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Discurso pronunciado no encontro de comemoração do 25º aniversário de fundação da Escola do Partido “Vladimir Lênin”
Fonte: Obras Completas, volume 44, junho de 1970 – novembro de 1970, páginas 397-425, Casa de Publicações “8 Nëntori”, Tirana, 1985.
Tradução: Thales Caramante – Jornal A Verdade.
HTML: Lucas Schweppenstette.
Queridos camaradas, estudantes e professores, em nome do Comitê Central e em meu nome, desejo-lhes do fundo do meu coração, um feliz 25º aniversário da nossa Escola do Partido, que leva o nome do grande Lênin. Esta comemoração coincide com nosso feriado de 8 de novembro, data de extraordinária importância para o povo albanês, pois neste dia, há 29 anos, foi fundado o glorioso Partido Comunista da Albânia (PKSH). Há muitas alegrias no dia de hoje. Adicionemos a ela a inauguração do novo e lindo prédio da nossa escola.
A Escola do Partido tem sido, durante esses 25 anos consecutivos (e continuará a ser) um grande foco de formação comunista da nossa gloriosa teoria, o marxismo-leninismo. Junto a isso, tem tornado vivos os ensinamentos vivificantes do nosso partido e, em geral, de todo o movimento cultural revolucionário progressista.
Mais de sete mil quadros do partido passaram pelas salas dessa escola. Este é um número significativo, não só como um número de quadros, mas especialmente pelo grande trabalho revolucionário de formação, teórico e prático, que desenvolveram e estão desenvolvendo dentro do partido, nos assuntos do nosso poder popular, nas questões da ditadura do proletariado, na economia e na cultura, dentro das organizações de massa. Esses quadros estiveram e estão entre os melhores formadores, organizadores e são os camaradas mais ousados. Eles estão entre os estudantes, professores e os principais formadores capacitados para a difusão mais ampla e profunda da teoria marxista-leninista do nosso partido entre as massas populares.
Os quadros do partido que se formaram na Escola “Vladimir Lênin” se caracterizam por sua simplicidade. E devemos cultivar sempre essa bela humildade, lutar contra o intelectualismo em nós mesmos, não pensar que, ao terminar a escola, somos “a elite do partido”, que a escola nos ensinou tudo, portanto, os outros deveriam apenas nos ouvir e aprender, enquanto não temos mais nada a ouvir e aprender com os demais. O completo oposto destas concepções é ensinado na nossa Escola do Partido “Vladimir Lênin”, através da formação moral e ética marxista-leninista.
Aqui, na Escola do Partido, sintetiza-se a incalculável e colossal riqueza da nossa doutrina, da brilhante atividade revolucionária do Partido do Trabalho da Albânia (PTA), de dezenas de milhares de comunistas, da nossa heroica classe operária e das vastas massas trabalhadoras. Portanto, essa escola deve ser considerada um auxiliar, uma ferramenta, onde o partido arma ainda mais o nosso povo para reintroduzi-lo com forças renovadas nas ondas da revolução, onde se forja a felicidade das massas da nossa pátria socialista.
A cada ano a escola avança mais, o nível de formação dos pedagogos se eleva e eles próprios se superam enquanto se aprofundam na teoria e na prática revolucionária. Os estudantes se formam mais bem preparados do que antes, não só porque adquirem uma formação cultural geral, mas também porque foram capazes de adquirir experiência no trabalho do partido e do Estado. O desenvolvimento da escola, a ligação mais viva da teoria com a prática, a contínua revolução do estilo e dos métodos de trabalho deram e darão bons resultados. Parabenizo a todos e todas pelos resultados satisfatórios que nós alcançamos.
Nós, comunistas e trabalhadores, somos obrigados a estar permanentemente armados com dois tipos de armas: o fuzil e as ideias marxista-leninistas. Ambos os tipos de armas são necessários para todo revolucionário e revolucionária, para fazer a revolução e levá-la até ao fim. Mesmo naqueles dias difíceis, mas heroicos, da Guerra de Libertação Nacional Antifascista, quando o destino da nossa pátria e do nosso povo ainda estava sendo decidido, o partido orientou aos comunistas que aprendessem, persistentemente, não só como usar o fuzil, mas também como dominar as armas ideológicas, as ideias do marxismo-leninismo. Mesmo depois da libertação do país, mantendo sempre o fuzil em mãos, os comunistas e operários, sobre o qual caiu a difícil tarefa de destruir o velho mundo e construir uma sociedade totalmente nova, ficaram ainda mais apegados ao socialismo, aos fundamentos da nossa teoria infalível, o marxismo-leninismo. Essa se tornou uma bússola orientadora, um guia para a ação nas condições concretas do nosso país. Esta foi, e continua a ser, para todos e todas, uma tarefa permanente e de fundamental importância.
Nós, marxista-leninistas albaneses, chegámos à filosofia de Marx através da prática revolucionária, lutamos com todas as nossas forças contra os senhores feudais e a burguesia, o seu regime reacionário que oprimia as massas, que era lembrado por ser o regime da maior ignorância, da bárbara exploração do ser humano por um ínfimo número de exploradores. Odiávamos a religião com todas as forças do nosso ser, porque a prática revolucionária do povo nos tinha claramente apontado o papel profundamente reacionário e antipopular das doutrinas religiosas, que se apoiavam nos senhores feudais e na burguesia do país, bem como os estrangeiros que nos oprimiam. As lutas de libertação seculares e intermináveis do nosso povo fizeram desta nação uma nação revolucionária. Não poderíamos conceber a nossa existência como povo, bem como as grandes mudanças progressistas em nossa vida social, de outra forma que não no caminho da luta e da revolução. As nossas revoltas sempre tiveram um caráter ativamente anti-imperialista, antifeudal, anti-burguês e anticlerical. É claro que aqui ainda não podemos falar de inspiração e orientação da filosofia de Marx, que foi devidamente cristalizada em nós com a formação do partido. Porém, o nosso partido encontrou em seu próprio povo e em nossa pequena classe operária, um campo fértil para transformações radicais, para uma grande revolução social, que derrubaria o antigo sistema social do feudalismo e da burguesia e estabeleceria o socialismo.
