MIA > Biblioteca > Imprensa > Novidades
Fonte: A Carta Chinesa, 1ª edição, dezembro de 2003, Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo (NEMLM), coleção “Marxismo contra revisionismo”.
Tradução: O NEMLM, responsável pela edição desta obra, traduziu-a da versão em espanhol publicada por Edições do Povo, Pequim.
Queridos camaradas:
O Comitê Central do PCUS considera necessário dirigir-se a vocês com uma carta a fim de expor sua posição sobre as questões fundamentais do comunista internacional em razão da carta do CC do Partido Comunista da China de 14 de junho passado.
Os soviéticos sabem perfeitamente que nosso Partido e Governo, expressando a vontade de todo o povo soviético, não poupam esforços para fortalecer a amizade fraternal com os povos de todos os países socialistas, com o povo chinês. Nos une a luta comum pela vitória do comunismo, temos um objetivo comum e nossos sonhos e esperanças coincidem.
Durante muitos anos as relações entre nossos partidos foram boas. Porém faz algum tempo se manifestaram sérias divergências entre o PCCh, de um lado, e o PCUS e os demais partidos irmãos, de outro. Atualmente suscitam crescente preocupação ao CC do PCUS as intervenções e atos da direção do Partido Comunista da China que solapam a coesão de nossos partidos e a amizade de nossos povos.
O CC do PCUS fez, por sua parte, todo o possível para superar as divergências surgidas e em janeiro deste ano, propôs cessar a polêmica aberta no movimento comunista a fim de debater, serena e praticamente, as questões litigiosas e dar-lhes solução sobre uma base marxista-leninista de princípio. Essa proposta do PCUS encontrou cálido apoio por parte de todos os partidos irmãos. Seguidamente se combinou a entrevista entre os representantes do PCUS e do PCCh que se celebra anualmente em Moscou.
O CC do PCUS confiava em que os camaradas chineses, da mesma forma que nós, dariam mostras de boa vontade e contribuiriam para o êxito do encontro para o bem de nossos povos, no interesse do fortalecimento da unidade do movimento comunista. Temos de lamentar que quando já se estava combinada a entrevista dos representantes do PCUS e do PCCh em Moscou, designadas as delegações e estabelecida a data do encontro, os camaradas chineses em vez de plantear as divergências existentes para seu exame durante a entrevista, subitamente consideraram possível expor abertamente perante o mundo inteiro não só as velhas discrepâncias, mas também lançar novas acusações contra o PCUS e demais Partidos Comunistas. Isso se manifestou na carta do CC do PCCh publicada em 14 de junho passado, que dá uma interpretação arbitrária das Declarações das Conferências de Moscou de representantes dos Partidos Comunistas e Operários, desvirtuando as formulações essenciais desses históricos documentos. A carta do CC do PCCh contém ataques infundados e denegridores a nosso Partido e demais Partidos Comunistas, às resoluções do XX, XXI, XXII Congressos e ao Programa do PCUS.
O Presidium do CC do PCUS, ao estudar a carta, chegou à conclusão, como vocês sabem pela declaração do CC do PCUS publicada no "Pravda" de 19 de junho passado, de que a publicação naquele momento da carta do CC do PCCh de 14 de junho, na imprensa soviética, resultaria inconveniente. A publicação da carta, exigiria logicamente uma resposta pública de nossa parte o que teria conduzido a uma nova agudização da polêmica, a atiçar as paixões e por fim ao pioramento das relações entre nossos Partidos. A publicação da carta do CC do PCCh resultava ademais inoportuna pelo fato de estar fixada a entrevista dos representantes do PCUS e do PCCh cujo objetivo, a nosso ver, reside em contribuir, mediante uma análise das discrepâncias existentes, num ambiente de camaradagem, a melhor compreensão mútua de nossos Partidos nas questões fundamentais do desenvolvimento mundial contemporâneo e a criar uma atmosfera favorável à preparação e celebração da conferência de representantes de todos os Partidos Comunistas e Operários.
Ao mesmo tempo, o Presidium do Comitê Central do PCUS considerou necessário dar a conhecer aos membros do CC do PCUS e a todos os participantes no Pleno, a carta do CC do PCCh, assim como também informar-lhes da essência das divergências existentes entre a direção do PCCh e o PCUS e os demais partidos marxista-leninistas.
O Pleno do Comitê Central numa resolução aceita unanimemente aprovou a atividade política desenvolvida pelo Presidium do CC do PCUS, pelo Primeiro Secretário do CC do PCUS e Presidente do Conselhos de Ministras da URSS, Nikita Kruchov, para a coesão das forças do movimento comunista internacional, assim como também todas as ações e medidas concretas aplicadas pelo Presidium do CC do PCUS em suas relações com o Comitê Central do Partido Comunista da China.
O Pleno do CC do PCUS recomendou ao Presidium do CC guiar-se invariavelmente, na entrevista com os representantes do PCCh, pela linha do XX, XXI e XXII Congressos de nosso Partido, linha que fora aprovada nas Conferências de Representantes dos Partidos Comunistas e exposta em ambas declarações, plenamente confirmadas pela vida e pela marcha dos acontecimentos internacionais. Ao rechaçar categoricamente como infundados e caluniosos os ataques do CC. do Partido Comunista da China a nosso Partido e demais Partidos Comunistas, às resoluções do XX, XXI e XXII congressos e ao Programa do PCUS, o Pleno do Comitê Central, manifestando a vontade de todo nosso Partido, anunciou sua disposição e decisão de aplicar consequentemente uma orientação orientada a coesionar os partidos irmãos, a superar os desacordos existentes. O Pleno declarou que nosso Partido continuaria esforçando-se para fortalecer a unidade sobre a base dos princípios marxista-leninistas e do internacionalismo proletário, a amizade fraternal entre o PCUS e o PCCh, pelo bem da luta por nossa causa comum.
Lamentavelmente, os acontecimentos do último período mostraram que os camaradas chineses interpretam à sua maneira a serenidade de que temos dado mostras. Apresentam nosso sincero desejo de evitar a agudização da polêmica no movimento comunista pouco menos que como o desejo de ocultar aos comunistas, ao povo soviético, as opiniões dos dirigentes chineses. Ao tomar nossa serenidade como debilidade, os camaradas chineses, a despeito das normas que regem as relações amistosas entre os países socialistas irmãos, começaram a difundir ilegalmente com crescente impertinência e insistência, em Moscou e em outras cidades da União Soviética a carta do CC do PCCh de 14 de junho traduzida para o russo em grande tiragem. Não contentes com isso, os camaradas chineses começaram a propagar e difundir intensamente em todo o mundo essa carta e outros documentos dirigidos contra nosso Partido sem desdenhar para isso os editoriais e agências imperialistas.
O assunto se agrava pelo fato de que quando o Ministrerio das Relações Exteriores da URSS chamou a atenção do Embaixador da RPCh sobre a intolerância de semelhantes ações que desprezavam grosseiramente a soberania de nosso Estado, os representantes chineses, em lugar de cessá-las, afirmaram ostensivamente que se consideravam com direito a seguir difundindo a carta na URSS.
Em 7 de julho, depois já de haver-se iniciado a entrevista em Moscou, se celebrou em Pequim uma manifestação multitudinária, na qual personalidades oficiais aclamaram como heróis os funcionários chineses expulsos da União Soviética por haver difundido ilegalmente escritos nos quais se lançam ataques contra nosso Partido e o Governo soviético. Ao exacerbar no seio do povo irmão da China sentimentos e correntes inamistosas contra a URSS, as personalidades oficiais chinesas pretenderam insistir uma e outra vez na manifestação seu direito de infringir a soberania de nosso Estado e as normas das relações internacionais. Em 10 de julho o CC do PCCh publicou uma nova declaração, na qual justifica tais ações e trata de dar-se, no fundo, o direito a imiscuir-se nos assuntos internos da União Soviética, coisa que, como é natural, o Governo soviético não tolerará jamais. Tais ações conduzem inevitavelmente tão somente a agravar as relações e o único que podem, é causar dano.
Em 13 de julho, o "Renmin Ribao" volta a lançar uma e outra vez ataques em seu editorial contra nosso Partido, interpretando falsamente o fato de que a imprensa soviética não tenha publicado a carta do CC do PCCh de 14 de junho.
As ações abertamente hostis dos dirigentes do PCCh, seu obstinado afã em insuflar a polêmica no movimento comunista internacional, a tergiversação preconcebida da posição de nosso Partido e a interpretação errada dos motivos que nos induziram a adiar por algum tempo a publicação da carta, nos induzem a publicar a carta do CC do PCCh de 14 de junho de 1963 e a expor nossa opinião sobre este documento.
Todo aquele que leia a carta do CC do PCCh verá por trás das frases altissonantes sobre a unidade e a coesão, ataques caluniosos, inamistosos contra nosso Partido e o país soviético, o desejo de rebaixar o alcance histórico da luta de nosso povo pelo triunfo do comunismo na URSS e pelo triunfo da paz e do socialismo no mundo inteiro. Que acusações abertas e veladas contra o PCUS e a União Soviética se fazem neste documento! Os autores da carta se permitem lançar infúndios indignos e ultrajantes para os comunistas a respeito da "traição aos interesses de todo o proletariado internacional e a todos os povos do mundo", a respeito do "distanciamento do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário", fazem insinuações sobre "covardia perante os imperialistas", de um "passo atrás na marcha do desenvolvimento histórico" e até de "desarmamento orgânico e moral do proletariado e de todos os trabalhadores" equivalente a "servir à restauração do capitalismo" em nosso país. Como podem abrir a boca para dizer tais coisas do Partido do grande Lenin, da pátria do socialismo, do povo que foi o primeiro do mundo em realizar a revolução socialista, salvaguardou as grandes conquistas desta em duras batalhas contra o imperialismo internacional e a contra-revolução interna, revela maravilhas de heroísmo e abnegação na luta pela edificação do comunismo e cumpre fielmente o dever internacional perante todos os trabalhadores do mundo?
Há quase meio século que o país soviético, dirigido pelo Partido Comunista, luta pelo triunfo das idéias do marxismo-leninsmo, em prol da liberdade e da felicidade de todos os trabalhadores da Terra. Desde os primeiros dias da existência do Estado soviético, quando à frente da direção de nosso país se encontrava o grande Lenin, e até o dia de hoje, nosso povo prestou e continua prestando desinteressadamente grande ajuda a todos os povos que lutam por libertar-se do jugo do imperialismo e do colonialismo e edificar uma nova vida.
Em toda a história universal não se dá outro caso de que um país tenha ajudado em tais proporções a outros a desenvolver sua economia, ciência e técnica.
Os trabalhadores da China, os comunistas chineses perceberam com toda sua plenitude a solidariedade fraternal do povo soviético e de nosso Partido, tanto no período de sua luta revolucionária pela libertação da pátria como nos anos da construção do socialismo. Imediatamente depois da proclamação da República Popular da China, o Governo soviético subscreveu com o Governo da China popular o Tratado de Amizade, Aliança e Assistência Mútua, tratado que é um poderoso meio para fazer frente aos atentados do imperialismo e um fator para consolidar a paz no Extremo Oriente e no mundo inteiro.
O povo soviético generosamente fez partícipe a seus irmãos chineses de toda sua experiência de muitos anos na construção do socialismo, de seus progressos no domínio da ciência e da técnica. Nosso país ajudou e ajuda consideravelmente o fomento da economia da China popular. Com o concurso ativo da União Soviética, a China popular erigiu 198 empresas, oficinas e obras industriais montadas com maquinário novíssimo. Com o concurso de nosso país se criou na China novos ramos industriais, como a automobilística, de tratores, de aviação e outros. A União Soviética facilitou à RPCh mais de 21.000 jogos completos de documentação técnico-científica, entre os que figuravam os de mais de 1.400 projetos de grandes empresas. Nós temos ajudado invariavelmente a China a reforçar a defesa do país e a organizar uma indústria moderna de defesa. Nos estabelecimentos de ensino superior soviéticos e em nossas empresas se formaram milhares de técnicos e operários chineses. Também agora a União Soviética continua prestando seu concurso técnico à República Popular da China na construção de 88 empresas e obras industriais. Não dizemos isto para alardear, mas sim unicamente porque nos últimos tempos os dirigentes do PCCh tratam de menosprezar o alcance da ajuda soviética. Tampouco esquecemos que, de nossa parte, a União Soviética recebeu da RPCh artigos de que necessitava.
Não faz tanto tempo os dirigentes chineses falavam muito e bem da amizade dos povos da China e da União Soviética, da unidade do PCUS e do PCCh, e elogiavam altamente a ajuda soviética e faziam chamamentos a aprender com a experiência da União Soviética.
O camarada Mao Tsetung dizia em 1957:
"O povo chinês, no curso da luta pela libertação nacional, contou com a simpatia e o apoio fraternais do povo soviético. Depois da vitória da revolução chinesa, a União Soviética presta também uma grande e múltipla ajuda à China na construção do socialismo. O povo chinês jamais esquecerá tudo isto."
O único que lamentamos é que os dirigentes chineses tenham começado a esquecê-lo. Nosso Partido e todos os soviéticos se congratulavam com os êxitos do grande povo chinês na edificação de sua nova vida e estavam orgulhosos deles. Na solene recepção celebrada em Pequim por ocasião do décimo aniversário da República Popular da China, o camarada N. S. Kruchov disse:
"O heróico e laborioso povo da China, sob a direção de seu glorioso Partido Comunista, demonstrou do que é capaz um povo quando toma o poder em suas mãos... Agora todos reconhecem os progressos do povo chinês e do Partido Comunista da China. Os povos da Ásia e da África vêm de que forma, com que regime podem revelar-se de verdade os talentos, as forças criadoras do povo, quando este pode liberar a longo e ao largo sua poderosa força de criação."
Assim estavam as coisas enquanto os dirigentes chineses não começaram a apartar-se do rumo geral do movimento comunista internacional.
Em abril de 1960 os camaradas chineses começaram por pra fora abertamente suas divergências com o movimento comunista mundial, publicando uma recopilação de artigos sob o título "Viva o leninismo!". Nesta recopilação, baseada em teses de famosos trabalhos de Lenin, puxados pelos cabelos, recortados e erroneamente interpretados, se formulavam teses dirigidas no fundo contra os princípios da Declaração da Conferência de Moscou de 1957, subscrita, em nome do PCCh, pelo camarada Mao Tsetung; contra a política de coexistência pacífica de Estados com distintos sistemas sociais, contra a possibilidade de evitar uma guerra mundial na presente época, contra a utilização dos caminhos tanto pacífico como não pacífico de desenvolvimento das revoluções socialistas. Os dirigentes do PCCh começaram a tratar de inculcar seus pontos de vista a todos os partidos irmãos.
