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Rio de janeiro, 22 de agosto de 1955
Ao Dr. Eusínio Lavigne
Querido amigo:
Só agora, ao voltar da Europa, pude ler os originais tão interessantes de “Os Espiritualistas perante a Paz e o Marxismo”.
Evidentemente, não me sinto autorizado a emitir um julgamento sobre a parte filosófica do livro.
Toda uma série de problemas que é nele debatida escapa às limitadas fronteiras de um romancista como eu.
No entanto, o que desejo de logo lhe dizer é que esse livro é uma importante contribuição à causa da Paz entre os povos, sobretudo porque define de forma clara e peremptória, a posição dos espiritualistas ante o problema da guerra e da paz.
Aliás, as ideias expressas nesse livro apenas completam a sua nobre e corajosa atitude de cidadão que tem sido, no Brasil, um dos mais destacados e ativos partidários da Paz.
No momento em que os povos obtêm a vitória da Conferência de Genebra, é uma alegria ver-se que um dos homens entre os que mais combateram no Brasil para o esclarecimento da opinião pública a respeito do problema da paz, continua, através a sua atividade de publicista e de cidadão, a lutar por essa causa sagrada dos povos.
Creio que o seu livro será importante ajuda à causa da Paz, sobretudo entre a massa Espírita do nosso país.
Um grande abraço do seu velho amigo e admirador
JORGE AMADO
Inclusão | 15/08/2018 |