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Primeira Edição: “Pravda” (“A Verdade”), n.° 152. 25 de outubro de 1912.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 252-254, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
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Hoje em Petersburgo têm lugar as eleições. As eleições para a segunda cúria. Dois campos estão em luta: os social-democratas e os cadetes. Os eleitores devem decidir a quem confiar os destinos do país.
Que desejam os social-democratas?
Que desejam os cadetes?
Os social-democratas, como representantes da classe operária, visam libertar a humanidade de qualquer exploração.
Os cadetes, ao invés, como representantes da burguesia liberal, edificam seu futuro sobre a exploração do homem pelo homem, uma exploração — é verdade um pouco luzidia, mas sempre exploração.
Os social-democratas pensam que o problema da renovação do país permaneceu sem solução, que é preciso resolvê-lo, resolvê-lo com os esforços do próprio país.
Os cadetes, ao invés, julgam supérfluo falar de renovação, porque, “graças a deus, temos a Constituição”...
Os social-democratas pensam que, ao longo do caminho da renovação do país, a Rússia dividiu-se em duas: a velha Rússia oficial e a nova, nascente Rússia.
Os cadetes, ao invés, pensam que após a “dádiva da Constituição” “essa contraposição” entre duas Rússias “não seja mais possível”, porque “a Rússia é una.
A conclusão é uma só: o ideal constitucional dos cadetes já foi realizado. Os limites impostos pelo regime de 3 de junho não lhes produzem aborrecimento algum.
Eis, por exemplo, o que disse Miliúkov no banquete de Londres em 1909, onde juntamente com ele “representavam” a Rússia o outubrista Gutchkov e um representante das centúrias negras, o “moderado” Bobrinski:
“Estão diante de vós homens com convicções políticas de matizes muito diversos, mas essas diferenças, completando-se uma à outra, representam o nosso grande ideal da Rússia constitucional” (vide o livro de I. Iefremov, Os representantes populares russos, etc., pág. 81).
Por conseguinte, o centúria-negra Bobrinski “completa” o cadete Miliúkov, no interesse da... “liberdade do povo”: tal é, ao que parece, o “grande ideal” dos cadetes.
No banquete de Londres não havia sequer um representante dos operários, sequer um representante dos camponeses, mas, ao que parece, os “grandes ideais” dos cadetes podem abstrair-se dos operários, dos camponeses ...
A constituição dos Bobrinski, dos Gutchkov e dos Miliúkov, sem os representantes dos operários, sem os representantes dos camponeses: ei-los, os “ideais” dos cadetes!
Haverá talvez de que maravilhar-se depois que os cadetes votaram na terceira Duma a favor:
Haverá talvez de que maravilhar-se, depois disso, que os cadetes se pronunciem contra as reivindicações dos operários, dos camponeses e de toda a democracia?
Haverá talvez de que maravilhar-se, depois disso, que os cadetes, pela boca de Maklákov, tenham pedido mais energia, severidade e firmeza” para com o movimento estudantil e tenham qualificado de “sublevação espontânea" a greve pacífica dos operários do Lena?
Não, esses não é o partido da “liberdade do povo”, mas o partido dos traidores da “liberdade do povo”. Cer- os indivíduos são capazes somente de mercadejar com a burocracia por trás das costas do povo. As “negociações” com Witte, Stolípin e Trépov, e agora com Sazónov, não são em absoluto casuais.
Certos indivíduos são apenas capazes de, em aliança com os reacionários extremados, fazer perder as eleições aos social-democratas em Khárkov, Kostromá, Iekaterinodar, Riga.
Confiar os destinos do país a certos indivíduos é o mesmo que abandoná-lo ao escárnio dos seus inimigos.
Exprimimos a certeza de que os eleitores que respeitam a si mesmos não ligarão sua honra à sorte dos cadetes!
Que os cadetes recebam hoje o castigo que merecem pelos graves delitos cometidos em prejuízo do povo russo!
Eleitores operários! Votai nos representantes dos vossos interesses, nos social-democratas!
Eleitores comerciários! Não voteis nos cadetes, que não se preocupam com o vosso direito ao repouso; votai nos social-democratas, únicos defensores consequentes dos vossos interesses!
Eleitores poloneses! Reivindicai o direito a um livre desenvolvimento nacional; lembrai-vos de que a liberdade das nacionalidades é inconcebível sem a liberdade geral, e os cadetes traem a liberdade!
Eleitores judeus! Quereis obter a igualdade de direitos para os judeus, mas lembrai-vos de que os Miliúkov, os quais andam de braço dado com os Bobrinski e fazem bloco com os cadetes de direita, não farão esforço algum para obter a igualdade dos direitos!
Nos traidores da liberdade do povo ou nos seus defensores, nos cadetes ou nos social-democratas: escolhei, cidadãos!
Assinado: K. St.
| Inclusão | 25/10/2019 |