Sobre a Propagação e o Desenvolvimento da Luta Armada na Pátria

Kim Il Sung

11 de março de 1933


Origem: Discurso proferido na Conferência de Líderes de Organizações Revolucionárias Clandestinas e de Agentes Políticos da região de Onsong.

Fonte: Works, vol. 1, junho de 1930 – dezembro de 1945, Foreign Languages Publishing House, Pyongyang, Coreia, 1980, p. 54-64.

Tradução: João Victor Bastos Batalha.

HTML: Lucas Schweppenstette.

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Camaradas:

É de suma importância que os líderes de organizações revolucionárias clandestinas e os agentes políticos se reúnam na pátria para deliberar sobre as medidas necessárias à concretização, o quanto antes, da histórica causa da libertação nacional.

Os senhores, inspirados pela fundação de nosso exército guerrilheiro e pelo estabelecimento de suas bases, desempenharam um trabalho notável.

Em primeiro lugar, intensificaram a propaganda antijaponesa junto ao povo no interior da pátria, mobilizando esforços para organizá-lo em agrupamentos revolucionários. Como resultado, o fervor antijaponês das massas cresce a cada dia e o número de membros nessas organizações se expande rapidamente.

Ademais, destacaram-se no apoio ao exército guerrilheiro. Apesar da severa vigilância do inimigo, as organizações revolucionárias da pátria enviaram numerosos suprimentos, como tecidos, calçados, papel, medicamentos e outros itens essenciais, o que representa um significativo estímulo ao movimento guerrilheiro.

Permitam-me expressar meus mais sinceros agradecimentos por essa inestimável ajuda moral e material.

Camaradas:

Vinte e três anos se passaram desde que os agressores imperialistas japoneses ocuparam nossa pátria, uma terra de três mil ris, tão magnífica quanto um bordado de ouro. Desde então, os imperialistas têm intensificado, dia após dia, sua brutal dominação colonialista, empenhando esforços desesperados para escapar da crise econômica generalizada que assola o mundo capitalista há anos.

Buscando uma saída para essa crise, dedicaram-se, primeiramente, à exploração implacável e ao saque dos operários e camponeses coreanos.

Como resultado, as condições de vida desses trabalhadores têm se deteriorado rapidamente.

Os operários coreanos, submetidos a trabalhos escravos mal remunerados desde a ocupação, perderam seus empregos durante a crise econômica e agora enfrentam a fome iminente. Os camponeses, esmagados por arrendamentos exorbitantes, tributos abusivos e a queda drástica dos preços agrícolas, mal conseguem sobreviver, alimentando-se de raízes e cascas de árvores. Os horrores da exploração são evidentes: latifundiários e capitalistas não hesitam em confiscar suas propriedades ou até mesmo sequestrar os queridos filhos de camponeses endividados. O desespero forçou um número crescente de operários e camponeses a abandonar suas terras e migrar para o Japão ou a Manchúria em busca de meios de subsistência. Contudo, onde quer que vão, não encontram alívio para suas privações e a miséria os persegue como um espectro.

A exploração e opressão implacáveis dos imperialistas japoneses e seus asseclas têm aprofundado drasticamente a diferenciação de classe em nosso país. Nas cidades, a classe média está sendo reduzida à condição de despossuída, enquanto no campo o camponês está sendo transformando em arrendatário.

Para superar o ápice da crise econômica, os imperialistas japoneses seguiram o caminho da agressão contra a China.

Após tomarem a Manchúria pela força das armas, preparam-se freneticamente para expandir sua dominação pelo continente. Para transformar a Coreia e a Manchúria em sua “retaguarda segura”, instauraram uma política de despotismo medieval sem precedentes. Ampliaram suas forças militares e policiais, retiraram todos os direitos de nossa nação e suprimiram os últimos resquícios de liberdade.

Os imperialistas japoneses estão ensandecidos em sua tentativa de sufocar a luta antijaponesa de nosso povo e esmagar qualquer aspiração de independência nacional. Na Manchúria, sob o pretexto de preservar a “paz pública” e “eliminar” os comunistas, perpetraram atrocidades indescritíveis: detêm, encarceram e assassinam combatentes coreanos e chineses; incendiam vilarejos habitados por coreanos; e exterminam pessoas inocentes, sem distinção de idade ou sexo.

