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Vimos, no capítulo V, quando tratamos da lei da tendência decrescente da quota de lucro, que a pequena burguesia se proletariza, sendo, de fato, assalariada da grande burguesia e explorada indiretamente por ela.
A concentração nacional e internacional do capital contribui também para a proletarização da pequena burguesia. Além disso, essa concentração provoca ainda outras consequências, com relação aos países menos desenvolvidos economicamente, no que se refere à crise capitalista, e ainda, no que se refere às possibilidades de implantação do socialismo.
A técnica avança. Novas e custosas máquinas são inventadas e, logo que usadas por um capitalista, força a todos os demais concorrentes a tomarem a mesma atitude.
Há alguns anos, com algumas mesas e um torno, poder-se-ia montar uma padaria. O pão era amassado à mão.
Hoje, para se ter uma padaria que dê lucros, é preciso dispor de amassadores elétricos e outros instrumentos que exigem um grande capital necessário para uma indústria panificadora.
Os grandes comerciantes fazem concorrência aos pequenos.
Quem vencerá na luta? O grande comerciante — que consegue a mercadoria por um preço menor, pode pagar salários, fazer propaganda, tem um sortimento completo, etc. — ou o pequeno comerciante?
A técnica diminui o preço dos produtos da grande indústria e a manufatura e o artesanato se arruínam.
Além disso, muitas vezes o grande industrial monopoliza as matérias primas de sua indústria e o artesanato é explorado indiretamente ao ter de comprar as matérias primas, fornecendo assim um lucro suplementar ao grande industrial.
As estatísticas, a simples observação da realidade, demonstram com clareza as nossas explicações. Para que não desapareça, entretanto, a esperança de tornar-se algum dia burguesa, esperança essa que mantém a classe média atada aos interesses conservadores do grande capital, é indispensável que esses fatos não sejam conhecidos. É necessário que a classe média não veja no proletariado o seu aliado natural. Existem livros que pretendem demonstrar que essas afirmações marxistas não são exatas. Mas os fatos demonstram que o são.
Facilmente se deduz quais são as consequências da concentração nacional do capital: proletarização da classe média, aumento da produção socializada das fábricas de propriedade privada, aumento do proletariado industrial, etc., etc.
Com a concentração nacional do capital surgem os monopólios nacionais. A Standard Oil Company foi fundada em 1900.
Seu capital era de 150 milhões de dólares, que foram emitidos em 100 milhões de ações ordinárias e 160 milhões de ações preferenciais. As últimas obtiveram os seguintes dividendos, em milhões de dólares, nos anos 1900-1907: 48, 48, 45, 44, 36, 40, 40, 40; no total de 367 milhões de dólares.
Os Bancos vão cumprindo um papel cada vez mais decisivo na economia capitalista. O dinheiro é exportado e alguns capitais são colocados nos países industrialmente atrazados.
Lenine em 1916, no seu livro O imperialismo, etapa superior do capitalismo, diz:
"A Inglaterra e a Alemanha, no transcurso dos últimos 25 anos, inverteram na Argentina, Brasil e Uruguai, aproximadamente 4 bilhões de dólares e desfrutam de 46% de todo o comércio dos três citados países" (pág. 103, Ed. argentina).
No México, já no ano de 1910, e apenas nas empresas petrolíferas e mineiras, havia 635 milhões de dólares invertidos, dos quais, quase 500 milhões eram de capital americano, 87 milhões de capital inglês e 10 milhões de capital francês. Dos 625 milhões, apenas 29 eram de capital mexicano.
As empresas entram em entendimentos: as que produzem petróleo com as que produzem automóveis, etc.
Temos — diz Lenine — dois trustes elétricos mundiais, a AEG com um capital de 1.500 milhões de marcos e a GE da América do Norte. Elas se aliam e repartem entre si, o mundo: A GE (General Electric Co.) fica com os EE.UU. e o Canadá; a AEG fica com a Alemanha, Áustria, Suíça, Rússia, Holanda, Dinamarca, Turquia e os Balcans.
Até aqui estamos considerando que os trustes internacionais, compreendendo que devem repartir o mundo entre si, o fazem entrando em acordo.
Na realidade, apenas entram em acordo quando não se podem destruir mutuamente... e o fazem para destruir os industriais menos poderosos.
Os trustes internacionais têm interesses econômicos e políticos comuns. Alguns destes ajustam interesses de várias nações.
Existem, na Europa, alguns governos imperialistas que não defendem exclusivamente os interesses do seu imperialismo, mas, às vezes, o deixam em segundo plano e auxiliam os interesses de outros governos reacionários estrangeiros.
Naturalmente, interessados em conservar o regime capitalista, interessam-se também na combinação de interesses econômicos do capital imperialista.
O imperialismo é uma etapa superior do regime capitalista, isto é, de decomposição desse regime e tem as seguintes características:
O capital concentra-se nacional e internacionalmente: Quais as consequências políticas que essa concentração provoca?
O imperialismo fascista, na sua guerra de rapina na Espanha, conquistou bases de guerra contra a Inglaterra e a França, bases essas que prejudicarão a ambos os imperialismos.
Os setores bancários imperialistas desses países apoiaram, entretanto, essa conquista.
Quais são as características da época imperialista?
Inclusão | 31/08/2016 |