Lenine

Francisco Martins Rodrigues

Janeiro/Fevereiro de 1994


Primeira Edição: Política Operária nº 43, Jan-Fev 1994

Fonte: Francisco Martins Rodrigues Escritos de uma vida

Transcrição: Ana Barradas

HTML: Fernando Araújo.

Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.


capa

Passou em 21 de Janeiro o 70º aniversário da morte de Lenine. Nos últimos anos, a direita e a social-democracia não se cansam de repelir que a derrocada da URSS teria provado a falência do leninismo. Acusações de blanquismo, totalitarismo, voluntarismo, terrorismo são-lhe dirigidas diariamente, para desacreditar a grande revolução russa e o seu líder. A verdade é que a burguesia não pode digerir Lenine porque a sua obra e a sua acção continuam a atingi-la. A culpa de Lenine foi ter demonstrado com nitidez implacável o papel do reformismo como veneno paralisante ao serviço da burguesia; a necessidade dum partido revolucionário para unir os oprimidos e conduzir a revolução à vitória; a necessidade de construir na luta diária a independência política do proletariado face à pequena burguesia, a inevitabilidade da revolução violenta para acabar com o capitalismo.

Quando se apagarem os ecos da actual campanha obscurantista, voltará a ressaltar o facto de que foi sob a direcção desse grande revolucionário que se esboçou pela primeira vez o regime de ditadura do proletariado, entrevisto por Marx como a via de passagem do capitalismo ao comunismo. Se o poder dos sovietes naufragou pouco depois, isso deveu-se não a “erros” de Lenine mas à falta de maturidade da sociedade russa para o socialismo.

Em mais este aniversário da morte de Lenine, só nos resta recomendar a leitura das suas obras capitais. “O Estado e a Revolução”, “Duas Tácticas”, “Que Fazer?”, “Renegado Kautsky”, “Imperialismo”, “A Falência da II Internacional”, etc. Continuamos a aprender nelas a pensar como marxistas.


Inclusão 26/08/2019