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Lá no horizonte
o fogo
e as silhuetas escuras dos imbondeiros
de braços erguidos.
No ar o cheiro verde das palmeiras queimadas.
Poesia africana.
Na estrada
A fila de carregadores beilundos
gemendo sob o peso da crueira.
No quarto
a mulatinha de olhos meigos
retocando o rosto com rouge e pó de arroz.
A mulher debaixo dos panos fartos remexe as ancas.
Na cama
o homem insone pensando
em comprar garfos e facas pra comer à mesa.
No céu o reflexo
do fogo
e as silhuetas dos negros batucando
de braços erguidos.
No ar a melodia quente das marimbas.
Poesia africana.
E na estrada os carregadores
no quarto a mulatinha
na cama o homem insone.
Os braseiros consumindo
consumindo
a terra quente dos horizontes em fogo.
Inclusão | 19/07/2016 |