Em junho de 1960, na sessão do Conselho Geral da Federação Sindical Mundial, celebrada em Pequim, os dirigentes chineses reuniram, sem o consentimento prévio das direções dos partidos irmãos, os representantes de vários partidos que se encontravam então em Pequim e criticaram abertamente a posição do PCUS e demais partidos marxista-leninistas, e também a Declaração aprovada pela Conferência de Moscou de 1957. Ademais, os camaradas chineses levam suas divergências com o PCUS e demais partidos irmãos à tribuna de uma organização sem partido.
Estes atos da Direção do PCCh produziram uma inquietação nos partidos irmãos. Tendo isto em conta, na Conferência de Bucareste dos Partidos Comunistas, celebrada em 1960, se tentou examinar com os dirigentes do PCCh as divergências surgidas. Os representantes de 50 Partidos Comunistas e Operários criticaram de forma camarada os pontos de vista e ações dos dirigentes chineses e lhes chamaram a retomar a senda da unidade e da colaboração com o movimento comunista internacional, de acordo com os princípios da Declaração de Moscou. Desgraçadamente a direção do PCCh desdenhou a ajuda camarada e continuou mantendo seu rumo errado e aprofundando as desavenças com os partidos irmãos.
Desejoso de impedir um tal desenvolvimento dos acontecimentos, o CC do PCUS propôs entabular negociações com o Comitê Central do Partido Comunista da China. Estas conversações aconteceram em Moscou em setembro de 1960. Mas tampouco então se logrou superar as divergências surgidas devido à falta obstinada de desejo da delegação do PCCh de considerar a opinião de um partido irmão. Na Conferência de Representantes de 81 Partidos Comunistas e Operários, celebrada em novembro de 1960, a maioria absoluta dos partidos irmãos rechaçaram os pontos de vista e as concepções erradas da Direção do PCCh. A delegação chinesa à Conferência defendeu obstinadamente seus pontos de vista particulares e somente quando se viu em perigo de ficar isolada por completo, assinou a Declaração.
Hoje é claramente evidente que ao estampar sua assinatura ao pé da Declaração de 1960, os dirigentes do PCCh não fizeram mais que manobrar. Imediatamente depois da conferência retomaram a propaganda a favor de seu rumo, valendo-se como porta-voz da direção do Partido do Trabalho da Albânia. Pelas costas de nosso Partido, desenvolveram uma campanha contra o CC do PCUS e o Governo soviético.
Em outubro de 1961, o CC do PCUS fez novas tentativas de normalizar as relações com o PCCh, os camaradas N. S. Kruchov, E R. Kozlov e A. I. Mikoyán mantiveram conversações com os camaradas Chou En-lai, Peng Chen e outros dirigentes que assistiram ao XXII Congresso do PCUS. O camarada N. S. Kruchov expôs detalhadamente à delegação chinesa a posição do CC do PCUS nas questões de princípio discutidas no XXII Congresso e reforçou nosso desejo invariável de consolidar a amizade e a colaboração com o Partido Comunista da China.
Em nossas cartas de 22 de fevereiro e 31 de maio de 1962, o CC do PCUS chamou a atenção do CC do PCCh sobre os perigosos efeitos que para nossa causa comum pode ter o relaxamento da coesão do movimento comunista. Nós propusemos então aos camaradas chineses dar alguns passos dirigidos a não permitir que os imperialistas tivessem a possibilidade de aproveitar em benefício próprio as dificuldades surgidas nas relações soviético-chinesas. O CC do PCUS propôs também tomar medidas mais contundentes em tais questões de como trocar informações políticas sobre a situação interna dos países, acordar as posições dos partidos irmãos nas organizações democráticas internacionais e em outras esferas.
Não obstante, a estas cartas e a outros passos práticos encaminhados a melhorar as relações com o PCCh e a RPCh em todas as ordens, Pequim deu por resposta o silêncio.
No outono do ano passado, antes de partir de Moscou antes do camarada Liu Siao, antigo Embaixador da RPCh na União Soviética, partir de Moscou, o Presidium do CC do PCUS teve com ele uma longa conversação. No curso desta conversação, os membros do Presidium do CC tomaram uma vez mais a iniciativa para fortalecer a amizade sino-soviética. O camarada N. S. Kruchov rogou ao camarada Liu Siao que transmitisse ao camarada Mao Tsetung nossa proposição: "deixemos todas as discussões e divergências, não tratemos de ver quem tem razão e quem não, não removamos o passado e comecemos de novo nossas relações a limpo". A este sincero chamamento não recebemos a menor resposta.
Aprofundando suas diferenças ideológicas com os partidos irmãos, os dirigentes do PCCh começaram a transportá-las para as relações intergovernamentais. Os organismos chineses começaram a reduzir as relações econômicas e comerciais da RPCh com a União Soviética e demais países socialistas. Por iniciativa do Governo da RPCh, o volume comercial da China com a União Soviética nos últimos três anos diminuiu a quase a terça parte; os envios de equipamentos completos foram reduzidos a quarenta por cento. Esta redução teve efeito por influência dos dirigentes chineses. Lamentamos que a Direção da RPCh tenha empreendido esse caminho. Considerávamos e continuamos considerando que devemos desenvolver os laços sino-soviéticos, desenvolver nossa colaboração. Isso seria mutuamente benéfico, porém, sobretudo, para a China popular, que recebia da União Soviética e demais países socialistas uma grande ajuda. A União Soviética desenvolveu amplas relações com a China antes, e hoje continua advogando por sua ampliação e não por sua diminuição. Parece ser que a direção do PCCh deveria preocupar-se, em primeiro termo, com o fomento dos laços econômicos com os países socialistas, Entretanto, trabalha em sentido contrário, sem importar-lhe o danos que tais ações causam à economia da RPCh.
Os dirigentes chineses não disseram a seu povo a verdade sobre quem tem a culpa de que se tenham reduzido esses laços. Entre os comunistas chineses e até entre a população se desenvolveu uma ampla campanha, encaminhada a desacreditar a política interna e externa do PCUS, a exacerbar as correntes anti-soviéticas.
O CC do PCUS chamou a atenção dos camaradas chineses sobre a injustiça desses atos. Dissemos aos camaradas chineses que não se pode, em dependência das discussões e divergências surgidas, induzir o povo a que elogie ou fulmine ataques contra este ou outro partido. Para todos os comunistas é evidente que as desavenças entre os partidos irmãos não são mais que um episódio temporário, enquanto que as relações entre os povos dos países socialistas se estabelecem agora para sempre.
Não obstante, os dirigentes chineses sempre fizeram caso omisso das advertências do PCUS e continuaram agravando as relações sino-sovieticas.
A partir de finais do ano de 1961 os representantes chineses nas organizações democráticas internacionais, começaram a tratar de impor abertamente seus pontos de vista errados. Em dezembro de 1961, na reunião de Estocolmo do Conselho Mundial da Paz, a delegação chinesa se pronunciou contra a convocatória do Congresso Mundial pela Paz e pelo Desarmamento. Ao longo do ano de 1962, devido às ações divisionistas dos representantes chineses, se pôs em perigo o trabalho da Federação Sindical Mundial, do Movimento Mundial de Partidários da Paz, do Movimento de Solidariedade Afro-Asiática, da Federação Mundial da Juventude Democrática, da Federação Democrática Mundial de Mulheres e de muitas outras organizações. Os representantes chineses foram contra a participação dos delegados dos comitês de solidariedade afro-asiática dos países socialistas europeus na terceira Conferência de Solidariedade dos povos dos países da Ásia e África em Moshi. O dirigente da delegação chinesa declarou aos representantes soviéticos que "os brancos não têm nada que fazer aqui". Na conferência de jornalistas de Jakarta, os representantes chineses praticaram a política de não permitir aos jornalistas soviéticos intervirem como participantes com plenitude de direitos, alegando que a União Soviética... não figura entre os países da Ásia.
Estranha e surpreende que os camaradas chineses tenham acusado de realizar um trabalho divisionista e praticar uma política errada à maioria aplastante do recente Congresso Mundial de Mulheres, quando contra o chamamento aprovado pelas mulheres de 110 países de todos os continentes, representadas no Congresso, votaram unicamente as representantes de dois países: China e Albânia. Resulta que todo o exército de milhões e milhões de mulheres amantes da liberdade marcha errado e só os dois estão corretos!
Tal é, brevemente exposta, a história das divergências da direção chinesa com o PCUS e demais partidos irmãos. Ela demonstra que os dirigentes do PCCh contrapõem sua linha particular ao rumo geral do movimento comunista, tratando de impor-lhe seu ditado, seus pontos de vista profundamente errados nos problemas cardeais do momento atual.
Em que consiste o quê das divergências entre o PCCh, de um lado e o PCUS e o movimento comunista internacional, de outro? Esta pergunta se fará sem dúvida alguma, todo aquele que leia a carta do CC do PCCh de 14 de junho.
Muitos dos postulados dessa carta podem produzir estupefação à primeira vista: Com quem discutem, certamente os camaradas chineses? Acaso há comunistas que estão contra, por exemplo, a revolução socialista ou não consideram um dever seu lutar contra o imperialismo e apoiar o movimento de libertação nacional? Por que a Direção do PCCh planteia obstinadamente tais coisas?
Também pode surgir esta interrogante: Por que não se pode estar de acordo com a posição dos camaradas chineses sobre muitos problemas importantes, exposta em sua carta? Tomemos, por exemplo, um problema tão cardeal como o da guerra e da paz. O CC do PCCh fala em sua carta de paz e de coexistência pacífica.
O quê da questão consiste em que, ao iniciar a cruzada contra a plataforma dos partidos marxista-leninistas nos problemas cardeais do momento atual, os camaradas chineses atribuem, em primeiro lugar, ao PCUS e demais partidos marxista-leninistas posições que eles jamais mantiveram e lhes são estranhas; em segundo lugar, se esforçam, ainda aceitando verbalmente fórmulas e teses tomadas de documentos do movimento comunista, por mascarar seus pontos de vista errados e suas posições incorretas. Pronunciar-se abertamente contra a luta dos povos pela paz, contra a coexistência pacífica de Estados com sistemas sociais distintos, contra o desarmamento, etc., significaria denunciar suas posições aos olhos de todos os comunistas do mundo, dos povos pacíficos, repeli-los de seu lado. Por isso quanto mais se enrarece a polêmica, quanto mais se manifesta a inconsistência da posição da Direção do PCCh, com maior cuidado recorre a essa camuflagem. Se não levamos em consideração esse recurso dos camaradas chineses, desde fora pode parecer inclusive que a discussão tomou um caráter escolástico, que tudo gira em torno a formulações soltas desligadas dos problemas vivos.
Na realidade a discussão gira em torno de problemas que afetam os interesses cardeais dos povos.
São os problemas da guerra e da paz, o problema do papel e do desenvolvimento do sistema socialista mundial, são os problemas da luta contra a ideologia e a prática do "culto à personalidade", são os problemas da estratégia e da tática do movimento operário mundial e da luta nacional libertadora.
Estes problemas a própria vida os colocou, as profundas mudanças operadas nos países socialistas e em todo o mundo, a mudança da correlação de forças registrado nos últimos anos entre o socialismo e o imperialismo, as novas possibilidades de nosso desenvolvimento. O movimento comunista devia dar e deu resposta a essas questões ao elaborar uma linha geral de acordo com as circunstâncias e exigências da presente etapa do desenvolvimento mundial.
Segundo a opinião unânime dos Partidos Comunistas, em tudo isso jogou um enorme papel o XX Congresso do PCUS, que abriu uma nova etapa no desenvolvimento de todo o movimento comunista. Este juízo ficou estampado nas Declarações de 1957 e 1960, documentos dos Partidos Comunistas elaborados coletivamente, nos quais se formula a política geral do movimento comunista na época atual.
Porém os dirigentes do PCCh em contraposição a isso planteiam uma nova orientação, suas posições diferem cada vez mais da linha geral do movimento comunista nas questões fundamentais.
Isso se refere em primeiro lugar à questão da guerra e da paz.
Na apreciação dos problemas da guerra e da paz, no enfoque de sua solução, não podem existir imprecisões ou reticências, posto que se trata dos destino dos povos, do futuro de toda a humanidade.
O CC do PCUS considera seu dever manifestar com toda franqueza ao Partido e ao povo, que nas questões da guerra e da paz na Direção do PCCh surgiram divergências radicais e de princípios conosco, com o movimento comunista internacional. Sua essência reside num enfoque contraposto de problemas tão importantes como a possibilidade de conjurar a guerra termonuclear mundial, a coexistência pacífica dos Estados com diferente estrutura social, a inter-relação entre a luta pela paz e o desenvolvimento do movimento revolucionário mundial.
Nosso Partido nas resoluções de seu XX e XXII Congressos e o movimento comunista internacional em suas ambas declarações, colocaram como a primeiríssima tarefa dos comunistas a luta pela paz e a conjuração de uma catástrofe termonuclear mundial. Nós medimos realmente a correlação de forças no mundo e daí extraímos a conclusão de que ainda quando a natureza do imperialismo não tenha mudado e o perigo de desencadeamento da guerra não tenha sido eliminado, nas condições atuais, as forças da paz, cujo principal baluarte é constituído pela potente comunidade de Estados socialistas, podem com seus esforços conjugados, evitar uma nova guerra mundial.
Nós também apreciamos serenamente as modificações qualitativas radicais nos meios de fazer a guerra e, correspondentemente, suas possíveis conseqüências. As armas mísseis-nucleares inventadas em meados de nosso século modificaram os velhos conceitos sobre a guerra. Estas armas possuem uma força aniquiladora insólita. Basta dizer que a explosão de uma potente bomba termonuclear supera a força explosiva de todos os artefatos bélicos utilizados em todas as guerras anteriores, incluídas a primeira e a segunda conflagração mundial. E existem milhares dessas bombas!
