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Vejamos, agora, que relações mútuas se estabelecem quando a indústria estatal realiza sua produção, não pelos organismos de comércio do Estado, mas com a ajuda do comércio privado. Suponhamos que o Trust Têxtil vende tecidos, não por intermédio do Sindicato Têxtil, mas por uma empresa capitalista, por exemplo, pela firma Dolucro & Cia. O Trust Têxtil, para se livrar das operações comerciais que decorrem da transmissão de mercadorias do produtor ao consumidor, vende por atacado toda sua produção à casa Dolucro & Cia.; naturalmente ele a vende abaixo do seu valor, ao capital comercial. Esta parte do produto suplementar, criada pelos operários da indústria estatal e da qual dando assim uma parte de seu produto suplementar se apropria o capitalista comerciante, transforma-se em mais-valia. A exploração pode, portanto, penetrar parcialmente, pelo canal do comércio privado, na nossa indústria de Estado. Quando a indústria capitalista realiza sua produção pelo comércio estatal, acontece justamente o contrario; uma parte da mais-valia criada pelos operários das empresas capitalistas volta ao Estado proletário, isto é, à classe operária em seu conjunto.
O operário da empresa capitalista trabalha, então, numa certa medida, para toda a classe operária, à qual ele pertence; a parte da mais-valia do capital que vai, pelo comércio estatal, aumentar os fundos do Estado proletário, muda de natureza social e perde o caráter de mais-valia.
Inclusão | 20/09/2018 |