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Fonte: Cuba Debate - Contra o Terrorismo Midiático.
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
Caros moradores da capital, vencedores com abnegado e tenaz esforço e em boa lide com os moradores de Villa Clara, Matanzas, Cienfuegos, Camagüey e de Granma pela sede deste ato central por ocasião do 26 de julho: parabenizo vocês todos.
Combatentes de ontem e de hoje:
Distintos convidados;
Compatriotas entranháveis:
Agradeço a nosso povo heróico e generoso o privilégio de comemorar este aniversário do ataque ao Moncada e ao Quartel Carlos Manuel de Céspedes, após ter decorrido tanto tempo daqueles fatos. Talvez ninguém recebeu nunca uma honra tão grande. Seria imperdoável não ter presente que mais de 70 por cento dos cubanos que hoje sustentam a Revolução nem sequer tinham nascido então. Eles pegaram as bandeiras dos que deram a vida naquela ação, e acho que nunca a deixarão cair. Atrevo-me a agradecer em meu nome e no deles todos, porque levo na minha consciência o peso enorme de tê-los persuadido a fazer tão atrevida ação, sem que o azar me tenha impedido de percorrer tão longo trecho de luta revolucionária até este instante empolgante, 52 anos depois.
A Revolução vive hoje um momento digno daquela data memorável.
Os meses que precederam ao 52º aniversário do início daquela luta armada em prol da definitiva independência de Cuba, caracterizaram-se por uma agressividade especial por parte da administração Bush contra Cuba. A extrema direita nazi-fascista que se apoderou da direção do império não tem cessado de ruminar seu ódio impotente contra nossa Pátria. Lembremos aquele 20 de maio de 2002 quando, com inaudita insolência, em uma reunião com a máfia terrorista de Miami, Bush exigiu de Cuba uma nova Constituição na qual devia renunciar ao caráter socialista da Revolução. Entre os presentes naquele ato, estava o amigo entranhável da dinastia familiar, Orlando Bosch Ávila, responsável principal pela destruição no ar do avião cubano cujos passageiros morreram todos, poucos minutos depois de o avião ter descolado do aeroporto em Barbados.
A resposta de Cuba à exigência imperial foram as enormes manifestações na Ilha toda, apoiando um projeto de modificação constitucional, aprovado finalmente pelo voto unânime da Assembléia Nacional do Poder Popular (Parlamento), em 26 de junho de 2002, determinando que o caráter socialista e o sistema político e social contidos na Constituição eram irrevogáveis.
Já tinha sido cometido o atroz atentado terrorista contra o World Trade Center de Nova York, em 11 de setembro de 2001.
Sob pressão constante daquela máfia, que lhe tinha propiciado galgar a presidência, mediante escandalosa fraude, o senhor W. Bush e sua camarilha começaram logo a adotar medidas cruéis e prenhes de ódio, ao longo de mais de quatro anos, com o objetivo de desestabilizar, golpear e tentar apagar da superfície da Terra a independência de Cuba e o direito de um povo de ter um sistema político e econômico verdadeiramente humano e justo.
Resoluções grotescas foram aplicadas para acirrar o bloqueio e asfixiar a economia do país. Centenas de milhares de cubanos residentes nos Estados Unidos foram proibidos de visitar seus familiares em Cuba, sendo só autorizados a fazê-lo em cada três anos; e não a todos; a ajuda familiar foi reduzida quase a zero; descumpriram-se acordos acerca da emigração ilegal; rejeitaram-se propostas de cooperação em temas vitais como a luta contra o tráfico de drogas e de pessoas e para travar e impedir ações terroristas; multiplicaram-se as calúnias; Cuba foi qualificada de terrorista; inventaram mentiras descabeladas acerca da fabricação de armas biológicas, planos de guerra eletrônica com o propósito de interferir as comunicações do governo dos Estados Unidos e outras da mesma espécie, com o objetivo de procurar justificativas para uma agressão assassina contra o nosso povo, tal qual fizeram depois no Iraque.
É sobejamente conhecido que a camarilha de Bush criou um amplo comitê para planejar em detalhes a chamada “transição” em Cuba, que elaborou um projeto macabro para, entre outras coisas, aplicar planos de vacinação e campanhas de alfabetização, quando todo o mundo sabe que os programas de saúde e educação em Cuba ultrapassam amplamente os dos Estados Unidos e, inclusive, os de qualquer outro país do mundo.
Não posso deixar de me referir a estes fatos que constituem apenas uma pequena parte do conjunto de agressões dos governos dos Estados Unidos contra Cuba, entre os quais a administração Bush encarna o ódio mais nojento e sinistro contra um povo digno e heróico que não se curva nem pode ser intimidado pelas ameaças e as agressões do império poderoso.
Uma das medidas mais cínicas de Bush foi utilizar a base naval de Guantánamo, que os EUA ocupam de forma ilegal contra a vontade de nosso povo, para criarem lá um campo de concentração onde encerram pessoas que seqüestram em qualquer canto do mundo sem processo nem trâmite legal algum. O cúmulo, a referida prisão foi convertida em um centro experimental de torturas, como as aplicadas posteriormente na prisão de Abu Ghraib, no Iraque.
Um artigo do The New York Times, de 17 de outubro de 2004, reconheceu que os abusos aos prisioneiros na base naval de Guantánamo são “generalizados e não se limitam a casos isolados, como sustinham as versões oficiais”. Citando militares, agentes secretos e outros funcionários, o jornal descreveu uma “série de procedimentos altamente abusivos, ocorridos durante um longo período de tempo”. O mundo ficou perplexo e escandalizado ao conhecer destes fatos incríveis.
