(1602): Obra mais conhecida de Tomás Campanella, publicada em 1602, sobre uma cidade utópica localizada numa ilha algures próxima do equador. A cidade seria altamente fortificada, quase inacessível ao inimigo. O regime social obrigaria ao trabalho para todos e a inexistência de propriedade privada e os cargos e tarefas sociais seriam repartidos por todos os cidadãos.
A ocupação dada aos cidadãos seria determinada segundo as tendências mostradas na infância. No entanto os trabalhos agrícolas e de criação de gado, a ferraria e a construção, portanto os mais pesados seriam mais honrosos. Tudo o que produzem com o trabalho é património comum.
As assembleias de todos os cidadãos, com mais de 20 anos seriam reunidas com periodicidade regular. Elege os cidadãos para os cargos mais altos do Estado, mas também os pode destituir. O Estado seria dirigido por um sacerdote maior, o “Sol”, ajudado por outros três com os nomes correspondentes a “Poder”, “Sabedoria” e “Amor”. A guerra e a paz estariam a cargo de “Poder”, as artes e ciências a cargo de “Sabedoria” e a procriação, educação, medicina, agricultura e o modo de ser e vida dos cidadãos, a cargo de “Amor”.
A arte militar é obrigatória e homens e mulheres aprendem-na. Alia patriotismo à técnica bélica. As leis são poucas e claras. A pusilanimidade, a arrogância e a indolência são punidas. As penas tendem a corrigir o delinquente: primeiro procurar-se-ia a persuasão explicando-lhe o delito para fazê-lo aceitar o castigo a que foi condenado. Nos delitos premeditados valeria a Lei de Talião e as condenações podiam passar pelos castigos corporais, o desterro, a expulsão dos refeitórios colectivos ou mesmo a morte. Não existiriam prisões.