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Primeira Edição: Do artigo A Pequena Produção na Agricultura, publicado na Rabótchaia Pravda.. nº 5, de 31 (18) de julho de 1913, (Obras Completas, vol. XVI, págs. 531-533.)
Fonte: O Socialismo e a Emancipação da Mulher, Editorial Vitória, 1956.
Tradução: Editorial Vitória.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo,
setembro 2007.
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(. . .) Tomemos os dados referentes ao trabalho das mulheres na agricultura, na Áustria e na Alemanha. Para a Rússia não existem ainda dados completos, porque o governo não deseja proceder a um recenseamento de todas as empresas agrícolas, em bases científicas.
Na Áustria, o recenseamento de 1902 revelou que em 9.070.682 pessoas ocupadas na agricultura, havia 4.422.981 mulheres, ou sejam, 48,7 por cento. Na Alemanha, onde o desenvolvimento do capitalismo atingiu um nível consideravelmente mais alto, resulta que as mulheres constituem a maioria, exatamente 54,8 por cento dos trabalhadores ocupados na agricultura. Quanto mais o capitalismo se desenvolve na agricultura, mais se difunde o trabalho das mulheres, o que vale dizer, pioram as condições de vida das massas trabalhadoras. Na indústria alemã, as mulheres constituem 25 por cento dos operários, na agricultura mais do dobra. Isso significa que a indústria atrai a mão-de-obra melhor e deixa para a agricultura a mão-de-obra mais débil.
Nos países capitalistas desenvolvidos, a agricultura já se tornou uma ocupação predominantemente feminina.
Mas, se examinamos os dados relativos às explorações agrícolas de diferentes dimensões, constatamos que a exploração do trabalha feminino atinge um grau particularmente intenso justamente na pequena produção. Ao contrário, a grande produção capitalista utiliza, predominantemente, mesmo na agricultura, o trabalho masculino, embora menos que na indústria.
Eis os dados comparativos para a Áustria e a Alemanha:
Explorações | Grupo de explorações em hectares |
% de mulheres sobre o nº total de trabalhadores |
|
Áustria |
Alemanha |
||
Proletárias | Menos de 1/2 | 52,0 |
74,1 |
De 1/2 a 2 | 50,9 |
65,7 |
|
Camponesas | De 2 a 5 | 49,6 |
54,4 |
De 5 a 10 | 48,5 |
50,2 |
|
De 10 a 20 | 48,6 |
48,4 |
|
Capitalistas | De 20 a 100 | 46,6 |
44,8 |
De 100 a mais | 27,4 |
41,0 |
|
No Total |
48,7 |
54,8 |
Vemos assim em ambos os países uma só e mesma lei da agricultura capitalista. Quanto menor é a produção, tanto pior a composição da mão-de-obra, mais acentuada a predominância da mulher no número total de pessoas ocupadas na agricultura.
A situação geral no regime capitalista é a seguinte:
Nas explorações proletárias, isto é, nas explorações cujos «patrões» obtêm os meios de subsistência principalmente do trabalho assalariado (trabalhadores braçais, jornaleiros e, em geral, assalariados com lotes de terra pequeníssimos), o trabalho feminino prevalece sobre o masculino e, algumas vezes, em grau elevado.
Não se pode olvidar que o número dessas explorações proletárias ou de trabalhadores braçais é imenso: na Áustria, 1,3 milhões sobre um total de 2,8 milhões e, na Alemanha, 3,4 milhões, num total de 5,7 milhões.
Nas pequenas explorações camponesas o trabalho masculino e o feminino está difundido em igual medida.
Finalmente, nas explorações capitalistas, o trabalho masculino predomina sobre o feminino.
Que significa isso?
Significa que na pequena produção a composição da mão-de-obra é pior que na grande produção.
Significa que na agricultura a trabalhadora — proletária e camponesa deve despender muito mais forças, suar sangue, extenuar-se, à custa de sua saúde e da saúde de seus filhos, para ficar talvez em pé de igualdade com o trabalhador masculino da grande produção capitalista.
Significa que, no capitalismo, a pequena produção só se mantém extraindo da trabalhadora uma quantidade de trabalho maior do que a que dela se extrai na grande produção capitalista .(. . .)
Inclusão | 04/04/2008 |