O senador democrata Joseph Biden, da Comissão das Relações Exteriores, disse que a base naval de Guantánamo «se tem convertido na maior ferramenta de propaganda para recrutar terroristas no mundo todo”. O ex-presidente James Carter instou o governo de Bush a fechar a base, porque as denúncias de torturas lá “são uma vergonha terrível e uma mancha na reputação dos estadunidenses”
O jornal britânico The Guardian revelou, em 13 de setembro de 2004, que as instâncias mais altas da administração de George W. Bush foram informadas dos maus-tratos e possíveis crimes de guerra na base, no outono de 2002”, de acordo com uma investigação do veterano jornalista Seymour Hersh, recolhida no livro “Cadena de mando” (Cadeia de comando).
Uma congressista norte-americana de origem cubana, conhecida no nosso país como a Loba Feroz, amiga e defensora de Posada Carriles, durante uma visita a esse centro de torturas, declarou à imprensa que “desejava que o povo cubano tivesse os direitos que têm os detentos em Guantánamo”.
Outras das ações cínicas do governo de Bush têm sido as constantes e crescentes agressões radiofônicas e televisuais contra nosso povo, que violam as normas mais elementares que regem o uso do espaço radioelétrico e do direito internacional.
Nessa louca e fracassada aventura, o governo dos Estados Unidos investiu inutilmente vultosas somas de dinheiro.
À parte de suas ações do exterior, Bush e sua máfia têm investido mais de US$ 100 milhões em promover a subversão e a desestabilização dentro de Cuba.
Para isso empregaram, mais do que nenhuma outra administração dos Estados Unidos, a Repartição de Interesses desse país em Cuba. Um tempo antes, o trabalho de subversão e espionagem era realizado com determinada discrição. Na etapa verdadeiramente gangsteril de Bush filho, todas as normas foram varridas. Personagens grotescos como James Cason, seguindo instruções de Otto Reich, Roger Noriega e outros funcionários inescrupulosos, ultrapassaram os limites da decência mais elementar e levaram a termo provocações insólitas dentro de nosso país. Os chefes da Repartição de Interesses têm assumido diretamente a liderança dos grupos mercenários aos quais, por diversas vias e pretextos, fornecem elevados salários em divisas conversíveis que, em um país como Cuba, onde serviços tão vitais como a saúde e a educação são totalmente gratuitos, e outros como a habitação, as atividades de lazer, os remédios e parte importante dos alimentos são adquiridos em pesos cubanos, a preços praticamente simbólicos, permitem aos que possuem divisas conversíveis níveis de vida material muito acima dos cidadãos que recebem seu salário e pensões em moeda nacional.
Em nenhum outro país do mundo um mercenário do império detém os privilégios de que podem desfrutar em Cuba. Nenhum deles trabalha nem presta algum serviço útil à sociedade. Os escritórios e residências da Repartição de Interesses dos Estados Unidos em Cuba, amparados na imunidade diplomática, converteram-se em locais de reunião para organizar provocações, facilitar as comunicações e dirigir abertamente os mercenários dentro do país.
Nada disso é absolutamente dissimulado. As bagagens diplomáticas da Repartição de Interesses são utilizadas de forma descarada para introduzir como contrabando computadores, médios de comunicação, materiais impressos, libelos e qualquer tipo de objetos e bens para fornecer seus assalariados. Nunca, talvez, governo algum ultrajou ou abusou tanto das franquias e imunidades diplomáticas, como o governo dos Estados Unidos para escrever mensagens e exibir outdoors ofensivos contra o nosso país.
Quando não querem, por alguma razão, realizar estas atividades, empregam seus lacaios tchecos ou outros do gênero para levarem a cabo ações tão grosseiras.
Jamais nossa legação em Washington ou nossos funcionários utilizaram a imunidade diplomática para ações tão ilegais e repulsivas.
Há poucos dias, quando o nosso povo trabalhava incansavelmente para se recuperar da devastação provocada pelo furacão Dennis, em que dezenas de milhares de moradas foram arrasadas ou parcialmente danadas, foi estragada a rede de transmissão e fornecimento da eletricidade, prejudicada consideravelmente a agricultura e outros setores da economia, o governo norte-americano recrudescia as atividades subversivas contra Cuba, multiplicando a freqüência de vôos provocadores e ilegais do avião EC-130J, que transmite para nosso país os sinais de rádio e televisão anticubanos.
A primeira transmissão com um avião das Forças Armadas dos Estados Unidos teve lugar, nada mais nada menos, que em 20 de maio de 2003, data marcada na história de Cuba como a do intervencionismo imperial em nosso país. Mais tarde, após ser aprovado o infame “Plano de Transição”, por meio do qual se destinava uma quantia milionária às transmissões de rádio e televisão contra Cuba, o governo dos Estados Unidos começou, desde agosto de 2004, a transmitir quatro horas, nos fins de semana, do avião militar, interferindo nossas transmissões de televisão, violando grosseiramente as normas internacionais das telecomunicações e virando uma perigosa provocação, já que o avião utilizado é militar. Isso tudo tem feito parte das ações bélicas norte-americanas no Vietnã, Afeganistão e Iraque.
Em 13 de julho passado, há menos de três semanas, cinco dias depois de ter passado o furacão Dennis pelo país com seu enorme poder devastador, a Força Área dos Estados Unidos transferiu dois aviões EC-130J, do 193º Ala de Operações Especiais da Pensilvânia, para a estação aeronaval de Key West, na Flórida. Um desses dois aviões voou consecutivamente em 15 de julho (sexta-feira), no dia 16 (sábado), no dia 18 (segunda-feira), no dia 20 (quarta-feira), no dia 22 (sexta-feira) e no dia 23 (sábado), constituindo uma escalada provocadora e agressiva ao fazer transmissões contra-revolucionárias.
Apenas tinham decorrido seis dias da passagem do furacão e estavam sendo calculadas as perdas.
Deste modo, em menos de um ano, fizeram-se 46 transmissões de um avião militar, ao passo que mantiveram as que fazem diariamente do balão por nove canais. Estas, junto às transmissões de outras estações contra-revolucionárias, totalizam 2.245 horas com 45 minutos de transmissões semanais de rádio e televisão contra Cuba.
É bom salientar que, antes da atual escalada, os Estados Unidos fizeram três vôos de exploração com aviões do tipo RC-135, no sábado 30 de abril e em 7 e 14 de maio de 2005, na mesma hora em que o EC-130J transmitia para o nosso país, talvez com o objetivo de verificar a efetividade e dados com que contestaríamos à agressão televisual. Os aviões RC-135 há muitos anos que não agiam contra o nosso país.
Enquanto a administração norte-americana, que de maneira hipócrita e descarada aplica raivosamente o bloqueio ao nosso povo, oferecia “caridosamente” a Cuba US$ 50 mil para paliar os estragos do furacão, os representantes que apóiam a política do governo de Bush apresentavam no Congresso um projeto de lei, por meio do qual seriam liberados US$ 37,93 milhões, no ano fiscal 2006, para as transmissões contra Cuba e US$ 29,93 milhões para o ano fiscal 2007, com o propósito, segundo o documento, de «compra, aluguer, construção e melhoria dos estabelecimentos de recepção e transmissão de rádio e televisão, e para a compra, aluguer e instalação do equipamento necessário, incluindo aviões, para a recepção e transmissão de rádio e televisão”.
Falou-se, até, que talvez adquiram aviões Boeing, com tecnologia similar à do EC-130J, a fim de realizar transmissões futuras contra Cuba, e prevêem, aliás, recursos financeiros para adquirir tempos de transmissão em estações de radiodifusão em países da região, próximos do nosso.
A escalada nas transmissões contra Cuba tem lugar em meio a divergências públicas entre o Departamento de Estado e o de Defesa a respeito do uso do avião militar para transmissões contra Cuba ou seu translado para o Oriente Médio. Os fatos apontam que prevaleceram a posição de Condoleezza Rice e o objetivo agressivo do governo estadunidense, sob a pressão, compromissos e influência da máfia terrorista de Miami.
Atordoada em seu delírio, uma antiga porta-voz da Fundação Nacional Cubano-Americana e defensora também de Posada Carriles, assinalou há pouco, impudicamente, na televisão de Miami que a ajuda solidária da Venezuela a Cuba para paliar os efeitos do furacão «consiste em poucos milhares de toneladas de torres para interferir as transmissões dos Estados Unidos, equipamentos para reconstruir essas torres que prestam para esse tipo de bloqueio, além da técnica que precisa para instaurar a repressão”.
Visão tão aberrada tem predominância na extrema direita norte-americana, que agora ameaça de iniciar também transmissões de rádio e televisão contra a Venezuela, em contestação ao surgimento da Telesur, e à solidariedade do governo venezuelano ao cubano.
Segundo o representante republicano da Flórida, Connie Mack, quem sugeriu uma emenda ao tema, “a Junta de Governadores para as Transmissões pode autorizar o início das transmissões de rádio e televisão à Venezuela de maneira muito parecida com as transmissões atuais da rádio e televisão Martí contra Cuba”.
Com a mesma intensidade que a Casa Branca recrudesce a guerra eletrônica, as televisoras e emissoras de rádio locais em Miami empenham-se em transmitir uma imagem de crise e caos em Cuba, onde uma situação insustentável conduzirá a uma eclosão social na Ilha. Quem escutar esses terroristas midiáticos, ficaria convicto irremediavelmente de que apenas restam algumas horas à Revolução, razão pela qual constatamos que, de jeito nenhum, vão aprender as lições da história.
Também algum do que outro correspondente estrangeiro em Havana se deixou arrastar, consciente ou inconscientemente, pela corrente da provocação e da insídia. Quase simultaneamente, em 13 de julho, apenas cinco dias após a passagem do furacão, sob o pretexto do incidente do rebocador acontecido há 11 anos — seqüestrado à mão armada do cais deste tipo de embarcações auxiliares de navegação, e que provocou a morte lamentável de inúmeras pessoas, incluídas mulheres e crianças, e do qual foi culpada de maneira infame a Revolução — perto de vinte indivíduos que fazem parte dos mencionados grupelhos, ao passarem em frente do hospital “Hermanos Ameijeiras”, proferiram insultos que provocaram a imediata resposta indignada dos moradores da zona e dos trabalhadores desse hospital, razão pela qual os provocadores tiveram de ser protegidos pelas autoridades.
