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Fonte: https://vermelho.org.br
HTML: Fernando Araújo.
A Câmara Municipal de Montevidéu dá o nome do revolucionário brasileiro a uma praça no centro da cidade
A Câmara Municipal de Montevidéu decidiu, dia 29 de abril, homenagear o revolucionário brasileiro Luiz Carlos Prestes e aprovou, por 20 votos a dois, dar seu nome a uma praça na capital uruguaia: “é vontade da Câmara”, diz o documento aprovado, “que o espaço contíguo à Praça República Argentina, voltado para o sul, leve o nome do notável militar e político brasileiro Luiz Carlos Prestes”.
É uma decisão plena de simbolismos. A decisão foi aprovada numa época de avanço da esquerda uruguaia, revelada pela eleição do presidente José “Pepe” Mujica, um político de esquerda, e agora da dirigente comunista Ana Olivera, candidata da Frente Ampla, para a prefeitura de Montevidéu.
A lembrança de dar seu nome a um espaço público junto à praça República Argentina remete também ao país sul americano onde o então líder tenentista aderiu ao comunismo, e à sua amizade com o dirigente Rodolfo Ghioldi, do Partido Comunista da Argentina. Além de relembrar também o caráter brasileiro e latino americano do heroísmo popular de Prestes.
A notícia, publicada na imprensa uruguaia, foi assinada pelo próprio presidente da Câmara Municipal, Dari Mendiondo Bidart. Lembrando a trajetória da Coluna Prestes, a notícia destacou a trajetória política e militar daquele que chamou de “personagem mítico”. Lembrou a luta intensa por ideais democráticos, o apoio popular que engrossou as fileiras da Coluna Prestes, a adesão ao comunismo, o levante revolucionário de 1935, a prisão, o enfrentamento da ditadura Vargas, e a infâmia de seu governo que entregou sua mulher, a comunista, judia e alemã Olga Benário – que estava grávida – para a morte certa nos campos de concentração da Alemanha nazista.
E justifica a homenagem dizendo que “a vida de Prestes, cheia de vicissitudes e adversidades, nos mostra, para além dos avatares ideológicos, um grande exemplo de retidão, de entrega à causa da liberdade”. E conclui: Por isso,uma personalidade de “tamanha transcendência” merece a homenagem da cidade de Montevidéu.
Mendiondo Bidart tem razão: a homenagem é justa. Desde pelo menos 1924 até sua despedida da vida, em 1990, Luiz Carlos Prestes jamais declinou de suas responsabilidades de dirigente revolucionário. Foram 66 anos dedicados às causas em que acreditou e em torno das quais organizou o povo e a vanguarda revolucionária. Sua trajetória faz parte da história dos comunistas brasileiros e do movimento comunista internacional, e seu nome está agora eternizado em uma praça em Montevidéu.