas indústrias não produtivas. Os juros dos empréstimos de Estado aumentaram consideravelmente.
Em 1913 e 1914 essa quantia representava 24,5 milhões de libras e em 1938 já se elevava a 223 milhões de libras. As relações de produção capitalista, o poder absoluto dos monopólios que produziram essa estrutura parasitária entravavam o desenvolvimento das forças produtivas da Inglaterra c aumentavam a tendência para a estagnação de numerosos ramos da indústria.
O desemprego aumentou muito durante o período entre as duas guerras. O empobrecimento do proletariado inglês agravou-se. Tudo isso aprofundava e aumentava o crise da economia inglesa.
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A Segunda guerra mundial teve como consequência o enfraquecimento do sistema capitalista, o aprofundamento da crise geral do capitalismo. Zhdanov assinalou:
"A derrota militar do bloco dos Estados fascistas, o caráter antifascista e de libertação da guerra, o papel decisivo desempenhado pela União Soviética na vitória sobre os agressores fascistas, tudo isso modificou profundamente a correlação de forças entre os dois sistemas — socialista e capitalista — em favor do Socialismo"(11).
A URSS aumentou incomparavelmente sua autoridade mundial como potência progressista, defensora das liberdades e da independência de todos os povos. Do sistema imperialista se afastaram os países da Europa Central e Sul Oriental, os países de Democracias Populares que reconstroem sua economia sobre uma base socialista. A supremacia dos países capitalistas nas colônias está consideravelmente abalada.
O enfraquecimento do sistema capitalista resultante da guerra refletiu-se também no enfraquecimento das posições do imperialismo britânico.
Os investimentos de capitais ingleses no estrangeiro que, segundo Kinderslay, montavam em 1938 a 3.692 milhões de libras, diminuíram para 1.118 milhões de libras. A parte das exportações de mercadorias inglesas na exportação mundial caiu de 10,1% em 1938 para 6,9% em 1945. A tonelagem dos navios mercantes ingleses em relação à tonelagem mundial baixou de 26% em 1939 para 18,2% em 1946. Como resultado da guerra, a posição colonial do Império Britânico enfraqueceu-se ainda mais. Foi também Zhdanov quem observou:
"A crise do sistema colonial, que se acentuou por consequência da segunda guerra mundial, manifesta-se no poderoso impulso do movimento de libertação nacional nas colônias e nos poisei dependentes. Deste modo, acham-se ameaçadas as retaguardas do sistema capitalista"(12).
O desenvolvimento unilateral da economia inglesa deu lugar, no fim da guerra, a um novo e profundo desequilíbrio. Durante a guerra a concentração da produção fortaleceu-se sobretudo na indústria de guerra e, mais do que anteriormente, formaram-se formidáveis monopólios industriais e comerciais. Portanto, o desenvolvimento do equipamento da indústria inglesa era extremamente desigual. Um certo aumento do nível técnico resultante da economia de guerra produzia um desequilíbrio ainda maior nos diversos ramos da indústria, tornou ainda mais caótica a situação da economia inglesa Ramos importantes da indústria, como os da hulha, dos têxteis, das estradas de ferro, saíram da guerra consideravelmente enfraquecidos.
O único meio de sanear o economia inglesa e de aumentar sua capacidade de produção depois da guerra, era a democratização radical da estrutura política e social da Inglaterra, imprimindo uma direção democrática ao seu desenvolvimento econômico; isto implicaria em uma série de medidas decisivas e revolucionárias no reorganização da estrutura econômica atual do país. Essas medidas teriam que compreender a nacionalização das grandes indústrias, dos bancos e da terra, o aumento da população produtiva, o aumento dos investimentos internos em lugar da exportação de capitais, a modernização do equipamento de produção industrial, ampliação da produção agrícola além de outras medidas que permitissem eliminar inteiramente as bases capitalistas da economia inglesa.
A democratização da política econômica inglesa teria assentado novas bases nas relações econômicas externas da Inglaterra. Teria rejeitado uma política imperialista e expansionista nas colônias e nos países dependentes, bem como nas relações com os outros Estados; teria levado a uma ampliação das relações econômicas internacionais, comerciais e outras, a relações de colaboração real, de igualdade e respeito à independência dos outros países.
O desenvolvimento de amplas relações econômicas com a URSS e as Democracias Populares da Europa Central e Sul Oriental seria de particular importância.
Todas essas medidas fundamentais são evidentemente impossíveis nas condições do capitalismo. O governo trabalhista que subiu ao poder depois ao guerra nem sonhou em enveredar pelo caminho da democratização da vida política e econômica da Inglaterra. Todas as afirmações dos chefes laboristas, segundo as quais eles "constroem o socialismo na Inglaterra" não são senão demagogia e tentativa de mistificar as massas trabalhadoras, visando também ocultar sua verdadeira posição de classe, de serviçais do grande capital. Da mesma maneira seu programa eleitoral não foi senão mistificação demagógica, pois que não tinham eles a menor intenção de pô-lo em prática. Os três anos decorridos depois da subida ao poder do governo trabalhista justificam plenamente esta afirmação. Os trabalhistas de direita continuaram, com as. pequenas modificações exigidas pelas novas circunstâncias, as piores tradições dos conservadores. O governo trabalhista que se intitula um governo dos trabalhadores, faz de fato uma política ditado pelos interesses do capital financeiro inglês, pelos magnatas dos monopólios industriais e bancários. Sem levar em consideração a avalanche de promessas socialistas, demagógicas, feitas durante o período eleitoral de 1945, os chefes, trabalhistas mantiverem o poder dos grandes monopólios sobre a economia do país; mais ainda, colocaram o país sob a total dependência dos magnatas financeiros dos Estados Unidos, e tornaram-se os agentes do Imperialismo americano.
Só foram nacionalizadas as minas de carvão, os transportes internos e o Banco da Inglaterra, isto é, os ramos da indústria cuja nacionalização correspondia aos interesses do capitalismo inglês. Quanto às outras indústrias importantes, como a siderúrgica, etc., o gabinete trabalhista recusou-se a executar os projetos de nacionalização, sob a pressão dos magnatas financeiros ingleses e americanos. A recusa de nacionalizar a indústria do aço revelou claramente as ligações entre a política interna seguida pelos chefes trabalhistas e sua política reacionária externa. No que diz respeito à nacionalização do carvão e dos transportes internos, foi ela realizada, não de maneira democrática, mas numa base burguesa, capitalista, com enormes compensações pagas aos capitalistas ingleses que sobrecarregaram fortemente a economia inglesa de após guerra. Os proprietários das minas de carvão receberam dos trabalhistas uma compensação fabulosa: 165 milhões de libras, e ainda por cima foi-lhes garantido um lucro anual superior aos seus lucros anteriores. Os acionistas do Banco da Inglaterra foram recompensados com obrigações do Estado que lhes garantem 12% de venda, além da formidável compensação. A soma total das indenizações dos proprietários das empresas nacionalizadas fixada pelo governo trabalhista ultrapassa 2.000 milhões de libras. Essa soma enorme representa mais de um quarto da renda nacional de 1946. O governo trabalhista paga os capitalistas aumentando os impostos dos trabalhadores. As nacionalizações assim realizadas fizeram piorar realmente a situação dos trabalhadores e fortaleceram a posição dos capitalistas na indústria e nas finanças, onde foi inteiramente conservada a dominação dos "cinco grandes" bancos.
A direção dos ramos nacionalizados está, como anteriormente, nas mãos dos mesmos monopolistas capitalistas e de pessoas a seu serviço. No comitê diretor do carvão, por exemplo, encontra-se Lord Hendley, o "Sindicalista", Lord Citrine, o grande magnata do capital financeiro britânico Griddley, o diretor da Sociedade de Ações Levelin & Murray; Low, um dos proprietários da firma Thompson, Cac Lontoc; Yong, diretor geral da companhia dos carvões Bolsover, e outros. Na direção das estradas de ferro, a situação é exatamente a mesma.
A política econômica dos trabalhistas de direita, relativa às questões das nacionalizações, mostra claramente que eles se propuseram como objetive consolidar a qualquer preço as posições da burguesia inglesa que estavam periclitantes ao fim da guerra, e que se tornaram os serviçais dos monopólios.
O eixo da política econômica do governo inglês depois da guerra é a exportação forçada. O gabinete trabalhista estimula por todos os meios as exportações mais amplas, pretendendo que esse é um meio de livrar a economia do país de todas suas dificuldades atuais. A fim de forçar as exportações, foi introduzido um sistema de prioridades que garante às indústrias exportadoras a mão de obra, as ferramentes e as matérias primas deficitárias; as empresas financeiras que trabalham para a exportação foram ampliadas; o sistema de licenças foi revisto. Entre junho de 1945 a agosto de 1947, o número de trabalhadores empregados nas empresas que trabalham para o mercado interno (inclusive os contratos do governo) diminuiu, enquanto quadruplicou nas empresas exportadoras.
Em 1947, o nível geral das exportações ultrapassava em 8% o nível de antes da guerra, enquanto o nível c!o mercado interno era muito inferior ao de antes da guerra. O aumento das exportações não aliviou de maneira alguma a situação econômica da Inglaterra. Os rendimentos parasitários e sobretudo os lucros dos investimentos no estrangeiro diminuíram sensivelmente. Ao mesmo tempo a política reacionária do governo trabalhista atual provocou um aumento das despesas de além mar com finalidades imperialistas, sobretudo no que diz respeito à manutenção de tropas no estrangeiro.
Como fica claro pela tabela abaixo, a balança dos rendimentos e das despesas "invisíveis" (não comerciais) da Inglaterra tornou-se deficitária depois da guerra.
Balança dos Rendimentos e Despesas externas "não comerciais" da Inglaterra(13) | ||
(em milhões de libras) |
1938 |
1947 |
Despesas |
173 |
531 |
parte das despesas militares | 16(14) |
211 |
Rendimentos |
405 |
305 |
parte dos produtos de investimentos estrangeiros | 205 |
145 |
parte dos produtos de operações bancárias e outras | 100 |
-20 |
Balanço |
+232 |
-226 |
Por conseguinte, apresenta-se à Inglaterra o difícil problema de equilibrar seu comércio externo sem recorrer a outras rendas além das provenientes das suas exportações.