Devo acrescentar mais outro antecedente. Quando o país estava debruçado numa batalha histórica contra o império e a favor da justiça, denunciando a entrada clandestina de Posada Carriles aos Estados Unidos, sob proteção da máfia cubano-americana e das autoridades desse país, — homem responsável, junto a Orlando Bosch, pela morte de 73 pessoas, na conhecida tragédia de Barbados — e exigindo sua detenção e extradição para a Venezuela, a Repartição de Interesses trabalhava intensamente na organização de uma suposta Assembléia em Defesa da Sociedade Civil, convocada oficialmente para 20 de maio, data vergonhosa e infausta de nossa história. Tudo estava concebido e financiado pelo governo dos Estados Unidos.
A denúncia de Cuba, feita em 11 de abril e a reunião em Havana de personalidades do hemisfério todo para exigir a extradição para a Venezuela do terrorista e denunciar a Operação Condor e os monstruosos crimes cometidos pelas ditaduras militares, em cumplicidade com o governo dos Estados Unidos — nomeadamente quando Bush pai era chefe da CIA e mais tarde vice-presidente dos Estados Unidos, o que coincidia com a guerra suja contra a Nicarágua e com o escândalo Irã-Contras — colocaram o governo de Bush e a seus principais cúmplices em uma situação difícil.
Com antecedência ao ato terrorista de Barbados, participantes da Operação Condor, Orlando Bosch e Posada Carriles, foram encarregados de atentar contra a vida de relevantes figuras chilenas e de outros países latino-americanos.
Era evidente o propósito da RINA, e de seus assalariados, de fazer provocações contra as autoridades revolucionárias cubanas, para desviar a atenção da opinião internacional da escandalosa confabulação e cumplicidade entre Bush filho e o principal terrorista do hemisfério, a quem tirou do cárcere do Panamá, e lhe permitiu depois entrar nos Estados Unidos.
A suposta Assembléia em Defesa da Sociedade Civil contou com a presença do chefe da Repartição de Interesses dos Estados Unidos, e até recebeu uma mensagem direta de Bush e de grupos terroristas de Miami. O próprio Posada Carriles, enviou sua mensagem de apoio e saudação à Assembléia em Defesa da Sociedade Civil. Todos os dados e incidências da grosseira e provocadora reunião, foram registrados e serão postos oportunamente à disposição da opinião pública.
Acontece que a equanimidade e o sangue frio da Revolução deitou por terra a grosseira manobra, não sem grandes esforços para conter a indignação dos moradores das redondezas, que não compreendiam a razão daquela tolerância, perante essa reunião mercenária e traidora.
Estimulados pela impunidade aparente de suas aventuras, na sexta-feira passada, 22 de julho, quando o esforço se concentrava na reconstrução do país, os “defensores da sociedade civil” — incitados pela Repartição de Interesses, e estimulados fortemente pelos vôos de aviões militares e pelas transmissões de mensagens subversivas, quase diariamente, unido à crença difundida pela máfia de Miami, já quase fazendo as malas perante um iminente colapso da Revolução —pretenderam organizar uma nova provocação; porém nesta vez, o povo, indignado devido a atos de traição tao grosseiros, se interpôs com suas expressões de fervor patriótico e não permitiu que um só mercenário se movesse. E assim será tantas vezes quando for necessário; sempre que traidores e mercenários ultrapassarem um milímetro a mais do que o povo revolucionário, cujo destino e cuja vida estão em jogo perante o império mais voraz, mais inumano e cruento da história, esteja disposto a permitir.
A divulgada dissidência ou suposta oposição em Cuba não existe mais do que na mente delirante da máfia cubano-americana e dos burocratas da Casa Branca e do Departamento de Estado. Enganam-se eles mesmos ou se intoxicam com suas próprias mentiras. Compram gente oportunista, divorciada de toda atividade produtiva ou serviço útil, muitas vezes pessoas vadias e e muitas vezes malandros ou delinqüentes que não contam com o apreço e o apoio de ninguém. Repetem-se as circunstâncias em que as autoridades têm que protegê-los quando tentam realizar alguma provocação, e para o qual, o primeiro que faz a Repartição de Interesses é convidar a imprensa estrangeira. Acontece o mesmo que quando invadiram o país com mercenários armados, muitos deles antigos servidores do presidente Batista, partindo do suposto de que o povo se revoltaria de imediato contra a revolução. Em Cuba ninguém os conhece, vivem da publicidade no estrangeiro. A máfia terrorista e o governo dos Estados Unidos aproveitam com cinismo as facilidades que Cuba dá a inúmeras agências internacionais e órgãos de imprensa para que residam e informem de Cuba sem restrição alguma, para que se desloquem e atuem com total liberdade. Alguns o fazem realmente em total cumplicidade com a Repartição de Interesses dos Estados Unidos para desinformarem e enganarem o mundo a respeito da realidade cubana. Todos sabem muito bem que nenhum processo revolucionário jamais contou com o consenso, com o apoio esmagador e com a confiança com que conta a Revolução Cubana, por sua firmeza e lealdade aos princípios, pela valentia e espírito internacionalista e pela solidariedade do povo cubano.
Mas seria bom que o império não se deixasse levar por ilusões que o levem a cometer erros crassos, porque nada do acontecido noutras partes, será comparável com o que aconteceria aqui com aqueles que tentem se apoderar de Cuba.