Diante dessa repressão fascista intensificada, que elimina qualquer possibilidade de atividade política ou social legal, muitos de nossos operários, camponeses, jovens e estudantes, em todas as partes do país, ergueram-se resolutos na luta contra os invasores. Ao mesmo tempo, no nordeste da China, o povo chinês também se mobilizou em massa para combater os imperialistas armados.

Em um ano desde a fundação da Guerrilha Popular Antijaponesa(1), obtivemos inúmeros sucessos.

No decorrer dessa luta, nossa Guerrilha cresceu e se fortaleceu rapidamente.

Temos ampliado continuamente suas fileiras com jovens vigorosos que, inspirados pela empolgante notícia da fundação do exército guerrilheiro, se uniram à luta armada. Juntaram-se aos jovens das bases guerrilheiras, bem como a operários, camponeses e jovens intelectuais já testados e forjados na resistência ao imperialismo japonês. Paralelamente, enquanto nos equipamos com armas tomadas do inimigo, empreendemos esforços enérgicos para fabricar armamentos com nossos próprios recursos. Assim, nossas fileiras se expandiram e a base de armamento do exército guerrilheiro foi significativamente reforçada.

Em combates sangrentos contra o inimigo, os guerrilheiros acumularam vasta experiência e se tornaram ainda mais aguerridos. No árduo percurso de aniquilar os saqueadores imperialistas japoneses, nossos combatentes enfrentaram, na prática, os rigores da luta revolucionária, aprimorando tanto sua preparação física quanto espiritual para superar quaisquer dificuldades ou provações. Partindo do zero, sem referências prévias de guerra de guerrilha, nossos combatentes aprenderam e dominaram táticas eficazes, capazes de transformar um inimigo poderoso em um adversário vulnerável, permitindo sua aniquilação mesmo com forças menores.

O avanço rumo ao sul e ao norte da Manchúria, realizado pelos nossos guerrilheiros ao longo dos últimos seis meses, desde o verão passado, desempenhou um papel crucial no fortalecimento da Guerrilha Popular Antijaponesa como força armada revolucionária.

Essa marcha não apenas demonstrou ao povo dessas amplas regiões a força e a determinação de nossa luta, mas também incutiu neles a fé na vitória e uma poderosa influência revolucionária. Como resultado, conseguimos atrair muitos compatriotas para as organizações revolucionárias. Além disso, consolidamos a frente aliada antijaponesa ao lado das unidades nacionalistas chinesas, anteriormente hostis aos comunistas coreanos devido ao atraso político e à política de discórdia nacional promovida pelo imperialismo japonês.

Outro grande êxito alcançado no último ano foi o estabelecimento de bases guerrilheiras, a partir das quais intensificamos operações militares e políticas, desferindo golpes severos ao inimigo.

Desde a primavera passada, consolidamos bases guerrilheiras ao longo das margens do rio Tuman. Essas bases abrigam organizações e governos revolucionários, aliados dedicados ao apoio dos guerrilheiros, bem como instalações essenciais, como oficinas de reparo de armamentos e hospitais que servem à Guerrilha. Dessa forma, nossos guerrilheiros, que enfrentam os imperialistas japoneses sem o suporte estatal ou de forças armadas regulares, passaram a contar com bases político-militares e logísticas. Para o povo, essas bases representam centros estratégicos e táticos da revolução coreana.

Apoiando-nos nas bases guerrilheiras estabelecidas nas vastas regiões próximas ao rio Tuman, desferimos golpes político-militares devastadores contra o inimigo nas áreas fronteiriças. Isso exerceu uma profunda influência revolucionária sobre o povo no interior da pátria, incentivando-o a se levantar contra a ocupação. Como resultado, sob o impacto da Luta Armada Antijaponesa, uma resistência antijaponesa ininterrupta está sendo travada por todo o país, assumindo diversas formas de combate.