Os comunistas têm direito de ignorar esse perigo? Devem dizer ao povo toda a verdade sobre as conseqüências da guerra termonuclear? Consideramos que devem fazê-lo indefectivelmente. Isso não pode exercer uma ação "paralisadora" sobre as massas, como afirmam os camaradas chineses. Pelo contrário, a verdade sobre a guerra moderna mobiliza a vontade e a energia das massas na luta pela paz e contra o imperialismo, fonte do perigo da guerra.
A tarefa histórica dos comunistas consiste em organizar e encabeçar a luta dos povos por conjurar a guerra mundial termonuclear.
A conjuração da nova guerra mundial é uma tarefa plenamente real e executável. O XX Congresso de nosso partido formulou a importantíssima conclusão de que em nossa época a guerra entre os Estados não é fatalmente inevitável. Essa conclusão não é fruto de bons propósitos, e sim resultado de uma análise realista, rigorosamente científica, da correlação de forças classistas na arena internacional. Essa conclusão se baseia na força gigantesca do socialismo mundial. Nossos critérios sobre esta questão são compartilhados por todo o movimento comunista internacional. "A guerra mundial pode ser conjurada"; "inclusive antes da vitória completa do socialismo na Terra, mantendo-se o capitalismo numa parte do mundo, surge a possibilidade real de excluir a guerra mundial da vida da sociedade", remarca a Declaração.
Essa Declaração está assinada também pelos camaradas chineses.
Porém qual é a posição da Direção do PCCh? Que podem significar as teses propagadas por eles de que não se pode acabar com a guerra enquanto subsista o imperialismo; de que a coexistência pacífica é uma ilusão e não constitui o princípio geral da política externa dos países socialistas, e de que a luta pela paz obstaculiza a luta revolucionária?
Essas teses significam que os camaradas chineses contradizem a linha geral do movimento comunista internacional nas questões da guerra e da paz. Os camaradas chineses não confiam na possibilidade de conjurar uma nova guerra mundial, subestimam as forças da paz e do socialismo e superestimam as forças do imperialismo, não fazem caso praticamente da mobilização das massas populares no combate contra o perigo da guerra.
Resulta que os camaradas chineses não confiam na capacidade dos povos dos países socialistas, da classe operária internacional, de todas as forças democráticas e partidárias da paz, para desbaratar os planos de guerra e lograr a paz para nossa geração e as futuras. Que encerram as altissonantes frases revolucionárias dos camaradas chineses? Incredulidade nas forças da classe operária, em suas capacidades revolucionárias, desconfiança tanto na possibilidade da coexistência pacífica como na vitória do proletariado na luta de classes. No combate por conjurar a guerra se reúnem todas as forças partidárias da paz. Por sua composição classista e por seus interesses de classe, essas forças são heterogêneas. Porém podem ser unidas pela luta pela paz, por evitar a guerra, devido a que a bomba atômica não respeita os princípios classistas, a bomba atômica destrói a todos os que caem na esfera de sua ação aniquiladora.
Colocar-se na senda proposta pelos camaradas chineses significa distanciar as massas populares dos Partidos Comunistas que granjearam a simpatia dos povos com sua firme e valorosa luta pela paz.
Na consciência das amplas massas o socialismo e a paz são agora inseparáveis!
Os camaradas chineses subestimam evidentemente todo o perigo da guerra termonuclear. "A bomba atômica é um tigre de papel", "não é espantosa em absoluto" — afirmam os camaradas chineses. O principal, dizem, é terminar o quanto antes com o imperialismo e os meios e perdas que isso acarrete é uma questão, ao que parece, secundária. É justo perguntar-se para quem é secundária? Para as centenas de milhões de pessoas condenadas a perecer no caso de se desencadear uma guerra termonuclear? Para os países que serão varridos da face da terra já nas primeiras horas dessa guerra?
Ninguém, nem os grandes Estados, têm direito a brincar com o destino de milhões de pessoas. Os que não desejam fazer esforços para excluir a guerra mundial da vida dos povos e conjurar o aniquilamento massivo de pessoas e a destruição dos valores da civilização humana, merecem ser condenados.
A carta do CC do PCCh de 14 de junho fala muito das "inevitáveis vítimas" supostamente martirizadas em prol da revolução. Alguns dirigentes chineses responsáveis falam também da possibilidade de sacrificar centenas de milhões de pessoas na guerra. "Os povos vitoriosos, se afirma no folheto aprovado pelo CC do PCCh, 'Viva o leninismo!' , criarão em ritmos extremamente rápidos, sobre as ruínas do fenecido imperialismo, uma civilização mil vezes superior à do regime capitalista, edificarão seu futuro verdadeiramente formoso."
Cabe perguntar aos camaradas chineses só se dão conta de que "ruínas" uma guerra mundial atômica acarretaria.
O CC do PCUS, e nisto estamos convencidos de contar com o apoio unânime de todo nosso Partido, de todo nosso povo, não pode compartilhar as opiniões da direção chinesa sobre a criação de "uma civilização mil vezes superior'' sobre os cadáveres de centenas de milhões de pessoas. Semelhantes pontos de vista contradizem radicalmente as idéias do marxismo-leninismo.
Cabe perguntar aos camaradas chineses: Que meios sugerem para aniquilar o imperialismo?
Nós estamos totalmente a favor do aniquilamento do imperialismo e do capitalismo. Não somente cremos na derrubada inevitável do capitalismo, como fazemos todo o possível para que se leve a cabo mediante a luta de classes e o mais rapidamente possível. Quem deve resolver essa questão histórica? Antes de tudo, a classe operária encabeçada por sua vanguarda, os partidos marxista-leninísmo, o povo trabalhador de cada país.
Os camaradas chineses propõem outra coisa. Os camaradas chineses dizem claramente: "Sobre as ruínas do fenecido imperialismo'', com outras palavras, na base do desencadeamento da guerra, "será edificado um formoso futuro''. Se aceitamos isso, o princípio da coexistência pacífica e a luta pelo fortalecimento da paz carecem de sentido. Não podemos prosseguir essa via aventureira que contradiz a essência do marxismo- leninismo.
Todo o mundo sabe que nas circunstâncias atuais, a guerra mundial seria uma guerra termonuclear. Os imperialistas jamais consentirão em retirar-se voluntariamente da cena pública, em meter-se voluntariamente na tumba sem colocar antes ein ação os meios mais extremos de que dispõem.
É evidente que os que qualificam a arma nuclear de “tigre de papel” não se dão plena conta da força destruidora da mesma.
Nós o levamos em conta serenamente. Nós mesmos fabricamos armas termonucleares e as produzimos em quantidade suficiente. Conhecemos perfeitamente seu poder de destruição. E se os imperialistas desatam uma guerra contra nós, nosso braço não tremerá ao empregar essa arma contra o agressor. Porém se não nos atacam não seremos os primeiros em empregá-la.
Os marxista-leninistas lutam por uma paz firme não a implorando ao Imperialismo, e sim coesionando os partidos marxista-leninistas revolucionários, coesionando a classe operária de todos os países coesionando os povos que lutam por sua liberdade e independência nacional, apoiando-se na potência econômica e defensiva dos Estados socialistas.
Quiséramos perguntar aos camaradas chineses, que propõem levantar um belo futuro sobre as ruínas do velho mundo desaparecido numa guerra termonuclear: Pediram conselho particularmente à classe operária dos países onde o imperialismo domina? Seguramente a classe operária dos países capitalistas lhes responderia: Acaso lhes pedimos que desencadeiem uma guerra e, para terminar com os imperialistas, arrasem nossos países? Os monopolistas, os imperialistas são, relativamente, um reduzido punhado, enquanto que a parte fundamental da população dos países capitalistas é composta pela classe operária, pelo campesinato trabalhador, pela intelectualidade laboriosa. A bomba atômica não olha para ver onde há um imperialista e onde há um trabalhador, a bomba atômica percorre extensões, e, por cada monopolista pereceriam milhões de operários. A classe operária, os trabalhadores perguntam a tais “revolucionários”: que direito tendes a decidir por nós as questões de nossa existência e de nossa luta de classes? Nós também estamos a favor do socialismo, porém queremos conquistá-lo através da luta de classes e não mediante o desencadeamento de uma guerra termonuclear mundial.
Esta forma de plantear a questão que os camaradas chineses têm pode engendrar a legítima suspeita de que não fazem um enfoque classista da luta pela destruição do capitalismo, e sim que perseguem fins completamente distintos. Se exploradores e explorados ficam enterrados sob as ruínas do mundo velho, quem irá erigir esse “belo futuro”?
A esse respeito não se pode deixar de advertir que os camaradas chineses propagam insistentemente a consigna desprovida de conteúdo classista “o vento do Leste sopra mais forte que o do Oeste”, em substituição do enfoque internacionalista de classe expresso na consigna “Proletários de todos os países, uni-vos!”
Nosso Partido se atém firmemente nas questões da revolução socialista às posições de classe marxista-leninistas, considerando que em todos os países a revolução é realizada pela classe operária, pelo povo trabalhador, sem intervenção militar exterior.
Por suposto, resulta indiscutível que se os insensatos imperialistas se decidem a desencadear a guerra os povos varrerão e enterrarão o capitalismo. Porém os comunistas que representam os povos, autênticos defensores do humanismo socialista, estão chamados a fazer tudo para impedir uma nova guerra mundial na qual pereceriam milhões de pessoas.
Nenhum partido que aprecie os interesses do povo pode deixar de compreender sua responsabilidade na luta por conjurar uma nova guerra mundial, por garantir a coexistência pacífica dos Estados com estrutura social diferente.
Expressando a linha de nosso partido o camarada Nikita Kruchov disse:
“As guerras libertadoras continuarão enquanto subsista o imperialismo e o colonialismo. Essas são guerras revolucionárias. Tais guerras não só são toleráveis, como inevitáveis posto que os colonialistas não outorgam voluntariamente a independência aos povos. Por isso os povos só podem conquistar sua liberdade e sua independência mediante a luta, compreendida a luta armada”.
A União Soviética presta a mais ampla ajuda ao movimento de libertação nacional. Todos conhecem a ajuda real prestada por nosso país aos povos do Vietnã, Egito, Iraque, Argélia, Iêmen, ao povo cubano e a outros povos.
O Partido Comunista da União Soviética proclamou o princípio leninista da coexistência pacífica como linha geral da política exterior soviética e o aplica invariavelmente. A partir de 1953 é especialmente depois do XX Congresso do PCUS, aumentou consideravelmente à atividade de nossa política externa pacífica, cresceu sua influência em todo o curso das relações Internacionais pelo bem das massas populares.
Os camaradas chineses sustentam que nós partimos de que os princípios de nossas relações não só com os países imperialistas, mas também com os países socialistas e com aqueles que se livraram recentemente do jugo colonial, se circunscrevem ao conceito da “coexistência pacífica”. Os camaradas chineses sabem que isso não é assim em absoluto, que fomos os primeiros em proclamar o princípio de amizade e ajuda mútua camarada como princípio básico das relações entre os países do socialismo e que o aplicamos firme e consequentemente, que prestamos toda à ajuda possível e multilateral aos países libertados. E de todos os modos por certas considerações torna-se conveniente aos camaradas chineses apresentar tudo isso de maneira completamente tergiversada.
A luta tenaz da União Soviética pela paz e a segurança internacional, pelo desarmamento geral e completo, pela eliminação dos rescaldos da Segunda Guerra Mundial e pela solução negociada de todas as questões internacionais litigiosas, aportou seus frutos. O prestígio de nosso país em todo o mundo é mais alto que nunca e nossa situação internacional é mais firme que nunca. Isso se deve ao potencial militar e à economia em constante crescimento da União Soviética e demais países socialistas, a sua política externa pacífica.
O CC do PCUS declara que temos aplicado, aplicamos e continuaremos aplicando a política leninista de coexistência pacífica dos Estados com regime social diferente. Nosso Partido vê nisso seu dever tanto perante o povo soviético como perante os povos de todos os demais países. Garantir a paz significa contribuir do modo mais efetivo para o fortalecimento do sistema socialista e, consequentemente, a reforçar sua influência sobre toda a marcha da luta libertadora e do processo revolucionário mundial.
A profunda diferença de critérios do PCUS e dos demais partidos marxista- leninistas dê um lado, e os dirigentes do PCCh de outro, nas questões da guerra, da paz e da coexistência pacífica, apareceu com particular evidência durante a crise do Caribe de 1962. Essa foi uma aguda crise internacional, jamais a humanidade aproximou-se tanto da borda da guerra termonuciear como em outubro do ano passado.
Os camaradas chineses afirmam que durante a crise do Caribe teríamos cometido um erro “aventureiro” trasladando os foguetes para Cuba e depois teríamos “capitulado” frente ao imperialismo norte-americano quando retiramos os foguetes dali (semelhante afirmação está contida no editorial do diário Renmin Ribao de 8 de março de 1963 intitulado “acerca da declaração do Partido Comunista dos EUA”.).
Tais afirmativas contradizem radicalmente os fatos.
Como foram as coisas na realidade? O CC do PCUS e o Governo soviético dispunham de dados fidedignos que demonstravam que de um momento para outro devia começar a agressão armada do imperialismo dos EUA a Cuba. Nós estávamos prevenidos com a suficiente clareza de que para fazer frente à agressão, para defender de modo eficaz a revolução cubana, eram necessárias medidas mais enérgicas. As acusações e advertências — inclusive se são qualificadas de “sérias advertências” e se repetem duzentas e cinquenta vezes — não preocupam aos imperialistas.
Partindo da necessidade de defender a revolução cubana o Governo soviético e o Governo de Cuba acordaram instalar foguetes em Cuba, pois era a única forma real de conjurar a agressão do imperialismo norte-americano. O envio de foguetes a Cuba significava que a agressão a esse país enfrentaria com uma resistência muito resoluta que empregaria os foguetes contra os organizadores da agressão. Esta medida decidida da União Soviética e de Cuba produziu um choque nos imperialistas norte-americanos, que pela primeira vez em toda sua história viam que se empreendessem o ataque armado contra Cuba, iam receber um contragolpe contundente sobre seu próprio território.
Portanto não se tratava simplesmente de um conflito entre os EUA e Cuba, e sim de um choque entre as duas maiores potências nucleares, a crise do Caribe se converteria de local em mundial. Havia aparecido a ameaça real de que estalasse uma guerra termonuclear mundial.
