Apologistas do Neo-Colonialismo

Comentário sobre a Carta Aberta do CC do PCUS (IV)

Redação do Renmin Ribao e a redação da revista Hongqi

22 de setembro de 1963


Fonte: A Carta Chinesa, 1ª edição, dezembro de 2003, Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoismo (NEMLM), coleção “Marxismo contra revisionismo”.

Tradução: O NEMLM, responsável pela edição desta obra, traduziu-a da versão em espanhol publicada por Edições do Povo, Pequim.


Depois da Segunda Guerra Mundial, na Ásia, África e América Latina se levantou uma grande tempestade revolucionária. Mais de cinqüenta países da Ásia e África proclamaram sua independência. A China, o Vietnã, a Coréia e Cuba empreenderam o caminho socialista. A fisionomia da Ásia, da África e da América Latina experimentou enormes mudanças.

Se depois da Primeira Guerra Mundial a revolução nas colônias e nas semicolônias sofreu sérios reveses devido à repressão do imperialismo e seus lacaios, a situação posterior à Segunda Guerra Mundial é radicalmente distinta. Os imperialistas já não podem apagar as chamas do movimento de libertação nacional. O velho sistema colonial do imperialismo está se desintegrando com rapidez. Os quintais do imperialismo se converteram em frentes onde se entabulam renhidas lutas antiimperialistas. Em alguns países coloniais e dependentes a dominação imperialista foi derrubada, e em outros, recebeu fortes golpes e está a ponto de vir abaixo. Isto, como conseqüência inevitável, debilitou e sacudiu a dominação dos imperialistas em seus próprios países.

Junto com a formação do campo socialista, as vitórias das revoluções populares da Ásia, África e América Latina ressoam como um hino triunfal de nossa época.

A tempestade da revolução popular da Ásia, África e América Latina exige a todas as forças políticas do mundo contemporâneo que adotem uma atitude. Frente a esta grande tempestade revolucionária, os imperialistas e colonialistas tremem de medo, enquanto os povos revolucionários do mundo a aplaudem com júbilo. Os primeiros dizem: “Isto é terrível”; porém os últimos dizem: “Isto é excelente, excelente”. Os primeiros dizem: “Isto é rebelião, uma coisa inadmissível”; porém os últimos dizem: “Isto é revolução, um direito dos povos, uma corrente histórica que ninguém pode deter.”

A atitude frente a este problema, o mais agudo da política mundial contemporânea, constitui uma linha divisória importante entre os marxistas-leninistas e os revisionistas contemporâneos. Os marxistas-leninistas se colocam com toda firmeza ao lado das nações oprimidas e respaldam ativamente o movimento de libertação nacional. Os revisionistas contemporâneos se colocam na realidade ao lado do imperialismo e do colonialismo, e negam e combatem de mil maneiras este movimento.

De palavra, os dirigentes do PCUS não se atrevem ainda a abandonar por completo o rótulo de apoio ao movimento de libertação nacional; às vezes, em consideração a seus próprios interesses, adotam inclusive certas medidas para salvar as aparências. Porém se examinamos o aspecto principal do assunto e os pontos de vista e princípios políticos que vêm preconizando e aplicando há anos, vemos que eles adotaram uma atitude passiva, desdenhosa e negativa frente à luta das nações oprimidas da Ásia, África e América Latina pela libertação nacional e serviram de apologistas do neocolonialismo.

Na carta aberta de 14 de julho do Comitê Central do PCUS e em numerosos artigos e discursos, os camaradas do PCUS fizeram não poucos esforços para defender seus pontos de vista errados e atacaram o Partido Comunista da China em torno do problema do movimento de libertação nacional. Porém tudo isto não serve senão para confirmar com maior força ainda a posição contrária ao marxismo-leninismo e à revolução, que os dirigentes do PCUS adotam a respeito deste problema.

Examinemos agora a “teoria” e a prática dos dirigentes do PCUS em relação ao problema do movimento de libertação nacional.

Abolição da tarefa de lutar contra o imperialismo e o colonialismo

O movimento de libertação nacional da Ásia, África e América Latina logrou grandes triunfos de significação histórica. Isto ninguém pode negar. Porém, pode-se dizer que se completou a tarefa de lutar contra o imperialismo, o colonialismo e seus agentes, tarefa que têm diante de si os povos asiáticos, africanos e latino-americanos?

Cremos que não. Esta tarefa está muito longe de haver-se completado.

Entretanto, os dirigentes do PCUS difundem com freqüência a afirmação de que o colonialismo desapareceu ou está a ponto de desaparecer do mundo de nossos dias. Reforçam que “50 milhões de pessoas do globo terrestre gemem ainda sob o domínio colonial”(1), que só ficam umas quantas sobrevivências do sistema colonialista em lugares como a Angola portuguesa e Moçambique, na África, e que a liquidação do colonialismo entrou em sua “fase de coroamento”(2)

Quais são os fatos?

Comecemos por examinar a situação da Ásia e África. Uma série de países destas regiões proclamou sua independência. Entretanto, muitos deles ainda não se desembaraçaram por completo do controle e da escravização imperialistas e colonialistas, e seguem sendo objeto do saque e da agressão do imperialismo e arena de contenda entre os colonialistas velhos e novos. Em alguns destes países, os velhos colonialistas se transformaram em neocolonialistas e, através dos agentes preparados por eles, continuam mantendo seu domínio colonial. Em outros, o lobo saiu pela porta principal, porém o tigre entrou pela porta dos fundos; o colonialismo velho foi substituído por um colonialismo novo, mais poderoso e mais perigoso, o colonialismo norte-americano. As garras do neocolonialismo, representado pelo imperialismo norte-americano, ameaçam gravemente os povos asiáticos e africanos.

Escutemos a voz dos povos latino-americanos.

A Segunda Declaração de Havana diz: “Hoje a América Latina jaz sob um imperialismo mais feroz, muito mais poderoso e mais desapiedado que o império colonial espanhol”.

E acrescenta: Desde que culminou a Segunda Guerra Mundial, “os investimentos norte-americanos ultrapassam os dez bilhões de dólares. A América Latina é ademais abastecedora de matérias primas baratas e compradora de artigos elaborados caros.” “... Da América flui para os Estados Unidos uma torrente contínua de dinheiro: uns quatro mil dólares por minuto, cinco milhões por dia, dois bilhões por ano, dez bilhões cada cinco anos. Por cada mil dólares que se nos vão, nos fica um morto. Mil dólares por morto: esse é o preço do que se chama imperialismo!”

Os fatos são bem claros. Desde a Segunda Guerra Mundial os imperialistas não renunciaram de modo algum ao colonialismo, e sim adotaram uma nova forma, a do neocolonialismo. Uma das importantes características deste neocolonialismo radica em que o imperialismo se viu obrigado a mudar sua velha forma de dominação colonial direta, e a adotar uma nova forma, da dominação e exploração coloniais através dos agentes selecionados e preparados por ele. Mediante a organização de blocos militares, do estabelecimento de bases militares e da formação de “federações” e “comunidades”, o imperialismo, encabeçado pelos EEUU, sustenta os regimes títeres e submete a seu controle e escravidão os países coloniais e os países que proclamaram sua independência. Com a “ajuda” econômica e outros meios, continua fazendo desses países um mercado para suas mercadorias, fontes de matérias primas e esferas de exportação de capitais, saqueando suas riquezas e chupando o sangue de seus povos. Ademais, se serve da ONU como um instrumento importante para intervir nos assuntos internos desses países e realizar contra eles agressões militares, econômicas e culturais. Ali onde não pode manter sua dominação por meios “pacíficos”, maquina golpes de Estado militares, realiza atividades subversivas, e inclusive recorre à intervenção e agressão armadas e diretas.

Os EEUU são o país mais ativo e sagaz na promoção do neocolonialismo. Valendo-se do neocolonialismo como arma, o imperialismo norte-americano trata por todos os meios de apoderar-se das colônias e das esferas de influência de outros países imperialistas e estabelecer assim seu domínio mundial.

