(1892-1967): Alberto Bayo y Giroud nasceu na província cubana de Camagüey. Filho de pai espanhol, deixou Cuba aos seis anos de idade para estudar na Espanha e nos Estados Unidos. Estuda, para se tornar piloto, na Escola de Aviação Militar de Madrid. De 1917 a 1927, combate em Marrocos como membro da Legião Espanhola, durante a Guerra do Rife tomando contato com a arte da qual se tornará mestre: a guerrilha.
A guerra teve grande impacto sobre Bayo, que terminou simpático à causa dos rebeldes rifenhos e fez de sua experiência um livro, Dos años en Gomara. “Na África, cem vezes nossas unidades regulares tentaram, cercando nossos inimigos, capturá-los. Quando estes se fechavam e nós dávamos de cara com nossas tropas, que se aproximavam de nós até nos tocarmos, víamos sempre com surpresa que o inimigo se diluíra. Isso, repetido mil e uma vezes, me fez compreender que, quando conta com o apoio do campesinato do lugar, o homem de guerrilha é invencível”, escreveu décadas depois.
Ao regressar à Espanha, se filia à União Militar Republicana Antifascista (UMRA), organização clandestina fundada pelo tenente coronel Ernesto Carratalá para se opor à direitista União Militar Espanhola (UME). Com o começo da guerra civil, em julho de 1936, o então capitão Bayo comanda uma campanha para libertar as ilhas de Formentera e Ibiza, antes de se dirigir a Maiorca, todas sob domínio fascista. Os fascistas espanhóis receberam suporte da Itália e Bayo foi derrotado.
De volta a Barcelona, Bayo é interrogado e julgado pelo Comitê das Milícias, que o acusa de ineptidão e covardia. Acaba inocentado e, em setembro de 1936, passa à frente de Madrid, onde propõe o uso de táticas guerrilheiras por pequenos grupos contra o Exército Expedicionário de África. No entanto, a iniciativa de Bayo foi boicotada pelo ministro Indalecio Prieto (Ministro da Guerra), que chega a impor uma prisão domiciliar ao aviador pela publicação do livreto La guerra será… de los guerrilleros. Só em 1938 Bayo será autorizado a formar um corpo de guerrilheiros, mas já era tarde. Com o fim da guerra, Bayo é evacuado para a França, passa um ano em Cuba e vai ao México, onde publica Mi desembarco en Mallorca. Nos anos 40, enquanto dá aulas na Escola de Aviação no México, treinará guerrilheiros nicaraguenses – por quem é nomeado general – e costarriquenhos, mantendo contato ativo com os grupos envolvidos na Legião do Caribe. É por essas atividades que, em 1955, Fidel baterá à porta de Bayo que, à época, é professor da Universidade Latino-Americana, da Escola de Mecânicos Militares da Aviação e dono de uma fábrica de móveis. Prometeu a Fidel três horas diárias de treinamento militar. “Não, general Bayo, não é isso. Queremos de você o dia inteiro. É preciso que se desfaça de todos seus afazeres. Para que quer sua fábrica de móveis se em pouco tempo virá com nós e nos veremos vitoriosos em Cuba?”, responde Fidel. Aos 64 anos, convertido ao entusiasmo pela teimosia de Fidel, Bayo vende sua loja e abre mão de suas aulas para treinar os futuros guerrilheiros durante seis meses, diariamente.
Após o triunfo da Revolução, retorna a Cuba e se dedica as tarefas de defesa da Revolução atuando na formação e treinamento das Milícias, na criação e treinamento dos pilotos da Força Aérea Revolucionária. Quando da invasão da Playa Girón, divide as operações militares juntamente com Fidel Castro e o Comandante das Milícias José Ramón Fernández contribuindo para derrotar os invasores. Morreu em 4 de agosto de 1967, em Havana, como Comandante das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba.