A Ciência da Logica

Georg Wilhelm Friedrich Hegel


Livro dois: A doutrina da essência


A verdade do ser é a essência.

Ser é o imediato. Ao procurar conhecer o verdadeiro, o ser em si e por si, o conhecimento não fica com o imediato e suas determinações, mas penetra através dele, com o pressuposto de que por trás desse ser ainda há algo além de ser ele mesmo que esse pano de fundo é a verdade do ser. Este conhecimento é um conhecimento mediado, pois não está diretamente na essência e nela, mas começa a partir de outro ser e tem de ser percorrido previamente o caminho de ir além de ser, ou melhor, entrar nele. Foi somente pelo conhecimento do saber imediato lembrado através desta mediação, encontra a essência. - A língua alemã tem o verbo ser (sein) a essência (Wesen) no tempo passado (gewesen); pois a essência é o ser passado, mas o ser eterno do passado.

Apresentando esse movimento como um caminho de conhecimento, esse começo do ser e o progresso, que o supera e, no caso do ser como mediado, parece ser uma atividade de conhecimento, externa ao ser e sem preocupação com sua própria natureza.

Mas este curso é o movimento do próprio Ser. Ele se mostrou, por isto, que é lembrado por sua natureza, e por este ser-em-si se torna essência.

Então, se o Absoluto foi determinado como sendo, então agora está destinado a ser. O saber não pode parar na existência múltipla, mas também não no ser, no ser puro; obriga-se imediatamente para a reflexão que este ser puro a negação de tudo finito, uma memória requer movimento e qual a existência imediata pura, um internar-se. Ser é então definido como sendo, como tal, em que tudo definido e finito é negado. Então o ser se determina como essência, isto é, como um ser tal, que nele está negado todo o determinado e finito. Desta maneira é a unidade simples, carente de determinação de onde o determinado foi superado de uma maneira exterior. Para essa unidade, o determinado era em si um externo, e ainda permanece após essa superação; pois não foi abolido em si, mas de modo relativo, apenas em relação a essa unidade. Já foi lembrado anteriormente que, se a essência pura é definida como a quintessência de todas as realidades, essas realidades estão igualmente sujeitas à natureza da determinação e reflexão abstrata, e esse epítome se reduz à simplicidade vazia. A essência é deste modo apenas um produto, uma coisa feita. A externa negação, que é abstração, destaca as determinações de ser apenas superar do que permanece como essência; por assim dizer, sempre a põe em um lugar diferente, deixando-a tão existente quanto antes. Mas, desta forma, a essência não é em si mesma nem em si mesma; é através de outra coisa, a reflexão externa e abstrata; e é para algo mais, a saber, para abstração e, em geral, para o ser existencial. Em seu destino, portanto, é a impotência morta e vazia.

Mas a essência, como se tornou aqui, é o que é, não através de uma negatividade alheia a ela, mas através de si mesma, o movimento infinito do ser. É ser-em-si e por-si, - o absoluto ser-em-si por ser indiferente a todos a certeza de estar, alteração e a relação com outro foi absolutamente superada. Mas não é apenas esse ser em si mesmo; como mero ser em si, seria apenas a abstração da essência pura; mas é tão essencial para ser; é essa negatividade em si, a auto-suspensão da alteridade e do determinismo.

A essência como o perfeito retorno do ser em si é, portanto, em primeiro lugar, o ser indeterminado; as determinações do ser estão suspensas nele; contém em si mesmo; mas não como eles são colocados nele. A essência absoluta desta simplicidade não existe. Mas não é somente este ser-em-si, como puro ser-em0si, seria somente a abstração da pura essência; mas que é também ser por-si, Ela própria é passar esta negatividade que consiste no superar-se do ser outro e da determinação.

A essência, pois, como perfeito retorno do ser, é em primeiro lugar essência indeterminada, a essência do ser está superada dela, as contém em si, mas não de maneira que estão postas nela. A essência absoluta, nesta simplicidade para consigo mesma, ela se coloca contra si mesma e é apenas um ser infinito, não tem existência. Mas tem de ultrapassar a existência, pois o ser em-si e o ser por-si quer dizer, distingue as determinações, que contém nela. Ao ser um recusar-se de si ou indiferença em face de si, ima relação negativa consigo, põe-se desta maneira em face de si, e é um ser por-si infinito somente porque é a unidade consigo nesta diferença sua para consigo.

Este determinar é por isso, de uma natureza do determinar da essência do ser, e as determinações da essência são determinações diferentes da determinação do ser. A essência unidade absoluta do ser em-si e do ser-por-si; seu determinar fica então no interior desta unidade e não é um devir nem transpassar, assim como tampouco as determinações outro, nem são relações com outras coisas; eles são autônomos, mas apenas como tais, que estão em unidade uns com os outros. – Posto que a essência seja primeiro simples negatividade, agora é, então, a certeza, que contém apenas em si mesma, para colocar em sua esfera, para se dar existência e, então, seu ser-para-si.

A essência como um todo é a quantidade que estava na esfera do ser; a absoluta indiferença face ao limite. Mas a quantidade é essa indiferença na imediata determinação e o limite imediatamente externa à sua determinação, ela vai para além do quanto; é necessário o limite externo e se acha nela como existente. Por outro lado, a essência. a determinação não existe; só é posta pela própria essência; não é livre, mas apenas no relacionamento com a sua unidade. - A negatividade da essência é o reflexo, e as determinações são refletidas, definido pela essência e nele como superado.

A essência está em um ponto intermediário entre o ser e o conceito e seu movimento para a transição constitui o conceito. A essência é a apreensão, mas a mesma na determinação do ser em si; porque seu propósito geral é vir de ser ou ser a primeira negação do ser. Seu movimento consiste em colocar nele a negação ou o destino, dando-se assim a existência e tornando-se aquilo que é em si mesmo um ser infinito. Assim, dá-se a sua existência, que é igual ao seu ser- ser, e torna-se o termo, Pois o conceito é o absoluto, como é em sua existência absoluta ou em si. Mas a existência de que é a essência, não é a existência, como é em si mesmo, mas como a essência do que é ou como ele está definido, é, portanto, ainda distinguida a partir da existência do termo.

A essência aparece primeira em si mesmo ou é reflexo; segundo, aparece; terceiro, se manifesta. Em seu movimento se põe nas seguintes disposições:

  1. como uma essência simples e autossuficiente em suas determinações dentro dela;
  2. como emergência (da essência) que sai à existência ou sua existência e aparência;
  3. como essência que é uma mesma com sua aparência, como uma realidade.

Inclusão 26/07/2019