Semelhante neocolonialismo é a forma mais traiçoeira e sinistra do colonialismo.

Quiséramos perguntar aos dirigentes do PCUS: em tais circunstâncias, como podem afirmar que a liquidação do colonialismo entrou em sua “fase de coroamento”

A fim de sustentar seus embustes, os dirigentes do PCUS chegaram até a pedir ajuda à Declaração de Moscou de 1960. Eles perguntam: a Declaração não fala da rápida desagregação do sistema colonial? Porém a tese apontada na Declaração de que o velho sistema colonial se desagrega rapidamente, em nada ajuda ao argumento que difundem os dirigentes do PCUS sobre o desaparecimento do colonialismo. A Declaração assinala com toda clareza que “o baluarte principal do colonialismo contemporâneo são os Estados Unidos”, que “os imperialistas, encabeçados pelos Estados Unidos fazem esforços desesperados com o fim de manter sob novas formas a exploração colonial dos povos das antigas colônias, valendo-se para isso de novos métodos”, e que eles “tratam de seguir empunhando as alavancas do controle econômico e da influência política nos países da Ásia, África e América Latina.” Com estas palavras, a Declaração expõe exatamente o que os dirigentes do PCUS tentam dissimular.

Os dirigentes do PCUS inventaram, ademais, uma “teoria” segundo a qual o movimento de libertação nacional entrou em uma “nova etapa” em que a tarefa econômica é a tarefa central. Estimam que “antes, a luta se desenvolvia principalmente na esfera política” ,e que agora o problema econômico chegou a ser “a tarefa central” “o elo fundamental no desenvolvimento ulterior da revolução”.(3)

O movimento de libertação nacional entrou em uma nova etapa. Porém esta não é de nenhuma maneira a “nova etapa” de que falam os dirigentes do PCUS. Nesta nova etapa, se observa um despertar nunca visto dos povos da Ásia, África e América Latina e um ascenso sem precedentes do movimento revolucionário destes povos, que exigem ansiosamente a liquidação completa em seus países das forças do imperialismo e de seus lacaios e a conquista da independência definitiva, política e econômica. A tarefa primordial e mais apremiante destes países segue sendo a de lutar com maior força ainda contra o imperialismo, o velho e novo colonialismo e seus lacaios. Esta luta continua se expandindo de forma encarniçada no político, econômico, militar, cultural, ideológico e outros terrenos. As lutas que se travam nos diversos terrenos ainda acham sua expressão concentrada na luta política, que, com freqüência e de maneira inevitável, se converte em luta armada quando os imperialistas recorrem à repressão armada, direta ou indireta. Nos países recém independentes, adquire muita importância o desenvolvimento de uma economia nacional independente. Porém esta tarefa jamais pode apartar-se da luta contra o imperialismo, o velho e novo colonialismo e seus lacaios.

Esta teoria da “nova etapa” dos dirigentes do PCUS, da mesma forma que a teoria do “desaparecimento do colonialismo” que eles difundem, está obviamente destinada a dar um bom aspecto à agressão e ao saque da Ásia, África e América Latina pelo neocolonialismo, representado pelos Estados Unidos, a encobrir as agudas contradições existentes entre o imperialismo e as nações oprimidas, e a paralisar a luta revolucionária dos povos de Ásia, África e América Latina.

Segundo esta “teoria” dos dirigentes do PCUS, naturalmente deixou de ser necessária a luta contra o imperialismo, o velho e novo colonialismo e seus lacaios, já que o colonialismo está a ponto de desaparecer e a tarefa central do movimento de libertação nacional consiste na atualidade em desenvolver a economia. Deste modo, não fica totalmente abolida a tarefa do movimento de libertação nacional? Por isso se compreende que a “nova etapa” de que falam os dirigentes do PCUS, com a tarefa econômica como centro, resulta ser uma etapa em que se prescinde da luta contra o imperialismo, o velho e novo colonialismo e seus lacaios, e do movimento de libertação nacional.

Receitas para liquidar a revolução das nações oprimidas

Apoiando-se em sua “teoria” errada, os dirigentes do PCUS elaboraram cuidadosamente uma série de receitas para curar todos os males das nações oprimidas. Passemos a examiná-las.

A primeira receita se chama coexistência pacífica e emulação pacífica.

Os dirigentes do PCUS constantemente atribuem as grandes vitórias do movimento de libertação nacional logradas pelos povos da Ásia, África e América Latina no pós-guerra, ao que eles chamam “coexistência pacífica” e “emulação pacífica”. A carta aberta do CC do PCUS diz:

“Em uma situação de coexistência pacífica se lograram nos últimos anos novas e importantes vitórias na luta de classes do proletariado e no combate dos povos por sua liberdade nacional, se desenvolve frutiferamente o processo revolucionário mundial.”

Eles dizem com freqüência também que o movimento de libertação nacional “se desenvolve em condições da coexistência pacífica entre os Estados com diferente sistema social e em condições da emulação econômica entre os dois sistemas sociais opostos”(4), e que a coexistência e a emulação pacíficas “contribuem para o desenvolvimento do processo de libertação dos povos em luta sob a dominação dos monopólios estrangeiros”(5) e podem assestar um “golpe demolidor” em “todo o sistema de relações capitalistas”(6).

Os países socialistas devem aplicar a política leninista de coexistência pacífica entre países de sistemas sociais diferentes. Porém, a coexistência pacífica e a emulação pacífica não podem em absoluto substituir a luta revolucionária das massas populares dos diversos países. É às próprias massas populares de cada país colonial ou dependente às quais incumbe, em primeiro lugar, conquistar a vitória da revolução nacional mediante a luta revolucionária; nenhum outro país pode fazer as vezes delas.

No entender dos dirigentes do PCUS, a vitória da revolução nacional-libertadora não se deve principalmente à luta revolucionária das próprias massas populares, e estas não podem emancipar-se a si mesmas, senão que devem esperar o afundamento natural do imperialismo na coexistência e emulação pacíficas. Isto na realidade equivale a exigir que as nações oprimidas tolerem para sempre o saque e a subjugação do imperialismo e não se levantem em resistência e revolução.

A segunda receita se chama ajuda aos países atrasados.

Os dirigentes do PCUS se vangloriam do papel que desempenha sua ajuda econômica aos países recém-independentes. O camarada Kruchov disse que esta ajuda pode “evitar a nova escravidão” destes países, “estimular seu progresso, contribuir para a marcha normal e até para a aceleração dos processo internos que podem levar estes países ao caminho real do desenvolvimento social que conduz ao socialismo”(7).

É necessário e de grande importância que os países socialistas prestem ajuda econômica aos países recém-independentes seguindo o princípio do internacionalismo. Porém, de nenhuma maneira se pode dizer que a independência nacional e a transformação social desses países não se devem principalmente à luta revolucionária de seu próprio povo e sim unicamente à ajuda econômica dos países socialistas.

E ainda mais, a política que aplicam e a finalidade que estes dirigentes do PCUS perseguem em sua ajuda prestada nos últimos anos aos países recém independentes, para dizê-lo com franqueza, inspiram suspeitas. Ao ajudar esses países, muito freqüentemente adotam uma atitude de chovinismo de grande potência e de egoísmo nacional, e prejudicaram os interesses econômicos e políticos desses países, desacreditando com isso aos países socialistas. Quanto à sua ajuda à Índia, é ainda mais óbvio que perseguem fins ocultos. A Índia encabeça a lista dos países recém independentes aos quais a URSS presta ajuda. Evidentemente esta ajuda tem servido para estimular o Governo de Nehru em sua política anticomunista, antipopular e contrária aos países socialistas. Até os imperialistas norte-americanos declararam que esta ajuda soviética “responde muito bem a nossos interesses”(8).