Com a sua atividade revolucionária, transformando as condições sociais, as massas também se transformam. Assim, vimos uma grande transformação na classe operária e no nosso campesinato, o que levou à coletivização. Mesmo os nossos intelectuais, que hoje nem se comparam ao passado, nem em números, nem em história, nem em termos de nível cultural. O nível político-ideológico da classe operária não só subiu pela via revolucionária, mas, com a sua consciência de classe, ela educa e lidera o campesinato e outras camadas da população do nosso país. O nível educacional e cultural da nossa juventude tem aumentado e está em constante ascensão, o que permite a ela responder às necessidades e novas condições criadas. Todas estas transformações revolucionárias do nosso povo são fruto da transformação das condições sociais provocadas pela revolução popular. Assim, o nosso desenvolvimento tomou esse caminho porque o partido implementou fielmente os ensinamentos de Marx, cuja filosofia sempre iluminou o caminho da nossa política.
A história, ensina Engels, até aos nossos dias, desenvolve-se como um processo natural e, em geral, está sujeita às mesmas leis objetivas de movimento a que também está sujeita a natureza, mas com especificidades próprias, porque aqui se trata da atividade de seres conscientes, das massas. As massas estão sempre em movimento e atividade, agem para realizar certos objetivos e aspirações, e a história nada mais é do que toda essa atividade consumada. No entanto, nem todas as massas cristalizaram adequadamente os objetivos ou os meios e formas de atingir essas aspirações. Além disso, os objetivos e aspirações das massas não são os mesmos; depende do lugar que ocupam na sociedade, de acordo com as relações sociais existentes no período histórico em questão. Portanto, a história, como salienta Engels, é feita de tal forma que o resultado final emerge sempre dos conflitos, de um grande número de conflitos individuais, cada um condicionado por uma pluralidade de condições de existência. Há, portanto, no processo histórico inúmeras forças, que se opõem, e daí surge uma resultante que é o acontecimento histórico.
É claro que isto é típico de uma sociedade exploradora, onde a propriedade privada divide as massas em classes, se opõe aos seus interesses e objetivos, e onde impera a lei da espontaneidade cega. Mas mesmo no socialismo, embora aqui a propriedade privada tenha desaparecido e a sociedade se desenvolva conscientemente, também aqui, porque as massas vivem e agem em condições e circunstâncias diferentes, porque existem diferenças essenciais entre classes aliadas, entre cidade e campo, entre trabalho físico e intelectual, etc., encontramos interesses, aspirações e pensamentos diversos, com uma série de contradições.
Há comunistas que podem ter aprendido estes pensamentos de Engels e do marxismo-leninismo nos livros e na escola, mas quando se trata de analisá-los, confrontá-los com os muitos acontecimentos da vida e aplicá-los na prática, então ficam presos, não enxergam as questões corretamente, não conseguem entender que as massas têm pensamentos e desejos diferentes, que muitas vezes acabam se contradizendo. A partir destes camaradas, se pensa e exige que o “resultado”, de que fala Engels, seja alcançado sem a luta dos contrários, sem a fricção das ideias, sem a manifestação dos contras e dos a favor, algo a ser alcançado dogmaticamente, apenas com a condução da batuta do maestro.
Em várias reuniões, percebe-se que alguns camaradas dirigentes têm medo de discussões “acaloradas”, que vão além das fórmulas estereotipadas. Eles acham que tudo deve ocorrer sem conflitos. O resultado de tal método é que as opiniões contrárias são expressas fora da reunião. Nesse caso, soa o alarme sobre algo que se diz ter sido compreendido “teoricamente”, mas que, na verdade, não foi compreendido nem aplicado corretamente. Mas reconhecemos que é difícil sufocar a oposição. Por exemplo, aquele que conseguiu seu apartamento parou de reclamar e essa contradição foi resolvida, enquanto aquele que está em superlotação há anos continuará reclamando. Essa contradição nos impele a pensar em maneiras de superá-la o mais rápido possível, não dizendo “cale a boca” ou “paciência” para a pessoa cujas necessidades ainda não foram atendidas, mas encontrando novas formas de trabalho e de mobilização das massas em ações com ataques concentrados, para construir um número adequado de apartamentos o mais rápido possível. Isso se aplica a todos os problemas da vida, grandes ou pequenos, que são colocados diante de nós para serem resolvidos e que compreendem os grandes “resultados” históricos, o avanço ao longo do caminho para a construção completa da sociedade socialista e, por fim, da sociedade comunista. Ouçam como um operário mecânico expressou de forma maravilhosa e clara essa lei dialética da luta dos contrários, como uma grande força motriz de nossa sociedade: “Nós, mecânicos, gostamos desses atritos, — disse ele, — porque quando dois metais são friccionados, eles produzem calor que é transformado em energia mecânica. Da mesma forma, com as ideias: quanto mais ideias forem debatidas, mais calor e energia elas gerarão e, como consequência, a produção e o bem-estar dos trabalhadores aumentarão”.