Nesta situação tinha duas soluções: ir em uníssono com os “furiosos” (assim chamam os representantes mais agressivos e reacionários do imperialismo norte-americano) e empreender o caminho do desencadeamento de uma guerra termonuclear mundial, ou, aproveitando a oportunidade criada pelo envio dos foguetes, tomar medidas para chegar a um acordo que solucionara pacificamente a crise e impedir a agressão contra a República de Cuba.
Como é notório, escolhemos o segundo caminho, e estamos convencidos de que agimos corretamente. Estamos seguros de que assim pensa também todo nosso povo. Os soviéticos demonstraram mais de uma vez que sabem fazer-se respeitar e defender a causa da revolução, a causa do socialismo. E ninguém melhor que eles sabe quanta dor e quantos sofrimentos uma guerra acarreta, quantas penas e quantas vítimas custa aos povos.
O acordo de retirar os foguete, em resposta ao compromisso contraído pelo Governo dos EUA de não agredir Cuba e dissuadir disso a seus aliados, a heróica luta do povo cubano e o apoio a este dos povos pacíficos, permitiram lançar por terra os desígnios das esferas mais aventureiras do imperialismo norte-americano, dispostas a atuar pela força bruta. O resultado foi que se conseguiu defender Cuba revolucionária e salvaguardar a paz. Os camaradas chineses vêem um “retoque dado ao imperialismo” em nossa declaração de que também o Governo Kennedy fez gala até certo ponto, de sensatez e de enfoque realista da situação no curso da crise em torno de Cuba. Acaso acreditam de verdade que todos os governos burgueses atuam privados de toda sensatez em todos os casos?
Graças à posição firme e clarividente da URSS, à coragem e serenidade do heróico povo cubano e de seu Governo, as forças do socialismo e da paz demonstraram que estão em condições de manietar as forças agressivas do imperialismo e impor a paz aos partidários da guerra. Foi uma grande vitória da política da razão, das forças da paz e do socialismo, € uma derrota para as forças do imperialismo e para a política das aventuras militares.
Como resultado, Cuba revolucionária vive uma vida de paz e constrói o socialismo sob a direção do Partido Unido da Revolução Socialista e do chefe do povo cubano, camarada Fidel Castro Ruz.
Quando se chegou a um entendimento com o Presidente dos Estados Unidos da América e, desta forma, se começou a liquidar a crise do Caribe, os camaradas chineses se puseram refinadamente a caluniar e denegrir especialmente à União Soviética, alegando que em relação aos imperialistas não se pode crer de palavra em nada.
Vivemos numa época na qual existem dois mundos, dois sistemas: O socialismo e o imperialismo. Seria absurdo pensar que todos os problemas que aparecem irremissivelmente nas relações entre os países pertencentes a esses sistemas, devem resolver-se só pela força das armas, deixando de lado as negociações e acordos. Neste caso não deixaria de haver guerras. Nós estamos contra este enfoque das coisas.
Os camaradas chineses nos dizem que não se pode crer em nada dos imperialistas, que enganam sempre. Mas não se trata em absoluto aqui de ter fé ou não, e sim de calcular serenamente. Desde a liquidação da crise do Caribe transcorreram oito meses, e o Governo dos EUA mantém sua palavra: não se registra nenhuma agressão nos limites de Cuba. Nós também nos comprometemos em retirar os foguetes de Cuba e o cumprimos.
Mas não se pode esquecer que nós nos comprometemos também perante o povo cubano: se os imperialistas dos EUA infringem sua palavra e atacam Cuba, nós acudiremos em ajuda do povo cubano. Toda pessoa com sentido comum compreende perfeitamente que se os imperialistas norte-americanos agridem, nós acudiremos em ajuda do povo cubano a partir do território soviético; da mesma forma que houvéssemos ajudado a partir o território cubano. Certo que os foguetes terão que voar um pouco mais, porém a pontaria não será por isso menos precisa.
Por que, entretanto, os camaradas chineses ignoram obstinadamente o juízo emitido pelos próprios dirigentes da revolução cubana acerca da política do Governo da União Soviética, que consideram política de solidariedade fraternal e autêntico internacionalismo? O que é que não agrada os dirigentes chineses? Talvez o fato que se lograsse evitar a agressão a Cuba e não se permitiu que estalasse uma guerra mundial?
Qual foi a linha de conduta da direção do PCCh durante a crise do Caribe? Naquele momento crítico os camaradas chineses contrapuseram sua posição particular ao rumo realista é firme do Governo soviético. Guiando-se por suas concepções, suas, particulares, concentraram o fogo de sua crítica não tanto contra o imperialismo agressivo dos EUA como contra o PCUS e a União Soviética.
A direção do PCCh, que até então tinha vindo demonstrando que o imperialismo pode desencadear uma guerra mundial a qualquer momento, no instante mais perigoso manteve uma posição crítica em vez de aliado e companheiro combativo. Ninguém ouviu naqueles dias os diri gentes chineses fazer declarações sobre ações práticas em defesa da revolução cubana. Em vez disso, os dirigentes chineses tentaram claramente agravar a já por si só aguda situação do Caribe, colocando lenha no fogo fumegante do conflito.
A verdadeira posição da direção do PCCh nos problemas da guerra e da paz, se vê palpavelmente em seu absoluto desprezo, mais ainda, em sua ignorância consciente da luta pelo desarmamento. Os camaradas chineses se opõem inclusive a que sejam os próprios comunistas que levantem esta questão, permitindo-se justificar com o marxismo-leninismo e demonstrando resolutamente, de uma parte, o “irrealizável”, e, de outra parte, o desnecessário do desarmamento. Fazendo malabarismos com citações, pretendem demonstrar que o desarmamento geral só é possível quando o socialismo triunfe totalmente na Terra.
Devem os marxistas cruzarem os braços e esperar que o socialismo triunfe em toda a Terra, enquanto o mundo se debate entre os espetos da corrida armamentista, enquanto os imperialistas acumulam armas nucleares e ameaçam envolver a humanidade na voragem de uma guerra mundial?
Não isso seria uma inibição criminosa frente ao mandato imperioso da época.
Esta verdade faz muito que a compreenderam todos os marxista- leninistas, conscientes de sua responsabilidade perante os povos, os marxista-leninistas que ao longo já de uma série de anos travam — e continuarão travando por diante — tenaz e constante luta pelo desarmamento geral e completo, pelo cessar das provas e a proibição da arma nuclear.
Ao lutar pela paz, ao desfraldar a consigna do desarmamento geral, partimos dos interesses radicais dos povos, levamos em consideração a situação real e não fechamos os olhos perante as dificuldades. Os imperialistas, naturalmente fazem todo o possível para adiar e desbaratar o acordo sobre o desarmamento, isso lhes resulta proveitoso, mediante a corrida armamentista se enriquecem e aterrorizam as massas populares dos países capitalistas. Porém temos de seguir a corrente, fazer o jogo dos imperialistas e renunciar à mobilização de todas as forças na luta por salvaguardar a paz e lograr o desarmamento?
Não. Proceder assim significaria capitular frente às forças agressivas, frente ao militarismo e ao imperialismo. Consideramos que a classe operária e os trabalhadores de todos os países podem obrigar os governos imperialistas a aceitar o desarmamento, a conjurar a guerra. Para isso em primeiro lugar, devem adquirir consciência de sua força e unir-se.
É necessário opor às forças do imperialismo e da guerra a força organizada da classe operária mundial. Esta última goza agora da vantagem de apoiar-se no potencial material, na potência defensiva dos países socialistas que se opõem ao imperialismo. Passaram os tempos em que o imperialismo dominava exclusivamente. A situação se modificou radicalmente também em comparação à primeira década posterior a outubro quando nosso país estava muito só e era muito mais débil do que agora. Em nossos dias, a correlação de forças na arena internacional é completamente outra. Por isso manter atualmente o ponto de vista da inevitabilidade da guerra significa dar mostras de incredulidade nas forças do socialismo, cair presa da desesperança e do derrotismo. S
e pode afirmar eternamente que a guerra é inevitável deixando passar semelhante ponto de vista por uma manifestação de seu “revolucionarismo”. Porém praticamente, semelhante enfoque reflete desconfiança em suas forças e temor ao imperialismo.
No campo imperialista existem ainda forças poderosas que se opõem ao desarmamento. Porém precisamente para obrigar essas forças a retroceder, é necessário levantar contra elas a ira dos povos e obrigar-lhes a cumprir a vontade destes.
Os povos querem o desarmamento e crêem que os comunistas precisamente são a vanguarda e os organizadores da luta dos povos por alcançar esse objetivo.
Nossa luta pelo desarmamento não é uma manobra tática. Queremos sinceramente o desarmamento. E nisto ocupamos uma posição totalmente marxista-leninista. Já F. Engels, no final do século passado, assinalou que o desarmamento era possível qualificando-o de "garantia da paz". Em nossa época a consigna do desarmamento foi desfraldada pela primeira vez como tarefa prática por Vladimir Lenin, e as primeiras propostas soviéticas sobre o desarmamento total ou parcial foram apresentadas já em 1922 na conferência de Gênova. Isso ocorreu em vida de Lenin e as propostas de desarmamento foram formuladas por ele.
A luta pelo desarmamento é um fator importantíssimo para conjurar a guerra, é uma luta efetiva contra o imperialismo. Nesse combate o campo socialista conta seu lado com a maioria absoluta da humanidade. Os camaradas chineses formularam a consigna "luta de gume contra gume", opondo sua política à dos demais países socialistas, orientada a aliviar a situação internacional e pôr fim à "guerra fria". Semelhante consigna joga na realidade água ao moinho da política imperialista de "equilíbrios à beira da guerra", ajuda aos partidários da corrida armamentista. Cria-se a impressão de que os dirigentes do PCCh consideram proveitosa a conservação e o reforçamento da hostilidade internacional, particularmente nas relações entre a URSS e os EUA. Os dirigentes do PCCh supõem ao que parece que a União Soviética deve responder às provocações com provocações e cair nas armadilhas que os "raivosos" do campo imperialista, que deve aceitar o desafio dos imperialistas numa emulação de aventureirismo e agressividade, isto é, uma competição orientada não a garantir a paz, e sim a desencadear a guerra.
Colocar-se nesse caminho equivale a pôr em perigo a paz e a segurança dos povos. Os comunistas que apreciam os interesses dos povos, jamais seguirão esse caminho. A luta pela paz, pela realização dos princípios de coexistência pacífica entre os Estados com diferente estrutura social, constitui uma das formas fundamentais da luta dos povos contra o imperialismo, contra as novas guerras que este prepara, contra as ações agressivas dos imperialistas nos países coloniais, contra as bases militares dos imperialistas em territórios alheios, contra a corrida armamentista, etc. É uma luta pelo bem da classe operária e de todos os trabalhadores e, nesse sentido, é uma luta de classes.
Nosso partido, todos os partidos irmãos recordam e se guiam em seu trabalho pela formulação de que é necessário expandir a luta contra o perigo de uma nova guerra mundial sem aguardar que comecem a cair bombas atômicas e de hidrogênio. Essa luta tem de ser travada agora, acumulando forças dia a dia. O principal é frear oportunamente os agressores, conjurar a guerra, não deixar que se desencadeie. Luta hoje pela paz significa manter uma grande vigilância, desmascarar incansavelmente a política do imperialismo, seguir alerta em relação às insídias e maquinações dos instigadores de guerras, levantar o ódio sagrado dos povos contra os que se orientam para a guerra, elevar o nível organizativo de todas as forças amantes da paz, intensificar incansavelmente a luta ativa das massas em defesa da paz, fortalecer a colaboração com todos os países não interessados em novas guerras.
A luta pela paz e pela coexistência pacífica debilita a frente do imperialismo, isola seus círculos mais agressivos das massas populares e ajuda a luta revolucionária da classe operária e o combate nacional-libertador dos povos.
A luta pela paz e pela coexistência pacífica está organicamente vinculada à luta revolucionária contra o imperialismo.
"Nas condições da coexistência pacífica, declaram os oitenta e um partidos comunistas em sua Declaração, se criam condições favoráveis para expandir a luta de classes nos países capitalistas e no movimento nacional-libertador dos povos nos países coloniais e dependentes. Por sua vez, os êxitos da luta de classes revolucionária e nacional-libertadora contribuem para robustecer a coexistência pacífica".
Numa situação de coexistência pacífica se lograram nos últimos anos novas e importantes vitórias na luta de classes do proletariado e no combate dos povos por sua liberdade nacional, se desenvolve frutiferamente o processo revolucionário mundial.
Por isso desligar a luta pela coexistência pacífica dos Estados com diferente regime social, do combate revolucionário contra o imperialismo, o colonialismo, pela independência e pelo socialismo, contrapô-los, como fazem os camaradas chineses, significa reduzir o princípio da coexistência pacífica a uma frase oca, esvaziá-la de seu conteúdo real, ignorar na prática a necessidade de uma luta resoluta contra o imperialismo, pela paz e pela coexistência pacífica, só favoreceria aos imperialistas.
Em sua carta de 14 de junho o CC do PCCh lança contra os partidos comunistas a acusação de que estes estendem a coexistência pacífica entre Estados com diferente estrutura social, às relações entre exploradores e explorados, entre classes subjugadas e classes subjugadoras, entre as massas trabalhadoras e os imperialistas. Essas são invenções e calúnias verdadeiramente monstruosas dirigidas contra os partidos irmãos que conduzem o proletariado em seus combates de classe contra o capital e que sempre apoiam a luta revolucionária e as justas guerras libertadoras contra o imperialismo.
Os dirigentes do PCCh brandem argumentos tão débeis em sua luta contra o PCUS e demais partidos irmãos que se vêem obrigados a recorrer a todo tipo de subterfúgios. Primeiro nos atribuem sem fundamento algum, conceitos de sua própria invenção, e depois começam a acusar-nos e combater-nos, desmascarando esses conceitos. Precisamente assim, aparecem suas absurdas afirmações de que o PCUS e demais partidos irmãos renunciam à revolução e substituem a luta de classes pela coexistência pacífica. Qualquer círculo político de nosso país sabe perfeitamente que quando dizemos coexistência pacífica compreendemos as relações estatais dos países socialistas com os capitalistas. O princípio da coexistência pacífica, não pode, logicamente ser estendido de modo algum às relações entre as classes antagônicas dentro dos países capitalistas, que é inadmissível aplicá-lo à luta da classe operária contra a burguesia, por seus interesses classistas, e à luta dos povos submetidos conta os colonialistas. O PCUS se pronuncia resolutamente contra a coexistência pacífica na esfera ideológica. Essa é uma verdade elementar que deveriam ter assimilado todos os que se consideram marxista-leninistas.
