(1883-1973): Sergei Stepanovich Tchakhotine ou Tschachotin [Сергей Степанович Чахотин]. Microbiologista russo, ativista político e um dos inventores das modernas formas de propaganda, tendo sido um dos principais teóricos da psicologia de massas do século XX. Participou do movimento Smenovekhovtsy ("mudança de sinais") e foi ideólogo do movimento Frente de Ferro (Eiserne Front) do Partido Social-Democrata da Alemanha, e um dos principais organizadores da propaganda socialista revolucionária na Alemanha. Nascido em Constantinopla, filho do cônsul russo Stepan Ivanovich Tchakhotine, aos dez anos mudou-se com seus pais para Odessa. Estudou biologia na Universidade de Moscou, onde se destacou como líder estudantil. Em 1902, após uma greve de estudantes, foi expulso da universidade e obrigado a sair do país. Estudou biofísica e zoologia em Heildelberg, onde obteve seu doutorado em 1907. Em dezembro de 1908, foi convidado para dirigir o Departamento de Farmacologia Experimental da Universidade de Messina. Em 1912, regressou à Rússia, onde trabalhou como assistente de laboratório de Pavlov. Apesar de apoiar a revolução, emigrou da Rússia em 1919. Obteve a nacionalidade soviética em 1922 mas até 1958 não retornou à URSS. De 1930 a 1933 foi pesquisador visitante em Heidelberg. A partir de 1933 viveu na Dinamarca, depois na França, na Alemanha e na Itália. Seu trabalho Dreipfeil gegen Hakenkreuz ("Três flechas contra a suástica"), de 1933, traduzido em francês e em inglês, é uma análise excepcionalmente acurada da propaganda nazista. Durante a Segunda Guerra Mundial lutou contra o fascismo e o nazismo, tentando criar um movimento de cientistas a favor da paz. Em 1941, foi preso no campo de concentração de Royallieu, em Compiègne, França, durante sete meses. Em 1955, instalou-se na Itália. Em 1958 retornou à Rússia, onde trabalhou em vários institutos de pesquisa, ligados à Academia de Ciências da URSS - primeiro em Leningrado e depois em Moscou, onde morreu em 1973. Sua principal obra, A Violação das Massas pela Propaganda Política, mostra a eficácia dos discursos repetitivos e uniformes difundidos através de distintos canais de comunicação. Analisou como os partidos políticos desenvolvem seus signos de identidade (hinos, insígnias, etc.) como pontes de comunicação simples e massiva com as multidões. Estudou de maneira especial a propaganda nazista como forma de controle e de luta política, abordando o emprego de símbolos, cenários e expressões retóricas como instrumentos de fascinação e submissão.