Se aprimorarmos bem nossa teoria e soubermos como conectá-la com a prática, muitas coisas ficarão ainda mais claras. Pelo menos a partir do exemplo que dei, deveríamos pensar: “Por que deveríamos ter medo de discussões, da luta de ideias, por que deveríamos ter medo de críticas, por que deveríamos limitar a autocrítica apenas a algumas coisas pessoais e não a desenvolver em uma escala mais alta e mais ampla?” — Desta forma, a autoridade da instituição ou do departamento não é reduzida em nada, mas é acionada para resolver rapidamente as contradições que a vida traz à tona. Esta é toda uma educação que o partido desenvolve e deve continuamente desenvolver nas fileiras dos seus militantes e do povo.
Cabe a nós, os comunistas, em primeiro lugar, compreender profundamente a nossa teoria e depois ensiná-la às amplas massas populares. As questões da teoria não são unilaterais, nem é suficiente que apenas alguns as conheçam, compreendam e apliquem; devem ser compreendidos e aplicados por todos e todas, pois todos têm deveres e ninguém, grande ou pequeno, pode escapar à responsabilidade pessoal ou coletiva.
Quando estudamos a história revolucionária do povo albanês desde os tempos antigos até os dias atuais, compreendemos a magnificência da dialética materialista de Marx e a futilidade das tentativas de crítica que foram e são dirigidas contra sua filosofia imortal.
A dialética é a teoria do desenvolvimento. Ao elaborá-la, Marx se baseou na dialética de Hegel, mas a transformou radicalmente, transformando-a em seu oposto, de uma dialética baseada de cima para baixo no desenvolvimento da ideia para uma dialética baseada firmemente em conceitos materialistas. Na dialética de Marx, o aspecto decisivo e “ativo” do desenvolvimento não é “o dinamismo da atividade espiritual”, em outras palavras, a ideia, mas a prática humana, ou seja, a atividade prática material do ser humano para a transformação da natureza e da sociedade. Essa grande formulação histórica da filosofia marxista-leninista, que caracteriza a dialética materialista de Marx, diferente da dialética idealista de Hegel, é conhecida por todos. Nós, marxista-leninistas, a aprendemos profundamente, pois ela é a base de nossa filosofia. Para afirmar esses princípios fundamentais, nossos grandes pensadores revolucionários tiveram de travar uma grande luta por décadas a fio, na teoria e na prática, contra os filósofos idealistas e antimarxistas, a burguesia reacionária e suas várias escolas políticas e ideológicas. O desenvolvimento materialista da história mundial, as revoluções em vários períodos históricos, até a revolução proletária de nosso século, que levou a classe trabalhadora ao poder e estabeleceu a ditadura do proletariado em muitos países, confirmou as teses fundamentais do marxismo-leninismo. Naturalmente, a luta continua e continuará entre revolucionários e contrarrevolucionários, entre o proletariado e a burguesia, entre marxista-leninistas e antimarxistas-leninistas.
No nosso tempo, os revisionistas modernos, com os soviéticos à frente, combatendo ferozmente o marxismo-leninismo, tentam manter a aparência das formulações teóricas da doutrina marxista-leninista, é claro, para se disfarçarem, mas, por outro lado, eles a deformam para nos desarmar, para remover a sua essência revolucionária, a fim de combater o comunismo e a revolução. Estes inimigos do marxismo, portanto, interpretando o desenvolvimento materialista da história de uma forma falsificada, tentam virar de cabeça para baixo a dialética materialista de Marx e elevá-la a um pedestal novo e transformado, o dos neo-hegelianos.
Nós, marxista-leninistas, temos a grande tarefa de lutar em defesa da nossa teoria marxista-leninista contra os novos falsificadores e, para fazermos esta luta corretamente, as formulações teóricas da nossa doutrina, que aprendemos nas escolas ou nos livros, não as tomemos apenas como considerações históricas justas, representando a luta revolucionária dos nossos grandes dirigentes em certas épocas. Pelo contrário, cada pensamento de Marx, Engels, Lênin e Stálin deveria constituir para nós objeto de profunda reflexão, a fim de compreender a sua essência e de a adaptar de forma criativa e não-dogmática às atuais condições em que vivemos, a lutar pelas circunstâncias históricas concretas do país, pelo nosso desenvolvimento social, pelos problemas que exigem soluções.
É precisamente nessa complexa luta por nossa educação com a teoria marxista-leninista e sua aplicação criativa em nosso país, que nunca devemos nos fechar em nossa própria concha e considerar nosso dever cumprido, se não acompanharmos com vigilância as falsificações de nossa doutrina feitas pelos revisionistas modernos e por outros ideólogos do capital, e não travarmos uma luta ideológica e política severa e implacável contra eles, ao mesmo tempo em que combatemos essas falsificações com nossos sucessos na construção do socialismo, alcançados ao seguir os ensinamentos vivificantes do marxismo-leninismo.
O estudo da ciência marxista-leninista é a única maneira de nos permitir explicar corretamente os fenômenos e fatos da vida, esclarecer o presente e iluminar o futuro. O estudo dessa ciência arma as massas para que elas não se contentem em analisar os fatos e fenômenos meramente a partir de suas aparências externas, do que aparece na superfície, mas aprofundando-se neles, descobrindo seu conteúdo, sua essência, as leis objetivas que orientam seu desenvolvimento social. Não é raro que a forma externa dos processos e fenômenos sociais dê à essência oculta uma aparência distorcida, de modo que pareça algo novo, normal, progressista, enquanto na essência é completamente o oposto.
