Resposta hemisférica ianque: a IV frota de intervenção

Fidel Castro

4 de Maio de 2008


Fonte: Cuba Debate - Contra o Terrorismo Midiático

Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo


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Surgiu em 1943 com o objetivo de lutar contra os submarinos nazis e proteger a navegação durante a Segunda Guerra Mundial. Foi desativada em 1950 por ser desnecessária. O Comando Sul supria as necessidades hegemônicas dos Estados Unidos em nossa área. Contudo, há poucos dias renasceu, após 48 anos, e seus fins intervencionistas vêem-se às claras. Os próprios chefes militares o divulgam em suas declarações de forma natural, espontânea e inclusive, discreta. Atrapalhados pelos problemas do preço dos alimentos, da energia, do intercâmbio desigual, da recessão econômica no mercado mais importante para seus produtos, da inflação, das mudanças climáticas e dos investimentos que necessitam seus sonhos consumistas, comprometem o tempo e as energias de dirigentes e de seus subalternos.

O certo é que a decisão de restabelecer a IV Frota foi anunciada na primeira semana de abril, quase um mês depois do território do Equador ter sido atacado com bombas e tecnologia dos Estados Unidos e sob pressão sua, matando e ferindo cidadãos de diversos países, o qual provocou profunda rejeição entre os líderes latino-americanos na reunião do Grupo de Rio que foi realizada na capital da República Dominicana.

Ainda pior: o fato acontece no momento em que a desintegração da Bolívia promovida pelos Estados Unidos é rejeitada quase de maneira unânime. Os próprios chefes militares explicam que terão sob sua responsabilidade mais de 30 países, abrangendo 15,6 milhões de milhas quadradas nas águas adjacentes da América Central e da América do Sul, do mar Caribe e suas 12 ilhas, do México e dos territórios europeus nesse lado do Atlântico.

Os Estados Unidos possuem 10 porta-aviões do tipo Nimitz, cujos parâmetros mais ou menos similares são: deslocamento de 101 mil a 104 mil toneladas de carga máxima; cumprimento da coberta de 33 metros; largura da mesma, 76,8 metros; 2 reatores nucleares; velocidade que pode atingir os 56 quilômetros por hora; 90 aviões de guerra. O último deles leva o nome de George H. W. Bush, pai do atual Presidente que já foi batizado com champanha pelo próprio progenitor e deve estar pronto para juntar-se ao resto dos navios nos próximos meses.

Nem um só país do mundo possui um navio similar a estes, equipados todos com armas nucleares sofisticadas, que podem se aproximar bastante das costas de quaisquer de nossos países. O próximo porta-aviões, o USS Gerald Ford será de novo tipo: tecnologia Stealth invisível aos radares e às armas eletromagnéticas. A principal construtora de quaisquer dos tipos é a Northrop Grumman, cujo atual presidente também faz parte da Junta Diretiva da empresa petroleira estadunidense Chevron-Texaco. O custo do último Nimitz foi de seis bilhões de dólares, sem incluir aviões, projéteis e despesas de operação, que podem totalizar também bilhões. Parece um conto de ficção científica. Com esse dinheiro pudera ter sido salva a vida de milhões de crianças.

Qual o objetivo declarado da IV Frota? “Combater o terrorismo e as atividades ilícitas como o narcotráfico”, bem como enviar uma mensagem à Venezuela e ao resto da região. Anunciam que começará a operar no dia 1 de julho próximo.

O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante James Stavrides, declarou que esse país tem que trabalhar mais forte “no mercado das idéias, para ganhar os corações e as mentes” da população na região.

Os Estados Unidos contam já com as frotas II, III, V, VI e VII desdobradas no Atlântico Ocidental, no Pacífico Oriental, no Oriente Médio, no Mediterrâneo e no Atlântico Oriental, e no Pacífico Ocidental. Restava apenas a IV Frota para custodiar todos os mares do planeta. Total: nove porta-aviões Nimitz no serviço ativo, ou muito próximos de estarem em total disposição combativa que nem o navio George H. W. Bush. Dispõem de uma reserva suficiente para triplicar e até quadruplicar o poder de quaisquer de suas frotas em um determinado teatro de operações.

Os porta-aviões e as bombas nucleares com que são ameaçados nossos países servem para semear o terror e a morte, mas não para combater o terrorismo e as atividades ilícitas.

Deveriam servir também para envergonhar os cúmplices do império e multiplicar a solidariedade entre os povos.


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Inclusão: 11/01/2020