A política de exportação forçada empreendida pelo governo trabalhista é uma política imperialista visando a ampliação das esferas de influência. Aprofunda ainda mais a crise da economia inglesa. É contrária aos interesses do povo inglês. Exportam-se do país produtos vitais, indispensáveis à população inglesa, e isto baixa naturalmente o nível de vida dos trabalhadores ingleses. A política de exportação forçada serve aos interesses da burguesia inglesa; aumenta seus lucros e fortalece as posições abaladas nos mercados estrangeiros. A exportação forçada não é acompanhada de uma ampliação da produção industrial e dos investimentos internos, nem de uma utilização total dos recursos internos que compreenderiam a forte taxação dos enormes lucros de após guerra das sociedades inglesas a fim de aumentar realmente o progresso econômico.
A Inglaterra exporta atualmente toda uma série de equipamentos industriais, cujo déficit no país freia a reconstrução do equipamento básico da indústria, inclusive a indústria de exportação. Uma tal política de exportação não fortalece a economia, ao contrário, enfraquece-a; não facilita o saneamento da economia inglesa, ao contrário, torna-o impossível.
Os lucros provenientes do aumento das exportações não revertem à economia do país, mas vão para os bolsos da burguesia americana e inglesa. Durante os anos de após guerra, os lucros dos monopólios ingleses aumentaram consideravelmente. Durante o primeiro trimestre de 1948 foram 1,5 vezes superiores aos do primeiro trimestre de 1945. O imperialismo americano colhe os frutos do tratado financeiro anglo-americano. Açambarca uma parte importante dos lucros das exportações inglesas que servem para pagar, por preços exorbitantes, as importações inglesas provenientes da América. Como resultado dessa política, o saldo passivo da balança do comércio externo inglês passou de 204 milhões de libras em 1946 para 449 milhões em 1947.
Os processos de crise aguda que se manifestam desde o fim da guerra são prova evidente de que a política do governo atual leva a um aprofundamento ainda maior, da crise da economia inglesa.
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Durante os anos de após guerra, enquanto em certos ramos da indústria inglesa havia desemprego, em outros havia falta de mão de obra.
Segundo dados oficiais, em 1946 a indústria têxtil tinha um déficit de 300.000 trabalhadores em comparação com o período de antes da guerra; a indústria de vestuário e calçados 200.000 etc. Segundo os trabalhistas, o déficit de mão de obra na indústria de construções seria a causa do esmorecimento da reconstrução que agrava ainda mais a crise de habitações na Inglaterra.
Ao mesmo tempo a Inglaterra dispõe de um contingente suficiente de trabalhadores que, entretanto, não são utilizados senão nos ramos de produção relacionados com a política estrangeira imperialista agressiva seguida pelo governo trabalhista. Até hoje p Inglaterra mantém no estrangeiro enormes contingentes de forças armadas.
As forças produtivas em inatividade no interior do país são igualmente importantes. Lenin em "Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo", mostrava que na Inglaterra a percentagem da população produtiva diminuía. No curso da última década a produção da população não produtiva aumentou ainda mais. Em 1931 essa proporção era de 41% da população ativa; em 1946 44%(15). O número de pessoas empregadas no exército e no aparelho governamental aumentou consideravelmente. Ao contrário, nos transportes e na agricultura o número de trabalhadores diminuiu. Em 1946, o número dos empregados no comércio, nas finanças, nos trabalhos domésticos e nas profissões liberais elevava-se a 4.264.000 de pessoas, isto é, quase metade do número dos empregados na indústria e na construção. Se o governo trabalhista houvesse democratizado a estrutura da economia inglesa, o problema da mão de obra teria podido ser resolvido satisfatoriamente.
É significativo que apesar dessas "falta" de mão de obra, o desemprego não tenha diminuído durante todo o período de após guerra; mesmo a conservação do nível de emprego precedente tornou-se um problema.
As estatísticas oficiais inglesas diminuem propositadamente o extensão do desemprego. Mas mesmo à base dessas estatísticas, em fins de i947 não havia menos de 300.000 desempregados na Inglaterra.
Durante os primeiros meses da crise do carvão, o desemprego elevou-se a 2 milhões de pessoas. Os trabalhistas de direito "planificam" o aumento de desemprego para fins de 1948, sendo de opinião de que uma certa percentagem de desempregados é útil, até mesmo indispensável. Depois da guerra, apareceu uma nova rubrica nas estatísticas inglesas: a dos "desmobilizados ainda não reintegrados na indústria". Assim, foi provado que todos os "planos' do pleno emprego e mesmo do emprego estável dos trabalhadores absolutamente não tinham fundamentos.
A superpopulação relativa engendrada pelo capitalismo é um fenômeno inerente ao modo de produção capitalista. O que caracteriza a Inglaterra capitalista é a delapidação de suas forças produtivas de base que, em ligação com sua estrutura econômica parasitária, dá à economia inglesa formas particularmente monstruosas. O não desenvolvimento de sua agricultura, a insignificância dos investimentos industriais internos, a reduzida procura de mão de obra acompanham o desenvolvimento da concentração em certos novos ramos que açambarcam uma grande parte do mão de obra. Tudo isso constitui uma ameaça de desemprego para os trabalhadores, tanto maior porquanto a maioria desses novos ramos produz sobretudo para a exportação: com a baixa da procura nos mercados externos e com o início da crise na América, tonar-se-á cada vez mais difícil à Inglaterra manter suas relaçòes comerciais externas; isto diminuirá inevitavelmente o número de empregados nesses ramos.
A política dos trabalhistas de direita agravou consideravelmente as condições de vida dos trabalhadores ingleses. Depois do fim da guerra os preços dos produtos de primeira necessidade continuam a subir. O índice dos preços por atacado de todas as mercadorias passou de 167,9 em junho de 1945 paro 212,1 em janeiro de 1948 e continua a subir.
A quantidade de papel moeda em circulação aumentou, segundo as estatísticas oficiais, de três vezes em relação ao período anterior à guerra. A inflação aumenta de maneira catastrófica e o nível de vida das amplas massas populares diminui a olhos vistos. Mesmo segundo os cálculos do "livro Branco" do governo sobre o "consumo anual por pessoa", publicados pelo Ministério do Abastecimento em dezembro de 1947, e que procuram dourar c situação real, o consumo durante a primeira metade de 1947 dos produtor de panificação, da manteiga, das matérias graxas, do queijo e dos ovos, diminuiu sensivelmente em relação a 1946. E para 1948 os dirigentes trabalhistas previam uma baixa contínua do nível de vida.
A política econômica do governo trabalhista fracassou completamente, também na agricultura. Em 1947 a superfície das terras semeadas diminuiu. A dependência da Inglaterra em relação às importações de seus produtos alimentares aumenta.
O aumento sistemático dos preços dos produtos de primeira necessidade é paralelo ao aumento dos impostos que pesam sobre as massas trabalhadoras.
Os impostos indiretos sobre os produtos de primeira necessidade aumentaram uma vez e meia. Mas o governo trabalhista comporta-se de maneira diversa para com os impostos sobre os lucros da burguesia inglesa. Os impostos sobre os super-lucros dos monopólios ingleses que haviam sido aumentados durante a guerra, foram abolidos. Como dissemos acima, os lucros das firmas inglesas aumentaram consideravelmente no período de após guerra.
Desta maneira, os monopolistas transferem para as massas trabalhadoras todas as despesas do restabelecimento da economia de após guerra. Aumentam o jugo capitalista e a exploração da classe operária. Além disso, o governo trabalhista segue uma política que agrava ainda mais as condições de trabalho dos operários. Os monopólios ingleses aproveitaram-se do gabinete trabalhista para consolidar sua posição econômica. A renda nacional está repartida de maneira a enriquecer os exploradores e seus lacaios. Mesmo segundo as estatísticas oficiais- trabalhistas, que escondem com muita insistência a realidade sobre a repartição da renda nacional, a parte que cabe à burguesia inglesa tem aumentado nestes últimos anos.
O resultado da política econômica trabalhista durante os anos de após guerra é cie um lado, o enriquecimento maior da burguesia inglesa e a acumulação de seu capital, e de outro, o agravamento da miséria e das condições de vida do proletariado inglês.
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A Segunda Guerra mundial teve como consequência modificações importantes na posição da Inglaterra nos mercados mundiais de matérias primas. Sua influência nos monopólios internacionais de matérias primas, que têm uma grande importância na economia inglesa, diminuiu. Os monopólios de matérias primas dão enormes super-lucros aos imperialistas ingleses e constituem uma das principais formas de pilhagem e de exploração dos povos coloniais. Em certos ramos de produção das matérias primas, a Inglaterra perdeu sua posição de monopólio de antes da guerra: por exemplo, no de borracha natural, pois que os Estados Unidos desenvolveram a produção da borracha artificial.
Ao mesmo tempo as modificações ocorridas na estrutura industrial de após guerra provocaram uma maior dependência da Inglaterra quanto à importação de matérias primas. Isto diz respeito sobretudo ao aumento da procura na metalurgia, na indústria de máquinas, nos minérios ferruginosos e não ferruginosos, na madeira e em uma série de outras matérias primas de importação. Mas devido ao enfraquecimento do poder de pagamento do país, as possibilidades de ampliação das importações de matérias primas estão comprometidas.
A produção de energia térmica inglesa encontra-se em situação difícil. Já no período entre as duas guerras o produção do carvão diminuiu. Há muito tempo o carvão deixou de ocupar o primeiro lugar nas exportações inglesas. Durante a segunda guerra mundial, a mecanização da indústria do carvão não aumentou senão de 59% a 69%. Ao fim desta guerra, a nacionalização trabalhista nem ao menos começou a modernização desse importante ramo da indústria inglesa. É assim que se explica a profunda crise de carvão ocorrida no período de após guerra.
O fato da indústria de carvão, que é a única industria de extração capaz de satisfazer às necessidades do país, estar reduzida a uma situação tão alarmante é uma demonstração evidente da crise da economia inglesa. É sobretudo no carvão que se manifestam os resultados da política seguida pelos monopólios ingleses que desejam antes de tudo aumentar os lucros sobre o capital investido e ampliar suas esferas de dominação. A consequência dessa política é o estado de atraso técnico de toda uma série de ramos da indústria no país.
Ultimamente tem se verificado um certo aumento da produção de carvão na Inglaterra. No incio de 1948, o governo inglês chegou mesmo a reiniciar as exportações de carvão embora o nível de produção não tenha ainda atingido o de antes da guerra. Durante o ano de 1947, esse nível atingiu cerca de de 200 milhões de toneladas, enquanto em 1938 atingira 231 milhões. Entretanto, o recente aumento de produção não teve lugar em consequência de uma modernização técnica da indústria mineira, mas em consequência do alongamento da semana de trabalho dos operários, de uma nova ofensiva contra as condições de trabalho dos mineiros e do aumento de sua exploração.
É natural que o aumento da produção não possa ser mantido muito tempo com "métodos" semelhantes que não só não excluem, como ao contrário, tornam inevitáveis novos conflitos nas minas de carvão.
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Como resultado da segunda guerra mundial produziram-se modificações importantes no domínio dos investimentos de capitais ingleses tanto internos como externos.
Os investimentos no estrangeiro constituíam o pilar da expansão colonial inglesa. Prometiam a ampliação das exportações de mercadorias inglesas, a conquista de mercados estrangeiros, asseguravam à indústria inglesa a importação de matérias primas e davam enormes dividendos.
A segunda guerra mundial causou a interrupção dos investimentos externos da Inglaterra. A influência de seus capitais nos mercados estrangeiros enfraqueceu-se em consequência da guerra e sobretudo devido à expansão imperialista do capital americano. As possibilidades de novas exportações de capitais ingleses diminuíram, o que provoca um enfraquecimento ainda maior da posição dos capitais ingleses nos mercados mundiais.
Ao mesmo tempo ocorreu uma modificação radical nos investimentos de capitais ingleses no interior do país.
Durante os anos de guerra, o capital da Inglaterra diminuiu, segundo os dados disponíveis, de 1.900 milhões de libras(16), as preços de 1938 levando-se em conta, de um lado, os investimentos governamentais e, de outro, as Perdas provenientes da renovação insuficiente do capital fixo empregado, a diminuição dos estoques de mercadorias e as destruições da guerra. O que é mais importante é que o equipamento industrial utilizado nos ramos da produção de base não substituído, sobretudo na indústria do carvão, na metalurgia e nas estradas de ferro.
Portanto, apesar das grandes necessidades da indústria inglesa, capitais enormes são desviados do mercado interno e exportados a fim de reforçar as posições financeiras imperialistas inglesas. Assim, por exemplo, segundo as estatísticas inglesas que apresentam valores subestimados, as despesas militares com as tropas inglesas no estrangeiro, ultrapassaram quase quatro vezes as quantias empregadas nas construções de base na indústria, na agricultura e nas empresas de utilidade pública.
Ao mesmo tempo, o chamado "plano" de investimento do governo para 1948 foi consideravelmente reduzido antes mesmo do começo do ano, sobre-. tudo nas partes destinadas ao equipamento industrial. Assim, a principia havia-se previsto uma quantia de 1.600 milhões de libras esterlinas para os investimentos destinados à substituição de equipamentos gastos. Mas já foi anunciada uma redução de 300 milhões de libras.
Os inúmeros planos e programas publicados depois da guerra pelo governo trabalhista não são na realidade senão um amontoado de cifras, um dos métodos de demagogia política que permitem aos chefes trabalhistas enganar o povo inglês. Na realidade, todas essas tentativas de planificação da economia capitalista inglesa não têm, e não podem ter qualquer base real. Comenta Voznessenski:
"O que distingue por princípio essas veleidades dos países capitalistas da planificação soviética é que a planificação soviética é sustentada pelo modo socialista de produção. Aqui foi o povo organizado em Estado soviético, -que dominou as leis sociais do desenvolvimento; a planificação da economia repousa sobre uma base científica e tem força de lei. Quanto à "planificação" dos países capitalistas, funda-se no predomínio da propriedade privada dos meios de produção; em consequência, não é senão um desejo* que não se firma sobre qualquer força econômica real"(17).
A política econômica dos trabalhistas leva a uma diminuição da produção industrial do país, ao abalo profundo de toda a produção. O déficit da produção de aço laminado é avaliado em um milhão de toneladas em 1948. A tonelagem mensal média dos navios construídos era menor em 1947 do que em 1946. Atualmente, em consequência do "auxílio" americano, continua a diminuição das construções navais. As quantidades de vagões de estrada de ferro destinadas à exportação em 1947 e 1948 diminuíram de 54.000 em relação a 1946 e 1947. É extremamente sensível o desgaste dos parques de locomotivas.
A diminuição da extensão do capital industrial resultante da guerra não faz desaparecer o problema da não utilização do capital e da capacidade de produção em certos ramos particulares da indústria inglesa. Isto diz respeito tanto a certas indústrias velhas: construções navais, têxtil — que já entre as duas guerras tiveram uma redução em sua capacidade de produção — como a indústria novas, hoje não menos importantes, como de automóveis, instrumentos mecânicos, etc... O problema de utilização do capital fixo tornar-se-á cada vez mais greve, sobretudo se se levar em conta a crise econômica que se aproxima nos Estados Unidos e a perspectiva de novos abalos na economia inglesa que depende crescentemente da América.