Vejamos, por exemplo, uma das questões básicas das relações sociais no capitalismo. Por sua aparência superficial, elas criam a impressão de que existem relações de igualdade entre o trabalhador e o capitalista: “Eu lhe dou tanto quanto você me dá”, diz o capitalista, como se ele pagasse ao trabalhador por todo o trabalho que ele faz, como se o capitalista fosse o produtor de capital, mas na realidade não é assim. Sabe-se que o capitalista paga ao trabalhador apenas por uma parte de seu trabalho, enquanto que pelo restante do trabalho ele não o paga, mas se apropria dele. É exatamente essa parte não paga do trabalho do operário que produz e aumenta o capital. Aqui está a fonte da exploração capitalista, aqui também está a brilhante descoberta daquele “problema misterioso” nas principais relações entre o operário e o capitalista que Karl Marx chamou de mais-valia.
Assim, foi a ciência marxista que demonstrou que as leis que regulam e orientam a produção no capitalismo são representadas na superfície em formas tais que não apenas escondem sua natureza real, mas também criam a impressão oposta entre as massas, ou seja, como se fossem as formas mais belas, naturais e eternas. Toda essa ilusão é criada pelos capitalistas para ocultar sua exploração aos trabalhadores e as inevitáveis contradições que corroem a ordem capitalista por dentro e a conduzem à sua morte.
Mesmo nos dias atuais, os apologistas do capitalismo e os revisionistas modernos, deturpando o significado de certas novas manifestações externas, como a disseminação do capitalismo monopolista de Estado, a criação dos chamados “conselhos de operários” que supostamente participam da administração das empresas capitalistas, ou a “autoadministração dos trabalhadores” na Iugoslávia, etc., etc., tentam criar a ilusão de que a exploração capitalista foi eliminada e que a distinção entre os trabalhadores e os capitalistas está sendo superada. A análise científica marxista-leninista desses fenômenos expõe completamente essa nova fraude e mostra que, longe de ser eliminada, a exploração capitalista foi ainda mais intensificada.
Independentemente das mudanças externas pelas quais a ordem capitalista possa passar, independentemente do tipo de aparência que possa assumir ou da “teoria” que possa criar — e ela sempre cria tais teorias, adaptando-as às circunstâncias que surgem com o acirramento da luta de classes — ela continua sendo uma ordem de opressão e exploração. Essa ordem tem de ser destruída e será destruída por meio da revolução proletária; as relações de produção capitalistas serão substituídas, sem falta, pelas novas relações de produção socialistas, os meios de produção serão retirados das mãos dos capitalistas e assumidos pela própria classe trabalhadora.
Os oponentes do marxismo tentam em vão atacar a teoria de Marx sob o pretexto de que ela lida com raciocínio abstrato, com “a quintessência abstrata” de processos e fenômenos, supostamente se afastando dos fatos e dados concretos, da realidade histórica. Isso é uma falsificação grosseira. Nós, marxista-leninistas, utilizando o método usado por Marx para a análise do capitalismo em sua obra imortal, O Capital, tiramos a grande lição de que, para investigar a realidade objetiva, não é suficiente reunir e apresentar fatos, mas é necessário fazer generalizações, tirar conclusões e abstrações científicas, descobrir as leis que orientam os fenômenos do desenvolvimento social. Caso contrário, permaneceremos na superfície das coisas, cai no praticismo ou em vários outros erros.
No socialismo, da mesma forma, aqui também o velho luta pela sobrevivência, muitas vezes vestindo-se com a roupagem do novo, pode acontecer de as aparências externas não refletirem a verdadeira essência dos fenômenos. Portanto, devemos saber como evitar ficar na superfície e devemos nos basear na teoria científica do marxismo-leninismo, e penetrar nas manifestações externas até a sua essência, para descobrir as causas profundas que estão na raiz das coisas e as leis sociais que orientam seu desenvolvimento. Somente dessa forma poderemos distinguir o novo do velho, o progressista do conservador e do reacionário.
Devemos educar nosso povo para que julgue os fenômenos do desenvolvimento social em bases materialistas científicas, com o objetivo de livrá-los de visões idealistas ou pendências, ou ideias simplistas superficiais. De acordo com os ensinamentos de Marx, a classe trabalhadora não é e não deve ser utópica. Ela não deve idealizar decretos e pensar que tudo é feito ou realizado por meio de decretos e portarias. Ela deve entender o que são os decretos, sua origem e para que servem. Em primeiro lugar, — e isso é o mais importante, — nossa classe trabalhadora deve ter clareza sobre a chave do problema, deve ter clareza de que sua emancipação, sua libertação dos grilhões do capital, o desenvolvimento da sociedade que ela criou e que está se desenvolvendo continuamente em direção à perfeição, não foi de forma alguma feito por decreto, mas passou e sempre passará por lutas prolongadas, lutas e processos históricos contínuos, que resultam na transformação da sociedade e do povo.
Portanto, não se deve criar a impressão de que as vitórias alcançadas e as transformações radicais que foram realizadas em nosso país, em nossa sociedade e entre nosso povo são o resultado de decretos e portarias; pelo contrário, os decretos e portarias são a consequência de certos problemas que surgiram dos processos históricos objetivos, da luta e dos esforços exercidos para a transformação completa da sociedade e do povo. Assim, o decreto, por si só, não pode provocar o desenvolvimento social, ele é um reflexo desse desenvolvimento, uma norma, cujo objetivo é ajustar e auxiliar esse desenvolvimento. É o desenvolvimento objetivo da sociedade que dita as transformações, cria as contradições que devem ser resolvidas. Ele entra em oposição, por exemplo, com as leis e os costumes escritos e não escritos da antiga sociedade derrubada, de um modo de vida incompatível com o novo desenvolvimento das forças produtivas e das novas relações socialistas de produção. Esse é o ponto de partida para a emissão de um decreto ou portaria, que é ditado pela necessidade de superar as contradições criadas. Portanto, não é fruto de arbitrariedade ou capricho subjetivo.
Portanto, nossas leis, decretos e ordenanças devem sempre emergir de um profundo conhecimento científico e materialista e da análise das condições da vida real. Dessa forma, também, sempre que as condições objetivas mudarem, sempre que o desenvolvimento criar novas contradições e problemas, isso deve ser acompanhado pelo reexame e pela emenda de nossos decretos e orientações. Qualquer idealização ou capricho do que foi decidido ontem sob determinadas condições se torna um obstáculo ao desenvolvimento e leva à burocracia quando essas condições mudam.
O desenvolvimento objetivo da natureza e, da mesma forma, da sociedade humana, é materialista e dialético ao mesmo tempo. Portanto, refletindo verdadeiramente os fenômenos do mundo concreto, nossa ciência marxista-leninista também deve ser materialista e dialética.
Há pessoas que, embora se apresentem como materialistas, dão prioridade às ideias e à consciência, e há outras que também se dizem materialistas, mas afirmam que apenas o desenvolvimento econômico é importante, que ele supostamente provoca a transformação automática da sociedade como um todo e que, portanto, o fator subjetivo é totalmente impotente e não desempenha nenhum papel ativo no desenvolvimento histórico. Naturalmente, essas duas categorias de pessoas estão equivocadas e não têm uma compreensão tão clara quanto deveriam dos princípios fundamentais de nossa filosofia — a dialética materialista.
Em essência, a vida social é um processo material, porque se baseia no trabalho. O ser humano deve se relacionar intimamente com o trabalho, deve gostar dele e entender teoricamente o que é o trabalho. De acordo com Karl Marx, o trabalho é um processo realizado entre o ser humano e a natureza. O próprio ser humano age sobre o material da natureza como uma força natural. Portanto, o ser humano não pode ser concebido como divorciado da natureza. É inconcebível que os elementos da natureza reajam sobre ele e ele permaneça inativo diante deles, não aja como uma criatura que tem e deve desempenhar o papel de uma força natural. Para viver, o ser humano precisa ser alimentado, criar, colocar em movimento todas as suas forças físicas e mentais, suas mãos, pés e músculos, seu corpo e cérebro. Em suma, ele deve trabalhar para descobrir, processar e transformar as várias coisas da natureza, para que elas possam servi-lo em sua vida.
O que ocorre nesse processo natural? Ao agir sobre a natureza externa, o ser humano a transforma, mas nesse processo, ao mesmo tempo, ele se transforma, desenvolve seus gostos e habilidades. Portanto, o ponto de partida para o ser humano, de acordo com Marx, é o trabalho em uma forma característica apenas do ser humano, porque também existem animais que realizam atos semelhantes ao trabalho, mas que diferem do trabalho do ser humano. Os resultados alcançados pelo ser humano existem de antemão como ideias na imaginação do trabalhador, algo que não ocorre com a abelha quando ela constrói seu favo de mel, diz Marx. Isso quer dizer que o ser humano não apenas muda a forma das coisas naturais, mas, ao mesmo tempo, também realiza um propósito definido do qual está consciente, um propósito que determina como lei o modo de suas ações e ao qual ele deve submeter sua própria vontade.
Como um processo material da ação do ser humano sobre a natureza para a transformação da natureza, de si mesmo e da sociedade como um todo, o trabalho é, em primeiro lugar e principalmente, a atividade das amplas massas trabalhadoras, dos operários e camponeses. Elas são a força decisiva que carrega toda a vida social em seus ombros e leva o desenvolvimento social adiante. Portanto, os conceitos intelectualistas e burocráticos que supervalorizam o papel daqueles que se dedicam ao trabalho intelectual e tentam colocá-los acima da classe operária e das massas trabalhadoras são idealistas, anticientíficos e totalmente estranhos à nossa ideologia marxista-leninista.
Engels explica que, em última instância, o fator mais importante, o fator decisivo na história, é a “produção e reprodução” da vida imediata. Ele nos ensina que é preciso entender corretamente que a economia é a base, mas não o único fator determinante, pois há também outros elementos, como as formas políticas da luta de classes e seus resultados, as constituições estabelecidas pelas classes vitoriosas, as formas jurídicas, os conceitos religiosos, as várias teorias políticas e assim por diante. Todos eles exercem influência por meio de suas ações e, naturalmente, deixam sua marca. Engels diz que há ação e reação de todos esses fatores, mas entre todos eles são o fator econômico que emerge, se destaca e exerce sua influência. Em última análise, esse é o fator mais importante entre todos os outros fatores, aquele que finalmente abre o caminho.
Se o processo objetivo do desenvolvimento de nossa sociedade for estudado, será possível ver claramente em que base a transformação da consciência de nosso povo foi realizada e como as novas ideias criadas pelas novas condições sociais foram disseminadas. Para entender esse processo adequadamente e não permitir conclusões vulgares, todas as transformações provocadas pelo desenvolvimento de nossa sociedade devem ser estudadas de acordo com o método dialético, à medida que surgem, à medida que se desenvolvem e avançam, à medida que cessam e, finalmente, à medida que são transformadas e substituídas por novas.
Porém, como os clássicos do marxismo-leninismo nos ensinam, o papel das ideias no desenvolvimento social não pode ser suprimido. Engels ataca o “materialismo econômico”, que finge que apenas o desenvolvimento das forças econômicas é importante. “Isso é materialismo vulgar”, diz Engels.
