O Partido Comunista como Forma Superior de Organização de Classe do Proletariado

J. V. Stálin

1924


Observação: texto extraído da obra: Sobre os Fundamentos do Leninismo
Fonte:
Problemas - Revista Mensal de Cultura Política, nº 3, outubro 1947.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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capa desenho foto Stálin

Partido é o destacamento organizado da classe operária. Mas o Partido não é a única organização da classe operária. O proletariado conta com toda uma série de outras organizações sem as quais não poderia travar uma luta eficaz contra o capital: sindicatos, cooperativas organizações de’ fábricas e oficinas, frações parlamentares, organizações femininas sem partido, imprensa, organizações culturais, organizações da juventude, organizações revolucionárias de combate (durante as ações revolucionárias abertas), Soviets de deputados como forma estatal de organização (ali onde o proletariado ascende ao Poder), etc. A imensa maioria dessas organizações permanece à margem do Partido e só uma parte delas está diretamente vinculada a este ou são ramificações suas. Em determinadas condições, todas essas organizações são absolutamente necessárias para a classe operária, pois, sem elas não seria possível consolidar as posições de classe do proletariado nos diversos terrenos de luta, nem seria possível temperá-lo como força, chamada a substituir a ordem de coisas burguesa pela ordem socialista. Mas como levar a cabo a direção única, existindo tal abundância de organizações? Qual é a garantia de que essa multiplicidade de organizações não leve ao descontrole a direção? Dir-se-á que cada uma dessas organizações atua dentro de sua órbita própria, razão pela qual não podem misturar-se umas às outras. Isto é naturalmente exato. Mas também é certo que todas essas organizações têm que desenvolver sua atividade em uma mesma direção, pois servem a uma só desse, a classe dos proletários. Cabe perguntar: quem traça a linha, a orientação geral que há de servir de guia para o trabalho de todas essas organizações? Onde é que está a organização central que seja não somente capaz, por possuir a experiência necessária, de traçar aquela linha geral, como também dotada do possibilidade, por possuir a necessária autoridade para isso, de conduzir todas essas organizações e levar à prática essa linha com c fim de obter a unidade na direção e excluir toda possibilidade de descontrole?

Esta organização é o Partido do proletariado.

O Partido possui todas as condições necessárias para isto: primeiro, porque o Partido é o ponto em torno do qual se concentram os melhores elementos da classe operária, que mantêm vínculos diretos com as organizações sem partido do proletariado e que com frequência as dirigem; segundo, porque o Partido, como ponto em torno do qual se concentram os melhores elementos da classe operária, é a melhor escola de formação dos dirigentes da classe operária, capazes de dirigir todas as formas de organização de sua classe; terceiro, porque o Partido, como a melhor escola para a formação de dirigentes da classe operária, é, por sua experiência e autoridade, a única organização capaz de centralizar a direção da luta do proletariado, convertendo assim todas e cada uma das organizações sem partido da classe operária em órgãos auxiliares e em correias de transmissão que unem o Partido à classe. O Partido é a forma superior de organização de classe do proletariado.

Isto não quer dizer, naturalmente, que as organizações sem partido, os sindicatos, as cooperativas, etc., devam estar formalmente subordinadas à direção do Partido. Trata-se unicamente de que os membros do Partido que integram essas organizações adotem, como elementos indubitavelmente influentes, todos os meios de persuasão para conseguir que as organizações sem partido estabeleçam em seu trabalho um contacto estreito com o Partido e aceitem voluntariamente a direção política deste.

Eis porque diz Lenin que o Partido "é a forma superior da união de classe dos proletários", cuja direção política deve tornar-se extensiva a todas as demais formas de organização do proletariado. (Lenin, vol. XXV, pág. 194. A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo).

Eis porque a teoria oportunista da "independência" e da "neutralidade" das organizações sem partido, que agita os parlamentares "independentes" e publicistas "desligados" do Partido, funcionários sindicais de "mentalidade estreita" e a cooperativistas "aburguesados" é completamente incompatível com a teoria e a prática do leninismo.


A Teoria e a Prática

"A teoria é a experiência do movimento operário de todos os países, tomada em seu aspecto geral. Naturalmente, a teoria deixa de ter sentido quando não está vinculada à prática revolucionária, exatamente do mesmo modo que a prática é cega se a teoria revolucionária não ilumina o caminho. Mas a teoria pode converter-se em uma formidável força do movimento operário se ela se coloca em indissolúvel relação com a prática revolucionária, pois, ela e só ela pode infundir ao movimento a segurança, a força de orientação e a compreensão das relações internas dos acontecimentos que nos rodeiam, pois, ela e só ela pode ajudar a prática a compreender não só como e para onde se movem as classes no momento atual como também como e para onde haverão de mover-se em um futuro próximo."

Stálin — "Questões do Leninismo"

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Inclusão 21/02/2015