Há muito tempo, mais de um século, Antonio Maceo advertiu: “Só colherão o pó de seu solo alagado em sangue, se não morrerem na luta. Hoje, podemos acrescentar: não colheriam nem sequer o pó do solo, e teriam que derramar ainda mais sangue do que em qualquer outro lugar do mundo. Juramos!
Gostaria aproveitar a ocasião para tratar de outros temas de muito interesse para o nosso povo.
Durante o primeiro semestre deste ano, o país teve que enfrentar uma situação difícil, em decorrência da seca, dos cortes elétricos e, mais recentemente, das conseqüências do furacão Dennis.
Os inimigos da Revolução, como já explicamos, pretenderam utilizar estes fatos jubilosamente para afirmar que Cuba está enfrentando uma profunda crise econômica. Eles não conseguem aprender e menosprezam, mais uma vez, a capacidade de resistência e luta de nosso povo.
O sólido crescimento de nossa economia que vem tendo lugar desde o ano passado, continuou neste primeiro semestre de 2005, e vou demonstrá-lo com dados irrefutáveis que informarei a seguir.
Nesse período do ano, a economia cubana cresceu 7,3% e, segundo estimativas, houve um crescimento de cerca de 9% ao findar o ano, a partir da tendência positiva que se constata.
Tal desempenho baseia-se no incremento de 13 dos 22 setores da indústria, dentre eles, a metalurgia ferrosa, com 15,5%; a metalurgia não-ferrosa, com 9,2%; as artes gráficas, 21,7%; os têxteis, 7%; a indústria alimentícia, 3,6% e o das bebidas alcoólicas e charutos, 4,4%.
A construção cresceu 8,2%, as comunicações 7,1%; o comércio 10% e o setor dos serviços 13,3%.
A produção de petróleo nacional e gás beira 1,9 milhão de toneladas, isto é, mais quatro vezes do que se obtinha no início do período especial. Presentemente, está se realizando um grande esforço para a perfuração e extração de novos poços de petróleo e gás e contribuir assim para o maior avanço e o abastecimento de energia elétrica.
A refinação de petróleo cresceu 9,2%, tornando possível a poupança de US$ 29,7 milhões no total de produtos refinados, em comparação com os preços internacionais. O consumo de combustível manteve, contudo, indicadores similares ao ano passado.
A geração de eletricidade diminuiu 4%, em face das avarias nas termelétricas e do alargamento do tempo de manutenção delas, afetando atividades da produção e dos serviços, bem como a populaço delas, afetando atividades da produface das avarias nas termel um crescimento de cerca de 9% ao findar o ano, a partir das teão.
Para a manutenção destas termelétricas, foi duplicada a quantia em divisas a investir até dezembro de 2005, a qual ultrapassa US$ 100 milhões.
Implementa-se um programa para a melhoria das redes elétricas do país, ao qual se destinam mais US$ 50 milhões, sendo executado 34% nos primeiros cinco meses.
Este programa permitirá reduzir as perdas totais no fornecimento da eletricidade de aproximadamente de 16,5% para 11% e aumentar a qualidade do serviço.
Está tendo lugar uma revolução na concepção da produção e uso da energia elétrica. Já foram adquiridos em equipamentos e materiais US$ 282,1 milhões, os quais estão sendo instalados. Isso permitirá dispor, antes de um ano, de mais um mihão de kW na geração de eletricidade.
Emprego o dólar em minha exposição para vocês melhor compreenderem os custos em divisas conversíveis.
À cifra de novas capacidades de geração de eletricidade, serão adicionados 200 mil kW para uma nova termelétrica de ciclo combinado e adaptada mais outra, hoje paralisada, com consumo de gás que acompanha o petróleo. Ao ser adicionada esta nova capacidade à poupança de não menos de um milhão de quilowatts, que se atingirá, por meio dos investimentos de mais de US$ 250 milhões, a produção, os serviços e lares, disporão, a partir do segundo semestre de 2006, da capacidade de energia elétrica, que duplica a atual.
Além do problema da eletricidade, é preciso resolver a necessidade do combustível doméstico.
Pessoalmente, como Presidente do Conselho de Estado e Governo, dedico boa parte de meu tempo a este assunto, e não é um exagero o que estou falando, bem mais estou sendo discreto e deixando uma reserva de possibilidades adicionais.
Fizemos um contrato para a compra de mais de 3,1 milhões de panelas de pressão, 3,5 milhões de panelas de cozer arroz, 3,1 milhões de panelas de pressão elétricas, 3,8 milhões de cozinhas elétricas e 1,1 milhão de ventiladores de 12 polegadas.
Além disso, foram adquiridas mais de 5,3 milhões de juntas de geladeiras, 650 mil termostatos e 7 milhões de juntas de cafeteiras. Esses aparelhos e acessórios, que começaram a ser distribuídos gradativa e cuidadosamente, continuarão sendo entregues à população durante o segundo semestre, conforme o plano previsto.
Na indústria farmacêutica estão sendo investidos mais de US$ 100 milhões. Sua produção cresce incessantemente.
Trabalha-se na ampliação e remodelação das fábricas de iogurte de soja, elevando sua capacidade de produção para um milhão de litros diários, que vai ser utilizada aos poucos.
Trabalha-se e investe-se no processamento de 25 mil toneladas anuais de chocolate com leite. Segundo estimativas, a produção, no que resta do ano, será de 12 mil toneladas para serem distribuídas à população.