Ademais, os dirigentes do PCUS se pronunciaram abertamente pela cooperação com o imperialismo norte-americano para “ajudar os países atrasados”. Em seu discurso pronunciado em setembro de 1959 nos EEUU Kruchov disse:

“Nossos êxitos econômicos e os de vocês serão saudados por todo o mundo, que espera que nossas duas grandes potências ajudem a pôr-se de pé mais rapidamente os povos que ficaram vários séculos atrasados em seu desenvolvimento econômico.”

Olhem, o baluarte principal do colonialismo contemporâneo inclusive ajudando as nações oprimidas a “pôr-se de pé mais rapidamente”! É na verdade surpreendente que os dirigentes do PCUS tenham chegado a oferecer-se de acompanhantes dos neocolonialistas e estejam orgulhosos de sê-lo.

A terceira receita se chama desarmamento.

Kruchov disse:

“O desarmamento significa o desarmamento das forças da guerra, a liquidação do militarismo, a exclusão da intervenção armada nos assuntos internos de qualquer país e a liquidação completa e definitiva de todas as formas do colonialismo.”(9)

Disse além disso:

“O desarmamento criaria as condições necessárias para ampliar enormemente a ajuda aos Estados nacionais recém nascidos. Se a soma total dos gastos militares do mundo, que ascendem a cento e vinte bilhões de dólares, é designada para estes fins pelo menos de 8 a 10 por cento, se poderia acabar em 20 anos com a fome, as enfermidades e o analfabetismo nas regiões indigentes do globo terrestre.”(10)

Para desmascarar e opor-se à expansão armamentista e preparativos bélicos do imperialismo, temos sido sempre partidários da luta pelo desarmamento geral. Porém, não se pode dizer de modo algum que o colonialismo se liquidará por meio do desarmamento.

Aqui Kruchov é verdadeiramente como um sacerdote que faz sermão: Bem-aventurados os martirizados de todo o mundo! Tende paciência! Esperai que os imperialistas deponham as armas, e a liberdade descerá sobre vós. Esperai que os imperialistas se tornem misericordiosos. Então as regiões do mundo açoitadas pela miséria se converterão em um éden donde emanará em abundância o leite e o mel...

Isto não só é uma ilusão, como também ópio para anestesiar o povo.

A quarta receita se chama eliminação do colonialismo por meio da ONU.

Kruchov sustenta que se a ONU tomasse medidas para extirpar definitivamente o regime colonial, “os povos de todos os países que sofrem hoje a humilhação originada pela dominação de países estrangeiros verão a clara e próxima perspectiva da libertação pacífica do jugo estrangeiro”(11).

Em seu discurso pronunciado perante a Assembléia Geral da ONU em setembro de 1960, Kruchov perguntou: “Quem vai liquidar o regime colonial de administração senão a Organização das Nações Unidas?”

Esta é verdadeiramente uma pergunta bastante estranha. Segundo Kruchov, os povos revolucionários da Ásia, África e América Latina não devem nem podem eliminar o colonialismo; para eliminá-lo, só se deve contar com a ONU.

Nessa Assembléia Geral da ONU, Kruchov disse também:

“Nos dirigimos à razão e à perspicácia dos povos dos países ocidentais, a seus governos e a seus delegados presentes nesta suprema conferência da Organização das Nações Unidas: concertemos os passos destinados à liquidação do regime colonial de administração, acelerando com isso este processo histórico conforme às leis”.

Como se vê, quando Kruchov fala de contar com a ajuda da ONU, quer dizer contar com a ajuda do imperialismo. Os fatos demonstram que a ONU, que segue estando nas mãos do imperialismo, só pode defender a reforçar a dominação colonialista e não pode liquidar nenhuma variante de colonialismo.

Em uma palavra, as receitas prescritas pela direção do PCUS para o movimento de libertação nacional estão destinadas a fazer crer que o imperialismo renunciará ao colonialismo e outorgará como mercê a liberdade e a libertação às nações e povos oprimidos, e portanto, todas as teorias, posições e lutas revolucionárias resultam antiquadas e desnecessárias e obrigatoriamente devem ser abandonadas.

Contra as guerras de libertação nacional

Ainda que falem de apoiar o movimento e as guerras de libertação nacional, os dirigentes do PCUS tentaram por todos os meios fazer que os povos da Ásia, África e América Latina abandonem a luta revolucionária, porque a rigor tremem de medo diante da tempestade revolucionária.

A direção do PCUS sustenta uma famosa teoria segundo a qual “uma pequena chispa pode provocar um incêndio mundial”(12) e uma guerra mundial é necessariamente uma guerra termonuclear e a aniquilação da humanidade. Portanto, Kruchov grita a todo pulmão que as “ ‘guerras locais’ em nossos tempos são coisa muito perigosa”(13) e que trabalharemos tenazmente para apagar as chispas que possam acender o fogo da guerra”(14). Aqui, sem fazer nenhuma distinção entre as guerras justas e as injustas, Kruchov se distanciou da posição dos comunistas de apoiar as guerras justas.

A história dos 18 anos transcorridos desde o término da Segunda Guerra Mundial, demonstra que as guerras nacional-libertadoras são inevitáveis enquanto os imperialistas e seus lacaios mantenham a dominação brutal a força de baionetas e levem a cabo a repressão armada contra a revolução das nações oprimidas. As incessantes guerras revolucionárias, grandes ou pequenas, contra os imperialistas e seus lacaios, assestaram golpes às forças bélicas do imperialismo revigoraram as forças defensoras da paz mundial e impediram energicamente a materialização do plano imperialista de desencadear uma guerra mundial. Ao armar tanta gritaria sobre a necessidade de “apagar” as chispas de revolução em prol da paz, Kruchov, para dizê-lo sem rodeios, opõe à revolução sob o pretexto da defesa da paz.

Partindo destes pontos de vista e medidas políticas errados acima mencionados, os dirigentes do PCUS não só exigem que todas as nações oprimidas abandonem a luta revolucionária pela libertação e “coexistam pacificamente” com o imperialismo e o colonialismo, como ademais se põem ao lado do imperialismo e apelam a todos os meios para apagar as chispas de revolução na Ásia, África e América Latina.

Tomemos como exemplo a guerra de libertação nacional do povo argelino. A direção do PCUS não só não a apoiou durante longo tempo, como se pôs ao lado do imperialismo francês. Kruchov considerava a questão da independência nacional da Argélia como um “assunto interno” da França. Ao falar do problema da Argélia em 3 de outubro de 1955 disse: “o que tinha e tenho em conta é, antes de tudo, que a URSS não se imiscui nos assuntos internos de outros Estados”. Disse também na entrevista concedida em 19 de março de 1958 a um correspondente do jornal francês Le Figaro: “Não queremos que a França se debilite, e sim que se fortaleça sua grandeza”.

Com vistas a congratular-se com o imperialismo francês, a direção do PCUS não se atreveu durante longo tempo a reconhecer o Governo Provisório da República Argelina, e só se apressou a declarar seu reconhecimento quando a vitória da guerra de resistência do povo argelino contra o imperialismo francês já era coisa feita e a França se viu obrigada a aceitar a independência da Argélia. Sua atitude indecorosa desonrou os países socialistas. Entretanto, fazendo alarde de seu ignominioso procedimento, a direção do PCUS afirma que a vitória conquistada pelo povo argelino a preço de seu sangue e sacrifícios, também deve creditar-se a sua política de “coexistência pacífica”.

Vejamos agora o papel que desempenharam os dirigentes do PCUS no problema do Congo. Em lugar de apoiar com energia a luta armada do povo congolês contra o colonialismo, se precipitaram a apagar a chispa do Congo em “colaboração” com o imperialismo norte-americano.

