A Questão Racial é uma Questão de Classe

Mao Tsetung

9 de Agosto de 1963


Primeira Edição: discurso do Camarada Mao aos seus visitantes africanos na ocasião, como relatado no Diário do Povo(1) em 9 de agosto de 1963

Fonte: Blog Servir ao Povo de Todo Coração - https://serviraopovo.wordpress.com/2016/07/16/a-questao-racial-e-uma-questao-de-classe-mao-tsetung/

Tradução: José Ferroso

HTML: Fernando Araújo.


O Presidente Mao Tse-tung recebeu visitantes da África aqui nesta tarde [8 de agosto de 1963]. Durante a recepção, o Presidente Mao Tse-tung fez uma declaração clamando pelos povos do mundo para unirem-se contra a discriminação racial promovida pelo imperialismo do USA e para apoiarem os negros estadunidenses em sua justa luta contra a discriminação racial.

O Presidente Mao Tse-tung teve uma conversa bastante cordial e amigável com seus companheiros africanos. Durante a conversa, ele condenou a discriminação racial praticada pelo imperialismo ianque, assim como a promovida pelas autoridades colonialistas da África do Sul e em todas as partes do mundo.

“Discriminação racial”, disse o Presidente, “é encontrada na África, na Ásia, e em todo o mundo. A questão racial é, essencialmente, uma questão de classe. Nosso país não é um país de uma só etnia; é uma unidade de camaradas e companheiros. Nós devemos fortalecer nossa unidade e travar uma luta em comum contra o imperialismo, o colonialismo e seus lacaios(2) para alcançarmos independência e libertação nacionais completas e perfeitas”.

Após explicar como a luta revolucionária chinesa chegou à vitória, o Presidente Mao disse:

“Isso prova que uma revolução verdadeiramente popular pode triunfar, e que o imperialismo e seus lacaios podem ser derrotados. A onda do antiimperialismo e do anticolonialismo é avassaladora na África. Todos os países, quer tenham ou não alcançado sua independência, irão inevitavelmente alcançar suas completas independências e serão libertados. Todo o povo chinês irá apoiá-los. Os povos da África estão despertando a cada dia que passa; assim estão também todos os povos de todos o globo. Os operários, camponeses, intelectuais revolucionários e todos os revolucionários em geral, que constituem cerca de noventa por cento da população mundial, podem ser unidos na luta pela vitória da revolução.”

“Na luta pela emancipação minuciosa,” constatou o Presidente Mao, “os povos oprimidos contam, antes de tudo, com sua própria força revolucionária, e então, somente então, com a assistência internacional. Os povos que já tenham obtido vitória em suas próprias revoluções têm a obrigação revolucionária de auxiliar aqueles que ainda se empenham na luta pela libertação. Esse é o nosso dever, nossa obrigação internacionalista”.


Notas de rodapé:

(1) Jen-min Jih-pao, jornal oficial da República Popular da China desde 15 de junho de 1946, traduzido mundialmente em mais de doze idiomas (atualmente). Comparado ao Pravda soviético. (N.T.)  (retornar ao texto)

(2) No texto original é usado o termo 走狗 (Zǒugǒu), e é traduzido para o inglês como “running dogs”. Na cultura chinesa, não há nada mais degradante que ser comparado a um cão. A tradução literal do termo seria “cão que corre”; “cão que acompanha”. O historiador Chang-tai Hung explica: “A imagem de um cão acompanhante é paralela à imagem do USA como um lobo. Ambas representações bestiais […] validam o uso da violência, uma vez que a eliminação de monstros é justificável. A representação do inimigo como bestas (cães, porcos ou ratos) levam à associação de criaturas repulsivas que devastam a nação.”(N.T.) (retornar ao texto)

Inclusão 22/09/2019