(1930-2016): Geneticista, ecologista matemático, professor universitário em Harvard (John Rock Professor of Population Sciences; Chefe do Programa de Ecologia Humana da School of Public Health), e ativista político. Seu trabalho sobre evolução em ambientes em transformação foi reconhecido por meio do livro Evolution in Changing Environments (Princeton University Press, 1968), obra que foi baseada em palestras proferidas em Cuba na década de 1960. Levins visitou Cuba pela primeira vez em 1964, iniciando uma colaboração científica e política ao longo da vida com os biólogos cubanos.
Dentre as muitas contribuições importantes de Levins e de seu amigo Lewontin, destacamos a defesa e uso da dialética enquanto método e instrumento fundamental da/e para a biologia.
As leituras que Levins e Lewontin fazem da biologia contemporânea são inspiradas no materialismo histórico e dialético, o que, para um público mal informado, poderia parecer uma limitação. Afinal, é possível conceber uma biologia “marxista”, um conhecimento científico carregado de ideologia? Eles nos ensinam não só que sim, mas também que boa parte do conhecimento biológico contemporâneo está articulada com uma visão conservadora que abriga preconceitos como o racismo, o sexismo entre outros tantos. Um dos aspectos mais criticados por Lewontin e Levins sobre essa visão conservadora é a constante tentativa de reduzir fenômenos aos agentes neles envolvidos, como por exemplo, associações diretas entre genes e comportamentos. A visão dialética, por outro lado, nos convida a valorizar tanto a história como o contexto sóciocultural por dentro e por trás dos conhecimentos em contínua transformação/renovação.