Confraternização

Carlos Marighella


Fonte: http://www.jornalorebate.com
HTML: Fernando A. S. Araújo.

Braços caídos
Não mais as mãos nervosas das tecelãs
tocando os
teares,
pondo emendas no fio
não mais o matraquear dos teares
batendo
num barulho monótono, ensurdecedor
Apenas braços caídos,
As operárias pensando nos filhos
com fome
Depois vieram os soldados,
Fuzis embalados,
Defender a propriedade do dono da
fábrica
Mas também tinham filhos,
Mães, noivas, irmãs
A fome era a mesma nos seus lares
também
E as tecelãs os saudarm chamando-os de irmãos
Agora na fábrica há braços erguidos
Aclamando
E há mãos se apertando


Inclusão 24/12/2015