Para o programa de produção de café com qualidade, serão instaladas nas fábricas atuais 30 máquinas para empacotar, duas novas máquinas para torrar café e sete moinhos serão substituídos, o qual já foi acertado. No mês de agosto, começará a distribuição por algumas províncias, a partir da capacidade instalada.
Para ampliar, garantir e segurar o armazenagem de cereais e grãos de leguminosas, empreendeu-se a construção de armazéns com capacidade para 0,5 milhão de toneladas, em silos metálicos de ótima qualidade.
Além do mais, trabalha-se na ampliação da capacidade de produção de pastas.
Serão ampliadas as indústrias atuais do Poder Popular para a produção de pastas e instaladas 15 novas fábricas similares.
Serão instaladas duas novas fábricas de pastas alimentícias nas antigas fábricas “Noel Fernández”, em Camagüey, e “Marta Abréu”, em Cienfuegos. Será montada uma linha de pastas na “Vita Nuova” de 1.750 kg/h, e será modernizada “Buona Sera”, de Santiago de Cuba.
A capacidade total a atingir entre pastas compridas e curtas será de 70 mil toneladas.
Prevê-se a aquisição de mais duas fábricas de processamento de cacau, com capacidade de produção de 25 mil toneladas cada uma delas.
Esta decisão, além de satisfazer a procura nacional, permitirá produzir manteiga de cacau de alta qualidade para a exportação, bem como outros produtos derivados do cacau.
No contexto da política de aumento da alimentação de nosso povo, leva-se a cabo um programa para incrementar a produção de ovo. O objetivo é atingir, em 2006, uma produção de mais de 2,2 bilhões de ovos.
Para aumentar a venda de carne de porco, foi acordado um conjunto de investimentos.
Trabalha-se na recuperação da capacidade de produção de carne de porco, com vista a uma produção de 80 mil toneladas, em 2006, e colocar as bases para atingir 100 mil toneladas, em 2007.
Serão ampliadas consideravelmente as áreas de culturas protegidas e semiprotegidas, para a produção de vegetais de alta qualidade para o consumo nacional e a exportação.
A produção de níquel beirou, no primeiro semestre do ano, 38.200 toneladas, o qual significa um acréscimo em relação ao ano anterior. As exportações desta produção constituíram a fonte mais importante de receitas para o país por exportação de bens, ao totalizar US$ 545 milhões no primeiro semestre.
O turismo internacional cresceu 8%, até 30 de junho, e prevê-se para este ano 2,3 milhões de visitantes.
As receitas do setor turístico aumentaram 11,5% em relação ao ano anterior, havendo uma taxa de ocupação linear de 66,9%.
No decurso de 2005, tem-se em vista pôr em funcionamento mais quatro hotéis, que acrescentarão 1.921 cômodos para o turismo internacional.
A indústria eletrônica duplica a produção de softwares e televisores.
No semestre passado, aumentaram as produções de cimento em 20,8% e as de barras de aço em 5%.
Para satisfazer as necessidades mais prementes, aumentamos nossa capacidade de construção, sendo aprovados investimentos de obras que começam a ser executadas por US$ 62 milhões, que incrementarão em 51% a produção de areia, 74% a de pedra, 59% a de blocos e 49% a de elementos para pisos.
Em 2005, foram terminadas 7.300 moradas. No decurso do ano, será reparada boa parte das casas atingidas parcialmente pelo furacão Dennis, serão construídas não menos de 10 mil para aqueles que suas casas foram devastadas e prosseguirão os planos de acabamento e de novas construções para os casos com necessidade precária, até atingir cerca de 30 mil.
Já foram contratados ou estão em processo de contratação os materiais necessários para 100 mil moradias em 2006, que constituirão, com ampla margem, a cifra mais alta de nossa história. Não se incluiu nesta cifra o elevado número de reparações. Tudo dependerá de nosso esforço.
A pior seca registrada no país teve lugar desde 2003 até o passado mês de maio de 2005. O impacto dela na economia é calculado em mais de US$ 1,2 bilhão.
Para enfrentá-la, fizeram-se investimentos em obras hidráulicas, até 2004, de US$ 183 milhões, e calculam-se executar mais US$ 60 milhões.
Foi também preciso investir em despesas correntes mais de US$ 70 milhões, que incluem 28 mil toneladas de diesel e 14 mil de gasolina, nomeadamente, para transportar a água em carros-pipas para os lugares, onde, nos momentos mais críticos, chegaram a ver-se afetados 2,5 milhões de habitantes.
Para a vitalidade da economia, é indispensável a reanimação do transporte de carga, seriamente afetado nestes anos do período especial.
O período especial e o bloqueio dos Estados Unidos desferiram um rude golpe ao transporte ferroviário, ao ponto de quase fazê-lo colapsar.
Neste ano, estão sendo investidos por volta de US$ 40 milhões em transporte de carga ferroviário. Vão ser reparadas 32 locomotivas e mil vagões a mais nos próximos meses, que transportarão aréia e cimento para as obras do programa da Batalha das Idéias e o programa da construção de moradas.
Adquiriram-se na China 12 locomotivas, que chegarão ao país em novembro deste ano.
A carga transportada pelos caminhos-de-ferro cresceu em 47.900 toneladas em relação ao primeiro semestre do ano anterior.
No caso do transporte de carga, foram consertados e postos em funcionamento 486 caminhões, que estavam avariados.
O parque de veículos do Ministério dos Transportes deslocou, no semestre, 66.100 toneladas a mais, em relação ao mesmo período de 2004.
