(1887-1945): Pensadora anarquista brasileira e pacifista. Precursora do que se denomina, hoje em dia, como anarcofeminismo. Foi extremamente ativa em sua época e lida por intelectuais, militantes e escritores tanto do Brasil quanto da Espanha, Argentina e Chile. Foi editora/criadora da revista Renascença (seis edições, 1923), uma revista de arte e pensamento que contava com colaboração de anarquistas, feministas e comunistas brasileiros e estrangeiros. Era vegetariana e firme em seus posicionamentos anticapitalistas, anticlericais e é considerada uma das primeiras antifascistas das Américas; levando, como palestrante e escritora, palavras contrárias e contundentes ao retrocesso de seu tempo, “em tempos como o de hoje ninguém mais nasce de olhos fechados”, escreveu em A mulher é uma degenerada. Entre 1928 e 1937, viveu em uma comunidade agrícola em Guararema, interior de São Paulo, cuja formação era de anarquistas individualistas e desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira Guerra Mundial. A comunidade foi desfeita devido à repressão da ditadura do Estado Novo. Escreveu mais de vinte livros e muitos deles tiveram reedições revisadas pela autora tanto em português quanto em espanhol, algumas de suas publicações mais conhecidas são: Renovação (1919, 2015), A mulher e a maçonaria (1922), A fraternidade na escola (1922), A mulher é uma degenerada (1924, 1925, 1932, 2018), Han Ryner e o amor plural (1928, 1933), Religião do amor e da beleza (1926, 1929), Serviço Militar para mulheres: recuso-me e outros escritos (1931, 1999), Amai e… não vos multipliqueis (1932), Clero e fascismo: horda de embrutecedores (1933, 2018), Fascismo: filho dileto da igreja e do capital (1934, 2012, 2018).