No entanto, é preciso sempre ter em mente que as ideias não desempenham o papel decisivo, e isso foi brilhantemente explicado por Marx. As próprias ideias são o produto e o reflexo do desenvolvimento material da sociedade. Ao transformar as condições materiais da sociedade, os seres humanos criam uma nova consciência; no processo de desenvolvimento social, eles também criam novas ideias e princípios compatíveis com as situações materiais criadas. Assim, as mudanças no desenvolvimento material da sociedade são a base a partir da qual as novas ideias surgem e uma nova consciência é criada. Assim como o materialismo em geral explica a consciência a partir do ser, e não o ser humano a partir da ideia, a consciência social também deve ser explicada a partir do ser social.
Ao mesmo tempo em que combate o perigo do subjetivismo idealista, que ignora o papel decisivo do fator econômico, nosso partido, ao mesmo tempo, valoriza, de forma marxista-leninista, o grande e ativo papel das ideias e da superestrutura em geral, rejeitando qualquer manifestação de fatalismo e de submissão à espontaneidade. O grande processo de revolução de toda a vida de nosso país, para levar adiante a revolução socialista ininterruptamente e bloquear o caminho para o perigo do revisionismo e o retorno ao capitalismo, tem a ver, em primeiro lugar e acima de tudo, com a revolução da superestrutura socialista do partido e do estado da ditadura do proletariado, da escola e da cultura e, especialmente, com a revolução da consciência do povo trabalhador. Essa é uma aplicação prática, uma concretização e um desenvolvimento adicionais dos ensinamentos do marxismo-leninismo sobre o grande e ativo papel do fator subjetivo na história.
O desenvolvimento contínuo de nossa sociedade socialista, que ocorre por meio do nascimento e da superação de várias contradições, levou à revolução da produção e, junto com isso, também da consciência de nosso povo. Essas mudanças materiais nas forças produtivas e nas relações de produção criam condições tais que as massas que participam vigorosamente dessa revolução ininterrupta criam novas ideias apropriadas à situação que foi criada. E essas ideias também são testadas no desenvolvimento da revolução. Aquelas que não estão em conformidade com a situação e se tornam restritivas são combatidas, eliminadas e substituídas. No entanto, não é a luta de ideias que causa o avanço do desenvolvimento social objetivo, mas é esse último que é a base que leva ao nascimento de novas contradições e, consequentemente, ao nascimento de novas ideias progressistas, em luta com as ideias antigas ou reacionárias que tendem a morrer.
Portanto, o principal é saber se as massas, as classes, estão agindo de acordo com a corrente objetiva da história ou contra ela. A questão decisiva é que, ao fazer análises objetivas, devemos conseguir educar a classe operária, a classe mais revolucionária, e as outras classes e estratos que são seus aliados naturais, e fazê-las marchar em sintonia com o avanço progressivo objetivo da história. Aqui surge o grande papel da teoria revolucionária, que, como diz Marx, "se torna uma força material quando se apodera das massas".
Em conformidade com as condições sociais objetivas sob as quais vivem, as massas, as classes, têm seus próprios interesses, aspirações e objetivos. Seus interesses objetivos se transformam em consciência e em ação revolucionária ou reacionária.
Quando analisamos o desenvolvimento social do nosso país, vemos que o povo e as classes (operários e camponeses) aspiravam uma mudança em sua situação social deplorável, uma mudança nas antigas relações de produção. O desejo era o resultado de sofrimentos reais, da situação social material que sentiam em suas próprias costas, o resultado do reconhecimento dessa situação que provocou uma mudança em sua consciência e ideias, que lhes abriu a perspectiva da organização de forças para fazer mudanças materiais em nossa sociedade que estava se desenvolvendo lentamente. Assim, foi o desenvolvimento objetivo que criou as condições para a disseminação de novas ideias, que foram gradualmente concretizadas e lançaram as amplas massas trabalhadoras em ação. Assim, a ação das massas, que fez a história de nosso país, estava sujeita às leis do desenvolvimento histórico, como nos ensina a filosofia materialista criada por Karl Marx.
A profunda compreensão da nossa doutrina marxista-leninista mostra como o nosso partido encarou com justeza os problemas fundamentais do desenvolvimento de nossa sociedade e, em primeiro lugar, a força motriz do desenvolvimento social, a luta de classes, bem como a "produção e reprodução" da vida real como fator determinante, naturalmente sem esquecer os outros fatores. Se os materiais importantes publicados pelo partido em diferentes períodos do desenvolvimento histórico do nosso país após a Libertação forem lidos com atenção, veremos como o problema econômico abre o caminho ao criar as condições materiais para a solução de muitos problemas da superestrutura. Os conflitos, os confrontos, "a ação e a reação de todos esses fatores", dos quais Engels fala, são, muito claramente, aparentes.
Aqueles que não compreendem a dialética materialista do desenvolvimento social, que não entendem que esse desenvolvimento é um processo relativamente longo que ocorre por meio da luta dos contrários, aqueles que veem tudo surgindo apenas das ideias, não consegue entender os estágios do desenvolvimento e as tarefas e os problemas relacionados a cada um deles. Essas pessoas podem facilmente se deparar com um dilema e perguntarem: “Por que nosso partido, que é ateu, não manteve a posição que mantém hoje em relação à religião, à igreja e à mesquita, desde o início?” Eles são incapazes de entender que nosso partido sempre manteve consistentemente sua visão ateísta, anti-idealista e materialista do mundo. Porém que somente no atual estágio de desenvolvimento, quando as condições materiais essenciais para isso foram criadas, as amplas massas do nosso povo se tornaram combatentes conscientes contra a visão religiosa do mundo e se livraram das igrejas, das mesquitas e de seus dogmas.