Adquiriram-se ou estão em processo de aquisição equipamentos para os portos, metais para o fabrico das estradas-de-ferro e equipamentos e peças para caminhões por mais de US$ 15 milhões.
Na China foram comprados mil ônibus modernos para o transporte de longa distância, com motores altamente eficientes no uso do combustível. Já se encontram no país 200 e se utilizam em necessidades vitais. Neste ano calcula-se transportar quase 3 milhões a mais de passageiros do previsto.
Impõe-se, sem dúvida, a revisão das tarifas, visto que o elevado custo do combustível e dos equipamentos faria totalmente impossível oferecer este serviço com os preços históricos.
Durante o primeiro semestre, no setor da saúde, os investimentos recebem impulso significativo, como jamais se fez no passado. Concluíram-se 448 salas de reabilitação que necessitava o país.
Na capital, foram remodeladas totalmente 123 policlínicas.
Das 444 policlínicas existentes, quase a totalidade já tem eletrocardiógrafos, 396 receberam pela primeira vez equipamentos de ultra-som com três transdutores e 115 contam com equipamentos novos de raios X. Em cada uma delas será instalado o serviço de endoscopia; cada uma tem atualmente quatro computadores e uma biblioteca, e 368 já estão conectadas à internet.
Desde janeiro de 2004, conta-se com 118 salas de terapia intensiva nos municípios que precisavam desse serviço, onde até fevereiro de 2005 foram atendidos 42.561 pacientes, dos quais salvaram a vida 13.025, 92% dos que apresentavam risco eminente de morte.
As clínicas odontológicas, receberam 851 equipamentos dentais novos.
Estão em processo de remodelação, ampliação e equipamento mais de 50 hospitais, que prestarão serviços de excelência a pacientes nacionais e estrangeiros. O programa começou em 2004 com um custo estimado em US$ 835 milhões, que inclui equipamentos de última geração, avaliados aproximadamente em US$ 400 milhões.
Entre os equipamentos de alta tecnologia com os que contam hoje, se encontram 27 tomógrafos computadorizados de um corte, com o qual já todas as províncias do país dispõem desse serviço; nove mais sofisticados, oito de ressonância magnética e oito de ultra-som tridimensional, que pela primeira vez serão utilizados em Cuba.
O programa estará acompanhado da construção de 44 locais para alojamento dos acompanhantes nos hospitais, com os quais totalizarão 6.886 cômodos. Numerosos hotéis de três e quatro estrelas serão utilizados dentro do programa dos serviços internacionais de saúde.
O país possui a capacidade de operar e prestar serviços em todos os ramos da oftalmologia a centenas de milhares de pacientes; no presente ano, 100 mil irmãos venezuelanos serão beneficiados com esse serviço, no qual já foram operados, até ontem, 25 de julho, um total de 25 mil, e uma cifra similar de cubanos.
Não menos de 15 mil cidadãos do Caribe receberão este serviço entre a segunda quinzena de julho de 2005 e junho de 2006. A Venezuela e Cuba ofereceram-se para também receber, no mesmo período, 100 mil latino-americanos a mais. Trata-se de uma façanha solidária e humana sem precedentes na história do mundo.
A revolução educacional que desenvolve nosso país no contexto da Batalha das Idéias, provocou um salto qualitativo, igualmente sem precedentes, no processo docente-educativo.
Nesta esfera, concluiu-se a remodelação total de 111 escolas grandes e continua-se trabalhando em 56, bem como em cinco Institutos Pedagógicos.
Começou igualmente a remodelação total de 25 institutos politécnicos de computação, com capacidade para 40 mil alunos, além de 15 institutos pré-universitários na província Havana, dos 40 que receberão essa melhora. O custo destes programas atinge mais de US$ 120 milhões.
No semestre incluíram-se 118 Clubes de Computação para Jovens, a um custo de US$ 21 milhões.
No fechamento do presente ano letivo concluíram-se 1.197 obras através do programa da Batalha das Idéias, que beneficiam 503.174 estudantes.
Trabalha-se na remodelação total de 16 Escolas de Iniciação Esportiva (EIDE), a um custo superior a US$ 14,6 milhões; concluindo uma escola nova e 113 obras diferentes.
Mais 20 sedes universitárias foram inauguradas nos cárceres, com uma matrícula de 590 estudantes.
Como prova das potencialidades de nossa economia, no mês de maio aumentou-se o salário mínimo, passando de 100 para 225 pesos, o que beneficiou 1,6 milhão de trabalhadores, que representa 45% dos utilizados pelo Estado, com uma despesa anual de 1,6 bilhão de pesos. Isso elevou o salário médio, no fim do primeiro semestre, para 334 pesos, no fim de 2004 era de 282 pesos.
No mês de julho, aumentaram-se os salários nos setores da saúde e da educação, o que beneficiou 857.400 trabalhadores, com um custo anual de mais de 523 milhões de pesos.
Na Previdência Social foram incrementadas as pensões a 1,47 milhão de pessoas, algo mais de 97% do total.
Na Assistência Social 476.512 pessoas foram beneficiadas com um incremento de 50 pesos mensais.
Ambas as medidas representam um custo anual de 1,19 bilhão de pesos.
As medidas mencionadas beneficiaram 4,4 milhões de pessoas, que representa 30,9% da população, com um custo anual de 2,78 bilhões de pesos. Continuará sucessivamente o incremento do salário noutros setores.