Alarmados pela intensificação das atividades político-militares de nossa Guerrilha, os imperialistas japoneses empreendem esforços desesperados para sufocá-la ainda em seu nascedouro, bem como eliminar suas bases. Formaram o Destacamento Expedicionário de Jiandao, composto por forças de infantaria, cavalaria, artilharia e engenharia, e o mobilizaram rumo ao leste da Manchúria. Em particular, após deliberarem sobre a intensificação da ofensiva “punitiva” em uma reunião conjunta de militares e policiais de alto escalão, realizada em janeiro passado, lançaram grandes efetivos contra nossas bases. Paralelamente às investidas militares, promovem uma campanha exasperada para bloqueá-las economicamente. Como parte de um esquema sinistro para interromper o abastecimento de alimentos e suprimentos militares, incendiam aldeias próximas, restringem o movimento da população e impõem rígido controle sobre o acesso a bens essenciais, como grãos, tecidos, sal e fósforos. Além disso, infiltram continuamente espiões, sabotadores e elementos subversivos em nossas bases, buscando desintegrá-las internamente. Para conter a influência revolucionária da Luta Armada Antijaponesa sobre o povo no interior da pátria, intensificaram a vigilância fronteiriça, concentraram tropas ao longo das fronteiras e instalaram dependências policiais e estruturas de defesa, ampliando sua rede de repressão.

Diante dessa situação, é imperativo que ergamos ainda mais alto a bandeira vermelha da revolução, frustrando as manobras desesperadas do imperialismo japonês e expandindo a Luta Armada Antijaponesa. Nesse contexto, o avanço de nossos guerrilheiros rumo à pátria reveste-se de grande significância. Somente assim consolidaremos nossas conquistas, desferiremos golpes político-militares decisivos contra os imperialistas japoneses, que ocupam nossa bela terra e infligem incontáveis infortúnios ao nosso povo, e fortaleceremos a influência revolucionária da Luta Armada Antijaponesa, inspirando as massas a aderirem fervorosamente à sagrada luta contra o imperialismo japonês e a desmantelar definitivamente o bastião da dominação colonial.

Portanto, é nosso dever expandir e intensificar a Luta Armada Antijaponesa na pátria, não importando as dificuldades que enfrentemos ou as manobras insidiosas do inimigo.

Para tanto, devemos redobrar nossos esforços para criar e consolidar mais zonas semi-guerrilheiras em vastas áreas do país, conectando-as às bases guerrilheiras já estabelecidas ao longo das margens do rio Tuman.

Por zona semi-guerrilheira, entende-se uma região revolucionada que, embora sob aparente domínio colonial do imperialismo japonês, é, na prática, controlada e liderada por nossa Guerrilha.

O estabelecimento e a consolidação dessas zonas semi-guerrilheiras têm um valor estratégico incomensurável, tanto como pontos de apoio político-militares, essenciais para o desenvolvimento da Luta Armada, quanto como bases logísticas. Além disso, servem como catalisadores para a rápida ampliação das fileiras da Guerrilha Popular Antijaponesa. Por meio dessas zonas, poderemos contar com o apoio de suas organizações para mobilizar as massas populares, treinando-as como reservas fiéis à Guerrilha e garantindo a expansão contínua e vigorosa de nossas forças armadas revolucionárias.

Ao enviarmos equipes armadas do Exército Revolucionário da Coreia(2) para diferentes regiões da pátria, estabelecemos uma base sólida de apoio popular para a luta revolucionária, exercendo uma influência revolucionária sobre nosso povo. Enviamos um grande número de agentes políticos para Onsong, Hoeryong, Musan, Kyongwon e outras localidades, onde, em consonância com as circunstâncias locais, promovemos ativamente a formação de diversas organizações revolucionárias. Nessas organizações, integramos as amplas massas populares, educando-as no espírito revolucionário e transformando essas áreas em zonas semi-guerrilheiras. Na região de Onsong, em particular, foram formadas organizações revolucionárias clandestinas e o trabalho de conscientização das massas segue em ritmo satisfatório.

Baseando-se nos êxitos alcançados, é imprescindível que reforcem ainda mais a região de Onsong como uma zona semi-guerrilheira. Essa área apresenta condições particularmente favoráveis: além de uma composição de classe propícia à nossa causa e de uma população amplamente conscientizada, sua proximidade com zonas guerrilheiras liberadas e suas vantagens naturais são estratégicas. A partir do Monte Wangjae, é possível penetrar profundamente no território nacional, seguindo as cadeias montanhosas de Hamgyong até o Monte Jung. Ademais, é crucial que estabeleçamos e consolidemos zonas semi-guerrilheiras em outras regiões do país.