Existem sérias divergências entre o PCCh, o PCUS e demais partidos marxista-leninistas no problema da luta contra as conseqüências do culto à personalidade de Stalin. Os dirigentes do PCCh assumiram o papel de defensores do culto à personalidade, de difusores das erradas idéias de Stalin. Os dirigentes do PCCh tentam impor aos demais partidos a ordem, a ideologia e a moral, as formas e métodos de direção, que floresceram no período do culto à personalidade. Digamos claramente, é um papel pouco invejável que não acarretará nem honra nem glória. Ninguém conseguirá empurrar os marxista-leninistas, os homens progressistas ao caminho da defesa do culto à personalidade!
O povo soviético, o movimento comunista internacional, valorizam dignamente a audácia, o valor e a firmeza de princípios, verdadeiramente leninista, mostrada por nosso Partido e por seu comitê. Central encabeçado pelo camarada Nikita Kruchov, na luta contra as conseqüências do culto à personalidade.
Todos sabem que nosso partido fez isso para eliminar a pesada carga que imobilizava as forças poderosas dos trabalhadores e para acelerar com isso o desenvolvimento da sociedade soviética. Nosso Partido fez isso para depurar os grandes ideais do socialismo que nos legou Lenin, dos abusos do poder pessoal e da arbitrariedade que os desonrava. Nosso Partido fez isso para que jamais voltem a repetir-se os trágicos acontecimentos favorecidos pelo culto à personalidade, para que todos os que lutam pelo socialismo extraiam ensinamentos de nossa experiência.
Todo o movimento comunista compreendeu com justeza e apoio, a luta contra o culto à personalidade e suas nefastas conseqüências, alheias ao marxismo-leninismo. Em sua época, isso também foi apoiado pelos camaradas chineses que assinalaram a enorme significação internacional do XX Congresso do PCUS.
Em setembro de 1956, o camarada Mao Tsetung disse ao inaugurar o VIII Congresso do Partido Comunista da China:
"Os camaradas soviéticos, o povo soviético atuaram segundo os ensinamentos de Lenin. Em breve prazo alcançaram maravilhosos êxitos. No recente XX Congresso do PCUS foram elaborados muitas proposições políticas justas, criticadas as insuficiências do Partido. Pode-se afirmar com segurança que seu trabalho futuro adquirirá enorme desenvolvimento."
No informe político do CC do PCCh apresentado ao Congresso pelo camarada Liu Chao-chi, essa apreciação tomou uma forma mais extensa:
"O XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética realizado em fevereiro deste ano representa um importantíssimo acontecimento político de significação mundial. O Congresso não só elaborou o grandioso sexto plano quinquenal e uma série de formulações políticas importantíssimas orientadas para o desenvolvimento sucessivo da causa do socialismo, e condenou o culto à personalidade que teve sérias conseqüências dentro do Partido, como também formulou propostas para o desenvolvimento ulterior da coexistência pacífica e da colaboração internacional e deu um grande aporte à causa da distensão internacional."
O camarada Teng Siao-ping no informe sobre as modificações dos estatutos do Partido apresentado também no VIII Congresso do PCCh diz:
"O leninismo exige que em todas as questões importantes do partido as resoluções sejam adotadas pelo correspondente coletivo, e não individualmente. O XX Congresso do PCUS ofereceu ilustrações convincentes da grande importância que tem a observância invariável do princípio da direção coletiva e a luta contra o culto à personalidade. Essas explicações exerceram enorme influência não só no PCUS, como também nos demais partidos comunistas de todos os países."
No conhecido artigo de fundo do "Renmim Ribao", "Uma vez mais sobre a importância histórica da ditadura do proletariado" (dezembro de 1956) os camaradas chineses escreviam:
"O XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética deu mostras de enorme decisão e audácia na superação do culto à personalidade, no desmascaramento dos sérios erros de Stalin e na liquidação das conseqüências dos erros deste. Em todo o mundo os marxista-leninistas e as pessoas que simpatizavam com a causa do comunismo apoiam os esforços do Partido comunista orientados a corrigir os erros e desejam que os esforços dos camaradas soviéticos se vejam coroados de pleno êxito."
E assim é.
Qualquer pessoa objetiva que compare essas manifestações dos dirigentes chineses com o que se diz na carta do CC do PCCh de 14 de junho, se convencerá de que deram uma viragem de 180 graus na apreciação do XX Congresso de nosso Partido.
Porém acaso se podem tolerar os titubeios e vacilações em problemas tão de princípio? Se compreende que não. De duas uma: ou bem os camaradas chineses não divergiam antes do CC do PCUS sobre esses problemas de princípio, ou tais manifestações eram falsas.
É sabido, que a prática é o melhor critério da verdade.
Precisamente a prática mostra com toda clareza que resultados tão extraordinários acarretou na vida de nosso povo a formação da linha do XX, XXI e XXII Congressos do PCUS. Nos 10 anos transcorridos desde o momento em que nosso Partido fez uma viragem completa para o restabelecimento dos princípios e normas leninistas 'de vida do Partido, a sociedade soviética alcançou resultados verdadeiramente grandiosos no desenvolvimento da economia, no auge da cultura e da ciência, no incremento do bem-estar popular, no fortalecimento de sua capacidade defensiva e nos êxitos de sua política externa.
Passou para sempre a atmosfera de temor, suspicácia, desconfiança e vida corrompida do povo do período do culto à personalidade. Não se pode negar o fato de que o homem soviético começou a viver melhor e a gozar dos bens do socialismo. Perguntem aos operários que obtiveram novos apartamentos (e são milhões!), aos aposentados com a velhice garantida, aos kolkosianos que alcançaram o bem-estar, perguntem às milhares e milhares de pessoas que padeceram injustamente repressões durante o período do culto à personalidade e que recobraram a dignidade e o bom nome, e verão o que significa na realidade para o povo soviético a vitória da linha leninista do XX Congresso do PCUS.
Perguntem às pessoas cujos pais e mães foram vítimas de repressões no período do culto à personalidade, o que significa para eles o reconhecimento de que seus pais, irmãos e irmãs foram pessoas honradas e de que eles não são cismáticos em nossa sociedade, e sim filhos e filhas dignos e de pleno direito, da pátria soviética.
A indústria, a agricultura, a cultura, a ciência, as artes, onde quer que miremos, se observa um rápido avanço. Nossas naves espaciais cortam agora a imensidão do Universo e isso representa também uma brilhante demonstração do justo caminho por onde nosso Partido conduz o povo soviético.
Se compreende, que em nosso país não cremos tê-lo feito tudo para o homem soviético, para melhorar sua vida. Os soviéticos compreendem que a formação desse princípio não depende só de nossos desejos. É necessário construir a sociedade comunista, lograr abundância de bens materiais. Por isso nosso povo trabalha com denodo para criar rapidamente valores materiais e espirituais e aproximar o triunfo do comunismo. Todos podem ver que seguimos uma rota justa, que divisamos claramente as perspectivas de nosso desenvolvimento.
O programa do PCUS traça o plano concreto da construção do comunismo. Sua realização garantirá ao povo soviético o nível de vida mais elevado, sentará o começo do trânsito gradual ao princípio mais caro do comunismo "de cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo sua necessidade".
Aos soviéticos resulta estranho e brutal escutar que os camaradas chineses denigram o Programa do PCUS, grandioso plano de criação da sociedade comunista.
Amparando-se em que nosso Partido proclama a tarefa de lutar por uma vida melhor para seu povo, os dirigentes do PCCh aludem a um certo "aburguesamento" e "degeneração" da sociedade soviética. Segundo sua lógica, resulta que se o povo anda de alpargatas e consome a sopa rala, isso é comunismo, e se o homem de trabalho vive bem e deseja viver melhor amanhã, isso é pouco menos que restaurar o capitalismo.
E querem nos apresentar semelhante filosofia como a última palavra do marxismo-leninismo. Isso desmascara os autores de semelhantes "teorias" como pessoas que não crêem na força e capacidade da classe operária, que tomou o poder em suas mãos e criou seu Estado socialista.
Se nos remetemos à história de nosso país, ao Programa do PCUS, é fácil ver onde começamos quando sob a direção de Lenin tomamos o poder em nossas mãos, e os cumes que o povo soviético alcançou. Nosso país se converteu numa gigantesca potência socialista. Pelo volume da produção industrial, a União Soviética ocupa o primeiro lugar da Europa e o segundo do mundo, e logo ultrapassará os Estados Unidos e ocupará o primeiro posto no mundo. Os criadores de todas nossas vitórias são a classe operária soviética, o campesinato kolkosiano soviético e a intelectualidade soviética.
Estamos persuadidos de que não somente o povo soviético, mas também os povos dos demais países socialistas são capazes de realizar grandiosas façanhas do trabalho, se necessita somente que contem com a justa direção da classe operária e do campesinato, é preciso que os homens que exerçam essa direção pensem com realismo e adotem as medidas, que permitam conduzir por um caminho seguro as forças e energias dos trabalhadores.
Tentando justificar o culto à personalidade, os dirigentes chineses enfeitam sua carta de reflexões estranhas ao marxismo, acerca da luta de classes na URSS, das supostas formulações erradas do Programa do PCUS sobre o Estado de todo o povo e o Partido de todo o povo.
Não pensamos examinar detalhadamente nesta carta todos os seus argumentos. Todo aquele que leia a carta do CC do PCCh de 14 de junho, fixará invariavelmente sua atenção nas reflexões impotentes e divorciadas da vida do povo soviético, que figuram na carta do CC do PCCh. Nos mostram que na sociedade soviética se conservam ainda classes adversas e por isso mesmo subsiste a necessidade da ditadura do proletariado. Que classe são estas? Pela carta do CC do PCCh se pode entender que se trata de "parasitas burgueses, aproveitadores, especuladores, bandidos, rufiões e defraudadores.".
Como vemos, os camaradas chineses têm uma opinião particular sobre as classes e a luta de classes. Desde quando se considera uma classe esses elementos parasitários? E que classe? A classe dos parasitas ou a classe dos rufiões, a classe dos defraudadores ou a classe dos aproveitadores? Os delinquentes não formaram uma classe em nenhuma sociedade. Isso o sabem até um colegial. Naturalmente que esses elementos tampouco representam uma classe na sociedade socialista. Eles são manifestações das reminiscências do capitalismo.
Para se combater essa gente não se precisa da ditadura do proletariado. O Estado de todo o povo pode resolver perfeitamente e resolve esta tarefa. Por experiência prática sabemos que a luta contra a delinquência resulta tanto mais efetiva, quanto melhor esteja organizado o trabalho educativo das organizações do partido, profissionais e outras de caráter social, quanto mais elevado é o papel dos círculos sociais, quanto melhor trabalhe a milícia soviética.
Não se pode negar o fato de que a atual sociedade soviética está constituída por duas classes fundamentais, os operários e os camponeses, e também a intelectualidade, porém nenhuma classe da sociedade soviética ocupa uma posição que lhe permita explorar as demais classes. A ditadura é um conceito classista; sobre quem propõem exercer a ditadura do proletariado na União Soviética os camaradas chineses? Sobre o campesinato kolkosiano ou sobre a intelectualidade popular? Não se pode passar inadvertido o fato de que na sociedade soviética a classe operária e a classe camponesa se modificaram substancialmente, as diferenças, os limites que as separam, se apagam cada vez mais.
A classe operária exerce sua missão dirigente, depois do triunfo total e definitivo do socialismo, já não mediante a ditadura do proletariado. A classe operária continua sendo a classe mais avançada da sociedade também nas condições da edificação iniciada do comunismo. Seu papel de vanguarda está determinado tanto por sua situação econômica, pelo fato de achar-se vinculada diretamente à forma superior de propriedade socialista, como pelo fato de possuir maior experiência revolucionária, temperada e elaborada em decênios de luta de classes.
Os camaradas chineses se referem às afirmações de Karl Marx de que o conteúdo do período de transição do capitalismo ao comunismo não pode ser outro, mais que o da ditadura do proletariado. Porém ao dizer isso Marx considerava o comunismo como um todo, como uma formação socio-econômica única (cujo primeiro estágio é o socialismo) à qual não era possível elevar sem a revolução socialista e a ditadura do proletariado. Existe uma série de manifestações de Vladimir Lenin nas quais se sublinha de maneira totalmente óbvia que se precisa da ditadura do proletariado justamente para vencer a resistência das classes exploradoras, organizar a edificação socialista, garantir a vitória do socialismo, primeira fase do comunismo. Daí se deduz que depois do triunfo do socialismo, quando a sociedade só conta com trabalhadores, classes amistosas e completamente modificadas em sua natureza e não existe ninguém a quem aplastar, desaparece a necessidade da ditadura do proletariado.
Extraindo o autêntico conteúdo de todo esse monte de reflexões pseudo científicas que figuram na carta do CC do PCCh sobre estas questões, a mesma se circunscreve ao seguinte: os camaradas chineses se pronunciam contra a linha do PCUS quanto ao desenvolvimento da democracia soviética manifestada com força nas resoluções do XX, XXI e XXII Congressos de nosso partido e no Programa do PCUS. Não é casual que em toda sua extensa carta não tenha encontrado lugar nem sequer a menção do desenvolvimento da democracia nas condições do socialismo, nas condições da edificação do comunismo.
É difícil julgar plenamente os motivos que impulsionam os camaradas chineses a defender o culto à personalidade. Na realidade, é a primeira vez na história do movimento comunista internacional que topamos com uma exaltação aberta do culto à personalidade. É necessário dizer que inclusive no período de florescimento do culto à personalidade em nosso país o próprio Stalin se viu obrigado de palavra a livrar-se dessa teoria pequeno-burguesa e disse que a mesma provinha dos social-revolucionários.
Os intentos de basear-se em Marx e Lenin para defender a teoria do culto à personalidade só suscitam assombro. Acaso os camaradas chineses não sabem que Lenin já no período do surgimento de nosso partido travou uma grande luta contra as teorias populistas dos heróis e da multidão, que em vida de Lenin se aplicaram métodos verdadeiramente coletivos de direção no CC de nosso Partido e no Governo soviético, que Lenin foi um homem extraordinariamente modesto e combateu implacavelmente as mais insignificantes manifestações de adulação e de servilismo para com sua pessoa?
