(1913-1970): Comandante da AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN). Vereador em Jaboticabal pelo PCB e jornalista. Toledo dedicou sua vida à causa da libertação do povo brasileiro. Entrou para o Partido Comunista, em 1933. Foi diretor de diversos jornais do Partido e, em 1937, quando do golpe de Getúlio Vargas, passou a atuar de forma clandestina, concentrando seu trabalho fundamentalmente no setor ferroviário. Esteve por vários anos preso, tendo sido torturado pelo DOPS paulista. Sua prisão se deu na gráfica do Partido, onde se encontrava trabalhando. Dessa época, teve como sequela da tortura, a inexistência de unhas nas mãos. Em 1946, elegeu-se vereador em Jaboticabal, cidade do interior de São Paulo. Mas no ano seguinte, com a cassação do registro eleitoral do PCB, perdeu seu mandato. Em 1948, viajou para a União Soviética para realizar estudos sobre política. Em 1953, Toledo atuou de forma destacada na greve geral em São Paulo. Chegou a ser também vogal da Justiça do Trabalho. Em 1964, foi preso pelos órgãos policiais por realizar uma palestra para operários, em São Bernardo do Campo, sobre “O papel da Imprensa na luta pelas reformas de base”, sendo libertado pouco depois. Foi condenado, à revelia, pela ditadura militar, a 2 anos de reclusão. Em 1967, foi um dos principais signatários do “Manifesto do Agrupamento Comunista de São Paulo” - que tornou-se o embrião da ALN. Em novembro de 1969, quando do assassinato de Marighella, encontrava-se em Cuba. De imediato, retornou ao Brasil, assumindo o comando da ALN. Transitava com certa tranquilidade pelas ruas de São Paulo, pois suas fotos nos órgãos repressivos eram antigas. Nos apartamentos de militantes que lhe davam abrigo, devido à clandestinidade, preparava saborosos carreteiros - sua especialidade.
Foi preso no dia 23 de outubro de 1970, na Av. Lavandisca, Bairro de Indianópolis, São Paulo, por volta de 19 horas. Do local de sua prisão, Câmara foi levado, já sob torturas, para o sítio clandestino do delegado Sérgio Fleury. No sítio, continuou sendo torturado, morrendo algumas horas após sua prisão. Antes de morrer, Câmara foi atendido por um médico trazido pelo delegado Fleury, que o queria vivo para torturá-lo por mais tempo e ter a chance de tentar arrancar-lhe alguma informação. A presa política Maria de Lourdes Rego Melo é testemunha de que Joaquim Câmara Ferreira foi preso vivo e levado ao sítio clandestino do delegado assassino, e que a sua morte se deu como conseqüência da violência das torturas.