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Nascido a 21 de setembro de 1909, em Nkroful, na então Costa do Ouro (actual Gana) é filho de um ferreiro. Em 1935, segue para os EUA, passando lá 10 anos, exercendo vários ofícios. Em 1942, saí da Universidade negra de Lincoln, licenciado em teologia e em 1943 pela universidade da Pensilvânia, em filosofia. Milita em várias organizações políticas com o intuito de ganhar experiência para fundar um partido nacionalista. Preside à Associação de Estudantes Africanos nos EUA e no Canadá.
Em 1945, segue para Londres, onde trava conhecimento com o antilhano pan-africano George Padmore, com o queniano Jomo Kenyatta e de Du Bois (um dos fundadores da Sociedade para o Desenvolvimento das Pessoas de Cor).
Regressa em 1947 à Costa do Ouro, para apoiar o líder da Convenção da Costa do Ouro Unida, Joseph Danquah. Em 1949, funda o Partido da Convenção do Povo, sobre um modelo marxista, partido de massas, hierarquizado e presente em todo o país.
Enfrenta o poder colonial britânico, decretando a greve geral e exigindo a autonomia interna imediata. É preso por 13 meses. Ganha as eleições de 1951, é libertado e torna-se primeiro-ministro, ganhando as eleições de 1954 e de 1956. A 7 de Março de 1957, a Costa do Ouro é a primeira colónia africana a obter a independência.
A República do Gana é proclamada em 1 Julho de 1960. Está criado o pretexto para consolidar a independência e instaurar o socialismo. No entanto, toma medidas impopulares, como a poupança forçada, diminuição draconiana das importações, restrição das liberdades, instauração do partido único, que ainda assim concorrem para realizações económico-sociais.
A burguesia nacional protesta e os trabalhadores ganeses sacrificados pelas medidas de austeridade entram em greve. Começa a haver presos políticos e o exercício rígido de disciplina partidária sobre altos dirigentes. São urdidos seis atentados aos quais “Osagyefo” (“O Redentor”, como era conhecido Nkrumah, pelo povo), escapa.
Nkrumah torna-se no inspirador das tentativas de reagrupamento dos estados africanos, na luta contra o colonialismo e contra a instauração de relações neocoloniais, tornando Accra na capital do pan-africanismo. Os regimes conservadores africanos levantam-se contra este “socialismo africano” e a autocracia e radicalismo de Nkrumah. Por inerência ao seu posicionamento político em África, torna-se figura grada do Movimento dos Não Alinhados ao lado de Nehru, Sukarno, Tito e Nasser.
Apoia os movimentos de libertação e as suas teses pan-africanistas exasperam os regimes colonialistas europeus e os regimes africanos conservadores que esperam a queda política de Nkrumah, que acontece num golpe de Estado em 1966. Exilado é-lhe oferecido a honorária co-presidência da Guiné, por Sekou Touré. Doente e cada vez mais isolado, morre em Bucareste, a 27 de Abril de 1972, onde se tinha deslocado para tratamento.
Entre outras destacam-se as obras: “Manual da Guerra Revolucionária”, 1968; “Consciecismo: Filosofia e Ideologia para a Descolonização”, 1970; “A Luta de Classes em África”, 1970.
Obras disponíveis | |
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1967 | O Socialismo Africano Revisitado |
1970 | A Luta de Classes em África |
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