Para alcançar esse objetivo, os guerrilheiros devem intensificar suas operações de combate nas áreas fronteiriças. Simultaneamente, as organizações revolucionárias clandestinas que operam na pátria devem empenhar-se vigorosamente em mobilizar e conscientizar as amplas massas populares que se opõem ao imperialismo japonês. Somente com uma sólida base entre as massas revolucionárias será possível, com seu respaldo, fortalecer nossas forças revolucionárias, desestabilizar o sistema de dominação imperialista japonês e diversificar as formas de luta antijaponesa. Por isso, é necessário formar uma maioria dessas massas, transformando-as, por meio do trabalho revolucionário, em uma força ativa nas zonas semi-guerrilheiras.

Para a criação dessas zonas, deve-se tirar proveito das condições naturais favoráveis das regiões florestais, instalando postos de comunicação secretos e outros pontos de apoio em locais estratégicos.

Se conseguirmos implantar zonas semi-guerrilheiras que sirvam de sustentação em todo o país, poderemos expandir e aprofundar a Luta Armada Antijaponesa no território nacional.

Outra tarefa que se apresenta é unir toda a nação em uma força política coesa para a luta contra o imperialismo japonês.

A fim de expandir a luta armada na pátria e alcançar a causa histórica da restauração nacional, é indispensável unir todas as camadas das massas antijaponesas sob a bandeira da frente unida nacional antijaponesa, fundamentada na aliança operário-camponesa. Essa abordagem é não apenas adequada ao caráter da nossa revolução, cujo principal objetivo é a restauração nacional, mas necessária diante das circunstâncias atuais, marcadas pela intensificação sem precedentes da ofensiva reacionária imperialista japonesa contra a nação coreana. De fato, apenas reunindo amplas forças antijaponesas e lutando com base nesse apoio será possível isolar e enfraquecer as forças contrarrevolucionárias, esmagar a ofensiva reacionária do imperialismo japonês e alcançar a vitória na causa histórica da libertação nacional.

A luta contra os imperialistas japoneses não abrange apenas operários e camponeses, mas também uma parcela significativa da pequena burguesia. Até mesmo alguns industriais têm demonstrado sentimentos hostis, pois sua política de pilhagem colonial os empurra, cada vez mais, à falência e à ruína.

Devemos unir, sob a bandeira da frente unida nacional antijaponesa, todos aqueles que abominam o imperialismo japonês e almejam sinceramente a restauração da pátria, independentemente de sua condição econômica, nível educacional, local de residência ou sexo.

Para consolidar toda a nação em uma única força política, é indispensável estabelecer múltiplas organizações de massa de diversas formas. Acredito que seja plenamente viável criar organizações revolucionárias, tanto legais quanto clandestinas, com denominações diversas, conforme as peculiaridades das áreas em que atuam. É urgente formar um grande número de organizações de massa em todo o território nacional, bem como nas zonas fronteiriças ao norte, reunindo amplos setores populares em sua estrutura.

Considerando que a União Operário-Camponesa, atualmente ativa na área de Onsong, não tem conseguido agregar amplos setores das massas antijaponesas, seria mais prudente reconsiderar seu nome e alterá-lo, de forma a torná-la mais apta a atrair um número maior de integrantes revolucionários no futuro.

Entretanto, não basta apenas organizar amplas massas antijaponesas em organizações; é fundamental educá-las constantemente na via revolucionária.

Há diversas maneiras de conduzir a educação revolucionária das massas. Podemos inflamar seu fervor revolucionário por meio de sessões secretas de leitura ou materiais de imprensa, bem como através de aulas noturnas ou explicações informais. É imprescindível combinar adequadamente essas diferentes estratégias, promovendo uma educação ativa e contínua.

O trabalho educativo deve estar subordinado ao cumprimento das tarefas que decorrem de nosso dever revolucionário. Para isso, é essencial conscientizar as massas sobre os crimes da agressão imperialista japonesa, a natureza exploradora dos latifundiários e capitalistas pró-japoneses, a luta do nosso povo contra o imperialismo japonês e os meios de enfrentá-lo, para que compreendam claramente o inimigo e se engajem com determinação na luta revolucionária.

Além disso, a educação dirigida a diferentes classes ou setores das massas deve levar em consideração as suas especificidades e o nível de consciência do povo. Esse trabalho deve ser realizado com a devida seriedade e de maneira ativa, adaptando-se às condições ilegais impostas pela feroz dominação terrorista do imperialismo japonês.

