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No termo da sua primeira série, «AFRONTAMENTO», presta atenção a uma forma de doutrina que, não tendo entre nós, direito de cidade, suscita, pela própria natureza e pelo circunstanciamento arbitrário que lhe tem sido referido, tomadas de posição de recusa indocumentada e imóvel ou de aceitação irreflectida e simplista que manifestam a necessidade urgente de um esforço cuidado de análise e duma investigação lúcida e actualizante.
Ao pretender assumir o contraste com as ortodoxias de toda a espécie — a ortodoxia é para Manuel de Dieguez «o pânico da razão que tomada de loucura perante a estreiteza dos seus limites se põe a legislar para lá do seu campo de manobra e não para diante de nenhum obstáculo, preferindo o fantástico e o absurdo à sua morte»—uma atitude de esclarecimento dialogante não tem apenas de constatar as possibilidades ou impossibilidades de se exercer, mas deve, sobretudo, explicar, metodicamente, as condições reais de existência de tal dogmatismo ou de tal abertura aos problemas: ter-se-á, assim, penetrado no processo duma acção e atingido, simultaneamente a razão de ser de uma empresa de diálogo.
Neste sentido nos interessa e propomos a diversidade de fontes para a reflexão.
É de incontestável competência e manifesta oportunidade o trabalho que temos presente. Ernest Mandel economista belga e director da revista «LA GAÚCHE», pouco conhecido no nosso país(1) é autor de um vasto «Traité d’Économie Marxiste».(2)
Apresentada sob a forma de curso, esta Iniciação que sintetiza a aplicação do ponto de vista marxista à análise dos problemas do capitalismo, foi exposta em 1963 num fim de semana de formação organizado em Paris pelo Partido Socialista Unificado.
AFRONTAMENTO
Notas de rodapé:
(1) Com o nosso conhecimento somente foi publicado no nosso país [Portugal] um artigo de Ernest Mandel, «Apogeu e porvir do Neocapitalismo», na «Seara Nova» n.° 1435 (retornar ao texto)
(2) Ed. Julliard, Paris, 1964. (retornar ao texto)