Entende-se que nosso partido ou outros partidos marxista-leninistas, jamais a propuseram a luta contra o culto à personalidade como negação do prestígio dos dirigentes do partido e do Governo. O PCUS assinalou reiteradas vezes, entre outros no XX e XXII Congressos, que o partido aprecia o prestígio de sua direção que ao desmascarar o culto à personalidade, o partido coloca em alto lugar os dirigentes que expressam realmente os interesses do povo e consagram suas forças à luta pelo triunfo do comunismo e gozam por isso de merecida autoridade.
O outro grande problema que figura no centro das divergências é o das formas e métodos da luta revolucionária da classe operária nos países do capitalismo e da luta libertadora-nacional, das formas da passagem de toda a humanidade ao socialismo.
Tal como apresentam os camaradas chineses, as divergências nesta questão apresentam o seguinte aspecto: uma parte, isto é, eles mesmos, estão pela revolução mundial, enquanto que a outra parte — o PCUS, os partidos marxista-leninistas — se esqueceu da revolução, inclusive a "teme", e em lugar da luta revolucionária se preocupa com coisas tão "indignas" para um verdadeiro revolucionário, como são a paz, o desenvolvimento econômico dos países socialistas e a elevação do bem-estar material de seus povos, a luta pelos direitos democráticos e os interesses vitais dos trabalhadores dos países capitalistas.
Na realidade, o divisor entre os pontos de vista do PCCh e os pontos de vista do movimento comunista internacional, passa por um plano completamente distinto: uns, isto é, os dirigentes do PCCh, falam, venha ou não venha ao caso, da revolução mundial, por qualquer motivo, e a maioria das vezes sem motivo, alardeiam de fraseologia "revolucionária", enquanto que outros — precisamente aqueles a quem os camaradas chineses criticam — enfocam o problema da revolução com toda seriedade, e em vez de pronunciar frases altissonantes trabalham firmemente, esforçando-se por achar as formas mais corretas, de acordo com as condições da época, para o triunfo do socialismo, lutam tenazmente pela independência nacional, a democracia e o socialismo.
Consideramos a posição fundamental dos camaradas chineses acerca do movimento revolucionário atual.
Ajuda a passagem dos países e povos ao socialismo a plataforma de deixar de lutar, em benefício da "revolução mundial" pela paz, de renunciar à política de coexistência pacífica — e de emulação econômica pacífica à luta pelos interesses vitais dos trabalhadores e as reformas democráticas nos países do capitalismo? É certo que os comunistas dos países do socialismo, ao advogar pela paz e praticar a política de coexistência pacífica, pensam só em si e se esquecem de seus irmãos de classe nos países do capital?
Todo aquele que tenha refletido no sentido da luta atual pela paz e contra a guerra termonuclear, compreende que os comunistas soviéticos e os partidos irmãos dos demais países socialistas, prestam com sua política de paz uma ajuda valiosa à classe operária e aos trabalhadores dos países capitalistas. Não se trata unicamente de que conjurar a guerra nuclear significa salvar da morte a classe operária, os povos de países inteiros, inclusive de continentes, ainda que só uma destas coisas justifica já toda nossa política.
Trata-se, ademais, de que essa política é a melhor forma de ajudar o movimento operário internacional a alcançar seus fins principais de classe. Acaso não é esta uma enorme contribuição à luta da classe operária, quando os países do socialismo, nas condições da paz conquistada por eles mesmos, logram notáveis êxitos no fomento da economia, logram novas e novas vitórias na ciência e na técnica, melhoram incessantemente as condições de vida e trabalho dos seres humanos, desenvolvem e aperfeiçoam a democracia socialista?
Ao contemplar estes êxitos e vitórias, cada operário de qualquer país capitalista se dirá: "o socialismo demonstra com fatos que é melhor que o capitalismo. Por este regime vale a pena lutar". Nas circunstâncias atuais, o socialismo conquista os corações e mentes, não só através dos livros, mas sobretudo, com seus fatos, com seu exemplo vivo.
A Declaração de 1960 considera que o traço distintivo de nosso tempo é que o sistema socialista mundial passa a ser o fator decisivo do desenvolvimento da sociedade humana. Todos os partidos comunistas que participaram na conferência chegam à conclusão comum de que na época presente tudo gira em torno da classe operária internacional e de sua obra: do sistema mundial do socialismo.
Da consolidação do sistema mundial do socialismo depende em enorme medida a solução de todos os demais problemas do movimento revolucionário. Por isso os partidos comunistas e operários se comprometeram a "consolidar infatigavelmente a comunidade socialista dos povos, o papel internacional e a influência da qual no curso dos acontecimentos mundiais aumentam de ano em ano". Nosso partido vê na realização desta importantíssima tarefa seu principal dever internacional.
Lenin nos ensinou que "nós exercemos principalmente nossa influência na revolução internacional com nossa política econômica... Neste terreno a luta passou a desenvolver-se em escala mundial. Resolveremos este problema e então ganharemos em escala internacional de forma segura e definitiva" (Obras, t. XXXII, pág. 413, Ed. Russa).
O legado do grande Lenin foi assimilado firmemente pelos comunistas soviéticos e o seguem os comunistas dos demais países do socialismo. Mas ocorre que há camaradas que decidiram que Vladimir Lenin não tinha razão. Que é isso: desconfiança na capacidade dos países do socialismo de que possam vencer o capitalismo na emulação econômica? Ou é uma posição de pessoas que, ao tropeçar com as dificuldades intrínsecas à construção do socialismo, se desanimaram e não vêm a possibilidade de exercer principalmente sua influência no movimento revolucionário internacional com seus êxitos econômicos, com o exemplo da construção do socialismo em seus países? Eles querem chegar antes à revolução por outros caminhos, que lhes parecem mais curtos. Mas a revolução triunfante só pode consolidar e fomentar seus progressos, demonstrar a superioridade do socialismo sobre o capitalismo com o trabalho e só com o trabalho do povo. Certo que não é coisa fácil, tanto mais se as revoluções se realizam em países que receberam como herança do passado uma economia debilmente desenvolvida. Mas o exemplo da União Soviética e de muitos outros países socialistas demonstra claramente que também nestas circunstâncias se podem fazer ingentes progressos e demonstrar a todo o mundo a superioridade do socialismo sobre o capitalismo, se se segue uma direção justa.
Mais ainda: Que situação resulta mais vantajosa para a luta revolucionária da classe operária dos países capitalistas: uma situação de paz e de coexistência pacífica ou urna situação de contínua hostilidade internacional e de "guerra fria"?
A resposta a essa pergunta não oferece a menor dúvida. Todo mundo sabe que a "guerra fria" é utilizada pelos círculos governantes dos Estados imperialistas para exacerbar o chauvinismo, a histeria belicista, um anticomunismo desenfreado, para colocar no poder os reacionários e pro-fascistas mais contumazes, acabar com a democracia, desfazer dos partidos políticos, sindicatos e demais organizações massivas da classe operária.
A luta dos comunistas pela paz reforça em imensa medida suas ligações com as massas, sua autoridade e influência, o que significa que ajuda a criar o que se chama o exército político da revolução. A luta pela paz e pela coexistência pacífica de Estados com sistemas sociais distintos, não freia de nenhuma maneira, não distancia, e sim, ao contrário, permite desatar em toda sua amplitude a luta pela consecução das metas da classe operária internacional.
É difícil crer que os camaradas chineses, homens experimentados que fizeram a revolução, não compreendam o fundamental: que a revolução mundial marcha hoje e através do fortalecimento do sistema mundial do socialismo, e através da luta revolucionária de classes dos operários nos países capitalistas, e através da luta pelo movimento de libertação nacional, do fortalecimento da independência política e da autonomia econômica dos novos Estados liberados da Ásia e África e através da luta pela paz e contra as guerras de agressão, e através da luta anti-monopolista das massas populares, e por outras muitas vias, que não é necessário enfrentá-las, e sim fundi-las e enfileirá-las para o mesmo objetivo da derrubada da dominação do imperialismo.
Os camaradas chineses acusam altaneira e ofensivamente os Partidos Comunistas da França, Itália, EUA, e outros países nem mais nem menos, de oportunismo e reformismo, de "cretinismo parlamentar" e inclusive, de deslizamento ao "socialismo burguês". Sobre que base? Em que estes partidos não levantam a consigna da imediata revolução proletária, pese a que os dirigentes chineses devem compreender que isso não se pode fazer sem que se dê uma situação revolucionária.
Todo marxista-leninista cabal conhece que propor prematuramente a consigna da insurreição armada, quando no país falta a situação revolucionária significa condenar a classe operária à derrota. É sabido com quão enorme seriedade Vladimir Lenin tratava esta questão, com que sagacidade política e conhecimento da situação concreta abordava a escolha do momento da atuação revolucionária. Na própria véspera de Outubro, Lenin indicava que atuar no dia 24 era prematuro, e no 26 já seria tarde, podia perder-se tudo, consequentemente, no dia 25 era necessário tomar o poder sem falta. Quem determina o grau de tensão das contradições de classes, a existência de uma situação revolucionária e elege o momento para a atuação? Isto somente a classe operária de cada país pode fazê-lo, sua vanguarda: o partido marxista-leninista.
A história do movimento operário internacional mostra que é mau partido aquele que, chamando-se partido operário, se ocupa unicamente das questões econômicas, não educa a classe operária no espírito revolucionário, não a prepara para a luta política, para a tomada do poder: em tal caso este partido se deslizará infalivelmente para as posições do reformismo. Porém também é mau o partido que propõe as tarefas da luta política desligadas da luta pelo melhoramento econômico da situação da classe operária, do campesinato e de todos os trabalhadores. Um partido assim inevitavelmente se desligará das massas. Somente com a utilização correta de todas as formas da luta de classes, com a conjugação hábil das mesmas, o partido pode converter-se em um partido efetivamente revolucionário, marxista-leninista, em chefe das massas e conduzir com êxito a classe operária ao assalto do capital, à conquista do poder.
Os dirigentes chineses consideram como pecado mortal de numerosos partidos comunistas dos países capitalistas desenvolvidos o fato de que estes vêem suas tarefas imediatas na luta pelos interesses econômicos e sociais dos trabalhadores pelas reformas democráticas, viáveis ainda sob o capitalismo e que aliviam as condições de vida da classe operária, do campesinato e das camadas pequeno-burguesas da população, que possibilitam a criação de uma ampla frente anti-monopolista, que servirá de base para a luta posterior pelo triunfo da revolução socialista, isto é, se dedicam precisamente ao que está escrito na declaração de Moscou do ano de 1960.
Ao declarar-se contra tudo a que os partidos irmãos dos países desenvolvidos do capitalismo estão dedicados na atualidade, os camaradas chineses não revelaram nem o sentimento mais elementar de solidariedade com os comunistas que combatem contra o capital na primeira linha da luta de classes, nem a compreensão das condições concretas nestes países, nem as vias específicas por onde marcha o movimento revolucionário da classe operária. Na realidade, "em nome da revolução" os dirigentes chineses rechaçam precisamente os caminhos que conduzem à revolução e tentam impor um curso que conduziria ao isolamento dos partidos comunistas das massas e à perda pela classe operária de seus aliados na luta contra a dominação dos monopólios, contra o capitalismo.
Os camaradas chineses divergem do movimento comunista internacional também no problema das formas da passagem ao socialismo nos distintos países.
É sabido que o PCUS e outros partidos marxista-leninistas, como claramente se diz nos documentos das Conferências de Moscou e no Programa do PCUS, partem das possibilidades da passagem pacífica e violenta ao socialismo. Apesar disso, os camaradas chineses imputam insistentemente a nosso Partido e demais partidos irmãos que só reconhecem a via pacífica.
O CC do PCUS em sua carta de 30 de março do ano de 1963 expôs novamente sua posição a esse respeito:
"A classe operária e sua vanguarda, os partidos marxista-leninistas, tendem a realizar a revolução socialista de maneira pacífica, sem guerra civil. Levar a cabo esta possibilidade corresponderia aos interesses da classe operária e de todo o povo, aos interesses nacionais do país. Junto com isso, a escolha da via de desenvolvimento da revolução não depende só da classe operária. Se as classes exploradoras recorrem à violência contra o povo, a classe operária se verá necessitada de empregar o caminho não pacífico da conquista do poder. Tudo depende das condições concretas, da distribuição das forças de classe no interior do país e na arena mundial.
Compreende-se que seja que forma for a que se leve a cabo a transição do capitalismo ao socialismo, unicamente será possível mediante a revolução socialista e a ditadura do proletariado em suas diferentes formas. O PCUS, ao estimar altamente a abnegada luta da classe operária, com os comunistas à cabeça, nos países do capital, considera seu dever prestar-lhes todo tipo de ajuda e apoio."
Numerosas vezes expusemos nosso ponto de vista e não há necessidade de esplaná-lo mais detalhadamente aqui.
E qual é a posição dos camaradas chineses nesta questão? A mesma se destaca nitidamente através de todas suas intervenções e da carta do CC do PCCh de 14 de junho.
O critério fundamental do revolucionarismo, os camaradas chineses o consideram como o reconhecimento da insurreição armada sempre, em tudo e em qualquer lugar. Com o mesmo, os camaradas chineses negam de fato a possibilidade de utilizar as formas pacíficas de luta pelo triunfo da revolução socialista, ao mesmo tempo que o marxismo-leninismo ensina que os comunistas devem dominar todas as formas da luta revolucionária de classes, tanto violentas como pacíficas.
Ainda outra questão importante a mais: a da relação entre a luta de classes operária internacional e o movimento de libertação nacional dos povos da Ásia, África e América Latina.
O movimento operário internacional, representado hoje pelo sistema mundial do socialismo, os partidos comunistas dos países capitalistas e o movimento de libertação nacional dos povos da Ásia, África e América Latina são as ingentes forças da atualidade. A correta inter-relação entre as mesmas supõe uma das condições principais do triunfo sobre o imperialismo.
Como os camaradas chineses resolvem esta questão? Isto se deduz da nova "teoria" dos mesmos, de acordo com a qual resulta que a contradição principal de nossa época não é a contradição entre o socialismo e o imperialismo, e sim entre o movimento de libertação nacional e o imperialismo. Segundo a opinião dos camaradas chineses, o sistema mundial do socialismo nem a luta da classe operária internacional, não atua como força decisiva na luta contra o imperialismo, e sim, outra vez o movimento nacional-libertador.