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As posições imperialistas da Inglaterra saíram da guerra muito mais enfraquecidas do que as dos Estados Unidos, o poderoso "parceiro mais velho" da Inglaterra no bloco anglo-americano, e seu concorrente imperialista. O imperialismo americano estabeleceu como objetivo não afrouxar a dependência econômica inglesa aos Estados Unidos, efetuada durante a guerra, e até aumentar ainda mais- essa dependência. As contradições entre a Inglaterra e os Estados Unidos são ainda mais evidentes devido ao enfraquecimento das posições coloniais da Inglaterra. O imperialismo inglês já perdeu sua antiga influência no Extremo Oriente: suas posições no Médio e no Próximo Oriente estão consideravelmente enfraquecidas
"Terminada a guerra, a Inglaterra pôde ainda recuperar as suas colônias: mas teve de se chocar contra uma mais forte influência do imperialismo norte-americano nas colônias, o qual desenvolveu a sua atividade, durante a guerra, em todas as zonas, que antes eram consideradas esferas de influência do capitalismo monopolista inglês (Oriente Árabe, Ásia do Sudeste). Foi reforçada a influência dos Estados Unidos nos territórios do Império Britânico e da América do Sul, onde a parte possuída há tempos pela Inglaterra passa, em medida sempre mais considerável, às mãos dos Estados Unidos"(18).
O aprofundamento da crise geral do capitalismo no período de após-guerra significa o agravamento das contradições internas do campo imperialista e sobretudo entre a Inglaterra e os Estados Unidos.
Desde sua subida ao poder o governo trabalhista tornou-se o associado do imperialismo americano. Mas nessa associação das duas.potências impe- rialistas, a posição vassala da Inglaterra aumentou rapidamente. A política pró-americana seguida pela burguesia monopolista inglesa levou a economia da Inglaterra a uma situação ainda mais precária. Essa tendência política dos trabalhistas de direita no domínio do comércio externo e das relações financeiras da Inglaterra tiveram resultados nefastos para a economia inglesa. Os resultados do comércio externo depois da guerra são desastrosos. O déficit da balança comercial aumenta de ano para ano. Segundo dados aproximados, o déficit elevou-se durante os primeiros meses de 1948 a mais B 100 milhões de libras.
A política pró-americana do governo inglês também se manifestou na baixa do valor efetivo da moeda do câmbio externo. Ao fim da guerra, assim como durante a guerra, formou-se uma relação favorável entre os preços do mercado externo e os do mercado interno. A alta do índice dos preços das importações de matérias primas ultrapassou a alta do índice dos preços dos produtos industriais acabados. Entre dezembro de 1946 e dezembro de 1947 o índice dos preços de exportações aumentou de 210 para 234, isto é, 24 pontos, sendo o ano de 1938 igual a 100, e o índice dos preços de importações de 219 para 254, isto é, 35 pontos. O empréstimo concedido pelos Estados Unidos à Inglaterra prestou um mau serviço a esta última. O aumento brusco dos preços americanos, sobretudo depois de 1946, agravou ainda mais a diferença entre o nível dos preços de importação das matérias primas e o dos preços de exportação dos produtos industriais acabados. A parte das importações americanas em relação às importações totais inglesas aumentou sensivelmente em virtude do acordo sobre esse empréstimo. É por esse motivo que a política expansionista imperialista dos Estados Unidos, que agrava o inflação neste país constitui um peso não somente para o povo americano como também para o povo inglês.
Os monopólios americanos tiraram aos exportadores britânicos a possibilidade de melhorar suas posições no comércio externo devido à eliminação da concorrência alemã nos mercados europeus e de outros países.
Ultimamente os ingleses vem encontrando em todos os mercados — mesmo nos países do Império inglês — uma concorrência americana crescente.
O dólar americano desaloja a libra inglesa de todas as esferas de influência onde ela era anteriormente todo-poderosa. Além do mais, muitos países que antigamente importavam suas mercadorias da Inglaterra encontram cada vez mais restrições e contingenciamento de importações. A Câmara de Comércio de Londres, numa declaração a respeito, afirmou, com precisão, que se os países importadores continuassem a adotar tais medidas, seria não só impossível aumentar as exportações, como ainda não seria possível nem mesmo conservar seu nível atual(19). Devido às dificuldades que a Inglaterra encontra na obtenção de grandes créditos para o comércio externo, conclui cada vez mais tratados comerciais bilaterais, o que implica um agravamento das contradições anglo-americanas no domínio do comércio externo.
Em consequência da guerra produziram-se modificações fundamentais na balança de pagamentos da Inglaterra. Esta tenta equilibrar suas rendas e suas despesas com empréstimos feitos em outros países, o que não deixará de aumentar a tensão em suas relações de pagamento. As condições impostas à Inglaterra em relação ao empréstimo americano fizeram ressaltar claramente as contradições entre os interesses do capitalismo inglês e americano e os verdadeiros objetivos dos expansionistas americanos. Estes últimos tentam impôr à Inglaterra uma completa dependência para com eles, bem como tentam explorar essa dependência para enfraquecer as posições imperialistas que a Inglaterra ainda conserva. As condições do empréstimo americano visavam a eliminação do bloco esterlino, e o sistema de preferências imperiais; previam uma solução favorável aos Estados Unidos do problema dos bens esterlinos e impunham uma série de outros entraves brutais ao comércio externo inglês. Tendo conseguido a abolição do sistema preferencial imperial, os Estados Unidos gozam de condições favoráveis para o escoamento cie suas mercadorias nos países do Império Britânico e tentam por todos os meios se apoderar dos mercados desses países a fim de aumentar suas exportações. Portanto, a aceitação das condições do empréstimo americano peio governo trabalhista não era uma necessidade absoluta. Uma política democrática do comércio interno e externo, o desenvolvimento de relações econômicas amplas e iguais com a União Soviética e as Democracias Populares teriam libertado a Inglaterra das condições escravizadoras do empréstimo americano. Mas o governo trabalhista escolheu deliberadamente uma política econômica imperialista, no interior e no estrangeiro, ligando seu destino ao do imperialismo americano, sacrificando assim os interesses do desenvolvimento econômico da Inglaterra e os interesses de seu povo.
