Resumo da História do Partido do Trabalho da Albânia


Capítulo VIII - Fundação do Partido Comunista da Albânia


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De 8 a 14 de Novembro de 1941, em Tirana levou-se a cabo na clandestinidade a reunião para fundar o Partido, em que participaram quinze representantes dos grupos comunistas. Entre estes estavam Enver Hoxha, Quemil Stafa, Vasili Shanto, Pilo Peristem e outros.

O problema principal, para o qual foi convocada a reunião resolveu-se em princípio, desde logo. Em 8 de Novembro foi tomada a decisão histórica de realizar a fusão dos grupos e fundar o PCA (...).

A maioria dos representantes exprimiram a sua decisão de pôr fim de uma vez para sempre à divisão e de criar um partido marxista-leninista, com uma sólida unidade organizativa e ideológica e com uma linha política combativa.

Só A. Lula e Sadik Prente, principais dirigentes e representantes do grupo dos «Jovens» se empenharam em obstruir o êxito deste objectivo. Não se atreveram a pronunciar-se abertamente contra a união dos grupos comunistas, porque esta era reclamada pelas bases. Mas apresentaram e defenderam os conhecidos pontos de vista trotskistas do seu grupo e de outros traidores do marxismo-leninismo. Trataram de comprovar sobretudo «a ausência do proletariado», »o carácter reaccionário e conservador do campesinato», «a falta de quadros preparados», «o perigo que representava para os quadros a propaganda e a agitação aberta contra o fascismo» e a «ilusão de contar com a ajuda e apoio da US». Com estes argumentos esforçaram-se por criar a ideia de que a fundação dum Partido Comunista único, seria puramente formal e que este partido nunca conseguiria estar à cabeça do povo albanês e dirigir a luta pela libertação nacional.

Enver Hoxha apoiado por Oemil Staifa e outros participantes na reunião levaram a cabo uma luta de princípios contra estas teses liquidacionistas. Quando viram o seu fracasso Anastas Lula e Sadik Prente aceitaram na aparência submeter-se à maioria e comprometeram-se a executar as resoluções da reunião (...).

Segundo o acordo adoptado, nenhum dos chefes principais (presidentes e vice-presidentes) dos grupos foi eleito para, a direcção do Partido. Isto não foi consequência de um simples acordo, mas de uma exigência do desenvolvimento do movimento comunista e revolucionário. Os chefes dos grupos, impregnados de um evidente espírito grupista durante muito tempo tinham sido obstáculos para a unidade cíos comunistas albaneses num só partido e incapazes de dirigir os comunistas e as massas revolucionárias.

A reunião criticou todos os pontos de vista erróneos e estranhos à ideologia marxista-leninista que apareciam nas fileiras dos grupos comunistas. De maneira especial condenaram a «teoria dos quadros» como derrotismo e oportunista, que afastava os comunistas das massas populares, os colocava a reboque delas, convertia-os numa seita e, em definitivo, conduziria à liquidação do partido (...).

O Comité Central provisório foi encarregado de depurar toda a literatura que utilizavam os grupos comunistas, de materiais anti-marxistas, trotskistas e anarquistas (...).

Desta maneira o PCA destacou desde o início a importância da teoria marxista-leninista e da consciência comunista dos seus militantes e indicou o caminho que conduziria à vitória do movimento operário, do movimento de libertação das massas oprimidas e exploradas.

A reunião decidiu pôr fim de uma vez por todas à má organização dos grupos comunistas, à falta de disciplina, ao espírito de fracção e de grupo e criar um partido sobre bases sólidas de organização, marxista-leninista. A sólida organização tinha que se ser o meio principal para conseguir um partido inquebrantável e assegurar a aplicação da sua linha política. Foi fixada como primeira tarefa informar o Comité Central Provisório de todos os contactos que os dirigentes dos grupos comunistas tinham com os seus militantes. A partir de então os comunistas estavam obrigados a aplicar unicamente as normas de organização determinadas por essa reunião e pelo Comité Central sobre a base do princípio do centralismo democrático...

Deu-se a directiva de criar, o mais rapidamente possível, em substituição das velhas e reduzidas células de dois a três militantes, outras novas em que participassem os ex-militantes dos grupos logo que se depurassem as suas fileiras dos elementos com manifestas tendências sectárias, oportunistas e grupistas. Com a organização das células criar-se-iam os Comités Regionais do Partido. Entre estes comités e as células deviam manter-se estreitos laços. A reunião exigia que as células demonstrassem a sua iniciativa e penetrassem nas grandes massas da cidade e do campo, os comités deviam ajudá-los e controlar continuamente a sua actividade (...).

Foi dedicada uma atenção particularmente grande à unidade e disciplina do Partido.

«Sem uma férrea disciplina e unidade do Partido, o nosso Partido que tem um grande número de inimigos, não poderá dirigir vitoriosamente a luta» (Resolução da Reunião dos Grupos Comunistas).

Para assegurar uma sólida unidade e forte disciplina a reunião pedia aos comunistas que fossem vigilantes e que não permitissem a infiltração nas fileiras do partido de elementos arrivistas, intriguistas, com espírito pequeno-burguês, que não se submetessem à disciplina e criassem um terreno favorável às actividades anti-partido. Assim toda a organização do Partido tinha direito a expulsar das suas fileiras, sem vacilação alguma, qualquer elemento de tendências anti-marxistas, oportunistas e liquidacionistas. Sublinhava-se uma vez mais que o liberalismo o fraciozismo e a indisciplina não podiam ter lugar no partido

A ligação do Partido às massas era uma questão fundamental que a Reunião analisou e pôs na ordem do dia. Insistiu-se em que as deficiências que tinham os grupos neste sentido .deviam superar-se a todo o custo (...).

1.ª tarefa — Vincular-se com as massas.

O PCA consagrou grande cuidado à propaganda e agitação verbais e através da imprensa.

Em todas as formas de agitação e de propaganda ocupavam um lugar importante as conversas individuais ou em pequenos grupos nas reuniões de operários, camponeses e jovens. Esta forma de agitação produziu os mais satisfatórios resultados. Os comunistas introduziam-se onde quer que houvesse massas. Este objectivo alcançavam-no empregando todos os meios e com métodos oportunos. Aproveitavam-se amplamente das velhas e novas amizades, das festas nacionais e populares, casamentos, dias de mercado, parentescos, etc. (...).

A propaganda e a agitação combativas eram armas enérgicas para ganhar as massas, mas isso não basta. O PCA havia tirado ensinamentos muito valiosos das deficiências do trabalho dos grupos comunistas e desde o princípio tinha-se dado conta claramente que as massas compreendem e assimilam o que o Partido expressa mediante feitos e múltiplas acções concretas que respondam directamente ’às suas exigências, aos seus interesses e aspirações.

O Comité dava-se conta que a actividade do Partido estava obstruída não só pelos vestígios do velho trabalho dos grupos mas também pelo espírito grupista que subsistia de maneira pronunciada, assim como pelo trabalho fraccionista e antipartido que desenvolviam os trotskistas Anastas Lula e Sadik com outros amigos seus, e ex-membros do grupo dos «jovens».

No que respeita à admissão do Partido de novos membros provenientes principalmente das fileiras dos operários e dos camponeses pobres, recomendar que não fossem obstáculo o baixo nível dos seus conhecimentos teóricos e políticos. Estes homens decididos seriam instruídos e educados como combatentes abnegados à causa do povo, do comunismo, nas fileiras do Partido...


Inclusão 22/05/2014