Em 13 de julho de 1960, a União Soviética, junto com os EEUU, votou a favor da resolução do Conselho de Segurança de enviar tropas da ONU ao Congo, ajudando assim o imperialismo norte-americano a utilizar a bandeira da ONU para levar a cabo uma intervenção armada no Congo. Ademais, a União Soviética proporcionou meios de transporte para as tropas da ONU. Em seu telegrama de 15 de julho dirigido a Kasavubu e Lumumba, Kruchov disse: “O Conselho de Segurança da ONU realizou um ato útil”. Logo a imprensa soviética elogiava incessantemente a ONU por “ajudar o Governo da República do Congo a defender a independência e a soberania do país”(15), e manifestava sua esperança de que a ONU “adotasse medidas resolutas”(16). Em suas declarações de 21 de agosto e de 10 de setembro, o Governo soviético ainda prodigalizava elogios à ONU, que reprimia o povo congolês.

Em 1961, os dirigentes do PCUS empurraram Gizenga para participar no parlamento congolês convocado sob a “tutela” das tropas da ONU e a tomar parte do governo títere. Naquele tempo, chegaram até a dizer enganosamente que a convocatória do parlamento congolês constituía um “grande acontecimento na vida da jovem república” e um “triunfo das forças nacionais”.(17)

Os fatos evidenciam que esta política errada da direção do PCUS ajudou grandemente ao imperialismo norte-americano em sua agressão contra o Congo. Lumumba foi assassinado, Gizenga foi encarcerado, muitos outros patriotas foram vítimas de perseguições e a luta do Congo pela independência nacional sofreu reveses. Acaso os dirigentes do PCUS não sentem em absoluto sua responsabilidade por estes fatos?

Zonas donde convergem as contradições do mundo contemporâneo

É natural que os povos revolucionários da Ásia, África e América Latina tenham repudiado as palavras e os atos dos dirigentes do PCUS contra o movimento de libertação nacional e as guerras de libertação nacional. Porém, em vez de tirar a lição necessária e mudar sua linha e política erradas, os dirigentes do PCUS, encolerizados de vergonha, lançaram uma série de calúnias e ataques contra o PCCh e os outros partidos marxistas-leninistas.

A carta aberta do CC do PCUS acusa o PCCh de haver formulado uma “nova teoria”. A carta diz:

“De acordo com esta teoria, a contradição principal de nossa época resulta não ser a contradição entre o socialismo e o imperialismo, e sim entre o movimento de libertação nacional e o imperialismo. Como força decisiva na luta contra o imperialismo, segundo opinião dos camaradas chineses, não atua o sistema mundial do socialismo nem a luta da classe operária internacional, senão, outra vez mais, o movimento nacional-libertador.”

Em primeiro lugar, esta é uma invenção. Em nossa carta de 14 de junho assinalamos que as contradições fundamentais no mundo contradição são as contradições entre o campo socialista e o campo imperialista, entre o proletariado e a burguesia nos países capitalistas, entre as nações oprimidas e o imperialismo, entre os países imperialistas e entre os grupos monopolistas capitalistas.

Indicamos também que a contradição entre o campo socialista e o campo imperialista é uma contradição entre dois sistemas sociais fundamentalmente distintos, o socialismo e o capitalismo. É, sem dúvida, uma contradição muito aguda. Entretanto, os marxistas-leninistas não devem reduzir as contradições no mundo pura e simplesmente à contradição entre o campo socialista e o campo imperialista.

Nossos pontos de vista são tão claros como a água.

Em nossa carta de 14 de junho, explicamos a situação revolucionária na Ásia, África e América Latina e o significado e o papel do movimento de libertação nacional. Heis aqui o que dissemos:

  1. “As vastas zonas da Ásia, África e América Latina são as zonas donde convergem as contradições no mundo contemporâneo; são as mais vulneráveis das zonas que estão sob a dominação imperialista, e constituem os centros da tempestade da revolução mundial, que na atualidade assesta golpes diretos ao imperialismo.”

  2. “O movimento revolucionário democrático nacional nestas zonas e o movimento revolucionário socialista internacional são as duas grandes correntes históricas de nossa época.”

  3. “A revolução democrática nacional nestas zonas é uma importante parte integrante da revolução mundial proletária de nossos dias.”

  4. “A luta revolucionária antiimperialista dos povos da Ásia, África e América latina golpeia e debilita seriamente os próprios alicerces da dominação do imperialismo e do colonialismo velho e novo, e é na atualidade uma força poderosa em defesa da paz mundial.

  5. “Portanto, em certo sentido, a causa revolucionária do proletariado internacional em seu conjunto depende do desenlace da luta revolucionária dos povos dessas zonas, que constituem a esmagadora maioria da população do mundo.”

  6. “Portanto, a luta revolucionária antiimperialista dos povos da Ásia, África e América Latina não é em absoluto um assunto de mera significação regional, e sim de importância geral para a causa da revolução mundial do proletariado internacional em seu conjunto.”

Estas são teses marxistas-leninistas; são conclusões sacadas da realidade de nossos tempos mediante uma análise científica.

Ninguém pode negar que se observa agora uma situação revolucionária sumamente favorável na Ásia, África e América Latina. Na atualidade, a revolução nacional-libertadora destas regiões constitui a mais importante das forças que assestam golpes diretos ao imperialismo. A Ásia, a África e a América Latina são as zonas donde convergem as contradições do mundo.

O ponto de convergência das contradições mundiais e da luta política do mundo não é imutável, e sim variará com as mudanças que se operam na luta internacional e na situação revolucionária. Estamos seguros de que, graças ao desenvolvimento da contradição e da luta entre o proletariado e a burguesia, chegará o grande dia em que se travem batalhas renhidas na Europa Ocidental e na América do Norte, berço do capitalismo e coração do imperialismo. Então, a Europa Ocidental e a América do Norte se transformarão sem dúvida no ponto onde convirjam a luta política e as contradições do mundo.

Lênin disse em 1913:

“Uma nova fonte de formidáveis tormentas mundiais se abriu na Ásia.” “Hoje vivemos precisamente na época destas tormentas e de sua contra-repercusssão na Europa.”(18)

Stálin disse em 1925:

“As colônias são a retaguarda principal do imperialismo. A revolucionarização desta retaguarda não pode menos que quebrantar o imperialismo, não só no sentido de que este ficará sem retaguarda, mas no sentido de que a revolucionarização do Oriente deve dar o impulso decisivo para a agudização da crise revolucionária no Ocidente.”(19)

É possível que sejam erradas estas afirmações de Lênin e Stálin? Estas teses há muito tempo constituem conhecimentos elementares do marxismo-leninismo. É óbvio que, quando os dirigentes do PCUS se empenham em diminuir o movimento de libertação nacional, passam completamente por alto do ABC do marxismo-leninismo e fatos que são evidentes.

Deformação da ideia leninista da hegemonia na revolução

Em sua carta aberta de 14 de julho, o CC do PCUS ataca também os pontos de vista do Partido Comunista da China sobre o problema da hegemonia do proletariado no movimento de libertação nacional. Diz: “Os camaradas chineses querem ‘corrigir’ Lênin e demonstrar que não é a classe operária, e sim a pequeno-burguês ou a burguesia nacional, e inclusive, também ‘certos reis, príncipes e aristocratas animados patrioticamente’ a quem deve pertencer a hegemonia na luta mundial contra o imperialismo.”

Esta é uma deformação deliberada dos pontos de vista do Partido Comunista da China.

Ao referir-se à necessidade de que o proletariado insista em sua hegemonia no movimento de libertação nacional, a carta de 14 de junho do CC do PCCh assinala que a história encomendou aos partidos proletários da Ásia, África e América Latina a gloriosa missão de “manter elevada a bandeira de luta contra o imperialismo, contra o colonialismo velho e novo, pela independência nacional e pela democracia popular, colocar-se nas primeiras filas do movimento revolucionário democrático nacional e lutar pelo futuro socialista.” “O proletariado e seu partido devem, sobre a base da aliança operário-camponesa, unir a todas as camadas sociais que possam ser unidas e organizar uma ampla frente única contra o imperialismo e seus lacaios. Para consolidar e ampliar essa frente única, é necessário que o partido do proletariado conserve sua independência ideológica, política e de organização e mantenha firmemente sua hegemonia na revolução.”

Ao referir-se à necessidade de formar uma ampla frente única antiimperialista no movimento de libertação nacional, a carta do CC do PCCh de 14 de junho diz: “As nações e povos oprimidos da Ásia, África e América Latina estão enfrentados à tarefa urgente de lutar contra o imperialismo e seus lacaios.” “Nestas zonas, os mais amplos setores da população recusam viver sob o jugo do imperialismo. Estes setores não somente compreendem aos operários, camponeses, intelectuais e pequeno-burgueses, como também à burguesia nacional patriótica e até a um número de reis, príncipes e aristocratas de sentimentos patrióticos.”

Nossos pontos de vista são perfeitamente claros. É indispensável tanto insistir na hegemonia do proletariado como estabelecer uma ampla frente única antiimperialista no movimento de libertação nacional. Que erro encerram estes pontos de vista? Por que a direção do PCUS deforma e ataca estes pontos de vista corretos?

Não somos nós e sim os dirigentes do PCUS que abandonaram a idéia de Lênin da hegemonia do proletariado na revolução.

Seguir a linha errada da direção do PCUS, abandonar por completo a tarefa de lutar contra o imperialismo e o colonialismo e opor-se totalmente a que se façam as guerras de libertação nacional, eqüivaleria a exigir que o proletariado e os partidos comunistas das nações e países oprimidos arriassem a bandeira patriótica da luta contra o imperialismo e pela independência nacional e a entregassem a outros. Nesse caso, como se poderia falar da frente única antiimperialista, ou da hegemonia do proletariado?

Outra idéia que a direção do PCUS difunde com freqüência é que um país pode construir o socialismo, sejam quais forem seus dirigentes, ainda quando se trate de um nacionalista reacionário como Nehru. Isto se distancia ainda mais da idéia da hegemonia do proletariado.

A carta aberta do CC do PCUS interpreta a seu modo as relações de apoio mútuo entre o campo socialista e o movimento operário dos países capitalistas de um lado e o movimento de libertação nacional de outro, afirmando que o movimento de libertação nacional deve ser “dirigido” pelos países socialistas e o movimento operário dos países metropolitanos. Diz arbitrariamente que esta interpretação “se baseia” na idéia de Lênin da hegemonia do proletariado. Esta é evidentemente uma enorme deformação e adulteração da idéia de Lênin, e demonstra que os dirigentes do PCUS querem impor ao movimento revolucionário das nações oprimidas sua linha encaminhada a liquidar as revoluções.

A via do nacionalismo e a degeneração

Em sua carta aberta de 14 de julho, os dirigentes do PCUS tentam culpar o Partido Comunista da China de “isolar o movimento de libertação nacional da classe operária internacional e de sua obra, o sistema mundial do socialismo”, e nos acusam também de “separar” o movimento de libertação nacional do sistema socialista e do movimento operários dos países capitalistas do Ocidente e “contrapor” aquele a estes. Outros comunistas, como os dirigentes do Partido Comunista Francês, fazem eco a todo pulmão aos dirigentes do PCUS.

Porém, quais são os fatos? Ocorre que não são outros, senão os próprios dirigentes do PCUS e seus seguidores os que não apoiam e inclusive se opõem ao movimento de libertação nacional, os que contrapõem o movimento de libertação nacional ao campo socialista e ao movimento operário dos países capitalistas do Ocidente.

O Partido Comunista da China sustentou sempre que os povos se apoiam mutuamente em suas lutas revolucionárias. Sempre enfocamos o movimento de libertação nacional desde o ponto de vista do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário, desde o ponto de vista da revolução proletária mundial em seu conjunto. A nosso ver, o desenvolvimento vitorioso da revolução nacional-libertadora é de enorme importância para o campo socialista, o movimento operário dos países capitalistas e a causa da paz mundial.

Porém os dirigentes do PCUS e seus seguidores não querem admitir esta importância. Falam só do apoio do campo socialista ao movimento de libertação nacional, porém negam o apoio deste àquele. Falam só do papel que joga o movimento operário dos países capitalistas do Ocidente ao assestar golpes ao imperialismo, porém diminuem e negam o papel que desempenha o movimento de libertação nacional a este mesmo respeito. Semelhante posição transgride o marxismo-leninismo, desatende os fatos, e consequentemente é errada.

O problema de como abordar as relações entre os países socialistas e as revoluções das nações oprimidas, e as relações entre o movimento operário dos países capitalistas e as revoluções das nações oprimidas implica em um princípio importante, que consiste em sustentar ou abandonar o marxismo-leninismo e o internacionalismo proletário.

De acordo com o marxismo-leninismo e o internacionalismo proletário, todo país socialista triunfante deve respaldar e ajudar ativamente as nações oprimidas em suas lutas pela libertação. Conseguida a vitória na revolução, os países socialistas devem transformar-se em bases de apoio para respaldar e desenvolver a revolução das nações e povos oprimidos do mundo inteiro, formar a aliança mais estreita com estes e levar até o fim a revolução proletária mundial.

Entretanto, os dirigentes do PCUS, na prática, tomam a vitória do socialismo em um país ou num conjunto de países como a finalidade da revolução proletária mundial. Exigem que as revoluções nacional-libertadoras se subordinem à sua linha geral da chamada coexistência pacífica e aos interesses nacionais de seu próprio país.

Em 1925, na luta contra os liquidacionistas representados pelos trotskistas e os zinovievistas, Stálin assinalou que uma das características perigosas do liqüidacionismo consistia “... na falta de fé na revolução proletária internacional; na falta de fé em sua vitória; o ceticismo a respeito do movimento de libertação nacional das colônias e dos países dependentes... a incompreensão desse requisito elementar do internacionalismo, em virtude do qual a vitória do socialismo em um só país não é um fim em si, mas um meio para desenvolver e apoiar a revolução nos outros países.”(20)

Acrescentou:

“Essa é a via do nacionalismo e da degeneração, uma via que conduz à liquidação completa da política internacionalista do proletariado, pois a pessoa atacada dessa enfermidade não vê em nosso país uma parte do todo que se chama movimento revolucionário mundial, e sim o princípio e o fim desse movimento, considerando que os interesses de todos os demais devem ser sacrificados aos interesses de nosso país.”(21)

Stálin descreveu o que pensavam os liquidacionistas da seguinte maneira:

“Apoiar o movimento de libertação da China? Para quê? Não será arriscado? Isso não nos indisporá com outros países? Não será melhor estabelecer nossas ‘esferas de influência’ na China conjuntamente com as outras potências ‘avançadas’ e tirar algo da China em proveito próprio? Isso seria vantajoso e não encerraria nenhum perigo... Etc., etc.”(22)

Stálin concluiu:

“Tal é a ‘concepção’ nacionalista de novo tipo, que trata de eliminar a política exterior da Revolução de Outubro e que fomenta os elementos de degeneração.”(23)

Os atuais dirigentes do PCUS foram mais além que os velhos liquidacionistas. Se consideram inteligentes. Não fazem senão o que “é vantajoso e não encerra nenhum perigo”. Têm muito medo dos conflitos com os países imperialistas e se opõem com todo empenho ao movimento de libertação nacional. Lhes fascina a idéia do estabelecimento de “esferas de influência” em todo o mundo por parte das chamadas superpotências.

Esta crítica aos liquidacionistas feita por Stálin é uma cabal descrição dos atuais dirigentes do PCUS, que, seguindo os passos dos liquidacionistas, eliminaram precisamente dessa mesma forma a política exterior da Revolução de Outubro e empreenderam o caminho do nacionalismo e da degeneração.

Stálin advertiu:

“... está claro que só sobre a base do internacionalismo conseqüente, só sobre a base da política exterior da Revolução de Outubro, pode o primeiro país triunfante seguir desempenhando o papel de abandeirado do movimento revolucionário mundial; que a via da menor resistência e do nacionalismo na política exterior é a via do isolamento e a decomposição do primeiro país triunfante.”(24)

Esta advertência de Stálin tem ainda sua séria e prática significação para os atuais dirigentes do PCUS.

Um exemplo de social-chovinismo

Do mesmo modo, de acordo com o princípio do internacionalismo proletário, o proletariado e os comunistas das nações opressoras devem respaldar ativamente o direito das nações oprimidas à independência nacional e sua luta pela libertação. Com o apoio das nações oprimidas, a revolução proletária das nações opressoras terá maiores possibilidades de lograr a vitória.

Lênin deu no cravo quando dizia:

“Na realidade, o movimento revolucionário nos países adiantados seria praticamente um engano sem a a união completa e mais estreita dos operário na luta contra o capital na Europa e América com as centenas e centenas de milhões de escravos ‘coloniais’ oprimidos pelo capital.”(25)

Porém, alguns sediciosos marxista-leninistas abandonaram o marxismo-leninismo precisamente neste problema de princípio fundamental. Os dirigentes do Partido Comunista Francês servem de exemplo típico a respeito.

Desde muito tempo, os dirigentes do PCF abandonaram a luta contra o imperialismo norte-americano e se negaram a opor-se com resolução ao controle e à submissão exercidos por este sobre a França no político, econômico e militar, deixando definitivamente nas mãos de de Gaulle e outros a bandeira francesa da luta nacional contra o imperialismo norte-americano. Por outro lado, vêm defendendo de diversas maneiras e com diversos pretextos, os interesses coloniais do imperialismo francês; se negaram a apoiar e se opuseram ao movimento de libertação nacional, em especial, às guerras de libertação nacional das colônias francesas, caindo no lodaçal do chovinismo nacional.

Lênin dizia: “Os europeus esquecem freqüentemente que os povos coloniais são também nações; tolerar semelhante ‘falta de memória’ é tolerar o chovinismo.”(26) Porém a direção do PCF, representada pelo camarada Thorez, não só tolerou semelhante “falta de memória”, como considerou descaradamente a todos os povos das colônias francesas como “franceses de sangue não-francês”,(27) se negou a reconhecer seu direito a separar-se da França e lograr a independência nacional, e apoiou publicamente a política de “assimilação nacional” do imperialismo francês.

Durante os últimos dez anos e tanto, os dirigentes do PCF seguiram os passos da política colonial do imperialismo francês, servindo de apêndice da burguesia monopolista francesa. Em 1946, quando os círculos dominantes do capital monopolista da França recorreram a uma artimanha neocolonialista, propondo o estabelecimento da União Francesa, eles proclamaram em seguida: “A União Francesa, que sempre previmos, é uma união livre de povos livres”(28) e que “a União Francesa permitirá regular sobre uma nova base as relações entre o povo da França e os povos de ultramar que no passado estiveram unidos à França”(29). Em 1958, quando a União Francês veio abaixo e o Governo francês propôs a formação de uma “Comunidade Francesa” para preservar seu sistema colonial, os dirigentes do PCF o seguiram e proclamaram: “Cremos que a criação de uma verdadeira comunidade será um evento positivos.”(30)

Ainda mais, com vistas a opor-se à demanda dos povos das colônias francesas pela independência nacional, os dirigentes do PCF chegaram até a intimidá-los, dizendo: Todo intento de separar-se da União Francesa não conduzirá senão ao fortalecimento do imperialismo; ainda que se possa conquistar uma independência temporária, esta será nominal e falsa. Também afirmaram abertamente: “A questão é saber se esta independência, que parece inevitável, será com a França ou sem ela e contra ela. Os interesses de nosso país exigem que esta seja com a França.”(31)

No problema da Argélia, os dirigentes do PCF adotaram uma posição chovinista. Eles trataram de justificar-se recentemente dizendo que tinham reconhecido há anos a justa demanda de liberdade do povo argelino. Porém, quais são os fatos?

Durante longo tempo, os dirigentes do PCF não reconheceram em absoluto o direito à independência nacional da Argélia; seguindo à burguesia monopolista francesa, levantaram o clamor de que “a Argélia é parte inalienável da França”(32) e que a França “agora e no futuro deve ser uma grande potência africana”(33). O que interessava mais que nada a Thorez e outros era que a Argélia podia abastecer a França anualmente com “um milhão de carneiros” e grandes quantidades de trigo, com o que se podia resolver o problema da “escassez de carne” e “satisfazer o déficit de cereais”(34) da França.

Vejam até que extremos de fanático chovinismo chegaram os dirigentes do PCF! Mostram sequer um ápice de internacionalismo proletário? Existe neles a menor sombra do revolucionário proletário? Adotando esta posição chovinista, traíram os interesses fundamentais do proletariado internacional, os interesses fundamentais do proletariado francês e os verdadeiros interesses da nação francesa.

Refutação da "teoria do racismo" e a "teoria do perigo amarelo"

Esgotadas todas suas armas mágicas dirigidas contra o movimento de libertação nacional, os dirigentes do PCUS se reduziram agora a apelar para a teoria do racismo, a mais reacionária de todas as teorias imperialistas. Apresentam a justa posição do Partido Comunista da China de firme apoio ao movimento de libertação nacional como a “criação das barreiras raciais e geográficas” e a “substituição do ponto de vista de classe pelo ponto de vista racial”, como um intento de “jogar com os preconceitos nacionalistas e inclusive raciais dos povos da Ásia e da África”.

Se não existisse o marxismo-leninismo, semelhantes mentiras teriam podido talvez enganar as pessoas. Lástima que os inventores de semelhantes mentiras tenham nascido fora do tempo. O marxismo-leninismo já prendeu na atualidade o coração das pessoas. Stálin tinha razão quando dizia que o Leninismo “demoliu a muralha entre os brancos e os negros, entre os europeus e os asiáticos, entre os escravos ‘cultos’ e ‘incultos’ do imperialismo.”(35) Resultarão vãos os esforços dos dirigentes do PCUS por levantar de novo esta muralha racista.

O problema nacional em nossos dias é, em última instância, o problema da luta de classes e da luta antiimperialista. Atualmente os operários, os camponeses, intelectuais revolucionários, elementos burgueses antiimperialistas e patrióticos e outras pessoas sensatas antiimperialistas e patrióticas de todas as raças – branca, negra, amarela ou cobre – formaram uma ampla frente única contra o imperialismo, encabeçado pelos EEUU, e seus lacaios. Esta frente única se amplia e se torna mais e mais forte. Aqui o problema não consiste em pôr-se ao lado dos brancos ou dos povos de cor, e sim em p^0r-se ao lado dos povos e nações oprimidos do mundo ou de um punhado de imperialistas e reacionários.

As nações oprimidas devem deslindar os campos com o imperialismo e o colonialismo: tal é o ponto de vista marxista-leninista de classe. Confundir estes campos constitui um critério chovinista a serviço do imperialismo e do colonialismo.

Lênin dizia:

“No programa da social-democracia, o problema central deve ser precisamente esta divisão das nações em opressoras e oprimidas, divisão que é a essência do imperialismo e que falsamente evadem os social-chovinistas e Kautsky.”(36)

Agora, os dirigentes do PCUS caluniam a unidade dos povos da Ásia, África e América Latina na luta antiimperialista, qualificando-a de unidade “baseada em princípios raciais e geográficos”. Obviamente, com isso se colocam na posição dos social-chovinistas e de Kautsky.

Ao vender como mascate a “teoria do racismo” e descrever o movimento de libertação nacional na Ásia, África e América Latina como movimento das raças de cor contra a raça branca, os dirigentes do PCUS perseguem o evidente objetivo de incitar o ódio racista entre os brancos da Europa e América do Norte, desviar a atenção dos povos do mundo da luta antiimperialista e apartar o movimento operário internacional da luta contra o revisionismo contemporâneo.

Os dirigentes do PCUS levantaram, por todas as partes uma gritaria sobre o “perigo amarelo” e sobre a
“iminente ameaça de Gengis-Khan”. Isto realmente não merece uma refutação. No presente artigo não nos propomos comentar o papel histórico de Gengis-Khan nem o desenvolvimento nacional da Mongólia, da Rússia e da China e o processo de sua formação em Estados. Só quiséramos recordar aos dirigentes do PCUS a necessidade de repassar suas lições de História antes de fazer circular semelhantes rumores. Gengis-Khan foi um Khan da Mongólia, e em seus tempos tanto a China como a Rússia foram vítimas da agressão mongol. Gengis-Khan invadiu uma parte do Noroeste e do Norte da China em 1215, e invadiu a Rússia em 1223. Depois da morte de Gengis-Khan, seus sucessores subjugaram a Rússia em 1240 e, trinta e tantos anos depois, em 1279,conquistaram toda a China.

Lu Sin, famoso literato chinês, escreveu em 1934 um artigo em que há um parágrafo sobre Gengis-Khan. Como este parágrafo poderia ser útil a vocês, o transcrevemos para sua referência.

Disse Lu Sin que quando tinha vinte anos de idade, “ouvi dizer que ‘nosso’ Gengis-Khan havia conquistado a Europa e inaugurado o período mais expansivo de ‘nossa’ história. Só quando tive vinte e cinco anos vim a saber que este chamado período mais expansivo de ‘nossa’ história era na realidade o período em que os mongóis conquistaram a China e nos escravizaram. E só no último agosto, quando lia três livros sobre a história mongol em busca de alguns episódios históricos, descobri que a conquista da Rússia e a invasão da Hungria e da Áustria pelos mongóis precederam a conquista da China, e que o Gengis de então não era ainda ‘nosso’ Khan. Os russos foram escravizados antes de nós, e são eles os que deveriam dizer ‘quando nosso Gengis-Khan conquistou a China, inaugurou o período mais expansivo de nossa história’.”(37)

Os que conhecem um pouco da história moderna do mundo descobrirão que a “teoria do perigo amarelo” com que a direção do PCUS arma tanto alvoroço é só uma herança do imperador da Alemanha, Guilherme II. Há meio século, Guilherme II declarou: “Eu sou partidário da teoria do perigo amarelo”.

A finalidade que perseguia o imperador Guilherme II ao propagar a “teoria do perigo amarelo” era continuar repartindo a China, invadir a Ásia, reprimir as revoluções na Ásia, desviar a atenção dos povos europeus da revolução, e usar essa teoria como cortina de fumaça para preparar ativamente naquele tempo o desencadeamento de uma guerra imperialista mundial e conquistar o domínio mundial.

Quando Guilherme II apregoou a “teoria do perigo amarelo”, a burguesia da Europa já se encontrava em decadência e era extremamente reacionária e, em torno da revolução russa de 1905, as revoluções democráticas propagavam-se demolidoras pela China, Turquia, Pérsia e repercutiam na Índia. Foi também nessa época quando Lênin fez sua famosa observação sobre “a Europa atrasada e a Ásia avançada”.

Guilherme II foi um personagem em sua época. Porém não foi mais que uma figura de neve à luz do sol. Não passou muito tempo antes de que este cabecilha reacionário se desvanecesse por completo junto com a teoria reacionária inventada por ele. Em troca, o grande Lênin assim como sua luminosa teoria vivem eternamente.

Transcorreram 50 anos; o imperialismo da Europa Ocidental e da América do Norte se tornou mais moribundo e reacionário e seus dias estão contados. Ao mesmo tempo, o furacão revolucionário que se propaga pela Ásia, África e América Latina é muitas vezes mais forte que o do tempo de Lênin. Dificilmente se concebe que nestes momentos ainda tenha gente que deseje desempenhar o papel de Guilherme II. Isto é verdadeiramente uma ironia da história.

Ressurreição do velho revisionismo com uma nova aparência

A política da direção do PCUS em relação ao problema nacional e colonial não é senão a mesma política dos revisionistas da II Internacional, que veio abaixo. A única diferença reside em que os revisionistas da II Internacional estiveram a serviço do velho colonialismo do imperialismo, enquanto os revisionistas contemporâneos servem ao neocolonialismo do imperialismo.

Os velhos revisionistas cantaram no mesmo tom com os velhos colonialistas enquanto Kruchov canta no mesmo tom com os neocolonialistas.

Os heróis da II Internacional representados por Bernstein e Kautsky foram apologistas da velha dominação colonial dos imperialistas. Declararam abertamente que a dominação colonial era progressista, que trazia para as colônias uma civilização mais elevada e que desenvolvia as forças produtivas nelas. Inclusive afirmaram que a abolição das colônias “significaria o regresso à barbárie”(38).

A este respeito, Kruchov difere um pouco dos velhos revisionistas. Tem coragem para denunciar o velho sistema colonial.

Como é isto de que Kruchov seja tão valente? Ocorre que os imperialistas mudaram seu tom.

Depois da Segunda Guerra Mundial; golpeados tanto pela revolução socialista como pela revolução nacional-libertadora, os imperialistas se viram obrigados a admitir que “se os países ocidentais tratam de manter o status quo colonialista, a revolução violenta e a derrota serão inevitáveis”(39). A forma de dominação colonialista velha “se converteria muito possivelmente num ‘tumor ulceroso’ que faria que a vida de um estado perdesse sua vitalidade econômica e moral”(40). Daqui a necessidade de mudar a forma e aplicar o neocolonialismo.

Por essa razão, Kruchov, cantando em uníssono com os neocolonialistas, difunde a “teoria do desaparecimento do colonialismo” para encobrir o neocolonialismo. E mais ainda, trata de induzir as nações oprimidas a aceitar o neocolonialismo. Propaga ativamente que a “coexistência pacífica” entre as nações oprimidas e o imperialismo civilizado trará um “rápido crescimento da economia nacional” e um “aumento das forças produtivas”, facilitará aos países oprimidos “ampliar incomparavelmente seu mercado interno: , e “proporcionar mais matérias primas, distintos produtos e mercadorias necessários para a economia dos países industrialmente desenvolvidos”(41) e, ao mesmo tempo, “elevará consideravelmente o nível de vida da população dos países capitalistas desenvolvidos”(42).

Kruchov tampouco se esqueceu de sacar certas armas desgastadas do arsenal dos revisionistas da II Internacional.

Eis aqui alguns exemplos:

Os velhos revisionistas se opuseram às guerras de libertação nacional e afirmaram que o problema nacional “poderia ser resolver somente mediante acordos internacionais”(43). Nesta questão Kruchov se apoderou da linha dos revisionistas da II Internacional; advoga por um “enterro tranqüilo do regime colonial”(44)

Os velhos revisionistas atacavam os marxistas revolucionários, lançando a calúnia de que “o bolchevismo é na realidade uma espécie de socialismo bélico”(45), e que “a Internacional Comunista alimenta a ilusão de que a libertação dos operários se realize com a ajuda das baionetas do invencível Exército Vermelho e que para a revolução mundial seja necessária uma nova guerra mundial.” Também divulgaram a mentira de que este estado de coisas “havia originado um grave perigo de uma nova guerra mundial”(46). A linguagem usada hoje por Kruchov para denegrir o Partido Comunista da China e outros partidos irmãos marxistas-leninistas é precisamente a linguagem que utilizaram os velhos revisionistas para caluniar os bolcheviques. É difícil encontrar alguma diferença entre os dois.

É necessário dizer que ao servir o neocolonialismo dos imperialistas, Kruchov não é em absoluto inferior aos velhos revisionistas no serviço que prestavam ao velho colonialismo imperialista.

Lênin assinalou que a política do imperialismo havia ocasionado a divisão do movimento operário internacional em dois setores: um revolucionário e o outro oportunista. O setor revolucionário estava ao lado das nações oprimidas e se opunha aos imperialistas e colonialistas. Contrário ao setor revolucionário, o setor oportunista engordava com as migalhas que lhe davam os imperialistas e os colonialistas, dos saques feitos aos povos coloniais e semicoloniais. Este setor estava ao lado dos imperialistas e colonialistas e se opunha à revolução libertadora das nações oprimidas.

Semelhante divisão entre os revolucionários e os oportunistas do movimento operário internacional, a que se referiu Lênin, se produziu agora não somente no movimento operário de diversos países capitalistas, mas também em países socialistas onde o proletariado exerce o Poder.

A experiência da história demonstra que afim de lograr sua vitória definitiva, o movimento de libertação nacional deve formar uma sólida aliança com o movimento operário revolucionário, deslindar os campos com os revisionistas, os quais estão a serviço dos imperialistas e colonialistas, e erradicar com firmeza sua influência.

A experiência da história demonstra que a fim de lograr sua vitória definitiva, o movimento operário dos países capitalistas da Europa Ocidental e da América do Norte deve formar uma estreita aliança com o movimento de libertação nacional da Ásia, África e América Latina, deslindar os campos com os revisionistas e erradicar com firmeza sua influência.

Os revisionistas são agentes do imperialismo, que se colaram nas filas do movimento operário internacional. Lênin disse: “A luta contra o imperialismo é uma frase oca e falsa se não está ligada estreitamente à luta contra o oportunismo.”(47) Está claro que a presente luta contra o imperialismo e o velho e novo colonialismo não pode senão ir estreitamente ligada à luta contra os apologistas do neocolonialismo.

Faça o que faça o imperialismo para disfarçar-se e salvar-se de seu afundamento inevitável, e por mais que tratem os apologistas do neocolonialismo de pintá-lo de cor-de-rosa e de ajudar-lhe, o imperialismo e o colonialismo não podem escapar a sua inevitável extinção. A vitória da revolução nacional-libertadora é irresistível. Os apologistas do neocolonialismo terminarão no fracasso definitivo.

Proletários e nações oprimidas do mundo inteiro, uni-vos!

 


Notas de rodapé:

(1) Discurso do chefe da delegação soviética Tursun-Zade na III Conferência da Solidariedade dos Povos da Ásia e África, 5 de fevereiro de 1963. (retornar ao texto)

(2) Kruchov, “Acerca do Programa do PCUS”, Informe frente ao XXII Congresso do PCUS, outubro de 1961. (retornar ao texto)

(3) “Em prejuízo da luta dos povos”, Pravda, 17 de setembro de 1963. (retornar ao texto)

(4) “A linha geral do movimento comunista internacional e a plataforma divisionista dos dirigentes chineses”, artigo da Redação do Kommunist (URSS), N.º 14, 1963. (retornar ao texto)

(5)Ibid. (retornar ao texto)

(6) B. N. Ponomariov, “Alguns problemas do movimento revolucionário”, Problemas da Paz e do Socialismo, N.º 12, 1962. (retornar ao texto)

(7) Kruchov, “Questões vitais do desenvolvimento do sistema socialista mundial”, Problemas da Paz e do Socialismo, N.º 9, 1962. (retornar ao texto)

(8) W. A. Harriman, Entrevista por radio televisão, 9 de dezembro de 1962. (retornar ao texto)

(9) Kruchov, Discurso na Conferência Mundial pelo Desarmamento Geral e pela Paz, 10 de julho de 1962. (retornar ao texto)

(10)Ibid. (retornar ao texto)

(11) Kruchov, Intervenção no debate geral da Assembléia Geral da ONU, 23 de setembro de 1960. (retornar ao texto)

(12) Kruchov, Informe perante a Sessão do Soviete Supremo do URSS, outubro de 1959. (retornar ao texto)

(13) Kruchov, Discurso perante a conferência de imprensa em Viena, 8 de julho de 1960. (retornar ao texto)

(14) Kruchov, Respostas às perguntas de jornalistas no U. S. National Press Club, em Washington, 16 de setembro de 1959. (retornar ao texto)

(15)Izvestia, 21 de julho de 1960. (retornar ao texto)

(16)Komsomolskaya Pravda( URSS), 30 de julho de 1960. (retornar ao texto)

(17)Pravda, 18 de julho de 1961. (retornar ao texto)

(18) Lênin, “Os destinos históricos da doutrina de Karl Marx”, Obras Completas, t. XVIII. (retornar ao texto)

(19) Stálin, “Sobre o movimento revolucionário no Oriente”, Obras, t. VII. (retornar ao texto)

(20) Stálin, “Perguntas e respostas’, Obras, t. VII. (retornar ao texto)

(21) Stálin, “Perguntas e respostas”, Obras, t. VII. (retornar ao texto)

(22)Ibid (retornar ao texto)

(23)Ibid. (retornar ao texto)

(24)Ibid. (retornar ao texto)

(25) Lênin, “O II Congresso da Internacional Comunista”, Obras Completas, t. XXXI. (retornar ao texto)

(26) Lênin, “Sobre a caricatura do marxismo e o ‘economicismo imperialista’ ”, Obras Completas, t. XXIII. (retornar ao texto)

(27) Maurice Thorez, Discurso em Argel, fevereiro de 1939. (retornar ao texto)

(28) León Feix, Discurso no XV Congresso do Partido Comunista Francês, junho de 1959. (retornar ao texto)

(29) Maurice Thorez, Discurso na cerimônia de abertura do novo curso na Escola do Partido do Comitê Central do Partido Comunista Francês, 10 de outubro de 1955. (retornar ao texto)

(30) León Feix, Discurso no XV Congresso do Partido Comunista Francês, junho de 1959. (retornar ao texto)

(31) Raymond Barbé, “A África negra na época da Guiné”, Démocratie Nouvelle do Partido Comunista Francês, novembro, 1958. (retornar ao texto)

(32) Documentos de 24 de setembro de 1946, Sessão da Assembléia Constituinte Nacional da França, Anexo II, n.º 1013. (retornar ao texto)

(33) Florimond Bonte, Discurso na Assembléia Constituinte Nacional da França, 1944. (retornar ao texto)

(34) Maurice Thorez, Informe ao X Congresso do Partido Comunista Francês, 1945. (retornar ao texto)

(35) Stálin, “Os fundamentos do Leninismo”, Obras, t. VI. (retornar ao texto)

(36) Lenin, “O proletariado revolucionário e o direito dos povos à autodeterminação”. Obras Completas, t. XXI. (retornar ao texto)

(37)Obras Completas de Lu Sin, t. VI. (retornar ao texto)

(38) Eduardo David, Discurso sobre a questão colonial no Congresso Socialista Internacional em Stuttgard, 1907. (retornar ao texto)

(39) J. F. Dulles, Guerra e Paz. (retornar ao texto)

(40) John Strachey, O Fim de um Império. (retornar ao texto)

(41) Kruchov, Intervenção no debate geral da Assembléia Geral da ONU, 23 de setembro de 1960. (retornar ao texto)

(42) “Liquidação do colonialismo: Mandato do tempo”, Kommunist (URSS), N.º 2, 1961. (retornar ao texto)

(43) “Resolução na questão do território”, adotada pela Conferência Socialista Internacional em Berna, 1919. (retornar ao texto)

(44) Kruchov, Intervenção no debate geral da Assembléia Geral da ONU, 23 de setembro de 1960. (retornar ao texto)

(45) Otto Bauer, Discurso acerca da questão do Oriente no Congresso Socialista Internacional em Marselha, 1925. (retornar ao texto)

(46) “Resolução na questão do Oriente”, adotada pelo Congresso Socialista Internacional em Marselha, 1925. (retornar ao texto)

(47) Lênin, “O imperialismo, fase superior do capitalismo”, Obras Completas, t. XXII. (retornar ao texto)

 

Inclusão: 29/05/2023