Na ocasião da aceitação das condições do empréstimo americano, os lideres trabalhistas afirmavam que conseguiriam:
A realidade, entretanto, desmentiu essas previsões. O gabinete trabalhista malbaratou o empréstimo americano sem realizar uma só das tarefas propostas. A maior parte dos dólares foi absorvida em despesas para a manutenção das tropas inglesas no estrangeiro e em compras de produtos alimentares, de tabaco e de filmes americanos. A política externa do capital financeiro inglês aumenta a dependência e a submissão da. Inglaterra aos Estados Unidos. Essa política é criticada até mesmo por personalidades destacadas do Partido Conservador (Amery, Lord Beaverbrook, etc...).
Essa maneira de utilizar o empréstimo americano não saneou a balança de pagamentos da Inglaterra. A parte das exportações da Inglaterra para os mercados de divisas em dólares elevava-se em 1946 a apenas 14%, enquanto as importações provenientes desses mercados elevavam-se a 42%. Em agosto de 1947, a Inglaterra passou por uma escassez aguda de dólares. Durante os últimos meses de maio de 1946, o tesouro inglês recorreu à reserva ouro do país para cobrir as despesas externas indispensáveis. O déficit da balança de pagamento da Inglaterra passou de 380 milhões de libras em 1946 para 6/5 milhões em 1947. Em março de 1948, o governo trabalhista publicou uma análise da situação e das perspectivas econômicas do país. Essa análise, editada em forma de um livro branco que recebeu na imprensa britânica o nome de "livro negro", previa que "o ano de 1948 será certamente um ano muito agitado". Nesse livro previa-se um aumento do desemprego c uma redução do nível de vida das amplas massas do povo inglês. Todas as esperanças dos fracassados líderes trabalhistas concentram-se no chamado "auxílio" americano, no famoso Piano Marshall. Ao mesmo tempo os trabalhistas ingleses anunciaram um plano imediato de "saneamento econômico" do país. Esse plano prevê novas restrições para os produtos de primeira necessidade destinados às amplas massas da população, novos ataques aos salários dos operários, o alongamento da semana de trabalho e uma regulamentação obrigatória da divisão da mão de obra.
Assim, pois, a linha pró-americana seguida pelo governo trabalhista produziu abalos profundos na economia do país. Foram o capital americano e o monopólios ingleses que aproveitaram como a "colaboração" anglo-americana, enquanto o povo inglês com ela sofreu profundamente. Assim como durante os anos da guerra, todo o peso da guerra recaia sobre os ombros dos trabalhadores, no após guerra também os monopólios ingleses atiram sobre o povo todo o peso proveniente do aprofundamento da crise da economia inglesa. A continuação, pelos dirigentes trabalhistas, de sua política reacionária presagia novos e mais graves abalos para a economia inglesa.
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O sistema capitalista passa na Inglaterra por uma crise profunda e contínua.
A política imperialista dos dirigentes trabalhistas leva ao fortalecimento do parasitismo e, portanto, ao aprofundamento da crise da economia inglesa. As nacionalizações realizadas pelo governo trabalhista levam a um aumento da parte capitalista na renda nacional. A política financeira do governo trabalhista aumenta as despesas orçamentárias consagradas ao pagamento da dívida do Estado. A dívida do Estado atingiu, em 31 de março, a cifra colossal de 25,6 bilhões de libras. Isto ultrapassa o valor de toda a riqueza nacional da Inglaterra. Só os pagamentos relativos a essa dívida do Estado, elevavam-se em 1947 à quantia fabulosa de 545 milhões de libras, em 1938 atingiram 223 milhões de libras. As despesas militares aumentam. Em 1947, segundo dados oficiais, que apresentam cifras muito baixas, as despesas com o exército atingiam 900 milhões de libras quando em 1938 alcançaram 382 milhões de libras. Basta lembrar que todo o fundo dos salários dos operários em 1946 representava 3 bilhões de libras, para se avaliar a enormidade dessas despesas parasitárias. Essas cifras mostra claramente o peso que o governo burguês inglês faz recair sobre os ombros da classe trabalhadora e quais as proporções que atingiu a decomposição do imperialismo inglês. Tudo isso provocou um agravamento ainda maior das contradições internas da economia inglesa. O enfraquecimento das posições do imperialismo inglês não significa, entretanto, um enfraquecimento da agressividade e da rapacidade do capital financeiro inglês que teme um papel ainda muito importante no campo imperialista. Aproveitando-se dos múltiplos meios da política imperialista, concluindo compromissos fraudulentos, uma exploração acentuada do proletariado da metrópole e dos povos das colônias e países dependentes, o capital financeiro inglês tentará manter e fortalecer essas posições e encontrar uma saída imperialista para a crise.
É esse caminho que também segue o governo trabalhista na sua tentativa de livrar o país de suas dificuldades econômicas, ligando-se ainda mais aos Estados Unidos, atrelando a Inglaterra ao carro do imperialismo americano. A fim de mascarar suas intenções sinistras, os chefes trabalhistas proclamaram a concepção mentirosa do que eles chamam de "socialismo democrático".