Com isto, os camaradas chineses, pelo visto, desejam, pelo caminho mais fácil, conquistar popularidade entre os povos da Ásia, África e América Latina. Porém esta "teoria" não engana ninguém. O sentido real da mesma, o queiram ou não os teóricos chineses, consiste em isolar o movimento de libertação nacional da classe operária internacional e de sua obra, o sistema mundial do socialismo. Mas isso suporia um enorme perigo para o próprio movimento de libertação nacional.
Na realidade, acaso muitos povos da Ásia poderiam ter triunfado, apesar de toda a esforço de heroísmo e abnegação, se a Revolução de Outubro, e depois a formação do sistema mundial do socialismo não tivessem sacudido até as próprias bases do imperialismo e não tivessem quebrantado as forças dos colonialistas?
E acaso agora, quando os povos libertados passaram a uma nova etapa da luta, concentrando seus esforços no fortalecimento das conquistas políticas e da independência econômica, eles não se dão conta de que a solução destas tarefas teria sido infinitamente mais difícil, em geral, teria sido impossível sem a ajuda dos Estados socialistas?
Os marxista-leninistas sempre ressaltam a importância histórica mundial do movimento de libertação nacional e de seu grande futuro, porém eles consideram como uma das condições principais de seus futuros triunfos a firme união e colaboração com os países do sistema mundial do socialismo, como a força principal na luta contra o imperialismo, a sólida aliança com o movimento operário dos países capitalistas. Esta posição se fixou na Declaração do ano de 1960. Essa se baseia na idéia leninista a respeito da direção (hegemonia) da classe operária, como condição da vitória na luta antiimperialista. Unicamente sob a condição desta hegemonia este movimento, ao fim das contas, adquire um autêntico caráter socialista e se coroa com a passagem ao caminho da revolução socialista.
Esta idéia de Lenin foi comprovada na experiência da Revolução de Outubro e na experiência de outros países, e não desperta dúvida em ninguém. E resulta, entretanto, que os camaradas chineses querem "corrigir" Lenin e demonstrar que não é a classe operária, e sim a pequeno-burguesa ou a burguesia nacional, e inclusive, também "certos reis, príncipes e aristocratas animados patrioticamente" os que devem ser os hegemônicos na luta mundial contra o imperialismo. E depois disto, a Direção do PCCh instrui ao movimento comunista mundial que não se deve jamais e sob nenhuma condição perder o enfoque classista e proletário!
A garantia dos futuros triunfos, tanto da classe operária internacional, como também do movimento de libertação nacional, se encontra na firme união e colaboração, em sua luta conjunta contra o imperialismo, ditada por interesses comuns, na qual a classe operária com sua abnegação e sua ação sem reservas a serviço dos interesses de todos os povos conquista o reconhecimento para ela do papel dirigente e convence a seus aliados, de que sua direção é a segura garantia, tanto de sua própria vitória, como também do triunfo de seus aliados.
Nosso partido leninista considera o movimento de libertação nacional, como parte componente do processo revolucionário mundial, como uma potente força que atua contra o imperialismo. O grande lema de Marx e Engels, os fundadores do comunismo científico, "Proletários de todos os países uni-vos" se converteu em bandeira de combate do proletariado internacional. Vladimir Ilich Lenin, continuador da causa de Marx e Engels, nas novas condições históricas, engendradas depois do triunfo da Grande Revolução de Outubro, destacou especialmente a ligação indissolúvel da revolução socialista e do movimento de libertação nacional.
O lema "Proletários de todos os países, uni-vos" foi e segue sendo a consigna principal da luta pelo triunfo da revolução mundial. Nas novas condições, o conteúdo desta consigna se ampliou. Como é sabido, Lenin aprovou a consigna: "Proletários de todos os países e povos oprimidos, uni-vos". Neste lema se ressaltava o papel motriz do proletariado e a importância crescente do movimento de libertação nacional. Nosso partido se guia estritamente em toda sua atividade por este princípio internacionalista marxista-leninista.
Surge a pergunta: Como explicar as orientações erradas da Direção do PCCh a respeito dos problemas fundamentais da contemporaneidade? Ou bem pelo divórcio absoluto dos camaradas chineses da realidade, pelo enfoque leguleio e dogmático dos problemas da guerra, da paz e da revolução, pela incompreensão das condições concretas da época atual. Ou bem, porque por trás deste alarde ensurdecedor da "revolução mundial", levantado pelos camaradas chineses, se encontram outros fins que não têm nada de comum com a revolução.
De tudo isso, se deduz o erro e o prejuízo do curso que a Direção do PCCh tratam de impor ao movimento comunista mundial. O que propõem os dirigentes chineses sob o aspecto de "linha geral" não é outra coisa que a enumeração das tarefas gerais da classe operária, feita sem levar em consideração o tempo e a correlação real das forças de classes, sem levar em conta as peculiaridades da etapa histórica contemporânea. Os camaradas chineses não percebem ou não querem perceber como se modificaram as tarefas de nosso movimento nas condições da época contemporânea. Ao reduzir a linha geral às tarefas gerais, válidas para todas as etapas da passagem do capitalismo ao socialismo, a privam de concreção, orientação e verdadeira eficiência. Os partidos irmãos, ao elaborar seu curso atual, analisaram concretamente a distribuição das forças de classes, tanto em alguns países, como em escala mundial, as peculiaridades do desenvolvimento dos dois sistemas opostos e o desenvolvimento do movimento de libertação nacional na presente etapa.
A análise exata das mudanças havidas na situação internacional permitiu aos partidos irmãos de todo o mundo fazer uma caracterização marxista-leninista da época:
"Nossa época, cujo conteúdo fundamental é representado pela passagem do capitalismo ao socialismo, iniciado pela Grande Revolução Socialista de Outubro, é a época da luta dos dois sistemas sociais opostos, a época das revoluções socialistas e das revoluções de libertação nacional, a época do afundamento do imperialismo e da liquidação do sistema colonial, a época da passagem ao caminho do socialismo de outros novos povos e do triunfo do socialismo e do comunismo em escala mundial."
A definição da época contemporânea se converteu na base do enfoque correto ao elaborar a estratégia e a tática do movimento comunista internacional.
Os partidos marxista-leninistas determinaram sua linha geral, cujas teses fundamentais se reduzem ao seguinte:
- o caráter e conteúdo do processo revolucionário mundial na época atual se determinam pela fusão em uma corrente única da luta contra o imperialismo dos povos, que edificam o socialismo e o comunismo, do movimento revolucionário da classe operária nos países capitalistas, da luta de libertação nacional dos povos oprimidos e dos movimentos democráticos; em aliança das forças revolucionárias antiimperialistas o papel decisivo corresponde à classe operária internacional e à sua criação principal:
o sistema mundial do socialismo, que exerce sua influência principal no desenvolvimento da revolução socialista mundial com a força do exemplo e com sua edificação econômica;
- levando em conta as condições históricas objetivas que se criaram (agudização extrema da agressividade do imperialismo, aparecimento de armas de enorme força destrutiva, etc.) o lugar central entre todas as tarefas, propostas frente as forças antiimperialistas na época atual, é ocupado pela luta por conjurar a guerra termonuclear. A tarefa primordial dos partidos comunistas consiste em coesionar todas as forças amantes da paz para a defesa da paz e salvar a humanidade da hecatombe nuclear.
- a revolução socialista se realiza como resultado do progresso interior da luta de classes em cada país e as formas e vias da mesma se determinam pelas condições concretas existentes em cada país dado. O fenômeno regular comum é o derrubamento revolucionário do poder do capital e a instauração da ditadura do proletariado em uma ou outra forma. A missão da classe operária e dos partidos comunistas consiste em aproveitar ao máximo as possibilidades existentes hoje em dia para seguir a via pacífica, não ligada com a guerra civil, da revolução socialista e, ao mesmo tempo, estar preparados para a via não pacífica, para aplastar pelas armas a resistência da burguesia; a luta democrática geral é parte componente indispensável da luta pelo socialismo;
- os objetivos da classe operária e dos partidos comunistas no movimento de libertação nacional consistem em levar até o fim as tarefas da revolução democrática antiimperialista, no desenvolvimento e fiança da frente nacional baseado na aliança com o campesinato e a burguesia nacional animada patrioticamente, na preparação das condições para criar um Estado de democracia nacional e da passagem à via não capitalista de desenvolvimento;
- as relações de colaboração e ajuda mútua entre países socialistas, a coesão e unidade do movimento comunista e operário internacional, a fidelidade às posições e apreciações elaboradas conjuntamente, aos princípios leninistas de vida de partido e relações mútuas entre eles supõem as condições necessárias da solução exitosa das históricas tarefas propostas ante os comunistas.
Tais são na época atual as vias fundamentais de desenvolvimento do processo revolucionário mundial, tais são as teses fundamentais da linha geral do movimento comunista internacional na etapa atual. A luta pela paz, a democracia, a independência nacional e o socialismo são sucintamente a essência desta linha geral. O plasmar consequente desta linha geral na prática é a garantia dos êxitos do movimento comunista mundial.
Todas estas importantes teses de princípio do movimento comunista internacional nas condições atuais, elaboradas coletivamente pelos partidos operários e comunistas irmãos nas Declarações, encontraram sua expressão no novo Programa do PCUS, que se baseia totalmente na sintetização marxista-leninista da experiência revolucionária tanto de nosso país, como também em escala internacional.
Os pontos de vista errados dos dirigentes do PCCh sobre as questões cardeais teóricas e políticas da atualidade estão vinculados indissoluvelmente à sua atividade prática orientada a minar a unidade do campo socialista mundial e do movimento comunista internacional.
Os camaradas chineses reconhecem de palavra que a unidade da URSS e da República Popular da China é o baluarte de toda a comunidade socialista, entretanto, de fato, minam em todas as direções a ligação com nosso partido e com nosso país.
A Direção do PCCh fala com freqüência de sua fidelidade à comunidade dos países socialistas. Entretanto, a atitude dos camaradas chineses para com esta comunidade desmente suas altissonantes declarações.
As estatísticas demonstram que o PCCh durante os três últimos anos reduziu em mais de cinquenta por cento o volume de comércio com os países da comunidade socialista. Alguns países se ressentiram com especial agudeza dos resultados do caminho dos camaradas chineses.
Os atos da Direção chinesa se encontram em flagrante contradição não só com os princípios das relações mútuas entre os países socialistas, como em uma série de casos e com as regras e normas reconhecidas por toda parte, às quais devem ater-se todos os Estados.
A violação dos acordos assinados anteriormente, infringiu um sério prejuízo à economia nacional de alguns Estados socialistas. E é de todo compreensível, que também a economia da própria China experimente um grande prejuízo pela redução das relações econômicas.
Ao tentar justificar seus atos aos olhos das massa populares, a Direção do PCCh lançou recentemente a teoria do "apoio nas próprias forças". Falando em geral, a construção do socialismo em cada país, apoiando-se antes de tudo nos próprios esforços do povo, com o melhor aproveitamento dos recursos internos de seu país é um caminho justo de criar a base material e técnica do socialismo. A construção do socialismo em cada país é, antes de tudo, assunto do povo deste país, de sua classe operária e do Partido Comunista.
A União Soviética, que foi o primeiro país do socialismo, se viu necessitada de construir o socialismo, apoiando-se somente nas próprias forças e utilizando os recursos internos. E apesar de que na atualidade existe o sistema de países socialistas, isto não significa o mais minimamente que o povo de qualquer país pode estar de braços cruzados e confiar exclusivamente na ajuda dos outros países do socialismo. O partido comunista de cada país socialista considera seu dever mobilizar todas as reservas interiores para a exitosa edificação econômica. Por isso, a Declaração do CC do PCCh sobre a realização da edificação do socialismo principalmente pelas próprias forças, em seu sentido direto, não despertaria objeções.
Entretanto, como demonstram todo o texto da carta do CC do PCCh e as numerosas manifestações na imprensa chinesa, nesta tese, de fato, se introduz um conteúdo com o qual não se pode estar de acordo de nenhuma maneira.
Sob a formulação da "construção do socialismo principalmente com as próprias forças" se oculta a concepção da criação de economias nacionais fechadas, para as quais as relações econômicas com os demais países se limitam unicamente ao comércio. Os camaradas chineses tentam impor semelhante enfoque aos outros países socialistas.
A proclamação do caminho de "apoio nas próprias forças", pelo visto, fazia falta à Direção do PCCh para debilitar os laços de estreita amizade entre os países socialistas. Semelhante política, se compreende, não tem nada em comum com os princípios do internacionalismo proletário. A mesma não pode ser apreciada de outra maneira que de intentona para minar a unidade da comunidade socialista.
Paralelamente ao curso de redução das relações econômicas, a direção do PCCh empreendeu uma série de medidas orientadas a agudizar as relações com a União Soviética.
Os dirigentes chineses minam não só a coesão do campo socialista, mas também de todo o movimento comunista mundial, atropelando os princípios do internacionalismo proletário e violando grosseiramente as normas das relações recíprocas entre os partidos irmãos.
A direção do PCCh organiza e apoia distintos grupos anti-partido de cismáticos que atuam contra os partidos comunistas nos EUA, Brasil, Itália, Bélgica, Austrália e Índia. Por exemplo, na Bélgica a Direção do PCCh apoia o grupo de Grippa, expulso do partido no último congresso. Nos EUA apoia a atividade subversiva do agrupamento oportunista de esquerda "Martelo e aço", que tem como missão principal lutar contra o Partido Comunista dos EUA. No Brasil são apoiados pelos camaradas chineses as frações expulsas das fileiras do partido (como, por exemplo, o grupo Amazonas-Grabois).
Na Austrália o CC do PCCh trata de organizar o trabalho divisionista contra o partido comunista e a direção do mesmo, com ajuda de um dos ex membros da direção E. Hill que ao visitar em seu tempo a RPCh, interveio publicamente contra o Partido Comunista da Austrália e tentou rodear-se de correligionários. Depois que o Partido Comunista da Austrália expulsou Hill do CC do Partido, Hill marchou demonstrativamente para Pequim.
Na Itália os representante chineses alentam a atividade do grupo dos ex-funcionários da federação do partido comunista de Pádua, que publicava panfletos com o chamamento provocador à insurreição "revolucionária".