Essas pessoas têm ideias igualmente nebulosas sobre a questão da propriedade privada em pequena escala e sua eliminação, especialmente no campo. Não conseguem entender por que, quando os primeiros passos de nossa revolução estavam sendo dados, quando a reforma agrária estava tomando a terra à força dos beys e dos latifundiários, dos usurários e dos camponeses ricos, e distribuindo-a entre os camponeses sem-terra e pobres, o partido disse que a propriedade privada do trabalhador camponês não deveria ser tocada. Porém, nessa questão vital para o futuro do socialismo, o partido não poderia ter agido de forma imprudente e pulado as etapas necessárias. Ele agiu de acordo com os ensinamentos de Marx e Engels, de que o proletariado não deveria falar imediatamente em "acabar com a propriedade privada". A questão deveria ser abordada de modo a levar o camponês à coletivização pela via econômica. E foi assim que chegamos a esse ponto em nosso país. Como resultado, a propriedade privada em pequena escala da terra foi transformada em propriedade coletiva quando as condições econômicas, ideológicas e políticas necessárias foram criadas para este fim.
Ou vejamos a questão da nacionalização da terra, que é o principal meio de produção na agricultura. Como se sabe, não realizamos explicitamente esse ato(1) e por causa das condições objetivas da Albânia e das condições econômicas do país, a terra não foi nacionalizada diretamente, mas a Reforma Agrária foi realizada, o que eliminou a propriedade de terras em grande escala e restringiu muito a base para o desenvolvimento do capitalismo no campo. Por essas razões, na época, o partido agiu corretamente em cada família. Entretanto, todas as medidas legais foram tomadas em nosso país para garantir que a terra não fosse mais usada como a propriedade privada do passado. Atualmente, apenas o terreno particular dos cooperativistas é usado como propriedade pessoal, mas não pode ser vendido, arrendado ou legado. Esse pedaço de terra foi deixado apenas para o uso pessoal da família cooperativista.
A revolução do nosso povo criou essas leis que, na prática, nacionalizaram a terra. Nosso povo realizou a Reforma Agrária e expropriou a propriedade que era usada para explorar o trabalho dos outros. Gradualmente, por convicção e seguindo o "caminho econômico", como defendem Marx e Engels, nosso camponês se aproximou da coletivização da terra e de outros meios de produção, etc. Hoje, mantemos apenas a pequena parcela que o próprio camponês trabalha. Nesse mesmo "caminho econômico", a parcela pessoal do camponês está sendo reduzida constantemente em tamanho até que, por fim, ela desaparecerá completamente como propriedade para uso pessoal e se unirá à propriedade coletiva, que, após um processo ainda mais longo, passará de propriedade comum do grupo para propriedade de todo o povo. Isso não será realizado por meio de decretos, mas será o "resultado" histórico de um processo contínuo de desenvolvimento econômico, social, ideológico e político de todo o país e, especialmente, do campo e das massas cooperativistas.
Como sabem, foi anunciado nos últimos dias que a eletrificação de todas as aldeias de nosso país foi concluída com sucesso um ano antes do previsto. Essa é outra grande vitória do nosso partido e do nosso povo em sua luta para concluir a construção do nosso sistema socialista de cinco hectares de terra. A compra, venda ou aluguel de terras foi proibida pelo Estado. Parte da terra expropriada foi transformada em propriedade do Estado, criando assim as fazendas estatais, que marcaram o nascimento do setor socialista estatal na agricultura.
O fornecimento de energia elétrica ao campo é o primeiro passo importante para sua eletrificação completa, para a grande transformação dos meios e da tecnologia de produção agrícola que o partido almeja e que colocará nossa agricultura completamente no caminho do desenvolvimento intensivo moderno. Ao mesmo tempo, no entanto, a eletrificação do campo dará um novo e poderoso impulso à revolução da consciência de nosso camponês cooperativista, à disseminação e à maior implantação das ideias e da cultura socialistas, de uma nova cosmovisão e um novo modo de vida. Essa nova e brilhante vitória foi alcançada como resultado do entusiasmo revolucionário das massas, que não surgiu espontaneamente, mas como resultado direto das transformações objetivas e subjetivas na vida das massas. A realização bem-sucedida, antes do previsto, dessa grande ação, que não é apenas econômica, mas também política, ideológica e cultural, mostra que a decisão tomada pelo partido foi justa e correta, porque sua implementação foi preparada por todo o desenvolvimento do país. Portanto, também nesse caso, o partido agiu de acordo com a visão marxista do mundo, que nos ensina que cada passo na vida deve ser dado depois que todas as premissas materiais e espirituais para isso tenham sido criadas.
Camaradas, aprendemos o marxismo-leninismo na escola, não apenas para satisfazer nossa curiosidade ou simplesmente para enriquecer ou desenvolver o intelecto, mas para sermos o mais útil possível na vida, para que possamos cumprir as tarefas estabelecidas pelo partido com o maior sucesso possível e sermos revolucionários conscientes, capazes de promover a causa do socialismo e do comunismo em nosso país. Isso é alcançado quando a teoria marxista-leninista é aprendida não de forma abstrata, acadêmica e livresca, mas em contato direto com a vida, com a prática revolucionária das massas.
Dominar o marxismo-leninismo significa dominar seus princípios e leis fundamentais, sua visão de mundo e seu método, a maneira marxista-leninista de interpretar as coisas e resolver problemas. Aprender as definições marxista-leninistas sobre este ou aquele tópico, ou esta ou aquela lei da filosofia marxista ou da economia política, tem sua própria importância. Porém, o que é mais importante é aprender a ser guiado por essas leis na vida, como resolver os problemas concretos que enfrentamos com base nelas. É importante conhecer a história do partido, seu glorioso caminho, mas é de maior importância obter uma compreensão completa do ponto de partida e dos métodos usados por nosso partido para resolver problemas em circunstâncias diferentes e, a partir disso, aprender a resolvê-los hoje em novas condições históricas. A tarefa da Escola do Partido não é apenas transmitir algum conhecimento marxista aos quadros do partido, mas armá-los de tal forma que possam se orientar na vida, para formar neles a maneira marxista de pensar e agir. É nesse sentido que dizemos que o marxismo-leninismo deve nos servir como uma bússola orientadora.
A vida está sempre em movimento e desenvolvimento, dá origem continuamente a novas questões e problemas, e as condições sociais mudam incessantemente. Tomemos como exemplo a vida em nosso país. Entramos em um novo estágio de desenvolvimento da revolução e da construção socialista. Esse estágio trouxe uma série de novos problemas, como a construção completa da base técnico-material do socialismo, o aperfeiçoamento de todo o sistema de relações de produção, o fortalecimento da ditadura do proletariado e a luta contra o perigo da burocracia, o desenvolvimento da revolução técnica e científica, o controle dos trabalhadores e muitos outros.
Não é possível encontrar respostas prontas para esses problemas e não se pode esperar que outros as resolvam para nós. Portanto, nosso domínio do marxismo-leninismo não deve ser dogmático, mas criativo.
Isso significa que, no trabalho da escola, um lugar importante deve ser ocupado pelo estudo profundo e abrangente da realidade de nosso tempo, dos grandes problemas levantados pela vida e apresentados pelo partido, analisando-os e interpretando-os à luz da teoria marxista-leninista.
Desse ponto de vista, a prática de estudantes e professores irem à base para estudar vários temas, bem como sua participação no trabalho produtivo, no treinamento militar ou em movimentos e ações de massa, é uma coisa boa que deve ser mais desenvolvida e aperfeiçoada. Naturalmente, isso não deve ser feito em detrimento do domínio da teoria, que ocupa e deve ocupar o lugar principal no trabalho da escola. Pelo contrário, essas coisas devem levar a uma compreensão mais profunda, ativa e tangível da teoria.
Nosso partido, ombro a ombro com todas as forças marxista-leninistas do mundo, tem travado e ainda está travando uma luta resoluta de princípios contra a traição revisionista. O marxismo-leninismo assumiu e está assumindo um novo desenvolvimento nessa luta. No decorrer dessa luta, adquirimos uma compreensão mais profunda dos ensinamentos do marxismo-leninismo e aprendemos a reconhecer mais prontamente nossos amigos e inimigos, o bem e o mal, o revolucionário e o contrarrevolucionário. Assim, a lei da luta dos contrários, como fonte de todo movimento e desenvolvimento, encontra plena aplicação também no desenvolvimento do próprio marxismo-leninismo, bem como no processo de conhecê-lo e dominá-lo. Portanto, uma tarefa importante para a Escola do Partido é familiarizar os quadros e os comunistas com a história dessa luta e ensinar-lhes o marxismo-leninismo, não de forma simples, "passiva", apresentando as teses, os princípios e as conclusões marxistas, mas lutando contra os pontos de vista e os argumentos de seus oponentes ideológicos e dos revisionistas modernos, em primeiro lugar. Somente assim é possível dominar as ideias do marxismo-leninismo de forma completa e ativa e formar convicções ideológicas marxistas duradouras e permanentes.
O conceito revolucionário sobre estudo que a escola deve implantar em cada quadro é que todos devem ler não apenas por ler, mas devem considerar o que leem, refletir sobre isso, descobrir onde estão seus aspectos positivos, qual é sua experiência positiva, quais são seus pontos fracos e quais tarefas emergem disso.
A missão de nossa escola não é apenas transmitir conhecimento às massas, mas também educá-las como revolucionárias, não apenas para dar-lhes uma visão teórica correta do mundo, mas também para cultivar nelas qualidades morais e políticas elevadas.
Os camaradas que concluem as escolas e os cursos do partido devem sempre ter em mente que nem tudo se resolve com a formatura. Todo comunista deve aprender continuamente, com força de vontade e persistência. Não pode avançar sem aprender e sem entender os fenômenos seriamente. Não podemos nos deixar guiar pelo praticismo. Portanto, o partido nos instrui: Nunca se cansem de aprender, nunca parem de estudar! Continuar estudando após a formatura significa aprofundar e ampliar o que foi aprendido na escola.
A contribuição da Escola do Partido é grande e é visível em todos os lados. Vemos isso em todos os sucessos que o partido está colhendo, nas justas atitudes revolucionárias dos quadros, no grande impulso para revolucionar a vida do país, na luta das massas para implementar a linha do partido na vida, etc., onde é claro que os nossos quadros amadureceram muito. Isto acontece depois de terem adquirido a teoria marxista-leninista no trabalho, mas também com o que aprenderam na Escola do Partido.
Vamos nos mobilizar com todas as nossas forças, camaradas, para adotar o marxismo-leninismo, a ideologia do nosso partido, que brilha intensamente e nos mostra o caminho da vitória, o caminho do comunismo, o caminho da felicidade! Viva o Marxismo-Leninismo! Viva o nosso partido! Viva o 25º aniversário da Escola do Partido!
Nota de rodapé:
(1) A nova Constituição da RPSA, aprovada pela Assembleia Popular em 27 de dezembro de 1976, declara a terra propriedade do Estado, expressando, assim, legalmente uma realidade que de fato já vinha sendo praticada há muito tempo no em nosso país. (retornar ao texto)