Essa concepção que nada tem a ver com a democracia ou com o socialismo, tornou-se uma plataforma comum a todos os socialistas de direita, a "teoria" da política de "terceira força" que a patriarca do menchevismo internacional, León Blum, inventou o ano passado. Sabe-se bem a que resultados chegaram na França a teoria e a prática da "terceira força" de León Blum e Cia. Essa terceira força não é nada mais que o instrumento dócil entre as mãos da burguesia francesa e de seus Patrões do outro lado do Atlântico que serve para oprimir a classe operária e que deve abrir caminho para as forças reacionárias. É essa também a natureza do "socialismo democrático" de Mr. Clement Attlee,
Blum, como Attlee, pertencem na realidade ao campo Inimigo da democracia e do socialismo.
Os dirigentes trabalhistas emprestam um grande apoio ao plano agressivo de Marshall, cujo objetivo é, como o indicou claramente o Partido Comunista Inglês;
"fortalecer o capital reacionário em todos os países europeus, impedir a rápida reconstrução da Europa à base de uma economia democrática planificada, e fazer todos os governos dos países que recebem esse auxílio, participarem da "guerra santa" contra o União Soviética e as Democracias Populares".
Um dos resultados inevitáveis desse plano será a perda da soberania nacional da Inglaterra e seu rebaixamento para a categoria de potência de segunda ordem. Não é a toa que o jornal inglês "Evening Standard" foi obrigado a dizer que o povo inglês deve rejeitar as propostas de auxílio do "Plano Marshall" se prezar sua independência nacional e se quiser se manter sobre seus próprios pés.
Com um tal "plano" de estabilização é impossível evitar a crise econômica inglesa. O último caminho para sair dessa crise é transformar fundamentalmente e democraticamente a economia do país, recusar os engôdos imperialistas, acabar com a estrutura parasitária de sua economia, bem como com o açambarcamento subjugador dos monopólios britânicos, e abrir um novo caminho para a reconstrução da Inglaterra.
O aguçamento da luta de classes na Inglaterra de após guerra expressa-se num descontentamento crescente das amplas massas trabalhadoras diante da política reacionária do governo trabalhista. A oposição à política dos dirigentes trabalhistas cresce nas próprias fileiras do Partido Trabalhista. Os apelos do Partido' Comunista — vanguarda da classe operária inglesa — encontram eco entre todas as forças progressistas do país. A influência do Partido Comunista cresce entre as massas trabalhadoras. Seu programa econômico é objeto de uma popularidade cada vez maior no país. Inquietos com o crescente prestígio do Partido Comunista no seio do povo, os dirigentes trabalhistas proclamaram, recentemente, seguindo aí o exemplo de seus patrões americanos, a depuração do aparelho governamental de todos quantos tivessem ideias progressistas.
A realização das reformas radicais necessárias à reconstrução atual, política e econômica da Inglaterra não poderá ser efetuada senão pelas forças progressistas e democráticas do país.
Notas de rodapé:
(1) V. I. Lenin — “O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, pág. 187 — Editorial Vitória — Rio. (retornar ao texto)
(2) V. I. Lenin — “Obras Completas”, edição russa — Tomo XXX, pág. 836 — Moscou. (retornar ao texto)
(3) “Britain and World Trade”, junho de 1947, pág. 14 — Londres. (retornar ao texto)
(4) J. Stálin — “Obras Completas”, tomo II, págs. 89 — “Informe ao XVIº Confesso do P.C. (b) da URSS” — Edição russa — Moscou. (retornar ao texto)
(5) “A Grande Enciclopédia Soviética”, 1943 — Tomo 63, pág. 345 — Moscou. (retornar ao texto)
(6) Alfred E. Kahn — “Great Britain in the World Economy”, págs. 133 1946 New York. (retornar ao texto)
(7) C. Clark — “The Conditions of Economic Progress”, págs. 397 — 1940 — Londres. (retornar ao texto)
(8) V. Molotov — "O 30.° Aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro” — Problemas, n., 7. pág. 49 — Rio. (retornar ao texto)
(9) Mac Dongall — Britain’s Foreign Trade Problems — "Economic Journal”, março, 1947, pág. 78. (retornar ao texto)
(10) “White Paper” n. 7099. (retornar ao texto)
(11) Andrei Zhdanov — “Pela Paz, a Democracia e a Independência dos Povos” — Problemas, n. 5, pág. 22 — Rio. (retornar ao texto)
(12) Andrei Zhdanov — “Pela Paz, a Democracia e a Independência dos Povos” — Problemas, n. 5, pág. 24 — Rio. (retornar ao texto)
(13) “White Paper”, n. 7334 — Dados calculados Dara o ano de 1947. (retornar ao texto)
(14) Todas as despesas governamentais inclusive as despesas não militares. (retornar ao texto)
(15) “Monthly Digest of Statistics”, janeiro, 1947. (retornar ao texto)
(16) Planning, 8-6-45. (retornar ao texto)
(17) N. Voznessenski — "A Economia de Guerra da URSS” — Pág. 135. (retornar ao texto)
(18) Andrei Zhdanov — “Pela Paz, a Democracia e a Independência dos Povos”, Problemas”, n. 5, pág. 24 — Rio. (retornar ao texto)
(19) “The Chamber of Commerce Journal”, novembro de 1947, pág. 430. (retornar ao texto)
Inclusão | 08/07/2013 |