As exportações de bens e serviços cresceram 26,3% durante o primeiro semestre em relação ao período similar de 2004.
Oresultado favorável no comércio de serviços consegue compensar o desequilíbrio na troca de bens, com um discreto resultado positivo na balança comercial, algo superior inclusive ao obtido no ano precedente.
Nas exportações de bens destacam, por sua importância, o níquel, os medicamentos genéricos e biotecnológicos, o fumo e o açúcar, entanto nos serviços desempenham um papel decisivo os serviços médicos e o turismo.
Estes resultados se obtêm em meio de um processo de reordenação da atividade do comércio exterior onde o número de empresas autorizadas a importar se reduz de 192 para 89, e onde 67% das importações totais do país se concentram em 23 entidades, reduzindo-se em 26%, aliás, nos últimos dois anos, a participação dos intermediários.
Respondendo a uma política econômica que garanta a satisfação dos interesses sociais e das prioridades fundamentais do país, adotou-se um conjunto de medidas na esfera monetária visando ao fortalecimento da moeda nacional. Em meados de 2003, o dólar foi eliminado nas transações entre as empresas e foi estabelecido um controle de câmbios no Banco Central para as operações externas. Em novembro de 2004, respondendo às ameaças do governo dos Estados Unidos, também foi eliminada a circulação do dólar na rede de lojas em divisas, sendo aplicado 10% de gravame às operações de câmbio com essa moeda, medida implantada oferecendo o máximo de facilidades à população e sem afetar seus depósitos bancários.
No início do presente ano, estas ações se complementam através de uma revalorização do peso cubano respeito ao peso cubano conversível de 7%, se incrementado o poder aquisitivo do peso cubano na rede de lojas em divisas. Adicionalmente, o peso cubano conversível se revalorizou 8%, a respeito do dólar e de outras divisas.
Estas medidas fortaleceram nossa soberania monetária e propiciaram maior eqüidade entre as camadas da população que recebem receitas em diferentes moedas. O Banco Central de Cuba emite atualmente toda a moeda circulante, contrariamente ao que acontecia no passado, quando uma parte dela era emitida por outra autoridade monetária de um país que mantém um bloqueio férreo contra Cuba.
Entre os efeitos práticos temos: incremento da poupança em pesos cubanos de 32% em relação a setembro do ano passado, o que expressa maior confiança na moeda nacional; aumento da proporção dos depósitos de pesos cubanos conversíveis no total da poupança em divisas, que de 20% passou para 50% do total; e aumento significativo das divisas captadas pelo Banco Central.
Também foi possível diminuir substancialmente a participação do dólar no total de entradas em divisas no país. No passado, a participação do dólar excedia 90%, enquanto na atualidade se mantém por volta de 30%, o que diminui consideravelmente o risco derivado das ameaças do governo dos Estados Unidos.
A partir deste ano foi estabelecida uma centralização racional das decisões quanto à utilização das divisas. A autorização para estas transações se deve obter antes de contrair as obrigações, o qual significou maior efetividade nos contratos e maior segurança no cumprimento dos compromissos de pagamento. Aliás, isto contribuiu essencialmente para a luta contra o delito e a corrupção, favorecendo a tomada de decisões importantes para eliminar intermediários comerciais não representativos no comércio internacional, cuja atividade originava um incremento desproporcionado dos preços das mercadorias e dos serviços que o país adquire no exterior.
Através deste processo no Banco Central se concentraram as receitas em divisas do Estado e a possibilidade de poder dispor dos mesmos, o que reforça de maneira relevante a capacidade negociadora do Estado socialista com os conseguintes benefícios na gestão comercial e financeira. Ainda, torna possível cumprir rigorosamente as obrigações derivadas dos novos compromissos financeiros externos e das dívidas renegociadas, o que permitiu ter acesso a novos financiamentos, em condições mais vantajosas.
Por último, fazendo parte dos acordos derivados da ALBA, foi criada uma filial bancária de um banco cubano na Venezuela, e se autorizou a abertura de uma filial de um banco venezuelano em Cuba.
Pela primeira vez, a partir do começo do período especial, em 2004, o saldo das operações correntes teve um superávit, devido principalmente ao incremento notável nos serviços exportados. Para o presente ano se prevê um resultado mais favorável, a partir de maiores receitas arrecadadas por serviços prestados.
Estima-se que as vendas nas lojas de divisaspermitiram faturar, até 30 de junho, uma cifra 6,1% superior à do ano passado.
O acordo entre a República Bolivariana da Venezuela e a República de Cuba, assinado sob os princípios da ALBA, constituiu um passo considerável no caminho da unidade e da verdadeira integração entre os povos da América Latina e do Caribe. O da Petrocaribe é mais um passo extraordinário e um verdadeiro exemplo de irmandade e solidariedade entre os povos.
A troca comercial entre a Venezuela e Cuba atingirá, neste mesmo ano, não menos de US$ 3 bilhões.
Ambos os países serão, sem dúvida, os de maior crescimento econômico neste hemisfério, em 2005.
Por estes esforços nobres, construtivos e pacíficos o governo imperialista acusa a Venezuela e Cuba, Chávez e Castro, de desestabilizarem e subverterem os países da região.
Perante tais imputações à Venezuela e Cuba, se o presidente Chávez estiver de acordo, um dia como hoje seria a ocasião propícia para responder:
Condenem-nos, não importa, a história nos absolverá!