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Primeira Edição: Política Operária, nº 191, Setembro-Outubro 2005
Fonte: Francisco Martins Rodrigues Escritos de uma vida
Transcrição: Ana Barradas
HTML: Fernando Araújo.
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O Orçamento aí está. O governo Sócrates, eleito em nome da promessa solene de criar empregos e não aumentar os impostos, faz precisamente o contrário. Para “vencer a crise” aumenta os preços, desmantela serviços públicos, congela os salários, agrava o desemprego. E ao mesmo tempo que carrega sobre os pobres, contempla os grupos económicos com a venda ao desbarato do que resta do património público e faz vista grossa sobre a fuga aos impostos e a fraude fiscal.
O PS esmera-se, como sempre fez, em demonstrar aos ricos que é perfeitamente capaz de governar a seu contento. O partido que há um ano protestava contra o bando Santana-Portas-Bagão e que agora brada contra o reaccionarismo de Cavaco Silva, é tão bom como eles a servir os capitalistas.
Atrás do cenário de papelão da rivalidade PS-PSD, há uma única realidade – a balbúrdia voraz dos grandes, médios e pequenos empresários, gestores e assessores, a disputar a sua parte do bolo arrecadado sobre a força de trabalho.
A jornada nacional de luta marcada pela CGTP para 10 de Novembro poderia ser um golpe neste jogo infame. Mas só se dela se erguesse uma voz poderosa de “estamos fartos”. Tudo indica que ainda não será desta vez que vai ser posto um travão ao descarado roubo dos pobres pelos ricos.
| Inclusão | 18/08/2019 |