(1826-1900): Publicista e socialista alemão, nasceu em Giessen, em 1826 e morreu em Charlo Hamburgo, em1900. Originaria, de uma família burguesa, os estudos fizeram-no socialista. Projetou, em 1848, o estabelecimento de uma republica na Alemanha; tomou parte, no ano seguinte, na insurreição de Baden, refugiou-se na Suíça e depois em Londres, onde se ligou com Karl Marx e veio a ser membro da Primeira Internacional Comunista. De regresso à Alemanha, em 1862, a sua atividade socialista valeu-lhe numerosas condenações. Fundou, em 1869, com Bebel, o jornal Volksstaat, órgão do socialismo mais avançado, e foi nomeado membro do parlamento. Ainda em 1869, fundou com Bebel, em Eisenach, o Partido Operário Social-Democrático da Alemanha. Combateu o reformismo. Foi redator do órgão central do Partido, Vorwärts. Lénin caracterizou Liebknecht em sua obra Que fazer? como o “tribuno que sabe reagir diante de todas as manifestações arbitrarias e opressivas, onde quer que se apresentem e seja qual for a camada social ou a classe a que digam respeito; que sabe reunir todos esses fenômenos num quadro geral do arbítrio policial e da exploração capitalista, e que sabe utilizar cada coisa insignificante para explicar ao mundo inteiro sua convicção socialista e suas reivindicações democráticas, para demonstrar claramente a todos a importância histórica mundial do movimento de emancipação do proletariado” (consultar Lénin e os sindicatos). Em 1870, protestou contra a guerra e anexação da Alsácia Lorena. No ano seguinte, fez publicamente a apologia da Comuna de Paris. Eleito deputado ao Reichstag, em 1874, reeleito quase sem intervalo depois desta época, tornou-se uma das personalidades mais consideradas do partido socialista alemão. Foi ele que, em 1875, facilitou a unificação deste, e foi, em seguida, diretor do Vorwärts, que substituiu o Volksstaat como órgão oficial do Partido. No parlamento e no país sustentou vigorosamente a luta contra o príncipe de Bismarck. O ano de 1898 viu-o, na idade de 72 anos, cumprir os seus últimos meses de prisão. Liebknecht é um conciliarionista, lamentava-se Engels: “todas as divergências, ele as disfarça com frases. Mas quando se verificar a cisão, ele estará conosco no momento decisivo”. Wilhelm Liebknecht foi um materialista e um ateu intransigente, não fazendo qualquer concessão à religião. No congresso do Partido, em Halle (1890), declarou: “Será que cada homem capaz de raciocinar e que não ignora o que é a ciência não sabe que a ciência e a religião se opõem irredutivelmente? O caráter cientifico do nosso partido afasta toda falsa interpretação nesse sentido". Escreveu numerosas obras e brochuras, entre as quais um Volksfremdwörterbuch (Dicionário popular de palavras estrangeiras): Pai de Karl Liebknecht. Membro da Liga dos Comunistas e da I Internacional.