Ao mobilizar amplas massas sob a bandeira antijaponesa e proporcionar-lhes educação revolucionária, seremos capazes de criar áreas revolucionadas em todas o país, onde o povo participará ativamente de diversas formas na luta antijaponesa.

Daqui em diante, devemos integrar estreitamente os movimentos de massa com o trabalho preparatório para a expansão e o desenvolvimento da luta armada na pátria.

Ampliar e aprofundar a luta armada em território nacional têm um valor decisivo: não apenas exercerá influência direta sobre o povo, como também o incentivará poderosamente a se engajar na luta antijaponesa, promovendo a erradicação definitiva da dominação colonialista do imperialismo japonês. Embora a luta de massas seja de suma importância para criar condições propícias, fortalecer o ânimo revolucionário das massas e preparar o terreno para a expansão da luta armada, ela, por si só, não será suficiente para derrubar o sistema de domínio colonial dos saqueadores imperialistas japoneses e alcançar a vitória na causa histórica da libertação da pátria.

Por isso, consideramos essencial a combinação entre a luta de massas e o trabalho de expansão e desenvolvimento da Luta Armada Antijaponesa em nosso território. As organizações revolucionárias clandestinas e os agentes políticos devem organizar e promover vigorosamente diversas formas de resistência antijaponesa entre as massas populares – seja nas cidades, no campo ou nas vilas de pescadores – sempre ligando essas ações à Luta Armada. Dessa forma, não apenas golpearemos decisivamente os agressores imperialistas japoneses, como também fortaleceremos e ampliaremos a base popular da revolução, acelerando a derrota definitiva do imperialismo japonês.

Os revolucionários e o povo no interior da pátria devem dedicar todos os esforços possíveis para apoiar os guerrilheiros e os habitantes nas bases guerrilheiras.

Em primeiro lugar, é imprescindível fornecer informações oportunas sobre a movimentação do inimigo. Para garantir o sucesso das ações da Guerrilha, é necessário obter e transmitir informações confiáveis sobre a localização dos aparatos repressivos e das estruturas de governo do imperialismo japonês, como gendarmarias, delegacias de polícia, postos alfandegários de fronteira, subestações policiais nos portos, escritórios administrativos de condados e subcondados, bem como os deslocamentos das forças armadas japonesas. Por ora, a coleta e transmissão de dados sobre as atividades inimigas serão cruciais para que possamos atacar pontos estratégicos nas áreas fronteiriças.

Paralelamente, os revolucionários no interior da pátria devem intensificar as ações de apoio aos guerrilheiros e às comunidades das bases guerrilheiras. Assim como têm feito até agora, devem continuar mobilizando as organizações revolucionárias e o povo para preparar e enviar suprimentos de guerra e bens essenciais em maior quantidade, utilizando métodos diversificados e aproveitando as particularidades do terreno ou outras condições naturais favoráveis. Desse modo, contribuirão significativamente para motivar os guerrilheiros e os habitantes das bases, além de impulsionar o avanço da Luta Armada Antijaponesa.

Camaradas:

Para alcançar a causa histórica da restauração nacional, é imperativo mobilizar as forças de toda a nação e travar uma luta prolongada e sangrenta para esmagar os criminosos imperialistas japoneses. Essa tarefa revolucionária, por sua complexidade e dificuldade, exige que tenhamos um estado-maior organizado para conduzir a revolução. Nesse contexto, a fundação de um partido marxista-leninista desponta como a tarefa mais urgente e essencial para nós, comunistas. A construção desse partido demanda a formação e expansão das fileiras de comunistas plenamente armados com as ideias marxistas-leninistas e que tenham sido forjados e testados na prática revolucionária. Somente com esses quadros como núcleo central será possível reunir solidamente as massas revolucionárias ao seu redor e executar, com eficácia, as tarefas revolucionárias mais complexas. Devemos, portanto, proteger nossas organizações revolucionárias contra quaisquer ideias facciosas ou hostis, promovendo nelas um trabalho contínuo e vigoroso para formar núcleos firmemente armados com os princípios marxistas-leninistas.

Espero que contribuam de maneira decisiva para o fortalecimento e a expansão da luta armada em nossa pátria e para a aproximação do dia da libertação nacional.