A ONU, a Impunidade e a Guerra

Fidel Castro

15 de Agosto de 2010


Fonte: Cuba Debate - Contra o Terrorismo Midiático.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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A Resolução 1929 do Conselho de Segurança das Nações Unidas a 9 de Junho de 2010, marcou o destino do imperialismo.

Sei lá quantos terão se apercebido de que entre outras coisas absurdas, o Secretário-geral dessa instituição, Ban Ki-moon, cumprindo ordens superiores, incorreu no disparate de nomear Álvaro Uribe — quando este estava quase a concluir seu mandato — Vice-presidente da comissão encarregada de investigar o ataque israelita à pequena frota humanitária, que transportava alimentos essenciais para a população sitiada na faixa de Gaza. O ataque ocorreu em águas internacionais a uma distância considerável da costa.

Essa decisão outorgava a Uribe, acusado por crimes de guerra, total impunidade como se um país cheio de fossas comuns com cadáveres de pessoas assassinadas, algumas até com duas mil vítimas, e sete bases militares ianques, mais o resto das bases militares colombianas a seu serviço, não tivesse nada a ver com o terrorismo e o genocídio.

Por outro lado, a 10 de junho de 2010, o jornalista cubano Randy Alonso, que dirige o programa “Mesa Redonda” da televisão nacional, escreveu no sítio Web CubaDebate um artigo titulado: “O chamado Governo Mundial se reuniu em Barcelona”, onde sublinha:

“Chegaram até o confortável hotel Dolce em carros de luxo com vidraças obscuras ou em helicópteros.”

“Eram os mais de 100 chefões da economia, das finanças, da política e da mídia da América do Norte e da Europa, quem vieram até este lugar para a reunião anual do Clube de Bilderberg, uma espécie de governo mundial à sombra.”

Outros articulistas honestos estavam acompanhando igual do que ele as notícias que conseguiram filtrar-se do esquisito encontro. Alguém muito mais informado do que eles estava seguindo a pista desses eventos havia muitos anos.

“O exclusivo Clube que se reuniu em Sitges nasceu em 1954. Surgiu da idéia do conselheiro e analista político Joseph Retinger. Seus impulsores iniciais foram o magnata norte-americano David Rockefeller, o Príncipe Bernardo de Holanda e o Primeiro Ministro belga, Paul Van Zeeland. Seus propósitos fundacionais eram combater o crescente ‘anti norte-americanismo’ que existia na Europa da época e encarar a União Soviética e o comunismo que cobrava força no Velho Continente.”

“Sua primeira reunião foi realizada no Hotel Bilderberg, em Osterbeck, Holanda, entre 29 e 30 de maio de 1954. Daí saiu o nome do grupo, que desde então se reúne anualmente, salvo em 1976.”

“Há um núcleo de afiliados permanentes  que são os 39 membros do Steering Comittee, o resto são convidados.”

“…a organização exige que ninguém ‘conceda entrevistas’ nem revele nada do que ‘um participante individual tenha dito’. É requisito imprescindível um domínio excelente da língua inglesa [...] não há tradutores presentes.”

“Não se sabe a ciência certa os alcances reais do grupo. Os estudiosos do ente dizem que não é por acaso que se reúnam sempre pouco antes que o G-8  (G-7 anteriormente) e que procuram uma nova ordem mundial de governo, exército, economia e ideologia única.”

“David Rockefeller disse em uma reportagem à revista ‘Newsweek’: ‘Algo deve substituir os governos e o poder privado, parece-me a entidade adequada para o fazer.”

“…o banqueiro James P. Warburg afirmou: ‘Goste ou não goste teremos um governo mundial. A única questão é se será por concessão ou por imposição.”

“‘Eles sabiam 10 meses antes a data exata da invasão ao Iraque; também o que ia acontecer com a borbulha imobiliária. Com informação como essa se pode fazer muito dinheiro em toda classe de mercados. E é que falamos de clubes de poder e de saber’.

“Para os estudiosos, um dos temas que mais preocupa o Clube é a ‘ameaça econômica’ que significa a China e a sua repercussão nas sociedades norte-americana e européias.

“A sua influência na elite a demonstram alguns com o fato de que Margaret Thatcher, Bill Clinton, Anthony Blair e Barack Obama estiveram entre os convidados ao Clube antes de que fossem eleitos à mais alta responsabilidade governamental na Grã-bretanha e nos Estados Unidos. Obama participou na reunido de junho de 2008 em Virgínia, EEUU, cinco meses antes da sua vitória eleitoral e o seu triunfo se prognosticava já desde a reunião de 2007.”

“Entre tanto sigilo, a imprensa foi tirando nomes daqui e dali. Entre os que chegaram a Sitges estavam importantes empresários como os presidentes da FIAT, Coca Cola, France Telecom, Telefônica da Espanha, Suez, Siemens, Shell, Novartis e Airbus.

“Também se reuniram gurus das finanças e da economia como o famoso especulador George Soros, os assessores econômicos de Obama, Paul Volcker e Larry Summers, o flamante Secretário do Tesouro Britânico George Osborne, o ex Presidente de Goldman Sachs e British Petroleum Peter Shilton [...] o Presidente do Banco Mundial Robert Zoellic, o Diretor Geral do FMI Dominique Strauss-Kahn, o Diretor da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, o Presidente do Banco Central Europeu Jean Claude Trichet, o Presidente do Banco Europeu de Investimentos, Philippe Maystad.”

Sabiam disso nossos leitores? Algum órgão importante da imprensa oral ou escrita disseram uma palavra? É essa a liberdade de imprensa de que tanto pregoam em ocidente? Algum deles pode negar que estas reuniões sistemáticas dos mais poderosos financistas do mundo são realizadas todos os anos, com a exceção do ano mencionado?

“O poder militar enviou alguns dos seus falcões -continua Randy-: o ex secretário de Defesa de Bush, Donald Rumsfeld, seu subalterno, Paul Wolfowitz, o Secretário-geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen e seu antecessor no cargo Jaap de Hoop Scheffer.”

“O magnata da era digital Bill Gates, foi o único assistente que falou alguma coisa à imprensa antes do encontro. ‘Sou um dos que estará presente’, disse e anunciou que ‘Sobre a mesa haverá muitos debates financeiros’.”

“Os especuladores da notícia falam de que o poder na sombra analisou o futuro do euro e as estratégias para salvá-lo; a situação da economia européia e o rumo da crise. Sob a religião do mercado e o auxílio dos drásticos recortes sociais se deseja continuar prolongando a vida do doente.

“O Coordenador de Esquerda Unida, Cayo Lara, definiu com clareza o mundo que nos impõem os  Bilderberg: ‘Estamos no mundo ao invés; as democracias controladas, tuteladas e pressionadas pelas ditaduras dos poderes financeiros’.”

“O mais perigoso que foi publicado no jornal espanhol Público, é o consenso majoritário dos membros do Clube a favor de um ataque norte-americano a Irão [...] Lembre-se que os membros do Clube sabiam da data exata da invasão de 2003 ao Iraque dez meses antes de que acontecesse”.

É por acaso uma invenção caprichosa a idéia, quando isto se soma a todas as evidências expostas nas últimas Reflexões? A guerra contra o Irão está já decidida nos altos círculos do império, e apenas um esforço extraordinário da opinião mundial poderia impedir que estoure num prazo de tempo muito breve. Quem oculta a verdade? Quem é que engana? Quem é que mente? Alguma coisa do que aqui é afirmado pode ser desmentido?


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Inclusão 30/08/2016