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O capital financeiro é uma força tão poderosa, tão decisiva, pode-se dizer, em todas as relações econômicas e internacionais, que é capaz de subjugar e subjuga efetivamente, mesmo os Estados que gozam de uma completa independência política. Vemos exemplos disso a toda hora. Entretanto, o que proporciona ao capital financeiro as maiores vantagens e “facilidades” é a submissão imposta aos países, aos povos que subjuga e aos quais acarreta a perda de sua independência política. Os países semicoloniais são típicos, neste sentido, como o “meio” apropriado para essa ação. Compreende-se, pois, que a luta em torno desses países semi-dependentes deva exacerbar-se particularmente à época do capital financeiro, quando o resto do mundo já se acha dividido.
Lênin — L’imperialisme, stade supreme du capitalisme — Chap. VI — Pag. 73-74 — Ed. Sociales, 1945.
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O capital financeiro não se interessa unicamente pelas fontes de matérias primas já conhecidas. Ele se preocupa também com as fontes possíveis; com efeito, em nossos dias a técnica se desenvolve com incrível rapidez, e as terras hoje inaproveitadas podem amanhã adquirir valor por novos processos (que um grande banco, por exemplo, pode achar, organizando uma expedição de engenheíros, de agrônomos, etc.) com a condição de que se empreguem ali capitais suficientes. É o mesmo para a procura de riquezas minerais, os novos processos de tratamento e utilização de matérias primas, etc., etc. Daí a tendência do capital financeiro de alargar seu território econômico, e mesmo seu território em geral. Por isso é que os trustes capitalizam seus haveres estimando duas ou três vezes seu valor, descontando deles seus lucros “possíveis” no futuro (e não seus lucros atuais) e os resultados ulteriores do monopólio; por isso, o capital financeiro tende geralmente a meter a mão sobre o maior número de terras possível, quaisquer que sejam elas, onde estejam e por qualquer meio que seja, na esperança de lá descobrir matérias primas e por medo de ficar à retaguarda na luta desesperada pela divisão dos últimos pedaços do mundo ainda não repartidos ou pela redivisão das partes já distribuídas.
Lênin — Obras Escogidas — T. I — Págs. 1025-26 — El imperialismo, fase superior del capitalismo — Cap. VI.
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O capital financeiro, que conduz o monopólio capitalista a seu mais alto grau, ao domínio sem freios por parte de um punhado de magnatas financeiros, agrava ainda mais a contradição fundamental do capitalismo e acentua o caráter transitório do capitalismo monopolista.
O domínio dos monopólios e do capital financeiro não se limita aos países nos quais a concentração da produção alcançou seu grau mais alto, mas se estende também aos países mais atrasados.
O imperialismo é um sistema de domínio e de opressão mundiais. O capital financeiro submete o inundo inteiro e oprime os povos dos países atrasados. Um dos meios mais importantes de que se vale neste domínio é a exportação de capital.
Luís Segal — princípios de Economia Política — Cap. XI (2) – Pág. 321 — EPU, 2.a ed., 1947.