Os camaradas do PCCh se esmeram especialmente em fazer trabalho de sapa nos partidos comunistas e operários dos países da Ásia, África e América Latina.
Os dirigentes chineses, exaltando os dissidentes e divisionistas, expulsos das fileiras do movimento comunista, reproduzem em seus jornais e revistas os artigos caluniosos das publicações destes grupos de cismáticos, orientados contra a política do PCUS, contra a linha de todo o movimento comunista mundial.
Os representantes chineses no Ceilão mantêm estreito contato com o agrupamento de E. Samarakkodi, que é um instrumento da "IV Internacional" trotskista.
Os trotkistas da "IV Internacional" tratam de aproveitar para seus fins a posição dos camaradas chineses, dirigindo-se com uma carta aberta ao CC do PCCh, na qual diziam abertamente:
"A IV internacional, que desde o dia de sua fundação leva... a luta contra as idéias, contra as quais vocês atuam hoje, se encontra de vosso lado... O secretáriado internacional da IV Internacional saúda esta discussão iniciada por vocês em todo o movimento comunista. Os encoraja a desenvolvê-la". Os dirigentes chineses tornam os partidos comunistas irmãos objeto de duros ataques bem como aos dirigentes dos mesmos que não desejam desviar-se da linha geral do movimento comunista internacional. Eles publicaram e distribuíram em numerosas línguas artigos que desacreditam a atividade do Partido Comunista dos EUA, França, Itália e Índia. Que expressões injuriosas não empregaram os autores destes artigos dirigidas contra conhecidos líderes dos partidos irmãos! Aqui lemos "hipocrisia" e "oportunismo de direita", "revisionismo" e "desconformidade com as normas da moral comunista", "degeneração social-democrata", e "pusilanimidade", "irresponsabilidade" e "papagaismo", "soberba e desprezo em relação aos povos revolucionários dos países da Ásia, África e América Latina".
Os dirigentes chineses acusam o Partido Comunista dos EUA e os da Europa Ocidental de atuarem "de acordo com os imperialistas norte-americanos". À Direção do Partido Comunista da Índia se qualifica nada menos que de "camarilha". Aos dirigentes dos Partidos Comunistas da França, Itália, Índia e EUA é lançada a monstruosa acusação de "preocupar-se com a sorte do imperialismo e de todos os reacionários". E em sua carta de 14 de junho, a Direção do PCCh insinua dissimuladamente que também o PCUS "atua como cúmplice do imperialismo". Ninguém, exceto os trotskistas, se tinha atrevido até esta data, em vista do evidente absurdo, levantar semelhantes acusações caluniosas contra o grande Partido de Lenin.
Pode causar surpresa o fato de que a propaganda imperialista se alegre com semelhante atividade dos camaradas chineses? Não é casual que a imprensa burguesa grite sobre a "crise" do movimento comunista internacional e exorte os governos imperialistas a aproveitar em seus interesses as divergências provocadas pela posição do CC do PCCh.
Os representantes do PCCh saíram da redação da revista "Problemas da paz e do socialismo", órgão coletivo teórico e informativo dos partidos comunistas e operários, suspenderam a publicação desta revista em língua chinesa, tentando de tal maneira privar os comunistas chineses de uma fonte objetiva de informação da atividade do movimento comunista internacional.
O trabalho divisionista da Direção chinesa nas fileiras do movimento comunista internacional desperta a indignação legítima e a réplica por parte dos partidos marxista-leninistas irmãos.
Na carta do CC do PCCh se diz que nas relações com os partidos comunistas irmãos a nenhum partido "é permitido situar-se acima de outros partidos irmãos e imiscuir-se nos assuntos internos dos partidos irmãos ..." Esta não é uma má declaração. Porém precisamente são os camaradas chineses os que recorrem a tão intoleráveis atos. Violando os interesses do movimento comunista mundial, eles atuam contra as normas e princípios expostos nas Declarações de 1957 e 1960 e tentam submeter a sua influência e controle os outros partidos irmãos.
Um dos exemplos patentes da linha especial da Direção do PCCh no campo socialista e no movimento comunista internacional é a posição que ocupa a respeito do problema albanês. Como é sabido, na segunda metade do ano de 1960 os dirigentes albaneses interviram abertamente com uma plataforma oportunista de esquerda sobre questões fundamentais da atualidade e começaram a praticar uma política hostil em relação ao PCUS e outros partidos irmãos.
A Direção albanesa desenvolveu no país uma campanha anti-soviética, que conduziu à ruptura das relações políticas, econômicas e culturais com a União Soviética.
A aplastante maioria dos partidos comunistas e operários condenou resolutamente esta atividade anti-leninista dos dirigentes albaneses. Os dirigentes do PCCh, ocuparam uma posição diametralmente oposta e fizeram todo o possível para utilizar os dirigentes albaneses como seu porta-voz. Agora se sabe que os camaradas chineses os empurraram pelo caminho da luta aberta contra a União Soviética e outros países socialistas e partidos irmãos.
Em seus ataques contra o PCUS e outros partidos marxista-leninistas, os dirigentes do PCCh dedicam um lugar especial à questão iugoslava. Eles tratam de apresentar a questão como se as dificuldades no movimento comunista tenha sido provocadas pelo melhoramento das relações da União Soviética e outros países socialistas com a Iugoslávia. A despeito da realidade, eles afirmam obstinadamente que a Iugoslávia não é um país socialista.
Como é sabido, no ano de 1955 o PCUS, conjuntamente com outros partidos irmãos, revelou a iniciativa de normalizar as relações com a Iugoslávia, para resolver um prolongado conflito, cuja maior parte de culpa recaía sobre Stalin. Naquela época, os dirigentes do PCCh não tinham nenhum tipo de dúvidas a respeito do caráter do regime socialista na Iugoslávia. Assim, o jornal diário "Renmin Ribao" indicava que "a Iugoslávia já havia alcançado importantes êxitos na construção do socialismo".
A análise objetiva dos processos sociais e econômicos na Iugoslávia demonstra que nos últimos anos se fortaleceram ai as posições do socialismo. Se no ano de 1958 o setor socialista na indústria significava 100%, na agricultura 6% e no comércio 97%, na atualidade o setor socialista na indústria é de 100%, na agricultura 15% e no comércio 100%. Durante o período transcorrido depois do início da normalização das relações aconteceu a reaproximação da posição da Iugoslávia com a posição da União Soviética e outros países socialistas no terreno da política externa.
A que se deve o fato de que os dirigentes chineses tenham mudado tão radicalmente de posição em relação ao problema iugoslavo? É difícil dar outra explicação, exceto a de que viram um dos pretextos vantajosos, em seu ponto de vista, para desacreditar a política do PCUS e demais partidos marxista-leninistas.
Os comunistas soviéticos sabem que entre o PCUS e a LCY seguem existindo divergências sobre uma série de questões ideológicas de princípio. Isto o dissemos e continuamos dizendo aos dirigentes iugoslavos. Porém seria injusto, baseando-se nisso, "excomungar" a Iugoslávia do socialismo, seccioná-la dos países. socialistas e empurrá-la para o campo do imperialismo, como fazem os dirigentes do PCCh. Isso é o que desejam precisamente os imperialistas.
Atualmente contam-se no mundo quatorze países socialistas. Estamos profundamente convencidos de que num futuro próximo serão muitíssimos mais. O círculo de problemas com que tropeçam os partidos irmãos, que se encontram no timão do Governo do Estado, se amplia, e cada um dos partidos irmãos trabalha em condições distintas. Não tem nada de particular que sob tais circunstâncias, nos partidos irmãos apareçam distintos enfoques na solução de umas ou outras questões. Corno devem comportar-se os marxista-leninistas nestas ocasiões? Declarar que um ou outro país socialista, cujos dirigentes não estejam de acordo com eles, não é mais um país socialista? Isso seria a maior arbitrariedade e este método não tem nada em comum com o marxismo-leninismo.
Se se segue o exemplo dos dirigentes chineses, então em vista de nossas sérias divergências com os líderes do Partido do Trabalho da Albânia já faz tempo que devíamos ter declarado que a Albânia não é um país socialista. Porém isso teria sido injusto e teria sido enfocar subjetivamente a questão. Apesar das divergências com a Direção albanesa, os comunistas soviéticos consideram que a Albânia é um país socialista e empreendem por sua parte medidas para impedir o desgarramento da Albânia da comunidade socialista.
Observamos com pesar como os dirigentes do PCCh minam a tradicional amizade sino-soviética e debilitam a unidade dos países socialistas.
O PCUS luta e lutará pela unidade e coesão da comunidade socialista e de todo o movimento comunista mundial.
Resumamos.
O tempo transcorrido desde a aprovação da Declaração de 1960 confirmou plenamente a justeza do Programa marxista-leninista do movimento comunista e operário mundial. Os êxitos da União Soviética na construção do comunismo e os êxitos da construção socialista em outros países do socialismo exercem uma maior influência revolucionária nas mentes das pessoas de todo o mundo. Cuba revolucionária ascendeu o farol do socialismo no Hemisfério Ocidental. Produziram-se golpes decisivos sobre o sistema colonial, que está próximo a desaparecer por completo. A classe operária dos países capitalistas obtiveram novos triunfos. O movimento revolucionário mundial avança firmemente.
Tudo isso demonstra que na Declaração de 1960 se marcou corretamente a linha geral do movimento comunista mundial. A tarefa consiste agora em trabalhar e atuar em correspondência com esta linha geral, desenvolvê-la e concretizá-la segundo as condições de cada partido comunista. Por isso carecem de fundamento e são prejudiciais, todos os intentos de impor ao movimento comunista e operário mundial certa nova linha, como se faz na carta do CC do PCCh de 14 de junho. Aceitar esta "linha geral" significaria renunciar à Declaração de 1960, estar de acordo com teses programáticas que contradizem esta declaração, aprovada por 81 países. Nosso partido não marchará por este caminho.
Nosso glorioso partido leninista no transcurso de toda sua história lutou intransigentemente contra o oportunismo de direita e esquerda, o trotskismo e o revisionismo, o dogmatismo e o sectarismo, o nacionalismo e o chauvinismo em todas suas manifestações, tanto no interior do país, como na arena internacional. Nesta luta pela pureza do marxismo-leninismo se temperou e revigorou nosso partido e não teme nenhum tipo de ataques dos divisionistas e oportunistas modernos, venham de onde venham.
A vida mostra que ao converter-se na organização política de todo o povo, o PCUS fortaleceu seus laços com as massas, ganhou maior força ainda e se distingue por uma disciplina mais elevada ainda. Com o triunfo do socialismo a ideologia da classe operária — o marxismo-leninismo — se converteu na ideologia de todo o povo e de sua parte avançada. O objetivo da classe operária — a construção do comunismo — se converteu no objetivo de todo o povo, e com este reforçamento da influência da ideologia comunista os marxista-leninistas, como é natural, só podem alegrar-se. Podemos dizer, que jamais depois da morte de Lenin nosso partido foi tão forte e capaz de resolver as mais atrevidas tarefas vinculadas com a edificação de um novo mundo.
Agora, quando em nosso país o socialismo venceu total e definitivamente, quando nós erigimos pedra por pedra o formoso edifício do comunismo, nosso partido e todo o povo soviético estão mais seguros ainda de que as grandes idéias do marxismo-leninismo triunfarão em todo o mundo.
Nossa confiança é compartilhada pelos povos dos países socialistas e pelos trabalhadores de todo o mundo, eles estimam altamente a grande contribuição que a União Soviética faz à causa comum da luta pela paz, pela democracia, pela liberdade e independência nacionais e pelo socialismo.
O Partido Comunista da União Soviética esteve e está a favor da estreita amizade com o Partido Comunista da China. Temos sérias divergências com os dirigentes do PCCh, porém consideramos que as relações entre nossos dois partidos e dois povos devem levantar-se partindo de que temos um objetivo comum, a construção da nova sociedade comunista, e um inimigo comum, o imperialismo. Os dois grandes países — a União Soviética e a República Popular da China — com os esforços mancomunados poderia fazer muito pelo triunfo do comunismo. Isto sabem muito bem nossos amigos e nossos inimigos.
Na atualidade se celebra em Moscou a entrevista das delegações do PCUS e do PCCh. Desgraçadamente. os representantes do PCCh continuam nesta entrevista agudizando a situação. Apesar disso, a delegação do PCUS revela o máximo de paciência e serenidade, tratando de conseguir que as conversações produzam resultados positivos. O futuro próximo mostrará se os camaradas chineses estão dispostos a levantar nossas relações recíprocas sobre a base do que nos une, e não do que nos separa, sobre a base dos princípios do marxismo-leninismo.
Nossos inimigos fazem seus cálculos sobre o aprofundamento das divergências entre o PCCh e o PCUS. Também observam agora, para ver se é possível tirar algum proveito. Nestes dias o jornal norte-americano "Daily News" escreveu: "Aticemos a Rússia vermelha e a China vermelha, um contra o outro para que se destruam mutuamente". Nós comunistas não devemos esquecer nunca estes pérfidos cálculos dos imperialistas. Nosso Partido, ao ter consciência de sua responsabilidade no movimento comunista internacional e perante os povos do mundo inteiro, exorta os camaradas chineses a entrar no caminho da liquidação das divergências e fortalecer a autêntica unidade de nossos partidos sobre os princípios do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário.
Nosso Partido leninista conjuntamente com todos os partidos irmãos lutou e luta pela coesão da classe operária e de todos os trabalhadores na luta contra o imperialismo, a favor da paz, da democracia, da independência nacional e do socialismo.
O Comitê Central do PCUS ante o Partido e todo o povo soviético declara com toda responsabilidade que fizemos e faremos tudo o que dependa de nós para fortalecer a unidade com o Partido Comunista da China, para coesionar o movimento comunista mundial sob a bandeira de Lenin, para coesionar os países do sistema mundial do socialismo, para prestar uma ajuda eficiente a todos os povos, que lutam contra o colonialismo para fortalecer a causa da paz na Terra e o triunfo dos magnos ideais do comunismo em todo o mundo.
Todos os trabalhadores da União Soviética se coesionarão mais estreitamente ainda ao redor de seu devotado Partido Comunista e de seu Comitê Central leninista, e orientarão toda sua energia à realização do magno programa da construção do comunismo.
Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética