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O VII Congresso (Extraordinário) do Partido Comunista Português, realizado no dia 20 de Outubro, foi um acontecimento da maior importância na vida do Partido e do povo português.
Entre o VI Congresso, realizado há 9 anos, na clandestinidade, e este Congresso de portas abertas aos meios de informação do Pais e do estrangeiro, com 1003 delegados, 4209 convidados, 126 jornalistas e 400 militantes assegurando a vigilância e os serviços, um longo, árduo e vitorioso caminho fora percorrido. Um período de lutas tenazes, na continuidade de outras lutas tenazes, todas marcadas pela abnegação sem limites, pelo sacrifício e heroísmo de gerações de militantes comunistas.
As recentes vitórias históricas do povo português — a queda do fascismo no 25 de Abril, a derrota da conspiração reaccionária no 28 de Setembro, o avanço dos processos de democratização e de descolonização — vinham confirmando brilhantemente a justeza da linha traçada pelo Partido no seu último Congresso, em 1965.
O VII Congresso (Extraordinário) agora realizado tinha apenas uma missão: a aprovação das alterações introduzidas no Programa e nos Estatutos do Partido, com vista ao cumprimento das novas tarefas imediatas colocadas aos comunistas pelas profundas transformações políticas do País.
Mais de meia centena de oradores, delegados de células de base e dirigentes de organizações de massas e de organismos superiores do Partido, subiram à tribuna. Porta-vozes de operários industriais, de assalariados agrícolas, de camponeses, da juventude trabalhadora e estudantil, das mulheres, de intelectuais, vindos das principais regiões do País, mostraram bem nas suas intervenções que as classes trabalhadoras e largas camadas da população portuguesa apoiam e confiam plenamente no Partido.
A composição social do Congresso, embora não sendo rigorosamente representativa, dadas as escassas duas semanas em que o Congresso foi organizado, pode desvendar, só por si, o segredo da força e da vitalidade do Partido: a sua profunda implantação na classe operária e nas massas laboriosas em geral; a força de atracção que os seus ideais exercem sobre a juventude e a intelectualidade. Dos congressistas, eram operários 51,5%, empregados 23,8%, mulheres 12,5%, intelectuais 12%, estudantes 5,4%, camponeses 2%. Do milhar de delegados presentes no Congresso, 45,6% tinha menos de 30 anos.
Num Congresso de vibração militante, com o P.C.P. constantemente vitoriado pelos milhares de pessoas nele presentes, se é possível falar de pontos culminantes, foram-no sem dúvida a aprovação, por unanimidade e por aclamação, da Proclamação e a aprovação do Programa e dos Estatutos, sem um único voto contra e apenas com 3 e 1 abstenções, respectivamente.
O VII Congresso (Extraordinário) do Partido Comunista Português foi a expressão da unidade indestrutível das fileiras do Partido, da sua fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo, da confiança dos comunistas nos seus dirigentes provados. Foi uma bela demonstração do ardor patriótico dos comunistas, que não separam a defesa dos interesses vitais dos trabalhadores dos verdadeiros interesses nacionais, tal como o Programa e a Proclamação aprovados no Congresso tão bem evidenciam.
O Congresso foi também uma maravilhosa manifestação do espírito internacionalista dos comunistas, expresso nas calorosas saudações que lhe foram enviadas pelos partidos irmãos e pelos movimentos de libertação nacional e nos vibrantes aplausos com que foram acolhidas aquelas mensagens.
O VII Congresso (Extraordinário) do P.C.P. foi, numa palavra, o congresso da fraternidade, da alegria e da confiança na vitória.
Essa confiança é tanto mais justificada quanto é certo que as decisões do Congresso são uma poderosa arma nas mãos dos comunistas. Levá-las à prática quanto antes é avançar a passos largos na luta por um Portugal democrático, próspero e independente.